O último Domingo, dia 22 de Março, trouxe-nos mais dois bons pretextos – a 1ª volta das eleições locais em França e as eleições autonómicas na Andaluzia – para reflectirmos sobre um facto incontornável para o futuro da política, nacional e supranacional, no espaço europeu. Sejamos ou não parte interessada na manutenção do actual sistema ou na sua eventual derrocada, encontremos ou não representantividade em algum partido, do sistema ou anti-sistema, é impossível ignorar ou negar que o centrão político está a esvaziar-se e a despertar indignação nas urnas, em diferentes graus e por meio de diferentes forças políticas (e sublinho “diferentes”). O maior drama dos partidos de centro é a sua incapacidade de renovação e de apresentação de temas mobilizadores; e é logo aqui que encontramos a primeira diferença entre partidos de extrema-direita e partidos de extrema-esquerda, e sobre a qual me alongarei mais à frente: os partidos de esquerda esgotaram as bandeiras que podem usar, quando comparando com o espaço de manobra gozado pela direita.
Poderemos reconhecer que, frequentemente, as campanhas políticas anti-sistema enveredam pela vitimização fácil e pela sobrevalorização exclusivista da missão mítica da sua nação, em aberta hostilidade em relação ao exterior. É uma estratégia, admito eu, pouco sensanta e que revela sofreguidão pela ambição de explorar ao máximo as frustrações prolongadas do eleitorado, especialmente em contexto de crise económica. Parte-se de verdadeiros problemas, até com justificada indignação, mas pode ocorrer que “pior seja a emenda do que o soneto”, neste caso por se incorrer no risco de alienação de amizades com nações vizinhas, minando a cooperação económica e o trilho cultural comum. Não precisamos de reduzir a escolha a duas opções: o projecto imperfeito ou a sua total aniquilação. Reconhecida esta insensatez visível em alguns partidos dos “extremos” (designação que serve os propósitos do discurso oficial de quem se quer perpetuar no poder, como já referi noutra ocasião), repare-se agora, sem surpresa, como a mesma estratégia de vitimização fácil contra um inimigo externo é igualmente usada pelos próprios partidos do mainstream e seus lacaios que vão instruindo a opinião pública. Mesmo que o desgaste destes partidos seja óbvio aos olhos de todos – a começar pelos próprios –, a existência de partidos com um discurso de ruptura acaba por ser um oportuno autogolo oferecido de bandeja aos que não se dispõem a admitir incompetência própria nas fragilidades institucionais, promiscuidade inerente ao crony-capitalism, e degenerações burocráticas que têm afectado directamente a vida dos cidadãos que só são solicitados para verem acrescida a carga fiscal.
Usar o medo contra estes extremos pode ter sido uma ajuda decisiva para que o esvaziamento do centro não tenha sido assim tão expressivo como seria de esperar. Por enquanto, não houve sismo mas parece que entrou um fantasma na sala e que deitou algumas molduras abaixo. A democracia é um jogo em que, geralmente, ganha quem estiver disposto a rebolar na lama. E é com esse entendimento que temos de partir para qualquer análise de um processo eleitoral, para que não haja tanta espanto quando nos deparamos com as mais inverossímeis coligações e as mais desenvergonhadas contradições programáticas.
Dizia eu que existe uma primeira diferença fundamental que separa partidos de extrema-esquerda e partidos de extrema-direita: a maior variedade de temas mobilizadores que dá vantagem à direita, uma vez que já se constatou a rapidez com que caem por terra os encantos messiânicos de um Syriza. É bastante óbvio que as diferenças existem e não são diferenças acessórias. Sou levada a abordar o assunto a partir daí porque me parece importante contrariar a tendência de simplificar novos fenómenos complexos, afirmando que os novos partidos “são farinha do mesmo saco”, indistintos de todo. Não falta por aí quem queira refugiar-se constantemente na “teoria da ferradura” como explicação para tudo o que se passa nas democracias ocidentais nos nossos dias.
