Barcos, ou Bancos ao fundo na Europa?

Hoje , dia 3 de Fevereiro, as 10 empresas financeiras do índice europeu de referência desvalorizaram-se 3.5%. Nada de especial se não fosse no seguimento de uma desvalorização de magnitude semelhante no dia anterior e de uma desvalorização acumulada de 27% desde o início de Dezembro, há meros dois meses. Em praticamente todos os dias a direcção tem sido a mesma: na vertical e para baixo.

Tudo associado a quê ? À forma leviana como a resolução bancária tem sido tratada na Europa desde que o projecto da União Bancária está a avançar  e a burocrática solução do BCE de impor regulações e soluções que obrigam a mais capital, a cada momento (sem que se vislumbre que a FED imponha o mesmo aos bancos americanos) quando com a mesma veemência , criando custos de contexto, afugentam esse mesmo capital de que tanto necessitam muitos dos bancos Europeus.

Por isso ontem, um ex – gestor da GLG, Raoul Pal, dizia em público na CNBC que muitos dos bancos europeus tendiam para valer zero. Sim, leram bem, valor de capital igual a ZERO, o que significa que depois de terem perdido uma capitalizacao bolsista aproximadamente  equivalente ao valor do PIB português em cerca de dois meses, já só falta perderem o equivalente ao PIB da Suíça. Nada de extraordinário para um impressor de nova moeda via QE.

Boa sorte Mário…vais precisar dela. O Draghi e não o Centeno…

8 pensamentos sobre “Barcos, ou Bancos ao fundo na Europa?

  1. Baptista da Silva

    Quando os lucros começam a aparecer, ninguém vale zero, a banca portuguesa está bem e recomenda-se, se:

    – O Costa esquecer a ideia maluca de tributa ainda mais.
    – A DBRS não cortar o rating.
    – A Bancade Investimento começar a ter regras, que não tem, os rácios exigidos são ZERO.

    Cumprimentos.

  2. Alberto Silva

    É ler o mercado e fazer short-selling às acções, pior seria se não existisse uma trajetória definida e o BCE desse sinais contraditórios e incertos ao mercado. O tempo do dinheiro barato veio para ficar.

  3. André Miguel

    Se o dinheiro está barato porque iriam as financeiras e os bancos valorizar? Seria o mesmo que petróleo barato por excedente na produção e as petrolíferas valorizarem. Esta não percebi.

  4. Luís Lavoura

    Que propõe o autor do post em relação a estes problemas? Tem alguma solução alternativa a propôr?
    Aquilo que agora está em vigor em relação à resolução bancária é muito simples: que os acionistas de uma empresa falida perdem o seu capital. Tal e qual como deve acontecer em toda e qualquer empresa que fale.

  5. Não propus nenhuma solução. Constatei um facto objectivo do mundo em que vivemos , quando não há rentabilidade , não há capital e como bem diz as empresas vão a falência . Se as regras obrigarem a mais capital e houver menor capacidade de atracção desse capital o resultado final não será bom para ninguém, seja depositante, contribuinte , accionista ou obrigacionista. Chamo apenas a atenção para isso, pois não estou certo que todos tenham essa consciência

  6. Luís Lavoura

    Manuel Puerta da Costa

    o resultado final não será bom para ninguém

    Talvez até seja. Pode-se argumentar, com bastantes e fundadas razões, que os bancos europeus estão fortemente sobredimensionados e que não fará grande mal que alguns deles se vão embora. Se falirem, é em grande parte culpa deles próprios, porque se expandiram em demasia.
    Na Europa os bancos são muito maiores (em quantidade de ativos em relação ao PIB) do que nos Estados Unidos. Por quê? Porque toda a finança europeia é intermediada pelos bancos, em vez de fluir diretamente dos aforradores para as empresas através de obrigações e ações. Seria altamente desejável, na minha humilde opinião, que os bancos europeus fossem fortemente reduzidos tanto em número como em dimensão.

  7. Preferia que os bancos europeus fossem mais parecidos com os dos EUA, sem qualquer dúvida. Mas não o sendo e não havendo um mercado de capitais tão forte, os depositantes, os Estados e os contribuintes deste lado do Atlântico têm pouco a ganhar com uma situação débil do sistema financeiro Europeu. Se os reguladores seguirem este caminho que têm seguido estarão a criar mais problemas em vez de resolvê-los

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