
Adenda: se chegou a este artigo na convicção que isto é uma missiva anti-médicos, desengane-se. Não é. Tenha isso em consideração ao ler o resto do artigo.
A dra Raquel Varela serve um propósito curioso. Demonstra como é possível, adornando a pérolas, sombra e rímel, pegar em ideias disparatadas e refiná-las, conferindo-lhes uma patine que maravilha os incautos facilmente enlevados com pesporrência alheia. Por outras palavras: a dra Raquel Varela recicla o disparate do século XIX e serve, em coffret coquete, doses voluntariosas para consumo diário do pacóvio, que ainda agradece.
A última — até à próxima — versa sobre os honorários de António Mexia (não se prendam com o Mexia; qualquer outra pessoa que ganhe muito, como o Ronaldo, também serviria, mas não seria tão eficaz nas hordas populistas), um ultraje quando comparados com os parcos 2.200€/mês, segundo a aritmética marxista da dra Varela, que aufere um cirurgião com 30 anos de serviço em exclusividade no sector público. Ou será? Um cirurgião com 30 anos de carreira é um assistente graduado sénior (chefe de serviço), que recebe, no regime de 40h, 5.063,38€/mês de salário base, um pouco acima dos tais 2.200€. Se a isto acrescentarmos as cirurgias que faz fora do horário laboral o valor tende a duplicar, em alguns casos quadriplicar. Não é nada invulgar que um neurocirurgião especializado ganhe 20 mil Euros/mês.
Descontando os ligeiríssimos erros de arredondamento que enfermam a prosa da dra Varela, revisionista no horário laboral, especialista em segurança social marxista no prime time, há uma outra preciosidade que não pode passar incólume: a ideia de que é impossível alguém «produzir riqueza no valor de 1.9 milhões» (os rendimentos anuais de António Mexia), pelo que isto só pode ser rendimento roubado a outros. Este despropósito é a materialização da teoria do valor do trabalho de Marx, que é tão estúpida quanto simples.
Antes de ir atormentar os restantes inquilinos para o cemitério de Highgate, Marx, inspirado numa imprecisão de David Ricardo e Adam Smith, chega a uma fórmula para calcular o valor de um bem: W = k + L, em que W é o valor do bem, k é a quantidade constante de capital necessária para produzir aquele bem e L é a quantidade do factor trabalho. Ora, segundo Marx, o objectivo do capitalista é reduzir o valor que paga ao factor trabalho L, assim maximizando o seu lucro, que será a diferença entre W e o preço de venda P. Mas a teoria tem outros corolários: admitamos que o bem é vendido pelo preço P, bem acima do seu valor W. Como k é constante, Marx deduz que a mais-valia é retirada ao factor trabalho. Igualmente brilhante é a tarte de lama — requer capital e trabalho, cuja soma é superior a zero. Segundo esta teoria, pilar intelectual da dra Varela, a tarte de lama teria um valor intrínseco superior a zero.
Imaginemos agora um qualquer CEO, que não tem necessariamente de ser António Mexia, que toma um conjunto de investimentos estratégicos que rendem à empresa cerca de 200 milhões anuais. Admitamos que esse CEO existe, ou pelo menos admitamos que os accionistas daquela empresa acreditam que ele existe — afinal, pagam-lhe o salário. O CEO podia optar pela estratégia A, que conduziria a um prejuízo de 50 milhões, ou pela estratégia B, que renderia 200. Um CEO com a clarividência de optar pela estratégia B vale à empresa um benefício líquido de 250 milhões. Se receber 1.9 milhões ao ano custará à empresa 0.76% do que lhe permitiu ganhar. Uma pechincha.
No quadro mental da dra Varela isto não pode ter acontecido. Não colando a realidade à teoria, altere-se a realidade. A revolução de Abril deveria ter sido feita por populares e pelo proletariado, tal como Marx havia prescrito no seu socialismo científico? Não há problema. Escreva-se um livro onde se revê a realidade, vendendo aquilo que foi uma revolução gerada pelos interesses corporativos das forças armadas como uma revolução do povo. António Mexia? Roubou trabalhadores, por certo. Assim encaixa na teoria.
Curioso também é o crescente sucesso que a dra Varela tem vindo a ter nos últimos tempos. O valor é subjectivo — há mesmo quem encontre valor em tartes da lama.
“Segundo esta teoria, pilar intelectual da dra Varela, a tarte de lama teria um valor intrínseco superior a zero.”
Muito bom. Até as teses da Raquel Varela tem valor >0
o adversário que convem promover
O modelo de país que a Raquel Varela adora
Milk (regular), (1 liter)Lisboa 0.61 €,Caracas (0.40 €)
Rice (white), (1kg)Lisboa 0.88 €, Caracas (0.92 €)
Eggs (12) Lisboa (1,68€), Caracas (5,86€)
Kg Frango, Lisboa (8,05€), Caracas (15,13€)
Beef kg Lisboa (10,05€), Caracas (31,47€)
Apples kg Lisboa (1,48€), Caracas (6,04€)
Potato kg Lisboa (0,66€), Caracas (6,09€)
Tomato kg Lisboa (1,42€), Caracas (5,26€)
Average Monthly Disposable Salary (After Tax) Lisboa 879.62 €, Caracas (19.23 €)
http://www.numbeo.com/cost-of-living/compare_cities.jsp?country1=Portugal&country2=Venezuela&city1=Lisbon&city2=Caracas
A mim custa-me (em sentido literal e figurativo) saber que temos que andar a sustentar através dos nossos impostos, inúteis do calibre da Raquel Varela que conseguiram criar ou fabricar, com a colaboração de alguém da Univ. Nova (ou seja uma escola pública) que autorizou e sabe-se lá em que circunstancias, toda uma carreira artisticó-investigadora feita à volta de algo exclusivamente ideológico.
Confesso que tenho uma certa curiosidade em saber quais foram os meandros que levaram o concelho cientifico da Universidade a que pertence, a dar anuência à atribuição de um núcleo de investigação à matéria em causa e que lhe vale injustamente e imerecidamente o estatuto de investigadora, equiparada a gente como por exemplo das áreas da Física e da Matemática.
A Raquel é o travesti mais bonito, mas infelizmente também mais tonto e pedante, da televisão portuguesa.
Eu cada vez mais me envergonho de dizer que sou Alumni da UNL.
Agora põem-se a defender o Dr. Mexia. Aqui há tempos gabavam até à náusea os dr. Zienal e o dr. Ricardo Salgado.
Os nosso liberais não aprendem.
Andamos a sustentar aldrabonas e ainda pagamos para lhe dar tempo de antena.
Tem razão jo, O Mário Amorim Lopes caiu na armadilha da artista Raquel Varela e pôs-se a desenvolver um exemplo que lhe convinha a ela. Em vez disso, podia perfeitamente ter pegado num exemplo como tantos que há por ai de gente que com negócios próprios que movimentam e geram valores próximos do exemplo em causa, criam riqueza e geram emprego. Melhor ainda seria confrontar publicamente a Raquel Varela com este exemplo que não demorava muito para vê-la contorcesse e revirasse de raiva.
Por muito que custa à jo e à trouppe do bloco, e à Raquel Varela mais os brutamontes invejosos do PC, a Economia não obedece a ideologias nem a jogos de palavreado (que são especialmente o forte do bloco e com os quais seduz certas mentes), a Economia simplesmente… acontece. Ou não e em vez disso é rebentada intencionalmente como via de nivelação da sociedade que é o que propõe a ideologia defendida pelo partido da Raquel Varela e que pouco ou nada difere do Bloco.
Não, jo, isto não é uma defesa de António Mexia. É uma defesa de quem, de forma legítima, ganha 1.9 milhões ou mais, que a dra Raquel Varela jura só poder ser roubo.
E ainda há quem lhe dê ouvidos?
Um exemplo acabado da “geração mais preparada de sempre”, esta tipa.
Uma burra com um papel que, cá na paróquia, passa por diploma.
Mas o problema não é a indigente mental : o problema reside em quem apadrinha, financia e promove esta banha-da-cobra pseudo-universitária.
Recordemos o negócio do boaventura dos santos, aldrabão estabelecido em Coimbra, com estabelecimento de porta aberta , com variadíssimos bachareis marçanos, e até primeiros caixeiros, prontos a herdarem-lhe a chafarica ( sustentada com os impostos do reles maralhal futrica ) e continuarem o “business”…
Perdoem o lugar comum, mas, como povo, só temos o que merecemos…
Este post é “uma defesa de quem, de forma legítima, ganha 1.9 milhões ou mais”…
Um mestre de uma traineira comanda uma casca de noz em precárias condições, por 10 ou 12 horas seguidas, ao mesmo tempo que é responsável pela segurança de um grupo de homens que, muitas vezes, não passam de um grupo de analfabetos desobedientes.
Um capitão de um “Costa-Concórdia” comanda um barco que quase é auto dirigido em piloto automático, tem ao dispor todos os meios possíveis de comunicação e navegação, além de uma tripulação qualificada, o que lhe permite passar grande parte do tempo em cocktails, jantares e “tempo de qualidade” com passageiras clandestinas.
O Mestre ganha uns 300 € numa semana, o capitão uns 5000 € ou mais, sei lá.
Qual destes possui o rendimento mais “legítimo”?!…
É mais “legítimo” conseguir gerir uma pequena empresa familiar neste país obtendo mil ou 2 mil euros no final do mês, ou é mais legítimo arrecadar 1.9 milhões de rendimento por investimentos quase aleatórios, quando não danosos (certo Zeinal?) com dinheiro que não lhe pertence, obtido por uma empresa que saca o que entende em regime de monopólio? (a propósito senhores da Three Gorges, o petróleo bate recordes em baixa de 15 anos, sabiam?)
Este post é “uma defesa de quem, de forma legítima, ganha 1.9 milhões ou mais”…pois, e isso é que é lamentável! Vão-se encher de moscas!
Este post é “uma defesa de quem, de forma legítima, ganha 1.9 milhões ou mais”…pois, e isso é que é lamentável! Vão-se encher de moscas!
Nem mais. Conversa da treta tem este post.
A Raquel Varela, a Jo, o não-sei quantos das 13:03 e a Maria, é que não conseguem explicar (ou não querem) o facto de apenas poder haver uma justificação negativa para haver quem receba 1.9M. Eu desconfio é que isso se deve mais ao facto de, por incapacidade de conseguirem o mesmo do que ele, metade ou uma ínfima parte que seja e criarem um negócio próprio, terem que desenvolver uma justificação que lhes seja confortável.
A Raquel Varela, a Jo, o não-sei quantos das 13:03 e a Maria bem que se podiam ir encher de moscas mas nem era aqui, era para um desses paraísos assim como a Venezuela ou Cuba onde o lucro é considerado crime e a inveja substitui a Constituição.
Dervich, por algum motivo a Apple foi buscar o Steve Jobs novamente.
O que uma Assembleia Geral de accionistas aprova como remuneração adicional para o seu CEO é dinheiro que é retirado dos dividendos dos accionistas e não dos salários dos trabalhadores.
Os accionistas aprovam na suposição de que o que lhes é retirado por aquela remuneração adicional é mais do que compensado pelo valor adicionalmente criado pela acção daquele CEO.
Uma empresa que tem um CEO que contribui para que seja criado mais valor do que se não o tivesse é também uma empresa que, para além de pagar mais em dividencos aos accionistas pelo facto do capital por eles investido ser mais produtivo, paga também melhor aos seus trabalhadores, também eles globalmente e individualmente mais produtivos.
Ninguém tira nada a ninguém, é criado mais valor, mais riqueza, ganham todos !!
O trabalho do gajo do Casta-Concórdia gera mais lucro que o do desgraçado da traineira. Ponto. Não é difícil. Não gostam? Mudem de emprego.
Estranho temos os esquerdistas a protestarem 1,9 milhões – note-se que nunca o fazem com actores e artistas – mas estranhamente não protestam Poder
Poder muito mas muito superior aos 1,9 milhões que por exemplo um Primeiro Ministro Português tem. Isto para não falarmos do Poder dos ditadores de que gostam.
Independentemente das opiniões da Dr. Varela ou do que o Sr. Lopes ache delas, começar um post por “adornando a pérolas, sombra e rímel” é um acto de pura e simples misoginia. Não invalida por si só os argumentos que coloca depois, mas desvaloriza claramente o seu autor. Esperando que seja capaz de perceber isso.
Caro Peregrino a Meca, não, não percebo. Mas percebo que existem uns maluquinhos por aí que vêem misoginia em tudo. Por ventura terá avistado algum?
A sua resposta é uma belo exemplo de retórica… se bem que não muito elegante.
Mas até posso explicar. Ao fazer a referencia em primeiro lugar aos “adornos” (femeninos) da dra. Raquel Varela está a reduzir o seu discurso à sua condição de mulher, ou como se se valesse da sua condição de mulher para dizer o que diz. Isso, é misogenia. No entanto agora já não estou à espera de que perceba.