Cada um de nós preocupa-se mais com umas questões do que com outras e as preocupações pessoais acabam por ficar espelhadas na forma como todos, mesmo involuntariamente, nos inclinamos a construir uma visão totalizante da realidade. Assim sendo, não podemos esperar que todo o eleitorado encare os partidos da mesma forma. Se determinado observador se posiciona num ponto de regular defesa do liberalismo económico acima de tudo, é natural que uma FN e um Syriza sejam olhados como iguais e mereçam igual repúdio. Para um observador que privilegie a defesa de valores morais tradicionais, o caso muda de figura porque poderá ver-se a votar num partido que revele preocupação pelas políticas da família e que se oponha à agenda progressista, independentemente da política económica preconizada pelo mesmo partido. Depois existirão aqueles cujo eurocepticismo é de tal forma impetuoso, urgente e inegociável que tanto poderiam votar num PCP, numa FN, num UKIP, num Syriza ou num PNR, desde que houvesse alguma forma de mostrar cartão vermelho às políticas europeias. Num último exemplo, imaginemos a diferença decisiva que existe entre estarmos a julgar programas políticos sujeitos a sufrágio num país que não é o nosso ou estar a votar numas eleições departamentais que poderão fazer toda a diferença no ambiente à porta de casa.
Aplicando ao que acredito ter-se verificado nesta 1ª volta em França, recupero o que já escrevi há umas semanas:
As omissões podem ter consequências mais determinantes em política do que aquilo que efectivamente é feito ou dito. É também aqui que o radicalismo vai absorver parte da sua força: no silêncio dos partidos de centro a respeito de problemas que os cidadãos, no terreno, já detectaram há muito tempo – refira-se que os cidadãos, regra geral, não estarão igualmente sensíveis em todos os domínios, pelo que é natural manifestarem rápida e fiel compreensão em assuntos que lhes são caros no dia-a-dia, como por exemplo em matéria de segurança, enquanto, por outro lado, aceitam passivamente o acesso a crédito fácil ou promessas de regalias suportadas à custa dos seus concidadãos.
Ou seja, quando o que está em causa é a questão da insegurança e o sentimento de negligência ou mesmo de “traição” (como Marine Le Pen lhe chama objectivamente quando atribui culpas aos partidos que se têm alternado no poder, a começar por Sarkozy que fez da imigração uma bandeira nas eleições presidenciais de 2007) a respeito dos conflitos étnicos e religiosos que perturbam a ordem pública, é de esperar que as pessoas dêem mais atenção a estes tópicos do programa em detrimento das propostas de política económica ou de política externa. Da mesma forma que o nosso voto pode variar muito consoante estejamos a votar em eleições autárquicas, presidenciais, legislativas ou europeias.
Sem estender a análise a outros partidos que vão ganhando protagonismo, vejamos por que razão a Frente Nacional e o Podemos não podem ser alinhados levianamente. O Podemos teve um resultado medíocre se pensarmos que o contexto económico e o mediatismo lhe eram muito favoráveis e que não seria difícil absorver eleitorado tipicamente de esquerda. Ou seja, se os partidos do sistema sofreram alguns arranhões neste Domingo, não parece que tenha sido por força de propostas de política económica de extrema-esquerda e muito menos por alastramento do fenómeno Syriza – é manifestamente exagerado detectar qualquer sinal de vitória e de revolução em curso, a menos que se passe muito tempo em frente ao ecrã.
Posto isto, e admitindo que existem semelhanças formais, a nível de comunicação política, e semelhanças de conteúdo que passam pela oposição à globalização, pelo eurocepticismo e pelo reforçado intervencionismo na economia em áreas consideradas vitais para o bem-estar dos cidadãos (saúde, educação, transportes, serviços bancários e energia), devemos perguntar se é razoável acreditar que um eleitor mediano, um eleitor desiludido com Hollande ou até um eleitor de extrema-esquerda teria inclinação para votar em Le Pen como alternativa socialista e se é mesmo o domínio económico que está a determinar mudanças nos resultados eleitorais. Os eleitores que possam ter fugido da UMP para votar em Le Pen, decerto não o fizeram tendo em vista nacionalizações parciais e proteccionismo, mas sim temas polémicos que já não confiam a Sarkozy. E os eleitores que possam ter deixado de votar em Hollande para votar em Le Pen, não o terão feito com esperança de que esta tenha maior habilidade para dar um novo fulgor às políticas socialistas, porque tal deslocamento do voto seria o mesmo que escolher ir comer sopa ao McDonald’s. Se estivermos lá e quisermos mesmo uma sopa, ela está disponível, mas não é sopa que nos incentiva a ir ao McDonald’s. A mobilização que possa vir de antigos eleitores do PS é feita, provavelmente, na base do eurocepticismo e de questões culturais prementes. E se alguém acredita que o centrão político está a sofrer ameaças pela suposta vontade geral em favor da radicalização de esquerda e de exigências distributivas, como se explica que o Podemos tenha sido tão insignificante e que o PSOE tenha saído ileso?
