Sobre o cartaz do BE

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Eram todos Charlie, todos pela liberdade de expresão. Vivíamos numa ditadura do politicamente correcto. Do outro lado da barricada pernoitavam virgens ofendidas, dizia-se. Mas isso era na semana passada. E, de preferência, no que toca aos outros. Pois a II Lei Arroja da concorrência tem aplicações  que vão além das matérias económicas: a liberdade do uso do escárnio estende-se a todos os símbolos menos os meus. Sim, o cartaz do BE talvez seja de mau gosto. Sim, o cartaz do BE pode ser considerado ofensivo por quem professar a fé em questão. Mas é necessária uma daquelas latas que pintam a fachada duma igreja para ter andado a pregar uma ilimitada liberdade de expressão aos peixinhos e agora peregrinar pelas vielas da vida política com peditórios e escândalos. Quantos de vocês não partilharam memes que ridicularizaram determinada vaca sagrada da esquerdolândia, ou escreveram impropérios sobre o Islão ou sugeriram que o lugar do PC era no fundo do oceano – o Índico, de preferência. Parasita por aí uma direita beata sem vergonha no rosto e com uma coluna por demais flexível que insiste em abraçar pontualmente o ridículo como que por profecia. Tragam pipocas que o choro é livre.

12 pensamentos sobre “Sobre o cartaz do BE

  1. A religião de uma forma geral, e Jesus Cristo em particular, não me dizem muito… Se excluir casamentos, baptizados ou funerais, nem me lembro da ultima vez em que entrei numa igreja…

    Mas, para mim, o cartaz é um insulto gratuito sem necessidade. Não percebo o porquê deste cartaz, a não ser a vontade de chocar só para se estar no centro dos media. E, sem uma razão que o justifique, vais valia o BE ter ficado quieto e calado. É que, de facto, não havia necessidade.

  2. Ricardo Igreja

    Este é o tipo de artigo que tresanda a superioridade moral, mais normal em blogues de esquerda, mas que também vai aparecendo quando falta capacidade para perceber o cerne da questão. Tanto quanto sei, ainda não vi movimentos censórios de parte alguma. Aquilo que vi e que partilho, é a repulsa pela falta de respeito aliada a uma imbecilidade atroz, de quem publicou aquele cartaz. É uma iniciativa estúpida e ignorante, que assume uma atitude provocatória e de gozo para quem não partilha a visão das sumidades intelectuais que povoam as hostes do Bloco. No entanto, tal como existe liberdade de expressão, existe liberdade para se ser estúpido. E eu tenho liberdade para denunciar aquilo que entendo ser uma provocação (estúpida) sem me virem com o chá do Charlie e demais tiradas, que mais não são do que tentativas de se colocar num plano intelectual superior à da plebe, tal como fez o cartaz do Bloco.

  3. Joaquim Amado Lopes

    Talvez por ser agnóstico, o cartaz do BE só me ofende pela estupidez e ignorância que revela.
    Quanto aos cristãos/católicos que se sentem ofendidos, têm tanto direito a estar ofendidos como o BE tem de ofender a vossa fé. Mas podem perguntar-lhes por que razão não fizeram um cartaz com a imagem de Maomé.

  4. André Miguel

    Olhe lá, eu como Cristão tenho tanto direito de me sentir ofendido, como o BE liberdade para dizer as merdas que quiser, ou v. Exa. para escrever os disparates que bem entender. Ou a liberdade dos outros anula o direito à minha indignação? Essa é boa… que eu saiba os únicos cuja indignação anula a liberdade dos outros sao os muçulmanos.

  5. antónio

    Sejamos sérios. Claramente o BE é uma agremiação com um anti-clericalismo evidente. Este cartaz é um teste para aquilatar qual a reacção da igreja católica ao processo de implantação do comunismo em curso no nosso país. Que o patriarcado saiba instruir os párocos para nas homilias aconselhar o povo a resistir à tragédia que será o comunismo no nosso país. Os mais velhos já assistiram no 25 de Abril a algo semelhante. Todos os católicos deverão estar atentos pois os comunistas estão a atacar de novo.

  6. “Parasita por aí uma direita beata sem vergonha no rosto e com uma coluna por demais flexível que insiste em abraçar pontualmente o ridículo como que por profecia”

    E tu és o que Ricardo ?

    A própria frase, generalista, imperiosa e discriminatória já dá conta de quem tu és.

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