Um “processo longo” de “evolução ideológica”

Carlos "Two Face" Amorim"
Carlos “Two Face” Abreu Amorim
Na sua página no Facebook, o deputado Carlos Abreu Amorim comenta a entrevista em que diz ter deixado de ser liberal. Diz o ex-aguadeiro-de-Manuel-Monteiro-tornado-aguadeiro-de-Passos-Coelho que a sua “evolução ideológica não aconteceu no último mês”, tendo ao invés sido “um processo longo que ganhou forma com as causas da crise financeira internacional de 2007 e que se acentuou com as PPP indígenas e o modo como se deram as quedas de bancos em Portugal”. Ou seja, Abreu Amorim passou a acreditar nas virtudes da intervenção estatal na economia por causa de uma crise em que a intervenção estatal – através dos famosos Freddie Mac e Fannie Mae – ajudou a criar uma bolha no mercado imobiliário nos EUA, bolha essa que depois rebentou com as conhecidas consequências; passou a acreditar nas virtudes da intervenção estatal depois das quedas de bancos portugueses que haviam prosperado durante anos graças à privilegiada relação que mantinham com um poder político sempre ávido de dinheiro para propaganda e disposto aos mais variados favores em troca de uma ajudinha nesse excelso propósito; e passou a acreditar nas virtudes da intervenção estatal ao observar as PPP, um caso paradigmático de como um Estado de dimensão gigantesca age em conluio com os interesses económicos com melhor acesso ao pouco livre mercado da influência política para lucro mútuo das duas partes e prejuízo de todas as outras pessoas. Ou seja, talvez todos aqueles que hoje criticaram Abreu Amorim estejam errados ao insinuarem ou dizerem que ele não passa de um oportunista sempre disposto a “engraxar” quem lhe der um lugar de algum destaque. Talvez Abreu Amorim seja apenas alguém que sofre de uma grande falta de perspicácia. O que, a avaliar pelo historial de “figuras” políticas a que se foi atrelando ao longo da sua gloriosa carreira, não custa a acreditar.

21 pensamentos sobre “Um “processo longo” de “evolução ideológica”

  1. Joaquim Amado Lopes

    balde-de-cal,
    Se se refere a Carlos Abreu Amorim só há duas conclusões possíveis:
    – não lia posts de mais ninguém (excepto talvez os publicados no Jugular?) ou
    – chama-se Carlos Abreu Amorim.

  2. JS

    Apenas mais um nomeado político “de aviário” pelo partido.
    Amanha poderá voltar a ser um ferrenho liberal. Porque não?.

    Diga-nos CAM: teria esta saltitante conduta política se, para ser eleito, e re-eleito, tivesse que ter o seu nome numa lista com outros, vários, candidatos a escrutínio, apresentada no seu círculo eleitoral, em vez de apenas cozinhar a sua elegibilidade em conversinha de partido?.

  3. Hajapachorra

    Um gajo que sucede a meneses como candidato do psd em Gaia e consegue ficar atrás de eduardo vítor e de guilherme aguiar tem que ser mesmo muito cepo.

  4. Rui David

    O homem mudou de opinião. Aparentemente como resultado do confronto entre as convicções baseadas em leituras e a sua experiência como governante.
    Passa a ser um “aguadeiro” , “gordo e anafado” que quer isto e aquilo.
    Acusações ad ominem e ataques pessoais.
    É natural.
    O espírito “Comité Central” não é exclusivo do PC. Parece que faz parte da “natureza humana”. E ela não é boa.

  5. Luís Lavoura

    uma crise em que a intervenção estatal ajudou a criar uma bolha no mercado imobiliário

    É verdade que a ajudou a criar, mas não foi a única, nem a principal, causa dessa bolha.

    Já existiam bolhas antes de haver intervenção estatal. (Vejam-se as bolhas das tulipas no Holanda do século 17 ou dos Mares do Sul na Inglaterra do século 18.)

  6. Luís Lavoura

    as quedas de bancos portugueses que haviam prosperado durante anos graças à privilegiada relação que mantinham com um poder político

    O BES, o BCP e o BPI apenas prosperaram devido à relação com o poder político? Ou caíram por causa dessa relação? Não me parece.

  7. Bolhas existirão sempre, faz parte da natureza humana.

    Estouros existirão sempre, faz parte da natureza humana.

    Querer controlar umas e outras, faz parte da natureza divina.

    É muito perigoso o homem que pensa que a natureza humana pode ser controlada.

    Temos alguns na história, pelos piores motivos.

    Os que propõe controlar a natureza humana por bons motivos, ou são tolos, e por isso incapazes para governar, ou são ardilosos, versadeiros flautistas de Hamelin, e por isso muito perigosos.

  8. Caro Rui: não o chamei de gordo nem de anafado. Chamei-o de aguadeiro, sim, mas isso não é de agora. Já há bastante tempo critiquei a forma pouco digna como ele se presta a servir este e aquele: para não ir mais longe, critiquei a sua escolha como candidato a Gaia, apenas e só por ser um pagamento do serviço propagandístico que ele andou a fazer a Passos Coelho. As minhas críticas a Abreu Amorim não são de agora, nem t~em nada a ver com o peso dele.

  9. lucklucky

    “Bolhas existirão sempre, faz parte da natureza humana.
    Estouros existirão sempre, faz parte da natureza humana.”

    Ora bem.
    E não só da natureza humana, da natureza das coisas, uma árvore cresce até ter alimento, muitas crescem demais e caiem pelo excesso de peso. Investiu demasiado em algo que estava a dar resultado.

  10. X

    G Bush fez com que o estado federal americano subscrevesse os empréstimos tóxicos concedidos aos ninja (No INcome, no Job, no Assets = recém casados) meses antes das eleições para o seu segundo mandato. tratou-se de uma manobra eleitoralista bem sucedida.

    ou seja, o colapso do sistema financeiro também teve muito q ver com o intervencionismo estatal.

  11. Jalapeno

    Que se discorde das suas posições? Está Bruno Alves no seu direito.

    Que, por causa das suas posições, se façam desproporcionais ataques ad hominem chamando-lhe aguadeiro com falta de perspicácia? Ridículo.

  12. não é um ataque ad hominem. É um ataque ao comportamento político (o “aguadeiro”) e à opinião acerca da crise, das PP e das quedas dos bancos (a falta de perspicácia).

  13. JPT

    Carlos Abreu Amorim sem tacho seria o Pedro Marques Lopes (ou vice-versa: se o Marques Lopes tivesse recebido o tacho com que contava, se calhar tinha-se candidatado pelo PSD a Gaia e dir-se-ia liberal e, depois, estatista ou banqueiro e, depois, anarquista). E não é de hoje esta conclusão.

  14. Nuno Soares

    O Porto está a seis pontos do 1º Classificado! Está a treinar para presidente da Liga de Clubes. Deixou de ser Liberal, mas continua a ser tripeiro.
    Darwin estava errado.

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