A FN não é o Podemos e, ainda que possamos identificar um apelo similar a um colectivismo fraterno anti-austeritário e a um patriotismo que poderá, ou não, descambar em reforço do Estado burocrático centralizado e racionalizado na base da aversão ao exterior, é preciso notar que o eixo emblemático da FN não é a política económica e a mistura de economia socialista com posições tradicionalmente de direita, acaba por servir de bengala num partido que reúne sensibilidades diversas e a que já basta ter de arriscar-se muito mais quando dá a cara por temas polémicos como o combate à islamização e a deportação de imigrantes ilegais.
No meio de todos estes desenvolvimentos, uma coisa fica em evidência. Existe um clara incoerência entre aquilo que se entende por democracia, na teoria e na prática, e aquilo que as elites regularmente vencedoras estão dispostas a reconhecer como legitimado pelas mesmas regras que lhes garantiram os cargos, tantas e tantas vezes. Tendo em conta que uma parte da indignação do eleitorado deve-se à percepção do défice democrático de que a UE não se livra tão depressa, era aconselhável tomar mais atenção a esse vício tão feio que consiste em estigmatizar uma parte do eleitorado, caricaturá-lo, analisá-lo com condescendência arrogante e ignorar as suas motivações, enjeitando o montinho de boletins de voto que não agrada tanto.
Não consigo conhecer as motivações individuais dos votantes. Só posso tentar adivinhá-as a partir das deslocações de voto e da evolução das “bandeiras” eleitorais. É um facto que a FN cresce numa altura em que se adivinharia um reforço da extrema-esquerda (como no caso do Podemos em Espanha) e em que o seu programa económico pouco se distingue do programa inicial de Hollande ou de outros à sua esquerda. Aliás, nesta altura são estas as questões que estarão no centro do debate político e porventura as que serão mais mobilizadoras de potenciais votantes.
Não digo que não existam alguns que sejam motivados pelas razões que apontas mas suspeito que não sejam a norma. Mas, mais uma vez, estou apenas a tentar adivinhar.
Certo – quando 10.000 alemães se manifestam a favor do PEGIDA na Alemanha, é estúpido dizer que são todos nazis.
É certo que há preocupações (com emigração, islão, UE) que são perfeitamente legitimas.
A questão a meu ver, é como é que os partidos moderados abordam esta questão, sem serem arrastados (com mais ou menos vontade..) para o discurso populista de extremistas, e sem se comprometerem moralmente.
Por exemplo, eu acho legitimo que socialmente, os Britanicos se sintam incomodados com o pesado influxo de emigrantes de leste que têm tido (vivo em Northampton, e juro que há mais polacos que ingleses aqui, pelo menos parece…).
No entanto, é legitimo passar de um problema de flooding cultural temporário (que se quisessem ser sérios, até poderiam tentar suspender temporariamente shengen, está previsto nos tratados), para um de “a UE é a encarnação de todos os males”?
esse vício tão feio que consiste em estigmatizar uma parte do eleitorado, caricaturá-lo, analisá-lo com condescendência arrogante e ignorar as suas motivações, enjeitando o montinho de boletins de voto que não agrada tanto
Concordo plenamente.
k
os Britanicos se sintam incomodados com o pesado influxo de emigrantes de leste que têm tido (vivo em Northampton, e juro que há mais polacos que ingleses aqui, pelo menos parece…)
Creio ter lido algures que esse “pesado influxo” é de facto bem pequeno. Qualquer coisa como 1% da população do Reino Unido.