Caro Peregrino a Meca, a referência aos adornos era uma metáfora: mostrar como ideias antigas, desmentidas, falsificadas e disparatadas podem ser vendidas com aggiornamento, modernismo, desde que com outra roupagem. Ou seja, era a figura em si a que eu fazia referência — uma pessoa moderna, bem arranjada, com ideias defuntas. Esqueça a Raquel Varela e pense num qualquer homem, bem vestido, eloquente, a passar esta mesma ideia. Troque rímel e pérolas por uma gravata e botões de punho, e a ideia mantém-se.
Que não percebeu isto é óbvio. No entanto, o seu comentário serve um propósito pedagógico — ilustra a maluquice a que o movimento feminista deu origem. Vêem machismo, patriarquismo ou misoginia em tudo, como um maluquinho também vê aquilo que não existe.
Concordo com o post relativo a Raquel Varela, a senhora é na verdade um fóssil do pensamento armada ao pingarelho e ainda por cima sustentada por todos nós como investigadora. Quanto à desigualdade provocada pelos «altos quadros» como lhe chama Piketty já não concordo tanto. Não me apetece ir agora abrir novamente o livro do capital mas recordo-me que ele dá o exemplo de uma greve de mineiros na África do Sul para ilustrar a desigualdade de salários entre os «altos quadros» e os simples trabalhadores usando a lei da produtividade marginal. Creio que Piketty desmancharia com muita facilidade o argumento que o comentador Fernando S apontou. Não sou economista pelo que tecnicamente nunca poderei discutir com alguém que o seja em igualdade de circunstâncias mas em abono da verdade esta questão lateral a Raquel Varela não concordo. Quanto ao personagem Raquel Varela e a sua fossilizada utopia estou de acordo.
Não ligue Mário, o objectivo do peregrino é afastar o debate do essencial. Tal como Churchill disse: “O socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja.
Seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria.” Como as mentes brilhantes de esquerda não conseguem refutar, limitam-se a criar confusão e ruído no debate.
“Uma empresa que tem um CEO (…) para além de pagar mais em dividencos aos accionistas pelo facto do capital por eles investido ser mais produtivo, paga também melhor aos seus trabalhadores, também eles globalmente e individualmente mais produtivos.
Ninguém tira nada a ninguém, é criado mais valor, mais riqueza, ganham todos !!”
É para rir?
“Eu desconfio é que isso se deve mais ao facto de, por incapacidade de conseguirem o mesmo do que ele, metade ou uma ínfima parte que seja e criarem um negócio próprio, terem que desenvolver uma justificação que lhes seja confortável.”
É para chorar?
O facto é que não usou “gravatas e botões de punho” noutra entrada. Usou rímel e pérolas nesta. E sejamos honestos, também não usaria. O seu post não perderia a sua linha de raciocínio se o seu início fosse outro (estando-se ou não de acordo com o seu conteúdo). Mas evitaria este debate estéril sobre como a desqualificação misógina latente é um reflexo da nossa sociedade que, apesar de que conscientemente tentamos combater (não tenho razões, ainda, para por isso em causa), continua a imiscuir-se no discurso. Se bem que se calhar está demasiado acima de esta questão para que sinta que esta lhe diga respeito.
Enfim, já vai no segundo insulto de maluquice, devemos esperar pelo terceiro?
Do artigo dela:
Já um médico ganhar 2 mil euros ao fim de 30 anos de serviço, o que significa que de facto tem um salário de reprodução biológica, que lhe permite pagar as contas deles e dos filhos e pouco mais
Se 2mil e tal euros não dão para mais do que pagar contas e tratar dos filhos, que se imagine o que faz quem tem o salário médio nacional, já nem falo no salário mínimo.
Peregrino a Meca, em outros posts eu já fiz alusão a gravatas e botões de punho num tom jocoso. Era o que faltava — aliás, depois da sua intervenção só o reforçarei — que venha um nazi do feminismo dizer o que eu posso ou não dizer, e como o posso dizer, e explicar-me porque é que eu o disse. Se você diz que existe uma «desqualificação misógina latente», eu lhe explico que não, que não tenho qualquer desconsideração por mulheres, bem pelo contrário, e você continua a insistir que, bom, ela está lá, eu é que nem sequer me apercebo que ela está lá — que é como quem diz, imagina coisas — a isto chama-se o quê?
Bom, a terceira foi a vencida, porque:
1. não lhe impedi de expressar-se como bom lhe apeteça. Fiz um comentário ao seu post e à forma como o iniciou e a minha opinião e analise sobre tal começo. Se isso lhe incomoda pode sempre deixar de escrever posts ou bloquear a caixa de comentários. Ou embarcar em peixeiradas, claro, mas não me parece que esteja a contar comigo.
2. Três insultos de maluquice são conta que chegue. E argumentos a menos
3. “Nazi do feminismo” só de si já diz muita coisa. Mas eu é que não tenho interesse em dizer mais nada.
Está mal. Os salários médios e mínimos é que estão muito mal.
Um médico “queimou” neurónios durante 6 anos (sem falar dos 12 anteriores) e ainda continuou a “queimar” durante outros tantos para se especializar. E continuará a “queimar” ao longo da vida. Não tem direito a um salário acima da média? Há muitos parasitas a ganharem bastante mais.
Concordo com o Peregrino. Não havia necessidade.
Peregrino a Meca, deixe lá a misogenia e diga-nos antes o que pensa do pensamento da Raquel. Contribua aqui pela positiva e deixe lá essa ideologia da utopia para trás. Agradecido.
Peregrino a Meca, este é a última resposta que terá a um não-assunto. Você fez uma acusação — que aquele comentário era misógino. Eu expliquei-lhe que não, que aquele comentário não pressupõe ódio a mulheres, mas a recauchutagem de um argumento defunto numa bela embalagem. Era um elogio, até. Você insiste que o comentário é misógino, mesmo após esta explicação. Na sequência disto, desculpar-me-à mas maluquinho não é um insulto, é uma mera constatação. Não há argumentos que sobrem.
Direito? As pessoas têm direito a salários porque estudaram muito? E quem lhes paga esse salário a que as pessoas têm direito? 5 mil Euros mês não será um pouco, 5x acima da média? Maria, em que mundo vive?
maria, quando escrever um artigo para o seu blog terá em atenção o manancial de causas do politicamente correcto, garantindo assim que evita todas. Se querem continuar a sugerir que aquilo foi um comentário misógino sugiro que comecem o vosso próprio espaço para o efeito. Comentários subsequentes sob essa temática offtopic serão filtrados e transferidos para um artigo sobre maluquinhos que vêem misoginia em tudo.
O autor desce ao nível da raquel quando afirma que um cirurgião não ganha 2200 euros por mês e atira com 20000 euro para o ar sem saber do que fala.
Os portugueses ignoram que um médico especialista recebe por 40 horas por semana, menos de 2200 euro líquidos(isso será para os chefes dos serviços), intoxicados há décadas por estes ressabiados.
Falam em dezenas de milhares de euros, sem referir que descontados os IRS e SS, o que
ganham no privado ronda entre 30%do que cobram, mas à custa de semanas de 60 a 70 horas de trabalho fora as horas de estudo em casa….
Se é assim tão bom porque razão os médicos mais velhos se reformam antecipadamente e os mais novos emigram?
Vão ficando os que ainda não estão suficientemente desmoralizados para mudar famílias e haveres para outras paragens.
ric, pode consultar a tabela salarial que coloquei para o efeito, assim evitando um comentário completamente despropositado, assim como o tempo despendido a escrevê-lo.
“Os accionistas aprovam na suposição de que o que lhes é retirado por aquela remuneração adicional é mais do que compensado pelo valor adicionalmente criado pela acção daquele CEO.
Uma empresa que tem um CEO que contribui para que seja criado mais valor do que se não o tivesse é também uma empresa que, para além de pagar mais em dividendos aos accionistas pelo facto do capital por eles investido ser mais produtivo, paga também melhor aos seus trabalhadores, também eles globalmente e individualmente mais produtivos.
Ninguém tira nada a ninguém, é criado mais valor, mais riqueza, ganham todos !!”
Há muito, muito tempo, numa galáxia longínqua…era isto que acontecia. É pena não acontecer no planeta Terra, no século XXI.
Quanto a Jobs, em todas as épocas e contextos houve vendedores de banha da cobra.
Melhor dizendo: Não há duvida de que ele foi inovador em múltiplas áreas e que os seus produtos eram bem concebidos, mas convencer potenciais clientes da necessidade de resolver problemas que, de facto, não têm e fazê-lo gastando cinco vezes mais do que seria normal, é arte de banha da cobra.
Mas esta questão já foi aqui debatida:
https://oinsurgente.org/2015/03/09/porque-vale-tanto-um-iphone/#comments
Dervich, quero lá saber se os clientes da Apple são burros ou não. Na lógica da empresa, compensou ou não tê-lo como CEO? A resposta é uma apenas: claro que sim. Valeu bem os milhões de dólares que recebeu em acções da Apple.
Livre concorrência. Algo que não existe com a EDP, daí o exemplo ser extremamente pertinente. Será que um jovem recém-licenciado em economia ou gestão, que tem salários na casa dos 1000€, conseguiria obter o mesmo resultado ou semelhante ao do Mexia? Estou convencido que sim, aliás, fosse eu “dono” da EDP nas actuais condições de mercado, não pagaria nunca tal salário ao seu administrador porque, pura e simplesmente, é fácil num mercado como o nosso a EDP ser aquilo que é e apresentar os lucros que apresenta.
Agora onde a Raquela quer chegar, nós sabemos bem: começa por questionar um salário de 1.9M€ mas quer nivelar todos os salários por igual; a verdadeira essência do socialismo. Não tenham dúvidas; começa por comparar o Mexia com o Médico, mas o que ela quer é ver o médico a receber o seu salário em senhas de refeição.
antónio : “Creio que Piketty desmancharia com muita facilidade o argumento que o comentador Fernando S apontou.”
Fico então a aguardar o contra-argumento “desmanchador” !… 😉
.
antónio : “o exemplo de uma greve de mineiros na África do Sul para ilustrar a desigualdade de salários entre os «altos quadros» e os simples trabalhadores usando a lei da produtividade marginal.”
Uma greve de trabalhadores que acham que as diferenças salariais relativamente aos “altos quadros” não se justificam por diferenças de produtividade é algo de banal e que não prova em si que tenham razão.
Mas já que estamos em Africa, é um bom exemplo prático em como diferenças elevadas de remuneraçöes se podem perfeitamente justificar pela enorme diferença de produtividade : em muitos paises africanos e em diferentes momentos de instabilidade e insegurança, quando os “altos quadros” (normalmente brancos ou asiáticos) eram afastados ou partiam o que acontecia era que a produção …. baixava significativamente e, a certo ponto, parava !!…
Isto é, a produtividade global dos que ficavam, trabalhadores e quadros locais, médios e intermédios, baixava considerávelmente levando quase sempre à paralização e ao fecho da empresa num prazo relativamente breve !
Eu gostava muito de saber é:
1) quanto é que a Raquel Varela aufere de salário mensal?
2) qual é a produtividade da Raquel Varela?
3) qual é o valor em euros do trabalho realizado pela Raquel Varela?
Dervich : “É pena não acontecer no planeta Terra, no século XXI.”
Não há empresas que pagam milhões ao seu CEO, que distribuem dividendos interessantes aos accionistas, e que pagam aos seus quadros e trabalhadores muito melhor do que outras empresas com menos sucesso ???!!!!….
Revoltado : “fosse eu “dono” da EDP nas actuais condições de mercado, não pagaria nunca tal salário ao seu administrador porque, pura e simplesmente, é fácil num mercado como o nosso a EDP ser aquilo que é e apresentar os lucros que apresenta.”
Pelos vistos, não é o que pensam os accionistas da EDP.
Serão parvos e masoquistas ?!…
Revoltado : “Agora onde a Raquela quer chegar, nós sabemos bem: começa por questionar um salário de 1.9M€ mas quer nivelar todos os salários por igual; a verdadeira essência do socialismo.”
Bem visto !!… 🙂
Revoltado : [a Raquela] começa por questionar um salário de 1.9M€ mas quer nivelar todos os salários por igual”
Enfim, todos …. menos o dela e da nomenklatura a que pertence !!
Um médico não pode ser compensado pelo investimento que fez e faz na sua profissão? Valha-me são gregório.
Não fique ofendido, mas falar em objectos decorativos, nem ao Eça lembraria.
