(capa do Expresso a 25/09/2015)
Quem antes das eleições alertou para as tendências radicais deste PS, foi acusado de fazer uma campanha de medo. Alguns moderados que optaram por votar PS, agora dizem que não sabiam que era mesmo possível o PS coligar-se com comunistas e bloquistas no governo. Isto apesar de todas as evidências em contrário e do próprio discurso de António Costa durante a campanha. Provavelmente menosprezaram, tal como eu, os instintos de sobrevivência de Costa: um homem que anda a trabalhar para isto desde os 14 anos não iria deixar fugir o poder em poucas semanas só por causa dumas eleições. Para a próxima já sabem.
Há muito tempo que o povo português anda a precisar dum “ABRE OLHOS”!
O que é de admirar é ele vir de onde menos se espera!
Certo, agora nao se queixem… Embora não me lembre que tenha havido um único jornalista ( posso estar errado) de ter perguntado ao dito cujo se era verdade tal notícia, limitaram-se a dizer que não tinha sido desmentida.
Já agora, alguém sabe se os antigos escritórios do FMI já estão novamente arrendados? Desconfio que muito brevemente vão precisar novamente de instalações mas agora com carácter mais permanente. Supondo que devem pagar bem e a horas, aconselho que o dono dos ditos espere mais um tempinho que brevemente chegarão novamente os seus queridos antigos inquilinos, ainda há gente com sorte 😀
Os homens normais não sabem que tudo é possível aos grandes jogadores. Invariavelmente entre a responsabilidade e a sua vontade de poder, escolhem esta, mesmo que isso custe a ruína do seu povo. Check, check, check.
Não me parece ainda assim que os moderados estivessem “avisados”. Sinais, declarações em off não desmentidas, sugestões, omissões, podem ser bem percebidas pelos conhecedores, mas são justamente ignoradas pela maioria. Esta, quando não avisada com clareza, e não foi, espera geralmente que as coisas corram como sempre. E mais que não avisada, foi induzida a esperar isso.
Próxima?
A ideia de uma coligação de extrema esquerda, à revelia do desejo expresso pelo eleitorado no sentido de políticas moderadas de centro e centro-esquerda (PSD + CDS + PS), é tão absurda que não se percebe como está a vingar. É como se estivéssemos a viver num mundo surreal.
Que grande comentário, zazie.
A. Costa, espera-se, deverá ser domado, educadamente ou não, por dentro, no PS. E rapidamente.
Se não for fica mais uma vez confirmada a distância abismal que há entre os programas, as propostas eleitorais, e o dia a dia do exercício do poder adquirido via eleições.
Fica mais uma vez confirmada a falácia que é o acto eleitoral de eleger indirectamente para deputados candidatos previamente escolhidos/selecionados pelos lobies partidários, de quem afinal dependem.
Fica mais uma vez confirmada a necessidade premente de, em cada círculo eleitoral, os eleitores escolherem entre os candidatos que ali se apresentam, aquele que merece o seu voto … ou não.
A única maneira de sanear este triste espectáculo que é a política em Portugal.
De facto fomos todos avisados, só que (e aí há que reconhecer as capacidades camaleónicas de Costa) fomos avisados de tudo e do seu contrário. Se num dia ameaçava com a sua capacidade de formar alianças à esquerda, logo que a coligação acenava com esse perigo para pedir maioria absoluta, Costa ou a sua entourage (em parte herdada de Sócrates) vinham falar em fantasmas e discurso do medo.
Infelizmente esse discurso ainda atraiu muitos ingénuos, que não aprenderam com Sócrates e, contra muitas evidências, viram uma espinha inexistente em Costa.
http://observador.pt/opiniao/e-se-nao-houver-maioria-absoluta/
Sem paninhos quentes: Costa é um cínico, um hipócrita e um reacionário político no mais exacto sentido dos termos: cínico porque só visa o poder pessoal, hipócrita porque se finge amigo do povo, reacionário porque visa entravar o estado salubre da nação. Os três “valores” numa pessoa só: um ser sedento de mando, doa a quem doer. Está neste momento a doer ao País, vai decerto doer ao seu partido mais tarde e, finalmente, vai-lhe doer a ele – mas terá simplesmente o que merece! Um indivíduo político nefasto e mau na realidade indubitável.