Com o regresso do PS ao governo, Estrela Serrano recupera os tiques autoritários quando exercia o ofício de controleira da comunicação social na era socrática
Há duas formas de olhar para isto. Uma, é desvalorizar, considerando que a opinião de Estrela Serrano está hoje confinada a um blogue e às páginas da Acção Socialista Digital. Não vou cometer tal indelicadeza. Prefiro antes valorizar as suas palavras, relembrando que Serrano foi membro da ERC durante o consulado socrático, e que essa mesma ERC era então dirigida pelo seu parceiro de blogue, hoje patrão do parque nacional de chaimites. Mais do que isso: esta visão da liberdade respeitosa não é uma idiossincrasia de Estrela Serrano – ela é partilhada por gente que a tentou impor entre 2005 e 2011, e que é bem possível que esteja cheia de vontade de a voltar a impor a partir de 2016.(…)
Ora, a grande preocupação de Estrela Serrano também são os “cidadãos mais desprevenidos”, que acabam por confundir “opiniões” com “factos reais”. Claro está que não deseja calar ninguém. Serrano quer apenas “regular” e “responsabilizar”. Se cada um de nós observa e estuda os assuntos à luz do seu interesse, “só uma entidade”, considerava o professor António de Oliveira Salazar, “tudo tem de ver à luz do interesse de todos”. Uma entidade reguladora da boa comunicação, por assim dizer.
Eu não devia ter de escrever isto 500 meses após o 25 de Abril. Mas quando alguém com as responsabilidades de Estrela Serrano classifica críticas públicas como “ataques”, considera que colunistas de um jornal não devem polemizar entre si, entende o exercício da livre opinião como uma “(de)formação” da realidade e crê ser competência do Estado proteger “cidadãos desprevenidos”, é preciso voltar ao bê-á-bá da liberdade de expressão, para a defender dos que só gostam dela bem composta e penteada.
Isto é história do jornalismo de “referência” em Portugal.
Os tiques ditatoriais a voltar a aparecer!
Neste país já quase ninguém estranha sequer a regulação feita em plenos telejornais por opinadores muito mal informados, completamente desinformados ou bem informados disfarçados de mal informados. Nem sequer a transição direta de pessoas em altos cargos da justiça para o poder político. E depois ainda vêm falar nos pilares do estado de direito e na separação de poderes, com o ar virginal de quem não sabe no que está metido.
O do SIS não disse há dias na RTP3 que existiam jornais e jornalista pagos pelo estado e ao serviço deste organismo.
Ninguém pegou nisto?
Porquê?
Uma triste galinácea obediente à voz do(s) dono(s).
Choldra reles de um “Regime” mais reles ainda.
Se fosse alguém do psd ou cds, a dizer uma imbecilidade destas, era o fim do mundo, com o jornalixo a abrir os telelixos das oito, com o regresso da censura, o fassismo, o nazismo, a extremadireita…..
Mas como é um ser abençoado, eleito pelos deuses, com toda a autoridade moral que se tem por ser de esquerda…não tem problema.
Graças a Deus pelo João Miguel Tavares, Alberto Gonçalves. Insurgente, Blasfémias, Observador, Sol, etc. por não dar tréguas aos controladores da esquerda.
E graças também a si que não vai deixar de alertar para os escribas com oculos coloridos. Dê.lhes sempre forte e conte com o meu apoio.