Quer mandar-.me dar uma curva, faça favor…
A essência do que Raquel Varela está dizendo é: Deveria existir um ente que determinasse o que cada pessoa deve ganhar. Evidentemente,as pessoas que dirigissem tal ente seriam os verdadeiros donos de todas as coisas, mas Raquel Varela nunca vai dizer isso,
O valor máximo é de cerca de 5000 BRUTOS. Líquidos? Façam as continhas.
http://www.dn.pt/portugal/interior/medicos-nacionais-ganham-menos-do-que-os-de-13-paises-europeus-4468005.html
Médicos nacionais ganham menos do que os de 13 países europeus
Valores mais baixos tornam o país menos atrativo para clínicos estrangeiros. Mesmo para os de países que ainda pagam menos e que preferem ir para o Reino Unido e França
Portugal está na segunda metade da tabela no que diz respeito aos salários dos médicos na Europa. No topo da lista constituída por 23 países, e que foi elaborada pela Associação Europeia dos Médicos Hospitalares, está a Bélgica, cujo ordenado máximo pago aos clínicos ronda os 16 mil euros e o mínimo os seis mil. Portugal, no 14.º lugar, está a pagar um mínimo de 1566 euros brutos mensais (a internos do ano comum) e um máximo de 5063 euros a assistentes graduados seniores no tipo da carreira, de acordo com a tabela salarial das 40 horas semanais.
Na última semana soube-se do interesse do Ministério da Saúde em contratar médicos espanhóis junto à fronteira para combater a falta de médicos de família no interior do país. As condições oferecidas são as mesmas dadas aos médicos portugueses, mas que se mostraram pouco atrativas para os clínicos do país vizinho. Em cima da mesa estão 2700 euros mensais brutos, inferiores, por exemplo, aos valores praticados no País basco: 4200 euros. Mas não é só Espanha que paga mais aos médicos.
Os médicos e os salários …
10 Casos
Especialista em dermatologia desde 1999
Valor bruto 2008€/ V alor líquido 1319€
Paulo Varela tem 47 anos. Começou a trabalhar no SNS em 1992 e é especialista em dermatologia desde 1999. Tem um contrato por tempo indeterminado como assistente hospitalar graduado de dermatologia no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho. Trabalha em regime de 35 horas sem dedicação exclusiva, com redução de horário e salário a 80% por aplicação de um decreto de 1999. Exerce também no privado.
Neurorradiologista com contrato individual
Valor bruto 2440€/Valor líquido 1556€
M. tem 36 anos, trabalha no SNS há 12 anos, os últimos cinco já como especialista em neurorradiologia. Tem um contrato individual de trabalho para 35 horas semanaisl num hospital da zona Centro, que não obedece a escalões de vencimento e não oferece possibilidade de progredir na carreira, explica. O contrato individual de trabalho não permite regime de exclusividade, pelo que pode trabalhar em clinica privada, o que faz esporadicamente. Na folha de vencimento que enviou ao i, 107,23 euros correspondem a quatro urgências nocturnas de 12 horas, do período das 20 horas às 8 horas do dia seguinte. Dá 2,2 euros por hora.
Director de serviço, no SNS há 37 anos
Valor bruto 1686€/Valor líquido 1182€
Davide Carvalho tem 61 anos e trabalha no SNS há 37 anos. É director do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital de S. João desde 2010. Licenciou-se em Medicina em 1976 e é médico especialista há 28 anos. Tem um contrato de 35 horas no SNS em acumulação com o trabalho de professor regente na Faculdade de Medicina do Porto, o que abate 2000 euros no salário de médico, valor pago pela universidade. Trabalha no sector público das 8h às 14h e duas tardes das 15h30 às 20h. Trabalha no privado três vezes por semana, das 15h30 às 20h.
Último ano de internato de medicina familiar
Valor bruto 1835€/ V alor líquido 1345€
Marcos Agostinho tem 41 anos e trabalha 40 horas por semana na USF D. Jordão, na Lourinhã. Está no quarto e último ano do internato de Medicina Geral e Familiar, sem perspectivas que o salário melhore quando concluir a especialidade. Por lei, já devia ter subido de escalão da tabela de interno, mas o pedido na Administração Regional de Lisboa ainda não foi aceite. Significaria mais 100 euros por mês, diz. Estes são os valores do vencimento de Agosto. Normalmente recebe 1400 euros mensais líquidos mas este mês foram descontados os dois dias de greve dos médicos, a 8 e 9 de Julho. Trabalha só para o SNS, porque não tem tempo e oportunidade para exercer no privado e também por razões familiares.
Ortopedista chega às 64 horas por semana
Valor bruto 3868€/ V alor líquido 2239€
Carlos Maia Dias é médico ortopedista desde 2012 e chefe de uma das equipas de urgência de Ortopedia no Hospital de Santarém. Tem como salário bruto 2756 euros para 40 horas de trabalho semanal onde estão incluídas 18 horas na urgência. Mas todas as semanas faz mais seis horas extra, 24 por mês. Aumenta o vencimento mas abdicava delas: passa cinco noites por mês no hospital e faz mais horas para assegurar as escalas, por falta de pessoal. Trabalha também no privado, onde diz ser melhor remunerado e onde vê doentes que pagam menos por consulta que de taxa moderadora.
Médica e doutoranda nos tempos livres
Valor bruto 2707€/ valor líquido 1902€
M. é médica especialista em Genética Médica e tem contrato individual de trabalho sem termo como assistente num hospital da zona de Lisboa desde Abril de 2012. Admite ter tido sorte, porque muitos colegas ainda não entraram na carreira. Mas a satisfação termina por aí: não trabalha 40 mas 80 horas, porque nos “tempos livres” está a fazer o doutoramento e tem duas filhas pequenas e um marido bolseiro, com vencimento de 980 euros/mês, pelo que não pode suspender o trabalho para continuar a formação. Lamenta que a actividade científica não seja valorizada na profissão médica em Portugal, quando em países como Inglaterra chega a representar 40% do horário dos profissionais.
Médica de família há quase quatro anos
Valor bruto 1996€/ V alor líquido 1282€
Ângela Neves, de 34 anos, fez o internato em Medicina Geral e Familiar nos Hospitais da Universidade de Coimbra e em Outubro de 2010 foi colocada como médica de família no centro de saúde de Castanheira de Pera, a 65 km de casa. Onze meses depois pediu para ir para a Unidade de Saúde Familiar de Arazede, onde hoje trabalha e onde já tinha estado no internato. Tem um contrato de trabalho de 35 horas e em Novembro pediu a passagem para dedicação exclusiva com 42 horas, que não foi autorizada por já não ser uma hipótese. Pediu entretanto a passagem ao regime de 40 horas, negociada em 2012 com os sindicatos para garantir maior cobertura de utentes e aumento de vencimento, estando a aguardar resposta.
Médico de família há 33 anos no SNS
Valor bruto 2241€/ V alor líquido 1690€
Aos 59 anos e com 33 anos de carreira no SNS, o vencimento de J. varia todos os meses e no recibo são tantas as alíneas que nem as consegue decifrar. De salário base pelas 35 horas semanais num centro de saúde do Norte recebe 2 240,19, a que acresce um complemento de clínica geral calculado em função do concelho onde está colocado e utentes, de 92 euros. Com os descontos para a CGA, ADSE e IRS recebe ao final do mês valores que variam mensalmente entre os 1500 e os 1900 euros. Não se importava de trabalhar 44 horas por semana tendo o mesmo salário bruto que o governo paga pelos médicos cubanos e em exclusividade . De momento, diz não ter alternativa senão fazer também privado.
Internas de psiquiatria com horas extra
Valor bruto 2109€/ V alor líquido 1356€
Ana Dias Amaral tem 26 anos e trabalha no SNS desde Janeiro de 2013. Está no primeiro escalão do internato médico, a especializar-se em psiquiatria no Centro Hospitalar de São João, Porto. Trabalha 40 horas em exclusividade mas, no último vencimento, ao salário bruto base de 1835,41 acrescem 12 horas de urgência diurna feita num domingo dois meses antes, pagas por 31,77 euros, 2,65 euros/hora. Na mesma situação está Filipa Moutinho, interna da mesma especialidade noutro centro hospitalar e com o mesmo salário base. Em Maio fez mais 42 horas suplementares, pagas no conjunto a 2,34 euros cada.
Médico de família no interior
Valor bruto 2134€/Valor líquido 1345€
Tiago Santos é de Vila Nova de Gaia e terminou a especialidade em Medicina Geral e Familiar em 2010. Está no interior, na USF Almonda, em Torres Novas, onde trabalhou um contingente de médicos porto-riquenhos, que no período inicial tinham direito a transporte e alojamento, o que os colegas nacionais mesmo deslocados não têm. Mantém um horário de 35 horas, apesar de em Janeiro de 2013 ter pedido a passagem para as 40 horas. Apesar de ver 90% dos utentes apontados como limite máximo para estar neste regime, o seu pedido não tem sido aprovado e sente que os serviços o encaram como limite mínimo. Não tem exclusividade e duas vezes por mês faz horas num lar, ganhando por isso 60 a 100 euros mensais.
Um chefe de serviço existe ao virar da esquina. São tantos os corredores que há chefes de serviço às paletes.
Fernando S, o contra argumento desmanchador como lhe chama deverá fazer o favor de o procurar no livro do capital do Piketty. Quanto ao exemplo Africano lamento mas também não concordo consigo pois essas nações Africanas são falhadas não é por ignorância mas sim por causa da corrupção muitas vezes com a conivência doa «altos quadros». Sei que sabe do que estou a falar… Poderá perceber isto que afirmo no livro “Porque falham as nações” de Acemoglu pois está lá tudo. Fernando S, como já disse anteriormente não sou economista e nutro uma repulsa pelo pensamento fossilizado de Raquel varela mas neste aspecto dos altos quadros tenha paciência mas os seus salários por muito que se queira não reflecte a respectiva produtividade marginal. Ponto.
A ignorância deste Sr em termos de organização hierárquica e progressao na carreira médica é confrangedora. Sr jornalista, dê um exemplo de 1 cirurgião que ganhe isso, encontre 15 no pais e mesmo assim fica bem aquem do salário auferido pelo Sr Mexia. Eu pessoalmente acho que os jornalistas ganham fortunas (digamos 30000 €/mes) para escrever histórias da carochinha disfarçadas de notícias, que fogem aos impostos e que aceitam subornos para denegrir pessoas e instituições de forma premeditada. Acho que perseguem carros funerários para publicar as vidas das pessoas com um toque “gore”. Pronto. Fiz à sua profissão e a todos os jornalistas o que eles fazem aos médicos. Só que eles salvam vidas e o sr faz exercícios de onanismo intelectual com base a falácias e “mitos urbanos” para aumentar a sua audiência. Get a life!
Maria não seja “despropositada”.
Toda agente sabe que os médicos se abotoam com dezenas de milhares de euros à custa do sofrimento alheio.
Não trabalham, não estudam toda a vida, não são avaliados ao longo da carreira, vão “prá privada” encher os bolsos a troco de nada.
Qualquer um podia fazer o mesmo muito mais barato não fora os previlégios da lei e da Ordem dos Médicos.
O ric sabe muito. Parabéns. Leia o Dario, que já não há paciência …
ric, está a bater na porta errada. Este artigo não é uma bula anti-médicos. Claro que pode continuar a combater moinhos de vento, idealmente noutro lado qualquer.
Caro Dario, para a próxima leia o artigo. A tabela salarial acompanha-o. A propósito, não sou jornalista.
Mas porque carga d`água foi buscar o salário dos chefes de serviço e quando já são séniores, e ainda quando trabalham 40 horas semanais. A maioria trabalha 35 horas. E não discorre acerca de qualquer coisa como “20 000 euros por mês”? Isto é o quê? Batatas?
maria, leia o artigo. O meu e o da Raquel Varela. Raquel Varela refere um médico com 30 anos de serviço. Tal médico já é chefe de serviço há muito tempo.
Com 60 e tal comentários, era inevitável que a Lei de Godwin viesse ao de cima. 🙂
Todos? O que é um chefe de serviço? Estou a ficar baralhada.
Oi cara Bruno, você é muito inteligente. Gostaria de conhecê você noutra situação, viu cara?
Pingback: Oh Lopes, my dear! | Raquel Varela
Da dra. Varela não vale a pena falar, talvez só comentar que é baratinha para a risota que proporciona.
Agora a remuneração do dr. Mexia classifico como remuneração de propriedade intelectual de altíssimo calibre! Afinal conseguir que alguém acredite que ele é imprescindível para tomar decisões entre perder 50 e ganhar 200 é de artista. Ou atafulhar uma empresa de dívida a pagar em muitos anos para investir em projectos que podem ou não conseguir pagar essa dívida no longo prazo mas sempre garantindo que a sua comissão é paga à cabeça… puro génio! Fica-se com a ideia de que só tem Varelas como accionistas. Ou “Valelas” no caso…
Ou talvez não, que os Valelas não se queixam da sua parte da comissão, os dividendos, aquele “billionzito” de euros que sobra sempre do que nos suga.
