Façamos uma cronologia rápida. Eles certamente levam isto ao charco em poucos meses. Depois, como eles só vivem com o dinheiro dos outros, acabam a pedir dinheiro a alguma entidade internacional. Como qualquer credor, essa entidade vai pedir uma mudança de vida. Em contexto de crise, consegue-se aprovar no parlamento um pacote de reformas do mercado laboral, um enorme pacote de privatizações e diversas medidas que estavam há muito em gavetas. Como bónus, a malta que é cega como uma porta e anda por clubismos, ainda acaba a defender essas mesmas medidas. Dá que pensar…
Aqui, talvez não.
Ainda.
Porque, para o bem e para o mal, chegamos sempre tarde e mal.
Mas, por aí, o mais provável é que sim.
Valerá a pena.
E é isso que aterroriza muita gente.
Gente disposta a suspender a democracia para evitar tal coisa.
Mas será em vão.
Oxalá!
Um contra-argumento segue já no meu artigo seguinte:
É que nunca se sabe quando o dirigente decide mesmo não fazer as reformas e ir “all the way”, como na Venezuela.
Como seria bom se só fossem os governos de “esquerda” a viver com o dinheiro dos outros. Infelizmente são todos!… Vivem com ele e distribuem-nos entre os amigos.
A “cunning plan”, diria o Baldrick!
Só uma pequena precisão:
“O dinheiro dos outros” é generosamente distribuído à direita (atenção que o nosso PS, na prática é tão de direita ou mais do que aqueles que se assumem como tal), para que os beneficiários mantenham disciplinado o povo explorado.
O Syriza, partido de extrema-esquerda? Tão de extrema-esquerda como Sá Carneiro em 1974, ou o PS até 1976. O Marx deve estar a rebolar-se de riso.
“… como eles só vivem com o dinheiro dos outros …”.
Esquerdas?. Direitas?. Ó homem, ainda aí vai?.
” … Monetary union, in the end, will result in a gigantic blackmailing operation …”.
Arnulf Baring 1997.
Empréstimos ajuda humanitária ou Empréstimos chantagem política?.
Diferença entre PS e PSD (ou em toda a zona euro, a diferenças entre partidos socialistas e partidos social-democráticos …) é um mito, um triste mito.
Quem vive (e bem) com “dinheiro dos outros” é a nomenclatura, nacional e internacional, da zona euro .. e os respectivos mandantes, claro.
Começam a duvidar do Syriza ser de esquerda? Então passamos mais uma etapa =)
JS, esse foi o seu melhor comentário de todos os que li até hoje.
A nomenclatura é sempre quem ganha com o poder de estado!
Bem-vindo ao Liberalismo, homem!
RCM Sem dúvida.
No Parlamento Grego um governo de “esquerda” (unido com a estrema direita), a passar moções com os votos da “direita” … com o seus deputados a votar contra …
Liberalismo no Parlamento.
O eleitor, esse, ainda tem as suas (inúteis) fezadas clubísticas.
Quando não pago as minhas dívidas, os tribunais penhoram os meus bens. Mas quando é o Estado que não paga, nem se põe em causa penhorar os bens do Estado.
Os Estados até podem entrar em bancarrota, como agora na Grécia, mas penhorar os seus bens é que não. A Grécia bem que podia pagar a dívida se os seus bens fosse penhorados!
Mas entrando em bancarrota, quem paga, são os burros de carga do costume, sejam gregos ou europeus. O problema, e consenso geral entre todos os socialistas – do PSD ao Syriza – é que a essência do Estado, o papel do Estado, nunca será posto em causa.
O Estado, como player num mercado “livre”, que também vende e compra bens móveis e imóveis, não pode nunca ser questionado.
Se o fosse, como é que o Sócrates ou o Dias Loureiro enriqueciam? Como é que se faziam os “grandes negócios estratégicos de interesse nacional”?