No início do ano António Costa disse que “vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha”. Já na campanha, durante o debate radiofónico, face ao volte-face do Syriza em Junho, o líder do Partido Socialista afirmou que aquele partido grego “adoptou a estratégia errada” (video). Não acreditei. E acho que muitos eleitores também não. Venho agora reconhecer que estava errado.

Ontem, depois do resultado das eleições que deram vitória (com maioria relativa) à coligação PS/CDS, António Costa teve a oportunidade de negociar com Partido Comunista e Bloco de Esquerda para formar governo que seguisse a linha do Syriza de Janeiro (sim, porque o Syriza das eleições de Setembro é bastante diferente). Não o fez.

A extrema-esquerda diz que as políticas por eles defendidas são anti-austeridade e não têm custos para os portugueses (um paraíso venezuelano, certamente). O discurso de derrota de Costa pareceu mostrar que ele acredita no contrário. Sendo assim, julgo que, na campanha eleitoral, devia ter atacado aqueles partidos com maior eficácia e contundência. Talvez a sede de poder (com a perspectiva de possível aliança com BE caso obtivesse apenas um empate com coligação) o tenha feito mais “meigo” para com os adversários à esquerda. Talvez… Sei lá!