Chegamos então à verdadeira obra-prima do mestre, o petróleo que descobriu na cabeça vazia de tantos e tantos Varelas que nos têm governado ou “regulado” o sector: aquela magnífica factura que nos chega a casa regularmente, com tartes de lama de várias cores, com imensos termos técnicos, vazios, cheios, megawatts e défices tarifários ou audiovisuais, tudo para nos agradecer a fidelidade com que uma casa só habitada aos fins de semana em Lisboa paga mais de eletricidade do que a de um Suiço com os aquecimentos todos no máximo 24h por dia…
A este artista só consigo fazer uma única sugestão de melhoria, na sua senda por tornar perfeitamente transparente o eterno esbulho a que nos condenou: em vez de “caro cliente” passar a iniciar as cartinhas com “caro cliente/contribuinte”.
Consumado esse supremo cinismo, por mim podem encomendar a estátua.
antónio : “nutro uma repulsa pelo pensamento fossilizado de Raquel Varela”
Concordo, eu também …
É verdade que é um pensamento (marxista) antigo e já largamente criticado e desmistificado mas que é hoje apresentado de forma mais desempoeirada e adaptada pelo que, infelizmente, acaba por estar muito na moda e por ser partilhado por muita gente.
Piketty é de resto um bom exemplo de “Marx revisitado” ! (o titulo do seu livro principal não é inocente)
Raquel Varela é “pikettista” !!… 🙂
.
antónio : “Fernando S, o contra argumento desmanchador como lhe chama deverá fazer o favor de o procurar no livro do capital do Piketty.”
Não encontrei !… 😉
.
antónio : “essas nações Africanas são falhadas não é por ignorância mas sim por causa da corrupção muitas vezes com a conivência doa «altos quadros».”
São dois aspectos diferentes de uma mesma realidade.
Por um lado, aquele a que o antónio faz justamente referência, temos a corrupção “passiva” das nomenklaturas” locais e “activa” de interesses privados locais e estrangeiros.
Mas por outro temos também o facto da falta de capital e do baixo nivel de qualificação da mão-de-obra local ser parcialmente colmatado com investimentos, quadros dirigentes e pessoal qualificado provenientes do estrangeiro. Se não fossem as empresas e os quadros estrangeiros a situação destes paises seria ainda bem pior.
De resto, a tal corrupção acaba mais por prejudicar do que favorecer e potenciar o tipo e a qualidade do investimento estrangeiro que mais poderia contribuir para o desenvolvimento das economias destes paises e para o bem-estar das respectivas populações.
.
antónio : “os seus [dos altos quadros] salários por muito que se queira não reflecte a respectiva produtividade marginal.”
O conceito de “produtividade marginal”, juntamente com outros, serve sobretudo para explicar teóricamente os mecanismos de determinação das quantidades e preços de equilibrio dos bens e serviços nos respectivos mercados.
Mas o que mais importa aqui é que, desde que o nivel de liberdade e concorrência nos mercados seja elevado (ou seja, descontando eventuais rendas de situação não económias), as remunerações dos diferentes factores produtivos, incluindo o trabalho e a capacidade de gestão, tendem a corresponder aos valores das respectivas contribuições para a criação de riqueza.
Os vossos comentários e o próprio post retrata bem que pessoas são. Ofender nunca foi e nunca será apresentar argumentos.
Se fosse a si entrava em contacto com alguém que possa despedir a Raquel. Penso que é um ato absolutamente democrático. Aliás, quem é que ela julga que é para por em causa um ordenado de mais de 1 milhão de alguém que honestamente não vale nada? Quem é que ela julga que é para apresentar recibos de vencimentos dos médicos defendendo uma maior justiça e equidade?
É mesmo uma mulher sem caractere. Onde já se viu. E eu que pensava que já tinham silenciado todos os de alguma forma incomodam com argumentos e documentos. Bandidos pá!
Isto está tudo trocado. Silenciamos os jornalistas. Despedimos pessoas e fazemos todo o tipo de chantagem que aprendemos nos livros e sempre surge uma Walking dead.
Chamar uma licenciatura de investimentos estratégicos. Nem que fosse tirar um doutoramento aos EUA. O que vale não é o que você tem, vale o que você representa. E aqui para nós que ninguém nos ouve, se tivesse chegado ai pela sua inteligencia e honestidade hoje certamente tinha um pequeno negócio na esquina porque pessoas como você só sobem ás custas dos outros, trepam, engraxam e eliminam. São miseráveis. Nós não esquecemos. Nós não perdoamos. Nós somos os 99%. Aguarde-nos!
Porque é que o Mário Amorim Lopes em vez do António Mexia não utilizou o exemplo do Zeinal Bava. Pois não convinha, estes gestores de topo em Portugal de topo só mesmo o salário, refugiam-se em monopólios naturais, na grande distribuição ou em organismos públicos. Ser empreendedor e tomar riscos é para os outros. O que mais espanta é que ainda exista quem os defenda, das duas uma ou é ingenuidade ou têm relações com esta “seita” e dependem deles para a sua carreira profissional. Eu cá não sou ingénuo para acreditar que os outros o são.
Já agora António Mexia foi ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, foi ele que negociou as taxas que hoje todos pagamos e representam uma parte substancial da fatura da electricidade: Custos de Manutenção de Equilibrio Contratual e muitas outras.
O pagamento por estes favores feitos à EDP foi a sua contratação pouco tempo após sair do Governo, é assim que se fazem os gestores de topo em Portugal.
Queria fazer uma crítica à Raquel Varela e escolheu mal o argumento que resolveu utilizar.
Um «doutorando em gestão de saúde», de sua graça Mário Amorim Lopes, veio a público defender o salário de 1,9 milhões de euros de António Mexia ofendendo-me, e afirmando que «Um cirurgião com 30 anos de carreira é um assistente graduado sénior (chefe de serviço), que recebe, no regime de 40h, 5.063,38€/mês de salário base, um pouco acima dos tais 2.200€. Se a isto acrescentarmos as cirurgias que faz fora do horário laboral o valor tende a duplicar, em alguns casos quadriplicar. Não é nada invulgar que um neurocirurgião especializado ganhe 20 mil Euros/mês.». Não é nada invulgar que estas notícias acabem na capa de um jornal, colocadas por uma agência de comunicação, passadas pela mão de um editor que leva a sério as contas apresentadas por estes jovens ansiosos por chegar aos corredores do Ministério da Saúde para traficar com um bem essencial, a saúde de toda uma população.
Este candidato a gestor hospitalar, irritado com as minhas «pérolas e sombra dos olhos», que, segundo ele, são a base da audiência do vídeo onde falo do tema, merece a nossa atenção. O salário que referi líquido é 2200 euros, líquido salientei, e inclui já o subsídio de alimentação, o subsídio de Natal em duodécimos e 12 horas de urgência semanal. Quem faz privada ganha ainda menos, porque deixa o regime de exclusividade. Mais, todo o salário é consumido (casa, alimentação, gasolina) e portanto recai sobre ele impostos regressivos – IVA, etc. Já o salário de 1,9 milhões de António Mexia é pago em grande parte em dividendos, protegidos de facto fiscalmente ao contrário dos rendimentos do trabalho, e tudo o que este consome (carro, gasolina, casa etc. – tudo benesses dos gestores) entra como custo de produção das empresas e portanto é repassado para o consumidor final, ou seja, pago por nós.
Diz ainda este futuro gestor que António Mexia ganha o que ganha porque faz «investimentos estratégicos». A teoria do valor-trabalho para estes licenciados em economia é mecânica quântica porque o que eles conhecem de economia é algo que eu resumo em duas linhas: dizer uns cretinismos em inglês, ir para empresas privadas que foram durante anos capitalizadas com dinheiros públicos, que por isso se tornaram super-rentáveis, chegar lá, parti-las às postas, colocar em subcontratação os trabalhadores, pagar-lhes mal e, à medida que despedem trabalhadores vão distribuindo «resultados positivos», os tais «investimentos estratégicos». E quando está tudo distribuído anunciam a falência da empresa, pedem ao Estado para assumir os prejuízos porque há o «risco sistémico» – foi assim com a Banca, a PT e assim será com a EDP e com o Serviço Nacional de Saúde se em vez de médicos, utentes, profissionais de saúde a gerir a saúde, como era até aos anos 80, tivermos estes «business man». Este, por exemplo, ao primeiro olhar sentimos as pernas trémulas, este…George Clooney charmoso que não deixou de reparar nas minhas pérolas. Oh Lopes, my dear!
Para um curso sério sobre teoria do valor trabalho o professor da USP de economia, meu colega e amigo Jorge Grespan.
Mário Amorim Lopes, porque é que não se dedica antes a escrever sobre modas e bordados? Sendo assim, já não lhe calhava tão mal falar sobre pérolas e sombras dos olhos a despropósito. Quanto aos seus argumentos, nada de novo, continua a verborreia iniciada há quatro anos, destinada a denegrir as classes profissionais e a colocar portugueses contra portugueses. Alberto Silva, explicou muito bem porque é que António Mexia ganha tanto dinheiro, nada a acrescentar, o país tem vivido neste prejuízo constante da relação íntima entre política e empresas. Achar que os médicos ganham bem e que Mexia não ganha uma exorbitância, parece-me ser digno de alguém que não consegue distinguir entre uma formiga e um elefante. Agora, o que acho estranho, ao avaliar muitos comentários aqui expressos, é que muitos portugueses sentem-se ás vezes prejudicados por outros ganharem cinco tostões a mais, mas adoram ver quem ganha fortunas colossais – será que todas as pessoas que exprimiram aqui opiniões são accionistas da EDP e estão contentes com os dividendos recebidos? E, entre estas pessoas, nenhuma delas paga mensalmente uma das electricidades mais caras da Europa?
http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2016-01-11-Desabafo-de-um-jovem-medico-torna-se-viral
eu acho fenomenal a teoria de “valor acrescentado” subjacente ao raciocinio deste nosso ilustre. Ora o Cirurgião ganha 5.000€ porque no fundo é pago pelo seu trabalho , e de resto só consome recursos que não são seus – aliás, mísero funcionario publico que habita a rubrica contabilistica da despesa desta nossa economia moderna tão bem compartimentada. Ou o neurocirurgião salva um qualquer trabalhador hiperprodutivo, como o Mexia, e vale 1.9ME, só num dos seus dias de trabalho, embora possa salvar uns mais humildes 100 trabalhadores de 190 mil , gerando igual valor num semestre, ou mesmo 365 ou 700 de 100 mil / euros anos e assim meter o Dr.Mexia numa mesma escala.
Outra perspectiva do valor acrescentado é que hoje em dia, fruto do crescimento da Medicina empresarial lucrativa ( que movimenta 8mil milhoes/ ano e gera muiiiitooo lucro, ou valor acrescentado…) , Portugal acaba por gastar em saude ( da mesma populacao) , o dobro do que gastaria só com o SNS. Dito assim até parece que lhe trocaram as voltas, não é? São equações sr. Economista, e daquelas de chavetas..
Pérolas a..
Alberto Silva,
A EDP é uma empresa que opera num mercado concorrencial, já não é um monopólio como antigamente. Se continua com mais de metade da quota de mercado então é porque os clientes não querem mudar, nesse caso ganha a EDP e perdem os clientes por exclusiva vontade própria.
Se a EDP detém mais de três milhões de contratos, então pode-se dizer que tem grande volume de vendas, e uma facturação alta significa uma grande alavanca operacional e traduz-se num resultado líquido brutal.
Enquanto a EDP detiver mais de metade da quota de mercado pode-se dar ao luxo de pagar 2 milhões de euros anuais ao CEO que nomear. Não há que tecer outras considerações, o mercado é livre e as pessoas fazem escolhas. As pessoas escolheram enriquecer a EDP.
Relativamente aos salários dos médicos, a argumentação da Maria não tem fundamentos económicos. Primeiro, dizer que os médicos ganham pouco comparando com esta e aquela profissão não faz sentido. Os salários devem ser determinados através da lei da oferta e da procura para determinada profissão. No público, como não existe a lei da oferta e da procura, os salários são arbitrários; usando muitas vezes o argumento da Maria, se o fulano estudou 10 anos então tem que receber no mínimo 10.000 euros/mês. Mas esse é o argumento da esquerda, determinar um preço que mais lhes convém, não o preço do salário de equilíbrio determinado pela oferta e procura. Quando Portugal tiver mais médicos que o que tem actualmente, tal como se passa na Espanha, os salários virão por aí abaixo. E não adianta dizer que fulano e beltrano passaram a vida a queimar as pestanas para lhes justificar um salário alto; quando não compensar ser médico (“porque só ganham 5 vezes mais que o salário médio”), então essas pessoas optarão por outras profissões.
