A minha recomendação aos trabalhadores afectos aos 12 sindicatos da TAP que decidiram fazer greve entre o dia 27 e o dia 30 de Dezembro invocando a razão de que são “contra a privatização” , é que formem um consórcio e apresentem uma proposta de compra da empresa.
Em alternativa, e sendo o contrato laboral em Portugal rígido do lado dos empregadores mas flexível do lado dos empregados, os trabalhadores têm sempre a possibilidade de procurarem a qualquer altura um emprego mais atractivo noutra empresa.
Sobre as declarações populistas de António Costa que diz que é “perigoso” privatizar a TAP porque o “interesse público deve estar acima de tudo”, o António Costa bem que podia começar por definir o que é o “interesse público”. É que com esse chavão que significa tudo e nada, provavelmente conseguiria justificar a nacionalização de quase todas as empresas.
O António Costa tem ainda uma tirada bem disparatada (que quase me faz ter saudades do Seguro) quando sugere outra alternativa para injectar capital na TAP quando afirmou que “há alternativas à privatização” (por exemplo, “através de um aumento de capital em bolsa”, isto porque:
- A TAP não está cotada em bolsa
- Um aumento de capital em bolsa representa uma privatização, ainda que parcial
Dito isto, acho que o António Costa seria a melhor pessoa para encabeçar o consórcio referido acima. Fico a aguardar a proposta de compra da TAP vinda do Largo do Rato.
Em nome do interesse público não podemos irradiar o socialismo ?
Quanto à take another plane, não podemos fechar aquilo e vender os aviões ? O Vara e o Godinho ainda estão no negócio das sucatas. Pelo menos ainda andam cá fora.
Nem o detido 44 regressou na TAP, sabia que ia chegar atrasado e assim enganava os policias.
Que pais chavista madurista bafiento.
Eu gostava era que alguém perguntasse ao António Costa, e visto que repente virou especialista em bolsa já que são várias as vezes que falou sobre isso, é se ele como investidor comprava acções de uma empresa que está mais tempo em greve do que a funcionar e ainda por cima a maioria do capital pertence ao “interesse público”.
Já agora, se a TAP é do interesse público e de todos nós podem sempre dividir o valor da TAP pelos Portugueses e dar a cada um uma acção, cotar a TAP em bolsa e depois cada Português decide se quer ficar com a acção ou vender, depois sim, o António Costa via o “interesse público” que a TAP representa.
:):):):)
A TAP não está cotada em bolsa
Mas poderia passar a estar.
Um aumento de capital em bolsa representa uma privatização, ainda que parcial
Muito parcial, mesmo, dado que Costa propõe que o Estado mantenha a maioria do capital e, portanto, o poder de decisão.
Há montes de empresas públicas que estão de facto cotadas em bolsa (exemplo: a Statoil norueguesa).
“Há montes de empresas públicas que estão de facto cotadas em bolsa (exemplo: a Statoil norueguesa”
Nesse caso não é uma empresa pública mas uma empresa com participação estatal. A cotação no mercado secundário implica a possibilidade de transação de acções em bolsa. Algo impossível numa empresa pública.
Para além disso existem mínimos de dispersão do capital que podem inviabilizar que mesmo uma empresa particiapada pelo estado (ou mesmo privada) sejam cotadas em bolsa.
Cenas de um país perdido:
Jornalista – Defende a requisição civil no caso da TAP?
Político – Defendo.
Jornalista – Então e o direito à greve?
A TAP precisa de 500 a 1000M€ para limpar o balanço. O estado não pode meter. Quem é que vai pagar isso para ficar sem deter controlo?
Mais, da próxima vez que for preciso um aumento de capital, o estado continua a não poder acompanhar (ajudas de estado). Nessa altura faz-se o quê, para não perder a TAP?
Convinha que o Costa e o Lavoura respondessem a estas perguntas.
Nuno,
eu pelo António Costa não respondo, que nem sequer sou simpatizante do PS.
