Alguns membros do Partido Socialista (por exemplo, o João Galamba aqui) têm afirmado que a Segurança Social deixou de ser sustentável devido à política económica deste governo. Vamos assumir então que isto é verdade. Vamos então fingir que tudo estava bem com a Segurança Social em 2011 quando o governo de Sócrates chegou perto de não ter dinheiro para pagar pensões. Vamos fingir também que a Segurança Social não tem obrigações a rondar os 200MM€, mas apenas 10MM€ em activos (menos de um ano de pensões) para cobrir essas obrigações futuras. Vamos fingir que nada disto é verdade e que, de facto, a segurança social era perfeitamente sustentável até este governo aparecer.
Se o PS acredita verdadeiramente nisto, só tem uma solução: defender a privatização do sistema de pensões. Se o PS acredita que basta uma má governação económica para colocar em causa décadas de descontos, deveria defender um sistema que protege os futuros pensionistas deste risco. Mas não, o PS continua a exigir aos portugueses que todos os meses depositem o correspondente a metade do seu salário líquido num sistema que assumem ser muito vulnerável. Em vez de devolver parte destes descontos para que os trabalhadores portugueses possam poupar para a sua reforma individualmente, comprando imobiliário, acções, depósitos, etc (até o falido GES tem mais activos para pagar as suas obrigações do que a segurança social), o PS quer continuar a obrigar os portugueses a contribuir para um sistema que consideram frágil.
Claro que há uma outra mensagem implícita no discurso do PS: a segurança social só é sustentável com o PS no governo. Ou seja, o problema não é o sistema em pirâmide da segurança social, o problema é a democracia.
Os activos não cobrem um ano, porque os “activos” são divida pública (oh a ironia).
Pergunte-se aos senhores do PS que pousam na AR e nas máquinas do Estado se eles vão aos hospitais públicos e centrais onde alguns doentes chegavam a esperar num corredor de urgência durante uma semana por uma cama, na legislatura anterior (do PS, que por qualquer motivo estranho, ninguém da comunicação social sabia), ou se andam a passear de médico em médico nos melhores privados, e se pagam ou não pagam consultas a 3 ou 4 euros. Pode ser que assim se perceba melhor o verdadeiro significado por detrás do “PIGS” com que a Europa nos carimba. Isto é um problema que nos está no sangue e chama-se falta de honestidade.
“Claro que há uma outra mensagem implícita no discurso do PS: a segurança social só é sustentável com o PS no governo. Ou seja, o problema não é o sistema em pirâmide da segurança social, o problema é a democracia.”
Não, se é sustentável ou não é indiferente. O importante é conseguir votos para chegar ao poder. Tudo o demais sobra.
Como todos os Ponzi schemes, a SS so “funciona” enquanto os que metem dinheiro sao em maior numero dos que tiram dinheiro. Nao e’ de todo o caso da SS Portuguesa ou das SS Europeias. O resultado final vai ser o colapso, como acontece em todos os Ponzi schemes, sejam do genero “legal” ou do genero ilegal.
Da série Toninho Cambalhotas:
2014:
«O socialista António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, defendeu quinta-feira à noite, em Coimbra, que é preciso um “grande consenso político e social” para enfrentar os problemas de fundo do país.»
2015:
«Líder do PS insistiu que em relação à maioria PSD/CDS não haverá a mínima hipótese de compromisso, conciliação, convergência ou “qualquer outro sinónimo” existente num dicionário de língua portuguesa.»