É isto que a Ordem dos Médicos não quer, quanto menos entrarem na profissão, a oferta passa a ser pouca para a procura distorcendo o mercado concorrencial, e com isto chantageando governos e contribuintes.
Depois existe ainda outro argumento, o do que os médicos ganham aqui comparativamente com outros países europeus, como se essa comparação fosse possível em termos absolutos.
A Maria, para comparar batatas com batatas e feijões com feijões, tem que usar a remuneração dos salários dos médicos portugueses e fazer uma comparação em termos de paridade de poder de compra com os médicos dos países que quer analisar.
No final a história é sempre a mesma, os que vêm para aqui a dizer são de esquerda e tal e querem mais justiça social, igualdade, mas depois acham-se mais que os outros (alguns até lhes chamam ganhar mais 5 tostões, querendo comparar o seu salário com os Mexias deste Portugal, é só pena que não comparem esses 5 tostões a mais com o salário mínimo português) Submetam-se à lei da concorrência, justifiquem esses 5 tostões a mais, não se refugiem em salários por decreto.
Essa dos que falam em cinco tostões, deve ser comigo, embora eu esteja identificado com o meu nome e com a minha fotografia, não precisando do anonimato para exprimir a minha opinião, como, por exemplo, é o seu caso. Se calhar, eu expliquei-me mal, o que eu quis dizer é que alguns portugueses sentem dor quando aqueles que são mais ou menos seus pares ganham um bocadinho mais do que eles, ao mesmo tempo que ficam encantados e cheios de admiração por haver pessoas como o António Mexia, que ganha muito mais do que merece, porque ninguém merece o ordenado que ele tem, e não há sociedade nenhuma que mereça tão grande discrepância entre salários como aquela que se verifica em muitos sítios no mundo. E não adianta, como fazem alguns, vir falar em esquerda ou direita, EUA ou Venezuela, capitalismo ou socialismo, como se fosse uma simples questão clubística, o que, neste momento, está realmente em jogo é a disputa entre o 1% dos que possuem quase tudo e os outros 99% que se arriscam a cada vez ter menos. E quando falar na lei da concorrência, peço-lhe o favor de pensar em tantas e tantas condicionantes que a adulteram (olhe, então na UE, há tantas, e tão absurdas) para servir o interesse de poucos, em detrimento de muitos…
Alfredo Ireneu Mota : “a disputa entre o 1% dos que possuem quase tudo e os outros 99% que se arriscam a cada vez ter menos.”
Nem sequer é verdade que 1% possua quase tudo …
Mas, mesmo que fosse, qual é o problema se isso for compativél e até um dos factores que fazem com que os outros 99% tenham condições materiais de vida cada vez melhores ?!..
Foi o que aconteceu nos últimos séculos de afirmação do capitalismo, é o que tem acontecido a nivel mundial com a globalização desde há décadas.
Por exemplo, Bill Gates é um dos mais ricos do mundo, com um património (não confundir com o rendimento anual) superior a 50 mil milhões.
Mas ele não os “come”.
Trata-se sobretudo do valor patrimonial de empresas, em particular as do grupo Microsoft, do valor de recursos que servem para empregar directa e indirectamente milhões de pessoas e para produzir meios de produção e consumo que estão em grande medida na base do progresso económico e do aumento de bem-estar do nosso tempo.
Ainda bem que todo esse dinheiro é privado e investido na produção de bens e serviços e não é acaparado por um qualquer Estado para ser desperdiçado em gastos inúteis ou distribuido por 7 biliões de humanos que o vão dispender em consumos improdutivos e efémeros !!
Alfredo Ireneu Mota : “o que acho estranho, ao avaliar muitos comentários aqui expressos, é que muitos portugueses sentem-se ás vezes prejudicados por outros ganharem cinco tostões a mais, mas adoram ver quem ganha fortunas colossais”
Pela parte que me toca não me incomoda absolutamente nada, antes pelo contrario, que muitos ganhem mais cinco ou mais trilhões de tostões do que eu.
Quantos mais, melhor, é bom sinal !
Apenas espero que o que essas pessoas ganham seja o mais possivel a contrapartida da contribuição que dão efectivamente para a produção de bens e serviços que são reconhecidos como sendo úteis para outras pessoas.
Mas também há aqueles portugueses que pertencem a categorias socio-profissionais que teem rendimentos e patrimónios pessoais bem acima da média nacional por razões que nem sempre teem a ver com o valor do que fazem mas antes com privilégios ligados a mercados reservados da concorrência por corporações de interesses, graças à intervenção abusiva e discriminatória do Estado e/ou com a utilização indevida de dinheiros públicos.
E é ainda verdade que muitos destes portugueses adoptam um discurso anti-liberal e demagógicamente “social” apenas para melhor defenderem os seus próprios interesses pessoais e corporativos e não porque se preocupem sinceramente com a situação e a condição dos que teem muito menos do que eles.
A invocação populista de casos pontuais de “quem ganha fortunas colossais” é uma das maneiras de tentar criar uma “coluna de fumo” para melhor esconder e perpetuar aqueles privilégios abusivos !!
Caro Mário Amorim Lopes, li há pouco uma resposta sua ao comentário do Ric, exortando-o a consultar a tabela de vencimentos que publicou e, de caminho, a chamar-lhe indirectamente qualquer coisa de desagradável. Entretanto, li vários comentários seus, sempre reportando para a referida tabela e interpretando-a à sua maneira.
É por demais evidente que: ou não sabe interpretar a tabela que tantas vezes refere, ou (hipótese mais provável), nada sabe sobre progressão na carreira médica e interpreta a tabela da maneira que lhe é mais conveniente para reforçar os seus argumentos. Apenas 3, entre as muitas críticas que lhe poderia fazer:
1. A progressão na carreira não se faz por tempo. Um médico com 30 anos de carreira pode nem passar de assistente hospitalar. A ESMAGADORA MAIORIA dos médicos com 30 anos de carreira NÃO são chefes de serviço. Logo, uma das bases do seu raciocínio cai fragorosamente por terra. Eu, por exemplo, sou médico há 27 anos, sou assistente hospitalar graduado há 11 anos e não tenho currículo para me candidatar a chefe de serviço, imagine lá…
2. Dentro do grau de Chefe de serviço, foi logo buscar o escalão que mais lhe convinha, o do topo. Neste momento, os chefes de serviço no último escalão no activo são muito poucos e estão à beira da reforma, porque a progressão por escalões dentro do mesmo grau está suspensa há muito. Logo, arriscar-me-ia a afirmar que é virtualmente impossível encontrar um médico a exercer actualmente e que, com 30 anos de profissão, seja chefe de serviço do último escalão. Mais uma vez o meu exemplo: estou no 1º escalão quase há 11 anos…
3. Escolheu as 40 h dentro das hipóteses várias, porque é a que corresponde ao valor mais elevado. “Esquece” que a situação das 40 h, tal como vem na tabela, é uma opção recente (até diz lá “acordo de 2012”), à qual uma minoria aderiu porque implica acrescentar mais 5h semanais ao regime prévio, de 35 h e porque implica aumentar o tempo de urgência semanal de 12 para 16h. Não conheço nenhum chefe de serviço que tenha feito essa opção (prova o que prova, é claro…). Acresce que, para complementar o seu raciocínio, adicionou as tais cirurgias que o seu exemplo ficcionado faria para “ajeitar”, de forma muito significativa, o ordenado, FORA DO HORÁRIO LABORAL. É claro que o Bold que usei é, em si mesmo o argumento que pretendo usar e dispensa mais comentários. Mesmo assim, não resisto a perguntar se está a ficcionar acerca de um homem/mulher ou de um super-homem/super-mulher, capaz de ser chefe de serviço de último escalão aos 30 anos, optar pelo horário mais prolongado e ainda ser capaz de, por fora, quadruplicar o seu vencimento. Caramba! Sou mesmo medíocre face a tal monumento!…
O post para além de demonstrar mais uma vez a fraca, ignorante e simplista argumentação da Raquel Varela, fez também com que os soldados do CES saíssem da toca em defesa da sua abelha mestra (ok, abelha mestra é ofensivo para as abelhas pois são seres bastante produtivos ao contrários dos investigadores dos CES).
Em relação ao salário do Mexia, se acham que ele recebe demasiado, façam como eu e deixem de ser cliente da EDP, ele recebe o salário que recebe porque a empresa que gere tem muitos clientes, para além das rendas energéticas que o poder político e não o livre mercado entendeu colocar nas nossas facturas.
Alfredo Ireneu Mota: “não adianta, como fazem alguns, vir falar em esquerda ou direita, EUA ou Venezuela, capitalismo ou socialismo, como se fosse uma simples questão clubística” Esse é a típica argumentação utilizada pela extrema esquerda quando os resultados não lhes interessam. É necessário e imprescindível comparar os salários praticados nos EUA (o grande satã do capitalismo) e a Venezuela (regime tão apreciado pelos investigadores do CES). No primeiro o salário mínimo anda acima dos 1000€, no segundo anda pelos 15€.
Caro Dr Mário, a única parte do seu artigo que me interessa e que posso argumentar com conhecimento de causa é mesmo a comparação disparatada e sem insight que faz com a profissão médica (pq sinceramente considero-me incapaz por não possuir elementos para julgar se é justo ou não o que o sr Mexia ganha). Convido-o a viver a minha vida durante uma semana. Convido-o a ver os meus recibos de vencimento. Sinceramente, acho que 2000€ por mês é um óptimo salário e melhor ainda: pagam-me para fazer o que gosto. Já estou é farto de deste “pseudojornalismo”, já que não é jornalista, que tenta fazer opinião pública à custa de quem sacrifica muito da sua vida e familia pela vida dos outros. Sei que o fulcro do seu artigo não seria um ataque aos médicos, mas utilizar tabelas com valores “brutos” não é muito leal da sua parte, e generalizar o salário de 1 a 2% dos médicos também não.
Caro Mário – há aqui uma grande confusão nas comparações. Raquel Varela compara um salário mensal liquido de 40h com um anual bruto sem restrição horária.
António Mexia ganha ~8x mais do que um médico. Vejamos:
– Pegando no único exemplo documentado, um médico ganha 70.000€ anuais (5.063,38€ * 14 meses) só pelas 40h base (8h diárias) no setor público;
– Assumindo que este mesmo médico trabalha +4h diárias no privado (acredito que António Mexia trabalhe pelo menos 12h diárias, tal como a largissima maioria dos gestores privados) e que este valor-hora adicional é 2x mais do que no público, sem grande dificuldade o salário anual chega a 140.000M€ (~10.000€ mensais);
– António Mexia ganhou 1,15M€ em 2014 não os 1,9M€ que Raquel Varela refere (ver fontes abaixo). Este último valor é o máximo possível, sendo que a remuneração fixa é de 0,6M€ e o restante depende de resultados (conceito que admito que muitos não entendam);
– Ou seja, em base comparável, o salário de Mexia é 8x (1,15 / 0,14) o de um médico com os mesmos anos de carreira. Por simplicidade, assumo que o tempo de serviço é diretamente proporcional à competência, o que está longe de ser verdade.
Dito isto, esta é a pergunta que devemos fazer: é despropositado que António Mexia ganhe 8x mais do que um médico, sabendo que gere ~12.000 pessoas em vários países e um volume de faturação de 16.000M€ (quase 10% do PIB nacional!)? Não me parece. Acho perfeitamente razoável (e ressalvo que isto é um julgamento que o acionista tem de fazer e não eu).
Por fim, um comentário lateral: se Varela está assim tão ofendida com o salário de Mexia, que mude para a Endesa, Iberdrola ou para um dos novos operadores low-cost. E pode porque há concorrência no mercado. Ao contrário do SNS, em que sou obrigado a ir ao meu centro de saúde (se não for urgente) e onde me tenho de sujeitar aos cuidados do médico que me calha, em vez de poder optar pelos mais competentes.
Fontes:
http://observador.pt/2015/04/21/antonio-mexia-mantem-remuneracao-ate-19-milhoes-euros-anuais-na-edp/
http://expresso.sapo.pt/economia/economina_energia/administradores-da-edp-ganharam-6-milhoes-de-euros-no-ano-passado=f916010
“– Assumindo que este mesmo médico trabalha +4h diárias no privado (acredito que António Mexia trabalhe pelo menos 12h diárias, tal como a largissima maioria dos gestores privados) e que este valor-hora adicional é 2x mais do que no público, sem grande dificuldade o salário anual chega a 140.000M€ (~10.000€ mensais);”. Caro Tiago, há aí uma pequena incorrecção. É que esse médico não pode trabalhar essas +4 horas no privado por que aquele ordenado referido pelo Mário Amorim Lopes é para um médico em exclusividade, ou seja, não pode trabalhar no privado. Pode é fazer horas extra no público (bancos), e como diz o Mário pode chegar a valores mais elevados de remuneração.
