Boas perspectivas

Atenas quer negociar novo crédito em 15 dias

O novo Executivo grego não está disposto a ceder nas suas promessas de acabar com a austeridade, mas necessita de um novo empréstimo para se manter em funcionamento até chegar a um acordo com os seus credores.

Juros da dívida grega a três anos superam fasquia dos 20%

Na maturidade a três anos, a taxa no mercado secundário superou na sessão de hoje a barreira de 20%. É o dobro dos 10% exigidos pelos investidores na sessão anterior às eleições. Mas também as obrigações a cinco anos superaram hoje a fasquia dos 15%. Antes da vitória do Syriza, a taxa era de 9%.

Também nos títulos a dez anos, as taxas continuam a subir, se bem que de forma mais moderada. Sobem para 10,75% na sessão de hoje, o que compara com os 8,4% a que transaccionavam na véspera das eleições.

13 pensamentos sobre “Boas perspectivas

  1. MP

    A desvalorização dos títulos da divida Grega é optimo para quem confie na solidez da estratégia do Syriza porque assim pode comprar hoje obrigações com 20% de desconto e revender mais tarde ao valor nominal quando tudo terminar em bem. Já estou a ver ou Louçã e a Marisa Matias a pôr o seu pezinho de meia em obrigações do Estado Grego !

  2. Simão

    Atenas esta-se a borrifar.
    Atenas quer saír da Zona Euro (seja lá o que essa “flawed and poorly implmented shared currency, not a monetary union by no means”, como dizem os ingleses).
    Atenas…..apenas….não quer ficar com o ónus de dar o primeiro passo. Em vez de sair quer ser “corrida”.
    Parece-me simples e, para quem tenha dois neurónios, isto sempre esteve na mente do Syriza (mesmo que não declaradamente).

    Como alguém escreveu ainda não há muit tempo neste blog: até que enfim um partido a cumprir o programa eleitoral. Contra tudo e todos e a borrifar-se.
    Essa é a novidade.

    (attendez pour la France….oh la doulce France….ça será trés bon….. lol)

  3. castanheira antigo

    Credores e devedores deviam estar no mesmo barco . Se alguem empresta a quem é aldrabão ou simplesmente não oferece garantias arrisca-se a perder .
    Tanto na Grecia como em Portugal baralha-se e volta-se a dar , para que no fim os credores iniciais estejam pagos ( bancos alemaes , franceses etc) e creditos e dividas fiquem numa amalgama onde o mexilhão ( contribuintes europeus) é o escravo.
    A grecia dá o grito de ipiranga e bem. Resta é saber se tem á frente quem saiba tocar o violino .
    Pela amostra penso que não e o mais certo é a argentinização ou venezuelização.

  4. Gil

    “A dívida grega está a ser castigada no mercado especialmente desde que o BCE a deixou de aceitar como colateral”.

    Isto também está no texto. Até à decisão anunciada por Draghi, os famosos “mercados” até estavam calminhos. É caso para dizer que, o que mais uma vez está em causa “é a política, estúpidos”.

  5. JS

    No “Estado Sentido” JWolf alvitra:
    “… A Grécia abandona o Euro e a União Europeia e adopta um divisa que não será necessariamente a sua…”

    Essa é uma opção a considerar.
    E outros, vários Países, os ex-Euro, com economias semelhantes, bem que poderiam juntar-se numa nova comunidade. E que viva muitos e felizes anos este Euro/Marco, para quem gosta.
    PS- Em Portugal o estado-dependentismo eleitoral nunca permitiría semelhante sacrilégio.

  6. Luís

    O problema não está no euro.

    Está na excessiva despesa pública e no sector dos bens transacionáveis.

    Não se percebe muito bem o que andámos a fazer entre 1980 e 2010 na indústria, agricultura, pescas e turismo, se compararmos a nossa realidade com as realidades espanhola, italiana ou francesa.

    O turismo está a mudar e temos sorte de ter um excelente Secretário de Estado. A indústria e a agricultura, lentamente, estão a fazer o seu caminho, apesar de termos um esforço fiscal assassino.

    Falta o Estado fazer a sua parte.

  7. Luís

    «Atenas…..apenas….não quer ficar com o ónus de dar o primeiro passo. Em vez de sair quer ser “corrida”.»

    Por mil e uma razões os socialistas extremistas não gostam do euro nem da UE.

    Mas as sondagens demonstram que a larga maioria dos gregos quer continuar na moeda única e na UE.

    O que me parece é que o povo grego já percebeu que não se governa e quer ser governado, mas não quer simultaneamente ver reduzido o seu actual nível de vida.

  8. Luís

    «Sobre a agricultura, cultivamos menos área, mas produzimos muito mais. Já estamos nos noventa e muito de autosuficiência alimentar e somos exportadores em vários produtos. Tudo começou nos anos 80.»

    É uma mudança que veio muito tardiamente. No início dos anos 90 os espanhóis já eram a horta da Europa.

    Conheço o país e o sector e sei que temos potencial para ir muito mais longe! No entanto faltam reformas que desviem o investimento estrangeiro de Espanha para Portugal e que tornem o mercado fundiário mais dinâmico: várias regiões do país precisam de «matar» a pequena propriedade, que não é compatível com uma agricultura moderna, produtiva, eficiente.

    Ainda há um longo caminho pela frente…

  9. Luís,

    Talvez os proprietários não queiram matar a pequena propriedade, onde têm a couve e o tomate para a casa, proveito extra dos seus magros salários. Mas posso-lhe falar de uma propriedade do Estado de 300 ha, não muito longe da Covilhã, que nem funciona nem se aluga nem se deixa funcionar. E como essa muitas mais há espalhadas pelo país.

    Quando pusermos todas essas antigas estações agrícolas nas mãos dos privados, em produção para o mercado, teremos mais alimentos do que aqueles que conseguimos consumir, e mais baratos.

    Porque é que a parte portuguesa do regadio do Alqueva está a ser comprado, segundo me disseram, por espanhóis?

  10. JS

    FM Colaço, “Se estamos mal por razão do Euro, como estaríamos sem ele neste momento?”

    Talvez já bem melhor. Na 1ª banca-rota, made in Soares (o Democrata), sem “buffer” Europa e só com o FMI, tudo teria sido mais real. Fiado mais fino. Provalvelmente o FMI não teria deixado medrar o descaminho que medrou (no pun intended). E os fundos em apoio para o crescimento “dado” pela UE … saberemos para que bolsos foi, mas não foi para a economia real. Auto-estradas, Mercedes, “pitrólio”…

    Nisso a Europa/Euro só serviu apara adiar, adiar, adiar, o inevitável abuso e re-abuso dos dinheiros públicos até … Sócrates e o seu (dele) bater no fundo.

    Mas, com este sistema eleitoral, não desespere: brevemente estaremos na 4ª intervenção.
    Concorda?. (cordialmente)

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