Atenas quer negociar novo crédito em 15 dias
O novo Executivo grego não está disposto a ceder nas suas promessas de acabar com a austeridade, mas necessita de um novo empréstimo para se manter em funcionamento até chegar a um acordo com os seus credores.
Juros da dívida grega a três anos superam fasquia dos 20%
Na maturidade a três anos, a taxa no mercado secundário superou na sessão de hoje a barreira de 20%. É o dobro dos 10% exigidos pelos investidores na sessão anterior às eleições. Mas também as obrigações a cinco anos superaram hoje a fasquia dos 15%. Antes da vitória do Syriza, a taxa era de 9%.
Também nos títulos a dez anos, as taxas continuam a subir, se bem que de forma mais moderada. Sobem para 10,75% na sessão de hoje, o que compara com os 8,4% a que transaccionavam na véspera das eleições.
Recomendo vivamente o artigo de Mario Vargas Llosa no El País
http://elpais.com/elpais/2015/02/06/opinion/1423219904_602409.html
Cada um é livre de se suicidar como quiser. Não imputem é as culpas aos outros!
A desvalorização dos títulos da divida Grega é optimo para quem confie na solidez da estratégia do Syriza porque assim pode comprar hoje obrigações com 20% de desconto e revender mais tarde ao valor nominal quando tudo terminar em bem. Já estou a ver ou Louçã e a Marisa Matias a pôr o seu pezinho de meia em obrigações do Estado Grego !
Atenas esta-se a borrifar.
Atenas quer saír da Zona Euro (seja lá o que essa “flawed and poorly implmented shared currency, not a monetary union by no means”, como dizem os ingleses).
Atenas…..apenas….não quer ficar com o ónus de dar o primeiro passo. Em vez de sair quer ser “corrida”.
Parece-me simples e, para quem tenha dois neurónios, isto sempre esteve na mente do Syriza (mesmo que não declaradamente).
Como alguém escreveu ainda não há muit tempo neste blog: até que enfim um partido a cumprir o programa eleitoral. Contra tudo e todos e a borrifar-se.
Essa é a novidade.
(attendez pour la France….oh la doulce France….ça será trés bon….. lol)
Credores e devedores deviam estar no mesmo barco . Se alguem empresta a quem é aldrabão ou simplesmente não oferece garantias arrisca-se a perder .
Tanto na Grecia como em Portugal baralha-se e volta-se a dar , para que no fim os credores iniciais estejam pagos ( bancos alemaes , franceses etc) e creditos e dividas fiquem numa amalgama onde o mexilhão ( contribuintes europeus) é o escravo.
A grecia dá o grito de ipiranga e bem. Resta é saber se tem á frente quem saiba tocar o violino .
Pela amostra penso que não e o mais certo é a argentinização ou venezuelização.
“A dívida grega está a ser castigada no mercado especialmente desde que o BCE a deixou de aceitar como colateral”.
Isto também está no texto. Até à decisão anunciada por Draghi, os famosos “mercados” até estavam calminhos. É caso para dizer que, o que mais uma vez está em causa “é a política, estúpidos”.
No “Estado Sentido” JWolf alvitra:
“… A Grécia abandona o Euro e a União Europeia e adopta um divisa que não será necessariamente a sua…”
Essa é uma opção a considerar.
E outros, vários Países, os ex-Euro, com economias semelhantes, bem que poderiam juntar-se numa nova comunidade. E que viva muitos e felizes anos este Euro/Marco, para quem gosta.
PS- Em Portugal o estado-dependentismo eleitoral nunca permitiría semelhante sacrilégio.
JS,
Se estamos mal por razão do Euro, como estaríamos sem ele neste momento?
O Euro é apenas uma moeda. E não interessa a cotação da moeda, mas o que se faz com ela.
O problema não está no euro.
Está na excessiva despesa pública e no sector dos bens transacionáveis.
Não se percebe muito bem o que andámos a fazer entre 1980 e 2010 na indústria, agricultura, pescas e turismo, se compararmos a nossa realidade com as realidades espanhola, italiana ou francesa.
O turismo está a mudar e temos sorte de ter um excelente Secretário de Estado. A indústria e a agricultura, lentamente, estão a fazer o seu caminho, apesar de termos um esforço fiscal assassino.
Falta o Estado fazer a sua parte.
«Atenas…..apenas….não quer ficar com o ónus de dar o primeiro passo. Em vez de sair quer ser “corrida”.»
Por mil e uma razões os socialistas extremistas não gostam do euro nem da UE.
Mas as sondagens demonstram que a larga maioria dos gregos quer continuar na moeda única e na UE.
O que me parece é que o povo grego já percebeu que não se governa e quer ser governado, mas não quer simultaneamente ver reduzido o seu actual nível de vida.
Luís,
Sobre a agricultura, cultivamos menos área, mas produzimos muito mais. Já estamos nos noventa e muito de autosuficiência alimentar e somos exportadores em vários produtos. Tudo começou nos anos 80.
«Sobre a agricultura, cultivamos menos área, mas produzimos muito mais. Já estamos nos noventa e muito de autosuficiência alimentar e somos exportadores em vários produtos. Tudo começou nos anos 80.»
É uma mudança que veio muito tardiamente. No início dos anos 90 os espanhóis já eram a horta da Europa.
Conheço o país e o sector e sei que temos potencial para ir muito mais longe! No entanto faltam reformas que desviem o investimento estrangeiro de Espanha para Portugal e que tornem o mercado fundiário mais dinâmico: várias regiões do país precisam de «matar» a pequena propriedade, que não é compatível com uma agricultura moderna, produtiva, eficiente.
Ainda há um longo caminho pela frente…
Luís,
Talvez os proprietários não queiram matar a pequena propriedade, onde têm a couve e o tomate para a casa, proveito extra dos seus magros salários. Mas posso-lhe falar de uma propriedade do Estado de 300 ha, não muito longe da Covilhã, que nem funciona nem se aluga nem se deixa funcionar. E como essa muitas mais há espalhadas pelo país.
Quando pusermos todas essas antigas estações agrícolas nas mãos dos privados, em produção para o mercado, teremos mais alimentos do que aqueles que conseguimos consumir, e mais baratos.
Porque é que a parte portuguesa do regadio do Alqueva está a ser comprado, segundo me disseram, por espanhóis?
FM Colaço, “Se estamos mal por razão do Euro, como estaríamos sem ele neste momento?”
Talvez já bem melhor. Na 1ª banca-rota, made in Soares (o Democrata), sem “buffer” Europa e só com o FMI, tudo teria sido mais real. Fiado mais fino. Provalvelmente o FMI não teria deixado medrar o descaminho que medrou (no pun intended). E os fundos em apoio para o crescimento “dado” pela UE … saberemos para que bolsos foi, mas não foi para a economia real. Auto-estradas, Mercedes, “pitrólio”…
Nisso a Europa/Euro só serviu apara adiar, adiar, adiar, o inevitável abuso e re-abuso dos dinheiros públicos até … Sócrates e o seu (dele) bater no fundo.
Mas, com este sistema eleitoral, não desespere: brevemente estaremos na 4ª intervenção.
Concorda?. (cordialmente)