De resto concordo com a crítica à Raquel Varela. Ela bem tenta transformar isto num Estado Comunista, mas os argumentos dela não aderem minimamente à realidade. Gostei da caricatura que o Mário fez relativamente às ideias dessa senhora. O mais preocupante é a legião de fãs que ela tem nas redes sociais. Mas comentários em redes sociais e caixas de comentários de jornais são coisa que já me dão vómitos, tal são as barbaridades que por lá se dizem
Penso que Steve Jobs não foi reintegrado para fazer «um conjunto de investimentos estratégicos», mas posso estar enganado. Foi para desenvolver produtos bem tangíveis. A relação desses produtos com «investimentos estratégicos» existe, mas duvido que tenham alguma coisa que ver com os «investimentos estratégicos» que você preconiza. Além disso, aludir a Steve Jobs para defender este ou qualquer outro CEO é fazer da excepção, regra.
Pingback: As farolices da dra Varela | O Insurgente
“é despropositado que António Mexia ganhe 8x mais do que um médico, sabendo que gere ~12.000 pessoas em vários países e um volume de faturação de 16.000M€ (quase 10% do PIB nacional!)?”
Gerir milhares de pessoas ao mesmo tempo em países diferentes deve ser mais ou menos o mesmo que deixar recados ao caseiro na casa de férias, não pode mesmo ser de outra forma, a não ser que a criatura seja omnipresente e omnisciente.
Já quanto a gerir um volume de facturação de 16 mil milhões (bem, mal ou assim-assim, ninguém sabe – qual é o padrão de referência?) admito que a Isabel dos Santos movimente muito mais, mas não vejo grandes elogios ao seu desempenho genial, tipo Jobs ou Gates.
Parece que o padrão para definir a qualidade e o vencimento de um gestor é a quantidade de dinheiro que ele gere:
– Se gere muito é porque é bom e merece ganhar muito;
– Se gere pouco é porque é mau e merece ganhar pouco
E eu que pensava que era por ser bom que merecia ganhar muito e, circunstancialmente, gerir grandes montantes…Enfim, ideias.
“Ah e tal, mas é a responsabilidade….”
Não digam, a sério?? Querem falar disso?
Mas é em alguma comissão de inquérito no parlamento, algum tribunal, ou pode ser mesmo aqui?…
Sr. Mário Amorim Lopes, mais um “tudólogo” (especializado em “sabe tudo”) para a galeria da miséria franciscana dos comentadores e opinadores portugueses.
Que pobreza intelectual é este País.
Caro paulob – o seu comentário está errado. 5.063,38€ é para 40h mensais segundo o “acordo 2012”. Com contrato de exclusividade são 5.664,87€ (para 42h). Seja rigoroso e por favor documente as afirmações que faz – http://simuploads.simedicos.pt/9bbfe9295.pdf
Caro “ric”, sou estudante de Medicina.
Enche-me o coração ver comentários tão bem escritos e fundamentados, como o seu:
“Toda agente sabe que os médicos se abotoam com dezenas de milhares de euros à custa do sofrimento alheio.
Não trabalham, não estudam toda a vida, não são avaliados ao longo da carreira, vão “prá privada” encher os bolsos a troco de nada.”
Ainda bem que, finalmente, alguém põe “o preto sobre o branco”, isto sim é argumentação, isto sim é conhecimento! Brado aos céus com tamanha sabedoria. Sabedoria de “fala barato”. Sabedoria de quem se senta, anonimamente, por de trás de um computador, e se acha conhecedor da realidade que aqui se discute e, pior ainda, habilitado a tecer considerações acerca desta.
Pergunto-lhe, caro/a ric, por que razão não somos todos médicos em Portugal? Por que não é o/a senhor/a?
Não sei se (ou que género de) formação superior possui ou que conhecimento tem acerca dessa realidade, no entanto posso informá-lo que a formação em Medicina não é tirada ao sábado nem ao domingo. Os médicos trabalham SIM (quer que lhe arranje um turnozinho de 24h de banco, para que possa contar quantos médicos se passeiam pelo hospital, deixando os doentes morrer, enquanto vão enchendo os bolsos com tudo o que encontrarem?), estudam SIM (quer que lhe mande uma listinha pormenorizada de bibliografia aconselhada, para que possa, também o senhor, ao fim de meia dúzia de dias, encher os bolsos a troco de nada? Não se esqueça é que a lista inclui livros de especialidade e ainda “alguns” artigos para que se possa manter atualizado cientifica e tecnicamente), são avaliados SIM ao longo da carreira (e por diversas vezes, caro senhor).
Balelas que lhe saem da boca que apenas comprovam a sua falta de conhecimento de causa.
É triste ver quem se felicita por vir destilar veneno para as redes sociais/blogs/afins acerca de realidades que desconhece. Infelizmente, a sua opinião é só mais uma daquelas que vem modulando o pensamento de quem pouco sabe acerca de medicina. Sabe, como em todo o lado, há bons e maus profissionais, e já cansa ver generalizações baratas. E o preocupante não são apenas as generalizações, é também o desrespeito. Sabe, os médicos são seres humanos, tal como o senhor, tal como os seus familiares, tal como os seus amigos. Os médicos não são deuses, têm vida, personalidade e preocupações, tal como uma PESSOA NORMAL.
É pena que as pessoas se esqueçam disso, é pena que só se lembrem que existe sofrimento e vulnerabilidade quando o sentem. O que não falta por aí são médicos exaustos, com uma carga de trabalho tremenda, que muitas vezes não podem estar presentes para a família e para os amigos (até no Natal, sabia?), e que, ainda assim, são insultados, são vistos como os sacanas ricalhaços, são descredibilizados e desrespeitados.
Um bom dia para si. Que nunca precise de um desses médicos que se “abotoa de dinheiro à custa do sofrimento alheio”. Que um dia tenha a compaixão, também o senhor, pelo “sofrimento alheio” a que se refere.
Ah, e tenha vergonha.
Dervich : “Parece que o padrão para definir a qualidade e o vencimento de um gestor é a quantidade de dinheiro que ele gere:
– Se gere muito é porque é bom e merece ganhar muito;
– Se gere pouco é porque é mau e merece ganhar pouco”
É a quantidade de valor que a sua gestão permite conservar (sim, porque o valor também pode ser destruido) e acrescentar.
Obviamente que o valor absoluto da remuneração de um gestor é também função da totalidade do valor que é conservado e acrescentado.
De qualquer modo, como para além da gestão existem outros factores produtivos, do trabalho ao capital, a remuneração do gestor, por mais bem sucedido que este seja, deve ser apenas uma pequena percentagem do total.
Mas quem é que está em melhores condições para decidir qual deva zer a remuneração adequada de um gestor empresarial ?
Obviamente que só podem ser os accionistas.
Estes são os principais interessados em que a remuneração do gestor não seja nem mais nem menos do que aquela que corresponde à sua contribuição para o sucesso da empresa.
Se for demais é um mau negócio para os accionistas que podem esperar encontrar no mercado outro gestor igualmente qualificado mas menos caro.
Se for pouco correm o risco de perder um gestor de qualidade e sofrer as consequencias em termos dos resultados da empresa.
O que não faria sentido seria a remuneração dos gestores ser decidida pelo Estado ou por qualquer comité “social” de remunerações : os accionistas deixariam de ter o controlo do negócio, retirariam os seus capitais das empresas, as empresas tornar-se-iam cada vez mais “publicas” ou “sociais”, as vantagens da economia de mercado desapareceriam.
Teriamos então empresas com gestores mal pagos e de fraca qualidade, empresas mal geridas e descapitalizadas, não criando valor suficiente ou nem sequer conservando o valor anterior.
Como as “empresas públicas” !!… (com a agravante de nestas poderem existir gestores pagos em função de critérios não-económicos e muito acima daquilo que se justificaria)
Seja como for, os gestores privados são pagos pelos seus accionistas e se estes pagam acima do que eles valem realmente é à custa deles e é um problema deles.
Como a generalidade dos accionistas não é parva nem desinteressada, o mais provável é as situações verdadeiramente anómalas serem pontuais e temporárias e serem corrigidas mais cedo ou mais tarde.
O mesmo não acontece necessáriamente com os gestores das empresas públicas e dirigentes da administração pública.
Aqui quem decide sobre as remunerações é o poder politico e as pessoas que o encarnam em cada momento não teem nenhum interesse forte em estarem atentos e tudo fazerem para que aquelas remunerações sejam as mais adequadas em termos dos resultados finais : pura e simplesmente, o dinheiro em jogo não é deles !…
O Valor ganho por António Mexia, anualmente, poderia ate não se considerar escandaloso, se compararmos com os milhares de agora ” Colaboradores” da EDP, na sua maioria a trabalhar através de outsourcing e que usufruem mensalmente, um Ordenado que se pode classificar de indigno, entre estes, os milhares de trabalhadores de Callcenter, que alem do Ordenado minimo ( Agora 530€ ), tem direito a subsidio de refeição, usufruindo depois dos descontos de pouco mais de 500€. O Verdadeiro Escândalo do Ordenado de Antonio Mexia, está aqui. Enquanto um usufrui de um valor que se poderá considerar escandaloso, outros lutam todos os Meses para poderem sobreviver.A isto chama-se indignidade.
Mário Amorim Lopes a juventude não serve de desculpa nem para a imbecilidade nem para a arrogância com que escreve e afronta os outros. Apenas li até onde escreve ” Este despropósito é a materialização da teoria do valor do trabalho de Marx, que é tão estúpida quanto simples.”, pois tamanha tacanhês de espírito que assim se revela não merece mais do que passar imediatamente para os comentários para o alertar para ser mais cuidadoso e evitar ofender terceiros pois a ofensa não é, nunca foi, nem nunca será gratuita! Mário João Ruso
Caro Mário João Russo, diga-me, quando eu digo que uma teoria é «tão estúpida quanto simples», estou a ofender quem? Marx? Já morreu. Os seus proponentes? Ora essa. Todos erramos e estamos errados em algum momento da nossa vida. Como vê, não ofendo ninguém, excepto quem se quer deixar ofender.
Quando o autor diz que:
“O CEO podia optar pela estratégia A, que conduziria a um prejuízo de 50 milhões, ou pela estratégia B, que renderia 200. Um CEO com a clarividência de optar pela estratégia B vale à empresa um benefício líquido de 250 milhões. Se receber 1.9 milhões ao ano custará à empresa 0.76% do que lhe permitiu ganhar”
devia levar o raciocínio mais longe, ou seja, se a estratégia A valer à empresa um prejuízo de 50 milhões, o CEO, em vez de receber 1,9 milhões ao ano, teria sim que indemnizar a empresa. Mas a verdade é que, com benefício líquido ou prejuízo, os milhões caem sempre no bolso do CEO. Foi esquecimento do autor, com certeza.
Por vezes a HVarela toca em temas importantes, mas depois vêm ilações totalmente descabidas e fraquíssimas.
Fraco também é estarmos a defender um CEO da empresa que fornece energia (não, não vou ser alheio a isto), tem o monopólio da distribuição e fornecimento da mesma (e não se ponham com bullshits de ah e tal existem endesas etc) e foi vendida em nome da concorrência e competitividade para … a empresa incumbente estatal chinesa (!!??) e sejamos sinceros, ao final do dia se o negócio correr mal (e tem de estar a correr, pagamos a energia MAIS CARA da europa) sobe-se os preços. Bastava ela desenvolver este tema e isso sim teria razão.
Tanta discussão à volta daquilo que não merece qualquer discussão…Olhem para o estado em que se encontra este “país”!Malditos extraterrestres…
Que diga que a Varela é parva e snob, até concedo. Agora sobre Marx e a teoria do valor e da formação dos preços e da origem da mais-valia o texto é um arrazoado de “ideias feitas”, mal feitas. Aconselho o autor a ler sobre o problema da “transformação dos valores em preços”. Se tiver competência e formação económica para isso, que lhe permita dissertar sobre o tema com razoabilidade científica e honestidade intelectual que vá para além do panfleto.
Veja-se o exemplo que este candidato a tecnocrata dá.
O CEO que rende à empresa cerca de 200 milhões anuais é aceitável que a este seja retribuído 1.9 milhões ao ano o que custará à empresa 0.76%. Depois de cagar formulas é a isto que chega, sem uma base filosófica, ou ética ou até mesmo religiosa, apenas o lucro pelo lucro. Este assimilou a moral da época.
Esta merda tá tudo ao contrário e meia sociedade não acha nada de estranho.
