No seguimento do que já escrevi aqui sobre um texto do Público em que se perguntava “É verdade que o PS não preparou o eleitorado nem avisou do possível consenso à esquerda?”, por uma questão de rigor e de honestidade intelectual, é importante perguntar, neste momento de tanta crispação, se o mesmo aconteceu em relação à coligação PSD-CDS, no ano de 2011, cuja materialização pós eleitoral tem servido para fundamentar a solução apresentada à esquerda pelo PS, PCP, BE e PEV, também ela pós eleitoral. E, então, é verdade que o PSD e o CDS não prepararam o eleitorado nem avisaram sobre uma possível coligação à direita? Não, não é verdade.
No dia 3 de junho de 2011, Pedro Passos Coelho disse-o:
«Governaremos com o CDS/PP, mas que não haja dúvidas em Portugal sobre qual o programa que foi a votos e qual é a direcção que se pretende para esse Governo»
Acresce ainda que – e esta é uma razão secundária mas não por isso com pouco peso – lendo com cuidado o manifesto eleitoral do CDS-PP, de 2011, a possibilidade de coligação saltava à vista. E, convém dizer, possibilidade essa que não passou assim tão despercebida.
Portanto, podemos não concordar com o conteúdo do (s) acordo (s) celebrado (s) à esquerda, ou mesmo discutir o grau de compromisso dos mesmos, como o Tomás aqui fez, e por, essas razões, distingui-los dos acordos celebrados pelo PSD-CDS em 2011; mas, convém não esquecer que o procedimento, os vários atos, momentos e decisões, que resultaram na adoção dos acordos à esquerda (e aqui incluo a falta de transparência, a recusa de assinar um único documento que plasmasse uma posição governativa conjunta, um programa de governo comum, assinado ao mesmo tempo, na mesma sala) foi significativamente diferente do que sucedeu em 2011, com PSD-CDS. Num Estado de Direito democrático, cuja natureza, em certo sentido é um assegurar um mecanismo procedimental para fundamentar a legitimidade de quem toma decisões, de quem exerce o poder político, esta diferença não pode passar despercebida por ter consequências graves na formação da vontade geral dos eleitores e, por consequência, na própria deliberação.
Não está a falar da coligação dos irregováveis que tinha tudo calculado para não diminuir salários, conhecia todas as respostas e resolvia os problemas do país com as gorduras do Estado?
É que esses pelos vistos, mantiveram-se unidos pelo acesso ao pote e não faziam ideia do que iam fazer.
Os votos dos eleitores (deputados) não precisam que uma entidade, seja ela o Cavaco, os tudologos… confirmem que são validos ou não. São soberanos, votam e fim dos argumentos.
O Cavaco vai fazer o melhor para a nossa vida, social, politica e económi; depois falam que deve decidir :os deputados..