Acho curioso que os britânicos se sintam incomodados com imigrantes de Leste, que em Portugal foram tão benvindos e tão facilmente integrados há uns quinze anos. Os portugueses ficaram, em geral, todos contentes por receberem imigrantes que (1) eram brancos, (2) eram cristãos, e (3) não se metiam em guetos à volta das grandes cidades, pelo contrário, espalhavam-se por todo o país, incluindo pelas aldeias. Tudo isto em contradição com imigrantes anteriores (angolanos, caboverdianos, etc). Acho curioso que os britânicos não tenham a mesma reação. Polacos são certamente melhores que paquistaneses, ou não?
quando 10.000 alemães se manifestam a favor do PEGIDA na Alemanha, é estúpido dizer que são todos nazis
Nazis não serão, mas são parvos certamente.
Os que se manifestam são predominantemente na Alemanha de Leste, onde o número de imigrantes é muito reduzido. Na Alemanha Ocidental, onde há bué de imigrantes, as pessoas não protestam contra eles. Pelo contrário, compreendem que eles são essenciais ao funcionamento da economia.
Há alguém que diga que a UE é a encarnação de todos os males? Há alguém que sinceramente acredite nisso?
Ser contra a UE não é a mesma coisa que dizer que é a encarnação de todos os males. A pessoa pode simpelsmente julgar que estaria melhor sem ela do que com ela.
Note-se bem, já existia uma grau razoável de integração econômica e comércio inter-europeu antes que existisse a UE. A Europa saiu da desgraça e ruinas em que se encontrava após a guerra para uma situação de prosperidade, em poucas décadas, sem existir a UE. Porque imaginar que agora a UE seria imprescindível? Se alguém julga que as pessoas de seu país, em média, estariam melhor se não existisse a UE, é perfeitamente lógico propor que ela deixe de existir, ou pelo menos que seja minimizada sua influência sobre os países.
Não estou dizendo que essas pessoas estão necessariamente certas. Pode ser (ninguém sabe ao certo) que os europeus estejam melhor do que estariam sem UE. Mas defender o contrário não é nenhuma insanidade.
Luis Lavoura
Não entendo porque um imigrante, por ser branco, é melhor que um negro ou moreno. O importante é que trabalhe, cuide de sua vida, e não cometa crimes.
Quanto a ser cristão, até entendo. A maioria dos imigrantes muçulmanos pode ser pacífica, mas aqueles que não são poderão ser um problema muito sério.
Quanto a formarem ou não guetos, é claro que os formadores de guetos tendem a causar mais problemas. Mas isso é um problema mais específico na Europa. Nos EUA, muitas vezes os imigrantes se concentram bem mais em certas áreas, e no geral isso não foi um problema particularmente sério.
Particularmente sobre o UK, vejo assim a crítica aos imigrantes da Europa Oriental:
1. Questão de segurança e estabilidade das instituições. Nesse aspecto, são muito melhores para os ingleses do que os imigrante muçulmanos. Gangs de estupros e escravização de meninas são formadas por imigrantes muçulmanos, nunca por imigrantes poloneses. Áreas de imposição da sharia (com agressões públicas a infieis) são um problema trazido por imigrantes muçulmanos. Além disso, nunca um aluno protestante inglês foi obrigado a repetir uma reza a Maria, em demonstração de “tolerância” por uma religião diferente, Mas foram obrigados a repetir rezas muçulmanas.
Mas o politicamente correto tomou conta de tal forma da comunicação social inglesa, que as pessoas não tem coragem de expressar seus verdadeiros sentimentos em relação aos problemas que certos imigrantes muçulmanos causam.
2. Questão do sentimento dos trabalhadores em relação à concorrência no mercado de trabalho. É evidente que os trabalhadores ingleses tem os mesmo sentimentos em relação a poloneses e paquistaneses, quanto à concorrencia. Mas expressar tais pensamentos em relação aos concorrentes paquistaneses pode render séria perseguição por parte dos politicamente corretos. Os poloneses, por serem brancos e cristãos, não tem a mesma proteção que os muçulmanos. Então, o protesto contra poloneses é uma válvula de escape. É contra eles que é (ainda) um pouco mais aceitável protestar, logo os protestos recaem sobre eles. Além disso, a imigração vinda de países do leste europeu, reforça o cristianismo, o conservadorismo e a cultura europeia. A esquerda têm todos os motivos para preferir a imigração muçulmana, e castigar muito mais fortemente quem proteste contra ela.