A Srª Varela tem vários tipos de pérolas. As que usa ao pescoço, e outras como esta:
“O salário que referi líquido é 2200 euros, líquido salientei, e inclui já o subsídio de alimentação, o subsídio de Natal em duodécimos e 12 horas de urgência semanal. […] Mais, todo o salário é consumido”
A primeira reacção seria insultar a Srª até à oitava geração e seguir em frente, mas depois apercebo-me de uma coisa. Esta senhora é completamente desligada da realidade…
Uma pessoa que ganha 2.200€ líquidos consome o salário todo? Mas esta Srª vive onde? Que pessoas conhece? Eu sei que ela e a amiga Isabel estoiram 100€ por jantar como quem vai ali ao café da esquina, mas se esta Srª vai à televisão falar para pessoas reais, podia pelo menos perguntar à mulher-a-dias com quanto vive uma pessoa “dessas que trabalham”.
cara Carolina M
Vejo que desconhece a ironia como forma de argumentação.
Ao interpretar literalmente o que escrevi mostra que está muito cansada de tanto estudar para ser médica, ou que lhe falta capacidade para lá chegar.
Quanto às pragas que me roga não me merecem qualquer comentário.
A rapaziada do Insurgente, e particularmente o Dr. Mário Amorim Lopes, tem o direito de ter um blog e de dizer nele os disparates que quiser. Até tem o direito de mentir com quantos dentes tem na boca sobre os salários dos médicos, sabendo bem que quanto maior for a mentira, mais facilmente será acreditada. E sabendo que enquanto se mantiver no âmbito do “Insurgente” estará a pregar para os convertidos.
Já mais problemático é o direito de contratar uma agência de comunicação para colocar a mentira nos jornais e nas televisões.
Os jornais e as televisões é que não têm o direito de publicar, sem primeiro averiguar os factos, o que alguns fedelhos radicais lhes metem às colheres pela goela dentro. Chama-se a isto jornalismo, e consta que ainda se usa.
Uma coisa é certa: um «doutorando» que publica números falsos num panfleto devia pôr de sobreaviso o arguente e o júri que lhe hão-de avaliar a tese que está a preparar. Avise-me da data em que vai prestar provas públicas: sempre quero ver se a sua probidade académica corresponde à sua falta dela como panfletário.
Jan, uma vez mais, isto não é uma defesa de António Mexia. Esqueça António Mexia e coloque lá Rui Nabeiro, Belmiro de Azevedo ou Cristiano Ronaldo.
Nesse calculo fabuloso dos 200 milhões e dos 1.9 milhões onde estão as pessoascque vivem com 600 euros pir mês.
Tenha vergonha. O que está em causa não é o valor de 1.9 milhões mas sim a injusta distribuiçao da ruqueza. E isto não e ideologiA é crealidade.
Caro José Luiz Sarmento Ferreira, os números que este «fedelho radical mete às colheres pela goela dentro (sic)», que, em boa verdade, se escreve «pela goela adentro», são os números constantes da tabela salarial em vigor em 2014. Se perante a realidade dos números a única crítica que lhe apraz é o insulto pessoal e a ameaça de intimidar as minhas provas públicas, penso que estamos conversados. Deixe-me o seu contacto e dir-lhe-ei quando for a defesa da tese. Com alguma sorte conseguirei oferecer-lhe uma cópia, que, estou convicto, ser-lhe-á deveras útil.
Rui Nabeiro – Viveu 4 anos em Badajoz por fuga ao fisco (devia um milhão de contos em impostos) e regressou após a eleição de Mário Soares como Presidente de República que lhe deu indulto presidencial e lá ficou ele com mais um milhão nos bolsos.
Belmiro de Azevedo – Ex-Engenheiro das máquinas indústriais e de costura Oliva, onde após o 25 de Abril, através de procuração dos seus Patrões ao empregado para aguentar as pontas até regressarem da convulsão, ele se apropriou, usando a dita procuração e com Documentos falsos das mesmas fábricas. E do nada se tornou empresário, roubando as empresas aos seus anteriores proprietários.
Cristiano Ronaldo – A sua fortuna nasceu de rendimentos obtidos como emigrante Português, em Inglaterra e Espanha.
Vá mas é aprender história em vez de dizer estórias.
Fortunas, ou herdadas ou roubadas. Agora… enriquecer a trabalhar ???
“Já mais problemático é o direito de contratar uma agência de comunicação para colocar a mentira nos jornais e nas televisões.”
O sr. José Luiz Sarmento tem provas do que diz? Ou como de costume, e particularmente quando especula sobre temas económicos, limita-se inventar?
João Pinhel,
Essa inveja doentia tolha-lhe a razão. Que tal apresentar provas dessas bacoradas?
Quantas e quantas fortunas é que foram criadas neste país para depois serem descartadas por imbecis que acham que são herdadas ou roubadas.
É impressionante como neste país é crime ser-se rico.
A avaliar pela quantidade e pelo conteudo raivoso e “ad hominem” de muitos dos comentários percebe-se que o Mário Amorim Lopes deu um grande pontapé no vespeiro !…
É ainda caso para dizer : “Na muche !!” 🙂
Tanta preocupação com os ordenados dos Médicos!!!! Se cobiçam porque não vão estudar Medicina? Não conseguem entrar? Não toleram ver sangue? Não têm capacidade para ver um doente morrer às suas mãos, depois de todo o esforço e dedicação? Não gostam de trabalhar à noite, sem poder dormir e ter sempre de estar em condições físicas e intelectuais para decisões e ações determinantes?
Não, um médico não ganha o que muitos pensam ou divulgam nos jornais. Quando o seu ordenado é mais alto é à custa de mais horas, com sacrifício da sua vida pessoal e familiar. Não conseguem perceber isso? Mas conseguem perceber, que o presidente da TAP ganhe 100.000€/mês, mesmo que a empresa ande de rastos; que António Mexia, da EDP ganhe de prémio anual (fora o chorudo ordenado + catões de crédito) de 800.000€; que um CEO de uma empresa se reforme com 50.000.000€, etc, etc
Preocupam-se é com o Cirurgião que opera uma pessoa toda partida, que faça um transplante de rim, etc, salva pessoas e não recebe prémio nenhum anual do hospital onde trabalha.
Acresce que os vencimentos dos CEO´s, que alguns acima tentam legitimar, são pagos num ano e nos anos seguintes a empresa fecha, o CEO já está noutra empresa e não se encontram culpados da bancarrota.
Termino sugerindo àqueles que tanto falam dos médicos que estudem e tirem Medicina, aí falarão sabendo do que falam. Se não estiverem para isso, que estimulem os seus filhos a ir para Medicina e depois falamos com conhecimentos de causa.
Carlos : “o presidente da TAP ganhe 100.000€/mês, mesmo que a empresa ande de rastos”
O actual presidente da TAP mereceu certamente uma remuneração elevada por ter conseguido aguentar tanto tempo uma empresa publica completamente descapitalizada e sujeita a frequentes greves de usura por parte dos sindicatos.
Não é por acaso que os novos donos privados da TAP o mantiveram em funções.
“… são os números constantes da tabela salarial em vigor em 2014.”
Ó Mário, por favor, entenda de uma vez por todas que foi à tabela salarial e retirou o salário, bruto, de um chefe de serviço, sénior, 40 horas semanais. Este típico médico existe às grosas pelos hospitais. Devem ser todos, devem…
Não gosta do que aqui têm dito? Temos pena.
Carlos : ” os vencimentos dos CEO´s, que alguns acima tentam legitimar, são pagos num ano e nos anos seguintes a empresa fecha, o CEO já está noutra empresa e não se encontram culpados da bancarrota.”
O encerramento de empresas não resulta apenas nem principalmente da má gestão.
Muitas empresas teem de fechar porque as politicas publicas não são “amigas” das empresas, porque a fiscalidade é pesada, porque a legislação laboral é demasiado rigida, etc.
E muitas empresas devem fechar porque entretanto as condições de mercado evoluiram e tornaram-se desfavoráveis. Mante-las a funcionar seria um prejuizo maior e um desperdicio de recursos produtivos que poderiam ser melhor utilizados algures.
Um bom gestor é também alguém que consegue perceber quando uma actividade deixa de ser rentável por razões de mercado e é capaz de aconselhar os accionistas a desinvestir e levar a cabo a reestruturação e até o eventual encerramento da empresa.
maria, retirei o salário de «um médico com 30 anos de serviço com exclusividade no serviço público», o perfil referido pela dra Varela. Tente lá novamente.
Pois, a ignorância é atrevida. A maioria dos médicos com 30 anos de serviço não têm esta graduação. É por concurso, etc… e somente há algumas vagas. Informe-se.
Cara maria, a maior parte dos médicos com 30 anos de serviço são assistentes graduados sénior. Podem não ser chefes de serviço, que é por concurso interno, mas são muito provavelmente assistentes graduados sénior.
Informe-se. Assistentes graduados sénior só por concurso.
Vamos expropriar o salário ao António Mexia e distribui-lo pelos médicos. Eu pego nos 2 milhões e divido pelos 50000 médicos que existem em Portugal (fonte:PORDATA). Isto dá a cada um mais 40 euros por ano. Acabou a injustiça e os médicos ficaram a ganhar praticamente o mesmo. Se em vez disso os distribuir pelos cerca de 12000 colaboradores da EDP dá 167 euros a cada um o que também não tem qualquer efeito na vida destes. É assim tão difícil admitir que o argumento da Raquel Varela não passa de demagogia barata ?
Olá Fernando S. “O actual presidente da TAP mereceu certamente uma remuneração elevada por ter conseguido aguentar tanto tempo uma empresa publica completamente descapitalizada e sujeita a frequentes greves de usura por parte dos sindicatos.”
Continuo a não perceber porque há tantas pessoas a defender os gestores que ganham milhões, que usam as ações da bolsa como se fosse um casino, que arranjam empregos para os da sua confiança, que fazem malabarismos com a contabilidade…etc,etc
Se “o presidente da TAP mereceu certamente uma remuneração elevada” porque não defende também que os médicos deveriam ter uma remuneração elevada se: têm de trabalhar em condições miseráveis, quer humanas quer em recursos materiais, um médico tem de fazer o trabalho que deveria ser entregue a dois ou três, corredores cheios de doentes, falta de camas para internamento, altas “precipitadas” porque o Hospital tem que ser rentável e são necessárias camas para novos doentes, velhinhos abandonados nos Hospitais pelas famílias que têm direito às férias, falta de pessoal auxiliar para fazer a higiene indispensável a um doente acamado, proibição de falar da instituição onde se trabalha ou de reivindicar melhores condições publicamente, incompreensão por parte dos media, com acusações desmesuradas, qual terroristas da caneta, etc, etc
No seu entender o Zeinal Bava também mereceu os milhões que arrecadou, que provavelmente nem você, nem eu e mais alguns ganharão em toda a sua vida? Por mim, teria que renascer várias vezes para conseguir o que ele conseguiu e mesmo assim não sei se a minha ética dava para tanta mentira descarada. Isso é que não vejo comentado ou criticado!!!!
Num pais normal, a maioria das pessoas entende que o valor do salário e determinado pela oferta/procura e não por uma abstração (tão conveniente a Esquerda) como a “justiça social”.
Em Portugal, que não e um pais normal, verifica-se no entanto um ciclo vicioso:
1) a Esquerda mantém o pais na miséria, onde e crime ser-se rico (como apontou e bem o Manuel Costa Guimarães)
2) o português (que ganha pouco devido a 1)) acho injusto e indigno que haja uns poucos que ganhem muito mais que ele e vota na Esquerda porque esta defende a “justiça social”, que implica salários “justos” (numa economia como a portuguesa isto significa salários baixos).
3) A Esquerda ganha as eleições e voltamos a 1)…
Acesso à carreira e progressão universitária também é por concurso. Acesso à carreira de juiz também é por concurso. De que forma é que isso altera os valores da tabela salarial? Maria, vai ter de se esforçar mais.
Uma coisa podemos saber desde já: nunca a Raquel Varela seria chamada a ser CEO de uma empresa a ganhar o que eles ganham, pelos seus dotes de competência e de inteligência.
E, como qualquer bom comunista, se é convidado por, digamos, suprema incompetência de outros em lhe avaliar o carácter, deixam tudo para trás, partido incluso, e caem-lhe as folhas.
O ortopedista da Sra. Varela deve ter renovado os móveis da sala à conta dos cotovelos da dita senhora.
Carlos,
Médicos há-os aos pontapés. Pessoas com capacidade de liderar grandes empresas são poucas, parcas e raras.
Se me dessem uma EDP para liderar, provavelmente iriam apreciar mais o trabalho do Mexia. E eu, que até tenho experiência de liderar departamentos de largas centenas de pessoas, confesso-me incapaz de ser CEO de uma empresa tão grande.
Se lhe dão quase dois milhões de euros por ano, é porque merece. Afinal, não estamos a falar de Estado, onde os gestores são tão bem escolhidos que quem manda é o sindicrápula e quem dispõe é o parretido dos vermilhóides.
Mário Amorim Lopes,
«Acesso à carreira e progressão universitária também é por concurso. Acesso à carreira de juiz também é por concurso.»
