Assinatura dos acordos à esquerda será “sequencial com momentos individualizados”
A hora e o modo como a cerimónia de assinatura dos acordos vai decorrer não estava fechado na segunda-feira ao fim do dia. Apenas se sabia que decorreria na Assembleia da República e que quatro partidos discursam. A dificuldade em organizar a iniciativa devia-se às exigências do PCP de não surgir em igualdade de circunstâncias com o Bloco de Esquerda.
O PCP pediu mesmo que fosse organizada uma “cerimónia sequencial com momentos individualizados”. Uma formulação que a direcção do PS estava a tentar descodificar de modo a poder montar a cerimónia da assinatura dos acordos. A direcção do PS admitia, assim, que as delegações dos quatro partidos envolvidos não coabitassem na mesma sala e que apenas os socialistas permanecessem presentes durante toda a cerimónia.
Será a assinatura do acordo ou do desacordo?
Um “acordo” a quatro em que o segundo não se dá com o terceiro, o quarto é casado com o terceiro, mas anda a trai-lo com o segundo… Vai dar cá um caldo!
Não podia ser todos ao mesmo tempo na sala. Se não começariam logo os estalinistas ao estalo ao trotskistas e estes à cabeçada aos socialistas. Só vos digo ao pé do que nos espera os Monty Python vão parecer um velório.
O circo vai-nos sair caríssimo. Mas vai ser hilariante.
Presidente cumpra o seu dever. Em final de mandato não pode permitir que princípios elementares de seriedade e prática democrática sejam tão descaradamente subvertidos. Com a agravante de esta trampolinice ser conduzida por uma figurinha menor que tudo é capaz de atropelar para se espreguiçar refastelado no alto da própria ambição.