Sou favorável à privatização da TAP. No entanto, não me parece inconcebível que acionistas privados, dispersos, estejam dispostos a comprar ações nesse valor que você diz. Se até há pessoas (chamemos-lhes assim) que compram ações do BES e do BCP, empresas que há um ror de anos que não distribuem quaisquer dividendos, porque é que não haveria de haver quem comprasse ações da TAP?
“. Se até há pessoas (chamemos-lhes assim) que compram ações do BES e do BCP, empresas que há um ror de anos que não distribuem quaisquer dividendos”
Portanto, para si o único interesse (falamos de rendimento) que motivo a compra de acções são os dividendos. Fantástico.
E a TAP, que tem uma dívida líquida superior a 500M€, e gera nos bons anos lucros de 20M€, tem imensa folga para pagar dividendos.
Uma empresa que aliás, tem nos seus trabalhadores um asset valioso, que já causou prejuízos de 25M€ este ano com greves, e se prepara para causar outros 35M€ com a que se segue.
Diga-me caro Lavoura, em quanto avalia esta empresa e quanto do seu dinheiro está disposto a investir. Estou seguro que o governo aceita os seus 50k€ por 0.01% da empresa.
Fechar a TAP obrigaria os contribuintes a ficar com a responsabilidade sobre a divida monumental que lá esconderam. Não obrigado.
Ninguém quer comprar a TAP porque aquilo vale uns 500m negativos.
Única solução, oferecer a TAP aos trabalhadores. Fiquem com ela (e as dividas e as greves). A malta agradece.
Não é dispersão parcial em bolsa é transformação numa cooperativa. Acho que os sindicatos iam gostar. E os contribuintes também.
Nuno,
a TAP tem dívidas que (segundo uma pesquisa rápida pela internet) andam na ordem dos 700 milhões de euros. A capitalização bolsista do BCP – um banco que, repito, há vários anos não distribui dividendos – é da ordem dos 6000 euros (quase dez vezes mais). A do BPI (que distribui tantos dividendos como o BCP) é de 2000 e tantos milhões de euros.
Em face destes valores, não me parece inconcebível que o Estado possa vender ações da TAP no valor dos 700 milhões de euros que ela tem em dívida.
Se me pergunta se eu investiria, eu respondo que não. Eu só invisto em empresas que me prometam dar bons dividendos. Portanto, não invisto no BCP, nem no BPI, nem na TAP. Porém, outras pessoas são diferentes de mim e investiriam.
Repare, mais uma vez, que eu não sou favorável a esta solução que António Costa propõe. Porém, ela não me parece irrealizável.
“Portanto, para si o único interesse (falamos de rendimento) que motivo a compra de acções são os dividendos. Fantástico.”
Fantástico?!… O que é que há de “fantástico” aqui?!… Para além da ironia, convinha explicar.
A TAP era uma empresa que tinha resultados operacionais positivos com o petróleo a 120 USD o barril, não acredito que não dê dividendos com o petróleo a 63 USD/barril.
O Estado que resolva a trapalhada do passivo e dos investimentos ruinosos no Brasil (que ele próprio criou) e mantenha a empresa na sua esfera: O problema da TAP não é Fernando Pinto, nem o mercado, nem os trabalhadores (porque, de contrário, os resultados de exploração seriam negativos e não são), o problema da TAP são as decisões ruinosas do seu acionista, o Estado…(eleito pelo conjunto de portugueses, todos, incluindo talvez 98% de quem lê e publica neste blog).
Mude-se a natureza do Estado…e muda-se o estado da TAP.
“Fantástico?!… O que é que há de “fantástico” aqui?!… Para além da ironia, convinha explicar.”
Os títulos valorizam ou desvalorizam. Não é necessário a distribuição de dividendos (que aliás retiram valor a estes) para termos rendimento nas acções.
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Se a TAP tivesse algum valor há muito que teria sido vendida.