Na sequência do meu artigo de 4ª feira dia 29/10/2014 no Diário Económico, intitulado “Ao arremesso”, cujo conteúdo eu reitero integralmente, transcrevo em baixo “ipsis verbis” o direito de resposta do Dr. António Costa que ontem, dia 30/10/2014, foi publicado na edição impressa (p. 46) do DE.
DIREITO DE RESPOSTA
António Costa, presidente do PS e da Câmara de Lisboa, responde a Ricardo Arroja, economista e colaborador regular do Económico
Levantei três questões:
1. Último relatório de execução publicado em 17 de Setembro revela que estão por executar 4.700 milhões de euros, o que representa uma taxa de execução de 79%. O Governo respondeu que isso se reporta a Junho e que hoje já estão nos 83% e que chegarão aos 87% no final do ano.
Assim:
– confirmam atraso na execução do Qren que devia ter sido executado até Dezembro 2013;
– eu falei de factos oficiais e documentados, eles respondem com previsões;
– mesmo que cumpram o que prevêem ainda ficam por usar 2.700 milhões de euros…
– portanto atrasaram-se na execução e continuarão atrasados;
2. No OE2015 prevêem transferências da UE de 3.100 milhões de euros, o que representa menos 31% do que foi transferido este ano e representa contracção económica de 0,8%.
Responderam dizendo que confundo os fluxos da transferência com execução.
Ora:
– não confundo, comparei duas colunas do quadro da p. 104, ou seja, transferências 2014/2015 (-31%)
– podem executar mais do que a UE vai transferir? Teoricamente, sim. Mas não é crível. Sendo primeiro ano de novo quadro e tendo por isso direito a adiantamentos, o que é muito provável é que executem menos do que o volume de transferências…
– em qualquer caso, mais uma vez, eu falo de factos documentados, o Governo responde com previsões: o que é certo é que vamos receber para o ano menos 31% do que este ano.
3. O regulamento FEDER e o regulamento fundo Coesão permitem, pela primeira vez, financiar programa de reabilitação urbana para melhorar eficiência energética.
É uma grande oportunidade para Portugal. Reabilitação gera milhares de postos de trabalho e reanima toda a fileira industrial de materiais de construção.
Ora, o Governo desperdiça a oportunidade:
– limita-se a prever 200 milhões de euros, reembolsáveis, para reabilitação de edifícios de habitação de privados!!!
– na área metropolitana de Lisboa, por exemplo, só reservam 30 milhões de euros só para habitação social!!!
Chiça c’o tipo é uma besta!
Depois da dita reabilitação gastámos à tripa-forra ficamos na mesma, com os que trabalharão desempregados.
Se ainda o dinheiro servisse para criar indústria, ainda vá que não vá! A indústria puxa a agricultura e fornece os serviços. Agora, mais betão? Shanta pach’ênc’ha, é este o tipo que todos andam a dizer que vai ser primeiro ministro? Este anda a cheirar cola de alcatrão!?
Porque é que não rejeitamos de uma vez por todas os fundos europeus? No fim ficávamos melhor, sem políticos a ter na mão pipas de massa para
comprardistribuir à Mota Engil e aos restantes amigos emperreiteiros para fazer aquilo de que não precisamos e que no longo prazo nos tirará dinheiro ao bolso para alimentar.Veja-se Pê-Pê-Pê (Paga o palerma do povo!), Aeroporto de Beja (que tem de ser operado e mantido) e Tê-Gê-Vê (que mesmo sem andar já nos custou seiscentos milhões de euros). A obra do Parretido Chupialista é obra!
Socialismo não, obrigado!
1º) Se o dinheiro vem para reabilitação urbana, não pode ser usado noutras áreas.
2º) Num país como Portugal, a reabilitação é mais do que necessária, até porque nos tempos da política de betão, Portugal era o país que menos recuperava/reabilitava em toda a Europa.
3º) Em qualquer obra, quando acaba, acaba. O importante é que não se faça obra pela obra, mas sim as necessárias. E a reabilitação urbana, em Portugal, é, de facto, necessária.
Gil,
Oh, pilise! Se os energúmenos do PS quiserem fazer reabilitação urbana, façam-no com o seu dinheiro, não com o meu. Não vá o Estado reabilitar os prédios dos amigos e encher o bolso dos compinchas com o de todos. Se o Estado tem prédios devolutos, que os venda. Se não serve, OLX com ele!
Quanto aos dinheiros europeus, nunca ouviu falar de «comparticipação nacional», estranhamente a maior maquia na maioria dos casos?
Francisco:
Reabilitação urbana não é uma moda de conjuntura para justificar fundos. Esse, foi o procedimento criminoso de todos os governos, desde que começou a “cheirar” a fundos europeus. A reabilitação urbana é uma prática frequente e obrigatória que é exigida aos privados (proprietários dos imóveis) em quase todos os países da UE. Os fundos europeus apenas devem servir para quedes casos em que o privado não tem dinheiro para participar, nem consegue vender. Aí, entra a participação estatal com as consequências previstas na lei (já estão previstas neste momento) no que diz respeito à propriedade. Lamento, mas o mundo não começou com o Sócrates.