Como escreveu o Luís Aguiar-Conraria: Dado que em Portugal o Bloco de Esquerda é, provavelmente, o principal promotor de homeopatetices económicas, e já há vários anos, faz todo o sentido que, agora que estão em vias de conseguirem os seus intentos no âmbito da política económica, mantenham a pressão na política de saúde.
(vídeo via Nuno Miguel Guedes)
A homeopatia pura e simplesmente não tem NENHUMA base científica. E não me tragam pseudo-estudos de sites brasileiros ou aquelas senhoras que tomam Calcitrim para os ossos. Não existe qualquer evidência através de verdadeiros estudos (revisões sistemáticas; estudos randomizados; meta-análises etc).
“Eu tomei e fiquei melhor.” Se eu tiver uma amostra de 200 pessoas com dor de cabeça, e der uma pastilha de farinha (e disser que é Paracetamol), podem ter a certeza que no mínimo 10% vai ficar melhor. Mas isto é efeito placebo. O mesmo que a homeopatia.
Isto não é de estranhar vindo de uma senhora (Catarina Martins) que diz que prefere um Médico sorridente do que um competente. E ainda quer ser esta gente a tomar as rédeas do SNS…
Isto é demasiado mau…mesmo para a esquerda mononeuronal homeopatética.
Com médicos não avaliados mas felizes, homeopatia e leitura das auras, se morrerem mais doentes a culpa será de quem?
Talvez fosse bom que soubesse que, actualmente, há um número elevado destas clínicas a funcionar e que, pela (falta de) legislação actual, a fiscalização é pouco mais que nula. Logo, faz todo o sentido a proposta.
No essencial, o que o BE pretende é que o SNS gaste mais dinheiro com as medicinas alternativas e que os respectivos profissionais liberais passem a estar, como os convencionais, isentos de IVA.
Ou seja, como em muitas outras “causas” da esquerda, trata-se de promover consumos de categorias sociais “urbanas”, com mais estudos e com rendimentos acima da média, à custa do orçamento do Estado.
Adicionando todas estas “causas” não espanta que no final falte dinheiro ao Estado para o que é mais importante (incluindo a saude) para ajudar os mais desfavorecidos e para o equilibrio das contas publicas.
Se eu estiver doente, o que me interessa é a cura estando ela cientificamente ou não provada. Além do mais legislar sobre essa matéria permitirá regular o setor e esclarecer melhor os cidadãos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha os seus estados membros a regular a Homeopatia de forma a garantir a inocuidade dos produtos que são comercializados sem prescrição médica. A OMS reconhece que, apesar de se verificar um aumento da utilização de produtos homeopáticos, são poucos os estados com regulamentação aplicável. Segundo esta organização, é necessário contrariar a ideia de que não existem riscos na administração de produtos homeopáticos devido às altas diluições. O documento de Estratégia da OMS sobre medicina tradicional 2002 – 2005 “aborda as questões de segurança, qualidade e eficácia da medicina tradicional (MT) e medicina complementar e alternativa (MCA). O principal objectivo destas estratégias é desenvolver um guia técnico de controlo de qualidade e segurança para produtos de MT/MCA.
Alberto Silva : “Se eu estiver doente, o que me interessa é a cura estando ela cientificamente ou não provada.”
Obviamente, o que interessa ao doente é a cura…
Mas o que é racional é que o doente tenha mais confiança em terapias que estejam cientificamente provadas do que nas que não estejam.
No final, a questão politica central tem a ver com a afectação de dinheiros publicos.
Como estes são escassos o que faz sentido é concentra-los em meios de cura que estejam cientificamente testados e com resultados comprovados.
Os outros métodos, alternativos e “tradicionais”, poderão sempre ser livremente utilizados por quem acreditar neles. Mas à custa de quem assim arrisca e não à custa do orçamento do Estado.
Nada disto obsta a que, em situações precisas e bem delimitadas, a medicina tradicional e alternativa possa ser também ela utilizada complementarmente à medicina convencional … sempre que a sua utilidade seja CIENTIFICAMENTE demonstrada !
“Se eu estiver doente, o que me interessa é a cura estando ela cientificamente ou não provada.”
Por isso, é que muitas pessoas têm fé e rezam mas a esquerda não valoriza, o que não surpreende. O que surpreende é defenderem a homeopatia, que consiste curar com água e cuja utilidade terapêutica já foi várias vezes cientificamente comprovada como NULA!
São contra a religião e a fé (consideram-nas superstições) mas a favor de mezinhas e superstições? “Cúerências” de Esquerda – precisavam de ir à bruxa, isso sim!
Que eu saiba estabelecer-se um quadro que regulamente o setor não significa que o Estado diretamente vá afetar recursos a este tipo de tratamentos (pelo menos diretamente). Talvez possam existir umas isenções, uns benefícios fiscais, mas isso existe para outras matérias desde fundos imobiliários, a ativos detidos por SGPS e não vejo grande crítica a estes dois tipos de isenções. Isto é claramente um fait-divers este assunto, sem qualquer relevância, teria passado completamente à margem se não fosse um blogger achar que dava um bom assunto para uma crónica e toma lá vai disto.
Que se regulamente, tudo bem. De resto, pelo que percebi, ja existem portarias publicadas para diversos cursos.
Mas que tal não tenha implicações orçamentais. Beneficios fiscais reduzem a receita do Estado.
Em principio não sou favoravel à atribuição de beneficios a tudo o que “mexe”.
Os impostos devem ser os mesmos para as diferentes actividades economicas. O mercado, que traduz as preferencias dos consumidores e as possibilidades dos oferecedores, que faça depois a calibragem.
Mas quando alguns beneficios existem devem ser justificados por um interesse publico evidente.
Não é o caso das medicinas tradicionais e alternativas.
Pelo que percebi o “fait-divers” resulta das declarações de um deputado do BE pressionando o actual governo para que seja dado a estas medicinas um tratamento equivalente ao que é dado às convencionais.