Via Luís Aguiar-Conraria, editorial do jornal Avante (meus destaques):
Há uma base institucional para outras soluções governativas que impeçam PSD/CDS de formar governo e prosseguir a sua política de desastre, exploração e empobrecimento. Nesse sentido, o PCP apresentará uma moção de rejeição ao programa de um governo PSD/CDS, caso venha a ser presente na Assembleia da República.
Ao mesmo tempo, considera inaceitável a operação em curso que visa marginalizar o PCP enquanto força de alternativa e rejeita qualquer questionamento sobre a sua legitimidade para se afirmar e assumir como força necessária à solução dos problemas nacionais.
Nunca escondemos que há significativas diferenças entre o PCP e o PS que, aliás, têm estado presentes nas reuniões que se têm realizado, num esforço de exame das possibilidades de soluções políticas, que prossegue. O que dizemos é que, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, nada obsta a que o PS tome a iniciativa de formar governo e entrar em funções.
O PCP reafirma que há uma maioria de deputados que constituem condição bastante para a formação de um governo de iniciativa do PS, que permite a apresentação do programa, a sua entrada em funções e a adopção de uma política que assegure uma solução duradoura.
(…)
«O PCP não abdicou nem abdica – como referiu o camarada Jerónimo de Sousa no comício do Porto do sábado passado – de lutar por uma política que responda de facto aos direitos dos trabalhadores e do povo, à elevação das suas condições de vida, ao combate às injustiças e desigualdades sociais, ao necessário crescimento económico e a uma efectiva política de emprego».
Passa programa de Governo mas não Orçamento? Ou só garante mesmo moção rejeição do programa PSD/CDS? É que ao PS, para ser Governo (e governar), não bastará votos do BE e PAN.
O PCP tem todo o interesse em ter o PS num governo minoritário pois assim ficará sempre seu refém e não terão qualquer problema em os derrubar.
É o chamado abraço de urso.
Na verdade, para ser governo, basta a abstenção do PCP.
As moções de rejeição têm que ter maioria absoluta dos presentes, pelo que a uma eventual moção de rejeição ao programa de governo PS+BE bastam os votos favoráveis do PS+BE e abstenção do PCP.
Já o orçamento de estado precisa de maioria simples. É nessa altura que o PCP vai roer a corda.
Mas entretanto o Costa já se instalou, e já inventou que a situação é muito pior do que o que esperava e começa a campanha.
Pelos vistos estão-se a esquecer dos verdes?? Penso que PS+BE+Verdes+PAN deve dar à pele para o PC se abster e assim manter toda a sua “pureza ideológica”.
Toda a gente sabe que PEV=PCP. O PEV nunca iria votar de maneira diferente do PCP pois poria em risco o futuro da CDU. Quanto muito poderia se abster mas isso não é suficiente.
Pois é Nuno, esqueci-me dos Verdes. Apesar do voto deles não ser necessário para PS obter maioria. PS+BE+PCP=120 deputados
Não me devo ter explicado bem!
No entanto penso que me poderia ter sido dado, na dúvida, o benefício de saber o que são os Verdes.
No caso do PC pretender manter uma certa “pureza ideológica”, distanciamento crítico ou whatever em relação a um possível governo do Kosta, não se envolvendo directamente nas necessárias votações ao longo da legislatura, basta-lhes “emprestar” ao projecto a votação dos Verdes.
PS+BE+Verdes+PAN> PàF .
Assim, ao absterem-se, garantem votações ganhas por maioria simples.
O resultado é parecido mas …
Nulo, tens razão:
PaF = 107 deputados
PS+BE+PEV+PAN = 108 deputados