Feira de horrores, a crónica de Alberto Gonçalves no DN.
A estratégia do Ocidente contra o terrorismo evolui sem parança. Até há pouco, digamos até aos crimes de San Bernardino, Califórnia, a técnica utilizada era a tradicional: a cada matança obviamente perpetrada em nome de Alá, media e políticos “responsáveis” começavam por fingir que aquilo era um acontecimento fortuito e adiavam tanto quanto possível referir as ligações dos assassinos ao islão. Quando finalmente se tornava embaraçoso manter o estado de negação, lá aparecia um editorial a culpar a venda livre de armas, um discurso a apelar à fraternidade universal, um ensaio académico sobre o fanatismo religioso em sentido muito genérico e nada ofensivo para uma religião em particular.
As coisas mudaram. Agora, pelos vistos, já não há embaraço que nos impeça de aguentar a negação por tempo indefinido. Há dias, um sujeito que gritara “Isso é pela Síria!” e apunhalara três pessoas numa estação do metropolitano londrino viu-se repreendido por uma das testemunhas: “Tu não és muçulmano, pá.” A frase, como usa dizer-se, tornou-se viral. Em questão de horas, o Twitter em peso desatou a publicar a hashtag (não me perguntem) #YouAintNoMuslimBruv. Segundo um frequentador da dita “rede social”, tratou-se da “resposta mais londrina ao ataque que se possa imaginar”. Outro proclamou a hashtag perfeita, dado que é “real”, “inclusiva” e “enfraquece a causa terrorista”. No fundo, toda a gente ficou feliz, excepto talvez as vítimas e, com certeza, o terrorista.
Daqui para a frente, sempre que um psicopata, perdão, um jihadista rebentar algures com duas dúzias de inocentes, será corrido a hashtags que lhe recusam a própria identidade. O homenzinho bem poderá berrar que frequenta a mesquita (#IssoQueriasTu) e que venera o Profeta (#NãoHáDúvida) e que recita o Corão (#DevesRecitarDeves) e que vai a Meca uma vez por ano (#SóSeForesANado) e que possui documentos a comprovar a filiação no Estado Islâmico, com estágio remunerado na Síria e tal (#ContaEssaHistóriaAOutro). Nada nos convencerá da sinceridade da sua crença. Claro que, enquanto punimos com a humilhação os homicidas que, coitados, julgam ser muçulmanos, morreremos que nem tordos. Mas vale a pena. Entretanto, proponho lançarmos a hashtag #AosOcidentaisNinguémTomaPorParvos. E, de seguida, acreditarmos nela.
Os hashtagistas têm razão. De resto sabemos, desde Nuno Rogeiro, que o EI não é EI, mas DEDI. Tal como o IRA é o Dito Exército Dito Republicano Dito Irlandês ou as BR as Ditas Brigadas Ditas Vermalhas. Aliás, nem EI nem DEDI mas daesh. Nâo podemos fazer as vontades aos terroristas, aliás, activistas. De resto, Al-Baghdadi será mesmo doutorado em teologia islâmica? o mais engraçado é que estas indivíduos, estes traidores anti-ocidentais (muito piores que qualquer islâmico – estes fazem o que a doutrina lhes diz), são os mesmos que não hesitam em apontar culpas em outras situações. Atentado cometido por muçulmanos? não, não são muçulmanos. Nem representam o islão. Padre suspeito de pedofilia? uma vergonha, a Igreja é podre. O padre, aqui, já é católico, representa a Igreja e é capaz de ser sucessor de Jesus Cristo. É isto, hoje, que temos de combater. Os inimigos de fora, os canalhas que minam a civilização por dentro.
Mais um excelente artigo do Alberto Gonçalves. Ainda há vida inteligente em Portugal (o desgoverno golpista há-de arranjar maneira de a começar a taxar para pagar mais subsídios aos maquinistas do Metro).
Excelente artigo! E é verdade, a esquerda que domina o panorama nacional neste momento é preconceituosa, muito mais que qualquer conservador, e com uma dualidade de critérios vergonhosa.
o cronista fala fala e entendimentos e soluções zero!
Não fala de causas e consequencias: origem finnaciamneto armamento etc do EI, o do radicalismo islamico, arabia saudita, wabismo, intervençoes politicas economicas e militares ocidentais no medio oriente ha decadas, etc…também nao fala de consequencias economicas e outras de eventuais paranóias securitarias e persecutórias, etc. Nada.
Limita-se a alarmistmos populistas, sectarismos , bons e maus, etc. uma especie de micro trump, absolutamente inconsequente, que há para aí hás dezenas nas direitas e esquerdas europeias.
resumindo pouco mas faz que criticar o ocidente por…criticar o ocidente.
faz o que critica.
bla bla bla
Morremos que nem tordos!!; interessante vindo do defensor da invasão do Iraque
a mentira afinal não tem perna curta, tem é falta de vergonha na cara.