A compra de votos à custa dos mais pobres

SSSe há uma coisa que a campanha do PS “Abandonados pela Segurança Social” vem demonstrar é a irrelevância das prestações pecuniárias do regime não contributivo da Segurança Social. O PS quer fazer o país acreditar que faz uma grande diferença para uma família de 6 pessoas receber 135 euros de RSI ou para um reformado pobre ter mais 48 euros por mês na reforma. Quer-nos também fazer acreditar que esse tipo de ajuda é preferível a ajuda em géneros, como a que é garantida pelas cantinas sociais. Nos verdadeiros casos de necessidade, as ajudas pecuniárias continuarão a fazer pouca diferença, nomeadamente na qualidade da alimentação.

Os beneficiários que verdadeiramente necessitam de apoio trocariam num piscar de olhos os benefícios pecuniários por ajudas em géneros, nomeadamente alimentação (135 euros para uma família de 6 não chega, nem de perto nem de longe, para pagar alimentação para um mês). Como os falsos necessitados tendem a menosprezar a ajuda em géneros, isto deixa mais recursos disponíveis para ajudar quem verdadeiramente necessita. Porque despreza então o PS a ajuda em géneros, preferindo as ajudas pecuniárias, mais sujeitas a fraude, e que pouco fazem pelos que verdadeiramente necessitam? A explicação é simples: porque pequenas ajudas pecuniárias abrangem mais eleitores, incluindo muitos que não necessitam dessa ajuda (quando, por exemplo, o rendimento efectivo do seu agregado familiar é superior ao declarado). Ao alargar o número de beneficiários, o PS mantém um conjunto de eleitores fieis que sabem que ter o PS no poder lhes garante um suplemento de rendimento. Com pequenas ajudas pecuniárias dadas a um grande número de pessoas, aqueles que necessitam mais, recebem menos, mas o PS atinge o seu objectivo: comprar votos.

Leitura adicional: RSI vs Cantinas Sociais

9 pensamentos sobre “A compra de votos à custa dos mais pobres

  1. Miguel Alves

    Carlos estás enganado.. sempre dava pra tomar o lanche no café e não apenas o pequeno almoço.

  2. Uma vez estava num autocarro no Porto e ouvi uma mulher na casa dos 20 a queixar-se dos cortes dos subsídios porque assim no Natal já não podia comprar um perfume da Hugo Boss ao namorado.

    Esta situação é grave por dois motivos:

    -os subsídios que esta fulana recebe são para luxos e não para necessidades básicas. É precisamente para isto que deveriam servir os apoios sociais: garantir o mínimo de condições

    – tem 20 e tal anos e já está completamente dependente de subsídios para o que quer que seja.

    Não censuro estas pessoas, censuro sim aqueles que dão incentivos a estas pessoas para continuarem a viver da esmola alheia para todo o sempre. Como se isso ainda não bastasse, para o fazerem ainda diminuem os rendimentos das outras pessoas para pagar estes subsídios. Ao fim do dia, temos um país com gente cada vez mais pobre e com cada vez menores perspectivas de crescimento.

  3. jo

    Parece que desde que os pobres não morram à fome o autor considera que não faz falta mais nada a ninguém.
    Assim como se faz com o cão: dá-se comida e isso chega.
    Concordo que o articulista que o valor do RSI é insuficiente.
    Já algum dos fanáticos do controlo do RSI podia explicar porque é que dar dinheiro a famílias tem de ser controlado documentalmente pela Segurança Social e dar comida pode ser feito de acordo com o critério de uma qualquer IPSS que ninguém controla.
    Há muita massa nesta distribuição de comida e não é só na sopa.

  4. Miguel Alves

    jo essa conversa é engraçada.. mas então o que é suficiente?
    T4 na foz?
    Mercedes na garagem?

    eu entendo o que tu queres dizer, mas quanto é suficiente? 1000 euros? 2000 euros? qual o valor que achas digno? como avalias essa dignidade?
    é que mesmo dentro da “comida”, a dignidade é bastante subjetiva… para uns um prato de sopa e sobremesa já é digno, para outros um almoço de 120 euros é que é digno.. não sei se me estou a fazer entender…

    Como eu acho que a dignidade é um valor subjectivo, cada individuo deve contribuir de forma individual e não existir alguém a decidir, porque imagina que todos nós começamos a achar que digno é ir comer à tua casa… se é que me estás a entender.

  5. José Maia

    Não sabem mesmo do que falam. Faz-me lembrar uma senhora “quéque” que se demorava nos pagamentos devidos à minha mãe. Afinal, o que são 50€ para quem está habituado a viver á grande?

  6. José vaz

    Oh Carlitos qual é o valor que você acha digno para uma horita da sua consultoria? Diga-me sff porque eu ainda sou do tempo da cantina da Legião Portuguesa! Era tão lindo … Os. Pobrezinhos todos alinhadinhos a comer a sopinha de feijão …claro que sem o glamour das entregas do banco alimentar mas mesmo assim…..
    Piolhosos socialistas que aproveitá-la a misérrima par campanha eleitoral!,, parasitas de outra espécie porventua pior pretendem fazer da assistência social um negócio no qual possam chafurdar e sacar algum!! Pobre país !,,,

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