Os efeitos do novo programa de governo do PS vão ser dolorosos

O novo programa do PS (que não foi sufragado nas urnas) prevê um défice 2.8% do PIB em 2016. O PS espera que o aumento da despesa leve a mais consumo e que isso faça a economia crescer e as receitas aumentar. Só que há um problema que o PS ainda não percebeu ou finge não perceber porque não lhe interessa: o endividamento excessivo do Estado que faz com que o dinheiro que o PS pretende gastar seja emprestado a juros cada vez mais elevados.

Ou seja, ao contrário do que PS+BE+PCP andam por aí a dizer, ninguém vai enriquecer com as medidas de um governo de esquerda. Vamos apenas voltar a viver com o dinheiro que receberemos nos anos mais próximos e que servirá, não para gastarmos ao nosso gosto, para investirmos ou para pouparmos, mas para pagarmos dívida.

Este problema existe há muitos anos. Nessa altura também a maioria dos portugueses não enriqueceram; limitaram-se a viver com o que iriam ganhar no futuro que se tornou o momento presente. Simplesmente, até mais ou menos 2008, como o endividamento, apesar de caminhar nesse sentido, ainda não era avassalador, havia a ilusão de que o dinheiro que se pagava em impostos chegava porque não se sentiam os efeitos imediatos da dívida.

Até mais ou menos 2008, os efeitos dos erros cometidos não eram imediatos. Agora, são. E caso o governo de esquerda tome posse e avance com o que ameaça fazer, o Natal já vai ser doloroso.

11 pensamentos sobre “Os efeitos do novo programa de governo do PS vão ser dolorosos

  1. Ricardo Janeira

    Esperemos que sim e que o Natal seja já doloroso, pode ser que dê para ficar mais próximo da cura

  2. chipamanine

    O autarca Costa vangloria-se de diminuir a divida municipal …..a vender ao Estado os terrenos do aeroporto ….como solução para agora antecipo e preconizo 4 ilhas no arquipelago da Madeira, 9 ilhas nos Açores

  3. tina

    Esta coligação não vai a lado nenhum, basta haver 3 acordos, assinado ou não, basta não haver membros de alguns partidos no governo, para perceber que não é nenhuma coligação mas apensa um arranjinho.
    .
    Acima de tudo, este exercício foi útil para perceber que o BE e o PCP são os partidos mais hipócritas de sempre, não se preocupam nada com as classes desfavorecidas, só estão interessados em proteger os interesses dos funcionários públicos, ou seja, da classe a que eles próprios pertencem.
    .
    O histérico do Jerónimo agora já não se importa que o salário mínimo suba apenas para 530 euros e a histérica da Martins fica satisfeita em aumentar as pensões até 600 euros em 0,3%. Mas os reformados públicos terão por inteiro as suas pensões de milhares de euros. Que grandes farsantes, cínicos e indiferentes aqueles dois, só de olhar para eles apetece vomitar.

  4. tina

    Tsipras fez o mesmo agora na Grécia, foi baixar pensões de 390 euros para 360 euros, por exemplo, quando podia ter evitado isso se diminuísse as mais altas em maior proporção. Mas isso afetaria-os diretamente, ou seja, os políticos funcionários públicos de classe média-alta teriam de ver os seus próprios salários e reformas diminuídos. Tudo muito bem a conversa de distribuição de riqueza, desde que não lhes toque a eles. Já não há a esquerda que tira aos ricos para dar aos pobres, a esquerda de hoje tira aos ricos e tira aos pobres para dar a eles próprios.

  5. JP-A

    Continuo a duvidar que Cavaco Silva dê posse a uma aberração como esta minoria disfarçada de maioria, mas em Portugal tudo é possível. Entretanto chegou o circo, que antes da apresentação do programa de governo e orçamento foi assim:

    -“António Costa vai inviabilizar Orçamento se perder as eleições”
    -“PS mandata Costa para chumbar Governo de Passos”

    Agora repare-se nesta pérola:
    «Costa sobre Assis: “Eu nunca poria em causa um acordo sem o conhecer”»

    Não chega a ser bem um show de palhaços.

  6. revoltado

    Como se pode continuar a insistir no erro? Como é que, ainda numa situação de défice elevado, com uma dívida pública em crescendo, se apresenta um orçamento expansionista? Para mais quando a economia já se encontra a crescer? Como se corta o iva na restauração quando uma grande parte dos clientes dos restaurantes são turistas? Por fim, como se financia um défice de (pelo menos) 3% com um crescimento da economia de (na melhor das hipóteses) 1,5%?

  7. Prof. Bambo

    Esta é uma “não coligação”. O PS+BE+PEV vão subscrever o acordo. O PEV satélite teve autorização do PCP para assinar e igualar o número de votos com o PAF. O PAN votará normalmente alinhado com a Troyka de esquerda. Calculo que vão aparecer 2 “dissidentes” mandatados pelo PCP para viabilizar esta Troyka e que ao mesmo tempo permitam a contestação de rua da CGTP e a habitual “defesa dos trabalhadores, pensionistas e reformados”.Se o PCP integrasse formalmente esta Troyka seria um grande tiro no pé. Assim apoia, mas está fora… Veremos …

  8. tina

    Revoltado, consegue imaginar pessoas que não querem saber de nada a não ser eles próprios? Pois, é isso mesmo que está por detrás deste programa, tudo feito para devolver os salários e reformas à classe média/alta dos funcionários públicos. Os pobres e o sector privado que se lixem.

  9. Georgina Santos Monteiro

    @ Muito, muito bem, caríssima tina (Novembro 8, 2015 às 09:18),

    a perfeição, a sua argumentação.

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