Por vezes pergunto-me se é por concurso ou por sorteio. Fico muitas vezes com a impressão de que as esposas ou sopeiras de alguns dos escolhidos persistem em usar Juá — e procuram primeiro o brinde.
O Colaço é o maior. Viva colaço…
O Mário sabe mais do que eu. Todos os médicos chegam ao topo da carreira. Com o envelhecimento que por aí anda, a maioria é assistente graduado sénior. Há concursos e vagas aos “montes”.
Acho que ainda não me esforcei o suficiente.
Vou ali falar com um doente e dizer-lhe que se cuide pois, segundo um curioso mário, eu e mais uma centena de colegas que ali trabalhamos, somos assistentes graduados séniores. Curioso.
Maria,
Se trabalhasse mais e comentasse menos, talvez chegasse mais rapidamente ao topo da carreira.
Manuel e se fosse passear o cão? Ou dar banho ao cão?
Já fui. Fora do horário de trabalho.
Ao contrário de si, que anda a passear a sua léria todo o dia por aqui.
Só espero é que não seja funcionária do Estado, porque seria uma chatice estarmos a pagar para você não trabalhar.
Não lhe passou pela cabeça que esteja reformada? Até poderei ser pensionista. Termo que por aqui prezam muito.
Não sei quem é, e não fiz comentários acerca da sua pessoa. Portantos (com s dá mais ênfase), não tem que fazer comentários acerca da minha pessoa. OK?
Pode ser o que quiser.
Sim, fez comentários sobre mim e o meu cão.
Se em vez de vir para aqui ressabiar contra os moinhos, vier contra-argumentar de forma válida, pode ter a certeza que será uma óptima oportunidade para aprender com os outros e ensinar aos restantes. Ainda está em boa idade para isso.
Caro Carlos,
Agradeço a sua réplica.
O que o Carlos diz sobre os médicos, as dificeis condições de trabalho, a importância e a utilidade do que fazem, etc, pode-se também dizer sobre tantas outras profissöes. Talvez até com mais razão. Por exemplo, os trabalhadores da construção civil pouco qualificados, os trolhas, que trabalham em condições dificeis e que contribuem para a produção de bens de grande utilidade, os edificios em que vivemos e trabalhamos e as estradas e pontes que nos permitem circular.
Mesmo assim, ninguém espera que estes trabalhadores ganhem mais do que os médicos.
Porque os médicos teem mais tempo de estudo e preparação ? Sem dúvida.
Mas principalmente porque, também devido a esta maior preparação mas não apenas, o produto do trabalho de cada médico é avaliado pela sociedade como tendo mais valor do que o produto do trabalho de cada trolha.
Mas como é feita esta avaliação “social” que determina as diferentes remunerações ?
Pode ser através de uma estrutura centralizada, uma espécie de comité ético. Este era o método utilizado nas sociedades “primitivas”, relativamente pequenas simples.
Mas, à medida que a dimensão e a complexidade das sociedades aumentou, este método revelou muitos inconvenientes : a avaliação é feita por um numero limitado de pessoas e não pelo grande número daqueles que utilizam ou podem utilizar aqueles bens e serviços ; a avaliação exige a recolha de uma grande quantidade de informação pelo que é feita apenas de tempos a tempos não dando assim conta da continua e frequente mudança nas preferencias dos utilizadores e nas condições do trabalho ; etc, etc.
Por isso, em paralelo com a complexificação das sociedades humanas, foi cada vez mais sendo adoptado um mecanismo descentralizado de avaliação, que permitisse que nela participassem a totalidade dos utilizadores e profissionais efectivos e potenciais.
Este mecanismo descentralizado é o mercado. Trata-se de um mecanismo muito complexo, que envolve uma multitude de pessoas e leva em conta um sem número de informações sobre os diferentes tipos de intervenientes, desde os utilizadores até aos trabalhadores passando por aqueles que organizam e gerem as empresas produtoras dos diferentes bens e serviços.
Claro que o mercado não determina tudo e existem muitos outros factores externos que, para o melhor ou para o pior, também interveem.
Por exempo, no caso dos funcionários públicos o mercado parece não ter qualquer papel na medida em que os valores são decididos pelo poder politico. Mas, mesmo as decisões politicas podem e tendem a levar mais ou menos em conta as avaliações equivalentes dos mercados. E é bom que o façam.
Ou seja, o facto de normalmente os trolhas ganharem bastante menos do que os médicos e estes muito menos do que os gestores de grandes empresas é, com uma maior ou menor interferência de factores externos, o resultado de uma avaliação feita através dos mecanismos de mercado.
No caso particular da remuneração de um gestor de uma grande empresa privada, a parte visivel e decisora em ultima instância são os accionistas dessa empresa. Estes decidem também em função das informações que recebem dos mercados sobre a performance da empresa, que por sua vez inclui a avaliação que é feita por milhares ou milhões de utilizadores dos bens ou serviços produzidos por essa empresa.
Claro que nada disto impede que existam situações em que a avaliação feita por muitos dos intervenientes no processo de mercado se revele errada ou infundada. Por exemplo, a remuneração de um gestor aparecer como excessiva ou, inversamente, insuficiente relativamente aos resultados da empresa. Mas, numa economia essencialmente privada e predominantemente concorrencial, estes erros pagam-se caro e os intervenientes tendem a corrigi-los e a ajustá-los. A remuneração desajustada do tal gestor penaliza os resultado da empresa e os seus accionistas são os primeiros interessados em corrigir a situação.
Uma grande vantagem deste mecanismo descentralizado de avaliação e decisão, o mercado, é, como já referi, permitir que os valores e as quantidades finais (preços, quantidades produzidas e consumidas, quantidades e remunerações dos factores produtivos, etc) resultem do conjunto das preferências reveladas por uma grande quantidade de pessoas, a todos os niveis.
Digamos que é o mecanismo económico mais “democrático” que os homens descobriram e utilizaram até agora.
Mas não é a única vantagem.
Uma outra vantagem muito importante é a maior eficiência e produtividade dos factores produtivos. A descentralização, que é naturalmente inseparável da liberdade de decisão de cada um dos intervenientes, dá um maior dinamismo à economia, permite que sejam produzidos muitos mais bens e serviços que correspondem às preferências dos utilizadores finais, e, deste modo, contribui para um maior bem-estar material da generalidade das pessoas envolvidas directa e indirectamente.
Finalmente, e ao contrário do que muitas vezes se diz, este mecanismo tem também uma dimensão ética na medida em que tende a remunerar os diferentes intervenientes no processo de criação de riqueza em função da contribuição de cada um tendo em conta as preferências expressas pela generalidade dos intervenientes e não em função de critérios subjectivos de um pequeno número de decisores, sejam eles quem forem.
A circunstância de existirem hoje gestores de grandes empresas que ganham muito dinheiro é um dos efeitos deste mecanismo (excluindo aqui os casos, que existem sobretudo no Estado, nas empresas públicas e nos negócios privados que vivem sobretudo à conta do intervencionismo e do despesismo do Estado).
Pôr em causa, limitar ou anular este efeito, contestando e retirando aos accionistas a liberdade para decidirem sem condicionantes sobre as remunerações dos gestores das suas empresas, com o pretexto de que algumas dessas remunerações parecem excessivas, significa na prática desnaturar e degradar este mecanismo e, inevitávelmente, acabar com muitas das vantagens que ele traz em termos da eficiência da economia e do bem-estar das pessoas.
Ou seja, exactamente o contrário do que é muitas vezes invocado como sendo a razão para o fazer por parte daqueles que o fazem ou defendem que seja feito !!
Ó Manelito, quando o mandei passear com o seu cãozito (ou dar-lhe banho) foi porque sua Exa. tinha feito comentários acerca da minha pessoa. Queria o quê?
Ressabiar contra moinhos é o quê? Não, eu venho tentar divertir-me um pouco e, de facto, tenho mesmo conseguido divertir-me.
Está à vontade para argumentar que tem a certeza absoluta que todos (ou a maioria) dos médicos chegam a “assistente graduado sénior”. Quer experimentar ou vai dar banho ao cão?
Caro Fernando
A sua réplica foi bastante extensa e fundamentada mas é muito fácil retirar parágrafos e mostrar que o que disse é o que houve diariamente para justificar o injustificável, que é o mercado que atribui os altos vencimentos e prémios aos gestores.
Começando pelos trabalhadores de construção civil de que falou: Já fez obras em casa? Já necessitou de um canalizador, de um eletricista ou de um trolha? Atendem sempre as suas chamadas, cumprem o que lhe prometem, nunca se sentiu enganado? Já teve repasses na sua casa? Acha que eticamente são todos cumpridores? Quanto a ganharem mal vou ali e já volto. Podia dar-lhe alguns exemplos mas não vou por aí.
«Ou seja, o facto de normalmente os trolhas ganharem bastante menos do que os médicos»
Ó Fernando, acredita mesmo nisto que disse? Mostro-lhe o meu recibo de ordenado e mostro-lhe um orçamento de dois dias de trabalho, de mudança de um sector de esgoto mal feito, no valor de 2000€ (IVA à parte) e depois falamos!
«Claro que o mercado não determina tudo e existem muitos outros factores externos que, para o melhor ou para o pior, também interveem.» Na medicina há vários factores que intervêm também, desde o tipo de doença do paciente, de recursos disponíveis, das defesas imunitárias do paciente, dos seus antecedentes, doenças anteriores, etc, mas se ele morrer a culpa é de quem? Acertou, do Médico.
Com os gestores é diferente, a empresa vai à falência, trabalhadores despedidos, a culpa é da conjectura económica!!!! Pasme-se. Nunca é do gestor, que até é promovido noutra empresa. Veja o caso de Vitor Constâncio, do anterior administrador da Wolkswagem, que deu aquela barraca e foi para a reforma milionária. Concorda com isto?
«Mas, numa economia essencialmente privada e predominantemente concorrencial, estes erros pagam-se caro e os intervenientes tendem a corrigi-los e a ajustá-los». ò Fernando, qual correção, qual carapuça. Corrigir e ajustar onde? Não viu aquele exemplo que saiu há poucos dias, de uma administradora do Banif, banco que estava moribundo, recebia 400 e tal mil € de ordenado mais outro tanto de “ajudas” ou “prémios” ou sei lá o quê, ganhava quase um milhão de €/ano. Acha normal?
«No caso particular da remuneração de um gestor de uma grande empresa privada, a parte visivel e decisora em ultima instância são os accionistas dessa empresa. Estes decidem também em função das informações que recebem dos mercados sobre a performance da empresa, que por sua vez inclui a avaliação que é feita por milhares ou milhões de utilizadores dos bens ou serviços produzidos por essa empresa.» Ó Fernando, Fernando… Eu sou pequeno accionista (depositante perdedor melhor dizendo) de algumas empresas portuguesas e nunca decidi nada, nunca concordei com os altos vencimentos da Portugal Telecom ou da EDP mas o que pode fazer um pequeno (ou médio) accionista? São frases feitas…. que ainda não foram corrigidas.
As «informações» dos mercados estão todas falseadas, até havia uma revista sobre acções, que uma vez lançou um artigo gabando a Inapa e logo a seguir ela foi caindo, caindo, caindo, era tudo falso. É só um pequeno exemplo. A Bolsa é pior que um casino, é só aldrabice.
Na Bolsa, nas Empresas, nos Mercados a aldrabice não conhece culpados, fecham empresas, despedem empregados, etc
Na saúde não, mesmo sem aldrabice acontecem mortes tristes. Porque são áreas diferentes. Condicionalismos diferentes. Se a ética na saúde fosse igual á ética na construção ou na economia estava tudo morto.
Abraço
«Muitas empresas teem de fechar porque as politicas publicas não são “amigas” das empresas, porque a fiscalidade é pesada, porque a legislação laboral é demasiado rigida, etc.»
Olá Fernando, outra vez, mas a sua resposta é sempre a mesma que se ouve por aí e se pensar bem é completamente falsa.
Eu tenho um consultório e a “política pública” não é minha amiga nem tem que ser. A fiscalidade não é pesada, é pesadíssima, estão sempre a inventar para pagar coisas absolutamente ridículas, que aqui não é o lugar lhe dizer. A legislação laboral em relação a funcionários é a mesma. A diferença é que nas empresas, quando dão lucro, os gestores esvaziam-na distribuindo PRÉMIOS até ela fica r despenada e quando chegam tempos um pouco mais dificeis, não têm reservas, mas dividas.
Não concorda?
Caro Carlos,
Agradeço os seus comentários e conto responder-lhe logo que possa.
Abraço.
Resposta a alguém, que questionou o que eu dizia mais acima: .https://www.publico.pt/economia/noticia/riqueza-de-1-da-populacao-superou-a-dos-restantes-99-em-2015-1720577