A Andaluzia é um caso muito complexo…
O sucesso da Esquerda andaluza deriva do predomínio da grande propriedade. O mesmo sucede em Portugal. Nas zonas onde predomina a pequena e média propriedade os eleitores pendem para a Direita. E na Andaluzia a propriedade é mesmo grande, maior que no Alentejo.
Contudo, há um grande fervor religioso na região andaluza, o culto mariano não tem paralelo com a realidade portuguesa. Para além disso, a tradição comercial é forte, talvez herdada dos tempos do Al-Andaluz e da forte presença sefardita. Aliás, os andaluzes têm mais iniciativa comercial e industrial que os algarvios ou alentejanos. Por um exemplo, um dos grandes impulsionadores da indústria conserveira algarvia era andaluz, já agora o outro era italiano…
Lavoura
Quem protestará será principalmente mais pobre. Ricos ou pessoas de classe média, tem muito mais facilidade de se mudar para longe dos imigrantes (e continuar, hipocritamente, e posar de “tolerante” em oposição aos ignorantes nacionalistas). Pobre não pode facilmente trocar uma residência desvalorizada junto a um gueto por uma mais valorizada longe dele. Terá talvez de atravessar áreas de imigrantes para ir ao trabalho. E pobres são mais conservadores, se ressentem mais da preferência das elites em favor da cultura e religião estrangeira contra as nativas.
Assim,, os pobres são muito mais sensíveis a esse problema. Um pouco de imigrantes turbulentos lhes causa muitos dissabores. Os ricos, nem sabem o que é isso.
Luís Lavoura,
Em 2013 os imigrantes no Reino Unido era 6,5 milhões. Mais de 1%. Quase 10%.
Mais de 1% da população residente no Reino Unido nasceu na Polónia (c. 1.000.000) ou é seu descendente de primeira geração.
Renato,
A Esquerda e os seus donos, aqueles que a mandam ladrar, sentar e rebolar, estão a querer uma guerra na Europa. As provocações à Rússia são realizadas para se iniciar uma guerra que, no sentir desses esbirros, está atrasada. A guerra, que já começou nois planos económico e informático, tem de cobrir a queda esperada dos sistemas económicos devido às dívidas soberanas.
Os Estados Unidos têm razões para mandar rosnar: a Boeing e a Northrop fizeram no último semestre umas patentes com aplicação militar muito in-ter-rr-re-san-tes, todas Star-Waris (sim, as grafias são intencionais!). Mas a soberba é um pecado muito grave e podem vir a levar de palmatória.
Os americanos obamescos, esses petulantes neo-con (de convicted fellon, com certeza), não conhecem os brinquedos que os russos têm no outro lado (bicharocos bírricos e disruptores de eletricidade e comunicações, um dos quais fez já de um navio americano da classe AEGIS um pato à espera do tiro). Se estivéssemos de fora, a guerra seria muito interessante de se ver, com muito firework, lasers e campos de força — existem já, esteja descansado que não estou a inventar aqui. Algo para ver ao som da Música para os Reais Fogos Artificiais, de Handel.
Infelizmente, estamos todos dentro.
Nunca se esqueçam do princípio primevo da política: qualquer eleito, seja qual for a sua plataforma, convergirá ao centro de gravidade comummente aceite quando tomar o assento, cagando tijolos e batendo contra os postes se necessário. Em corolário, o tamanho do tijolo excretado será tão grande como o posicionamento anti-sistema anterior.
Se não se convergir para o centro a bem, ser-se-á rotulado a mal pela imprensa e não mais haverá lugar a reeleição.
Isto é mais assim na União Europeia. O Rui Tavares (o gajo de que o país não se vê Livre) é criatura exemplar. Outros foram o Joshka Fischer, os neo-nazis austríacos no ano 2000, Hollande, Renzi, e brevemente Varoufakis e Tsipras.