Pirâmides e capachos

fisco

Nota prévia: a vasta experiência que tenho de lidar com os funcionários da Autoridade Tributária (Ex-DGCI) faz-me respeitá-los, só tenho a dizer bem e de todos os serviços do estado que eventualmente necessitei, foram sempre os mais profissionais e mais disponíveis para me ajudar resolver os problemas que fui tendo. Dão dez-zero até ao SNS, a médicos, enfermeiros e professores.

Tanto a tutela como as chefias da Autoridade Tributária conhecem bem a pirâmide aqui acima e sabem o que devem fazer com cada parcela da mesma. Deixar em paz a base, ajudar os do meio e perseguir os do topo. Não fazem nada disso. Perseguem a pirâmide toda, penalizam a base sempre que podem, esmagam os do meio, com penhoras, multas, coimas e processos e quanto aos do topo, se der muito trabalho (não é fácil agarrá-los), pois que paguem os de baixo. É esta a filosofia Tributária, a filosofia do “Chefe”, quanto mais e melhor um gajo faz, mais tem que fazer, os calões, pois coiso, pô-los a cumprir dá muito trabalho ao “chefe”.

Soube que o Sr Brigas Afonso se demitiu e já vai tarde. Um “académico da casa”, um calhau com olhos sem a mínima noção de coisa nenhuma, um ignorante e um caceteiro, que ordenou um arrastão de penhoras nos últimos quinze dias de Dezembro de 2014 revelando uma total falta de noção da realidade das empresas e da economia (até do calendário, por Deus!) que meteu os inspectores na rua atrás dos poucos tostões que os do meio da pirâmide ao lado eventualmente têm. Imagino que fosse um bom capacho do Secretário de Estado respectivo que no que respeita a ignorância e caceteirismo não lhe fica atrás. Estamos entregues a “chefes” destes que não merecem nem de perto, os subordinados que lhes calharam, que são bem melhores que eles e ainda são o que vai valendo ao miserável do contribuinte neste fascismo tributário sem qualificação.

13 pensamentos sobre “Pirâmides e capachos

  1. ricardo

    Quando vejo o Núncio a exibir-se lembro-me sempre do antecessor Oliveira e Costa.
    Nunca faltam galãs de bairro, oliveiras costas e núncios quando cheira a tacho e a penacho.
    Não vão faltar pulhas candidatos aos lugares vagos.

  2. Cf

    O ministério das finanças é precisamente o governo que nos governa. Não vale a pena pensar que os partidos que formam governo vão pôr um governo diferente. Não querem, não podem e não sabem. E não aprendem.
    Cf

  3. JS

    Há Países em que grande parte das tarefas das respectivas “AT”s é atribuida e realizada, por concursos e contractos com entidades prestadoras de serviços, privadas.
    Claro que se trata de uma enorme perca do poder dos partidos do Estado … pelo que não esperem, de pé, por isso. Nem por uma simplificação fiscal.

  4. O Brigas vai mas o problema fica, e na circunstância um problema grave: a “porosidade” dos dados fiscais do contribuinte “não VIP”… Em consequência, ou se tomam medidas de processo, controlo, registo, auditoria, ou qualquer dia quando lidamos com um amigo, amiga, namorada, sogra, patrão com conexões ao fisco, temos de antemão a ideia que ele ou ela já conhecem a nossa “ficha” fiscal, patrimonial etecetra e tal…

  5. ricardo

    Não só conhecem como fazem uso da informação e dos poderes, que lhes foram irresponsávelmente atribuidos, para gozo pessoal, da seita a que pertencem ou pura e simplesmente porque podem.

  6. ricardo

    Querem solução?
    Contratar gente honrada, dar-lhe poder para correr com os desonestos, os calões e os incompetentes.
    Vai continuar a haver problemas, mas quando são apanhados – rua com eles. E se o caso for grave – pildra.
    Resultado 99% da maralha entrava na linha e não´são precisas comissões, conselhos, departamentos, regulamentos – basta ser sério e trabalhar.

  7. ricardo

    Quando lhe calhar um processo de execução fiscal por erro dos serviços talvez o camarada Francisco mude de opinião.
    Meses de desleixo, faltas de respeito, chamarem-no para lhe “pedir” para parar de reclamar, “pois tem toda a razão mas tá a ver é o computador”, por fim é penhorado, executado, e por sorte apanha um perdão fiscal….para resolver as multas.
    No fim o mesmo responsável que não corrigiu o erro dos seus serviços despacha que a reclamação oficiosa é improcedente.
    E ainda fica com o cadastro fiscal sujo.
    Não, não é inventado.

  8. E as coimas absurdamente desproporcionais face às infracções? E a arrogância e gozo com que lhe respondem “devia era ter vindo cá em vez de usar o site, que assim nós avisávamos que ia pagar multa”. Se é isto o que melhor funciona neste país estamos apresentados.

  9. ricardo

    Quando perguntei se ia pagar multa por fazer o que me estavam a dizer para fazer, responderam-me – Se calhar não(sic).
    Nada é para admirar quando durante meses está afixado na entrada da repartição um cartaz que diz:
    prazo para entrega do IRS – meados de Abril

    e ninguém estranha, nem os funcionários, nem os contribuintes, nem o pessoal (director incluido) da direcção de finanças que usam a mesma entrada.
    Não abalem a confiança dos contribuintes na instituição.

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