“O banqueiro comunista” de Pedro Sousa Carvalho
Não concordo, mas até percebo que se possa defender a nacionalização por uma questão de ideologia. O PCP é a favor da nacionalização da banca porque acha que os banqueiros são uns aldrabões, porque é contra a propriedade privada e porque tem preconceito contra o lucro. Mas não percebo que se defenda a nacionalização com o tal argumento bolorento dos “centros de decisão nacionais”. O BPI é de angolanos e espanhóis e é um banco bem gerido e que contribuiu imenso para apoiar e financiar os particulares, as empresas e o Estado português. O Santander idem aspas, tirando a parte dos angolanos. O BCP idem aspas, tirando a parte dos espanhóis. O BES, que era o grande centro de decisão nacional, capotou. O Banif, com capitais nacionais, desfez-se. E o BPP idem aspas. E o BPN idem aspas. E assim se desmonta a utilidade da tese dos “centros de decisão nacionais” na banca.
Para bancos públicos já nos basta a Caixa. Todos os grandes bancos já regressaram aos lucros em 2015, mas a CGD ainda não, porque José de Matos continua a limpar o balanço dos créditos arriscados, manhosos, especulativos, promíscuos e duvidosos que o banco público deu no passado. Muitas vezes a mando do poder político.
“Todos os grandes bancos já regressaram aos lucros em 2015”
Até o Banif deu lucro. Ia pagar juros dos empréstimos e tudo.
Quem acredita nos balanços dos bancos também deve acreditar na fada dos dentes e no Pai Natal.
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