Observador:Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, confirma que o SATU, metro urbano de superfície que liga Paço de Arcos a Oeiras, vai deixar de existir em maio.
Pedro Pita Barros: SATU – rest in pieces…
E apesar da simpatia pelo SATU, as contas de exploração são terríveis. Ignoremos o custo do investimento, é custo afundado. Com base no relatório e contas de 2013, teve 170 586 viagens vendidas. As vendas de serviços prestados constantes da Demonstração de Resultados são 128 088 euros (menos de um euro por viagem vendida). Dá 467 passageiros por dia (incluindo feriados e fins de semana), com uma receita por viagem vendida de cerca de 75 cêntimos.
Os custos com pessoal são 161 950 euros, e a assistência técnica e manutenção do sistema, em regime de serviços especializados fornecidos à empresa, foram 846 796 euros. Juntando “custos das mercadorias vendidas e das matérias consumidas”, tem-se a soma de 1,056 milhões de euros. (O resultado líquido foi 2,27 milhões de euros).
Para cobrir apenas estes custos indispensáveis à exploração, ignorando todos os outros, seria necessário ao mesmo valor de receita média, multiplicar por 8,25 o número de passageiros diários, passar de 467 para 3854, o que não se afigura provável. É certo que nos transportes públicos podemos considerar alguns efeitos de externalidade de descongestionamento e até um certo subsídio público à exploração. Porém, o valor aqui envolvido para um subsídio de apoio é claramente excessivo.
A proposta de sobrevivência é chegar à estação do Cacém da linha de Sintra, o que não se afigura como sendo previsível num futuro próximo nem é claro que viesse a ter os passageiros necessários para tornar sustentável financeiramente.
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O que lixa este sistema, aparentemente, são os elevados custos de manutenção técnica. Não são os custos de pessoal. Não deixa de ser curiosa a enorme disparidade entre os custos com pessoal e os custos de manutenção.
Luis Lavoura, as siglas SATU têm um significado muito esclarecedor: Sistema Automático de Transporte Urbano 😉
E dai que seja a manutenção? Ela estaria prevista logo antes mesmo do projeto pois a lógica simples dita a necessidade da mesma. Se e cara deveria estar descrita nos estudos de viabilidade financeira
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Cada viagem custou cerca de €5 em manuntenção!!! Esses passageiros devem ser uns brutos!