Neste post, ilustra-se o orçamento de estado para 2015 em imagens complementado com algumas notas. A primeira imagem e a primeira tabela representam o orçamento na Óptica da Contabilidade Nacional.
Algumas notas:
- Os juros da dívida representam mais de 10% do orçamento de estado. Sem a despesa associada com os juros, existiria um superávit de 4.026 M€.
- As prestações sociais representam um valor cerca de 1,65 vezes maior do que o valor das contribuições sociais.
- Em conjunto, as prestações sociais e as despesas com pessoal representam 64% da despesa do estado.
- Prevê-se que o défice seja reduzido em quase 42% para 4.860 M€.
- A consolidação orçamental é feita essencialmente através de um aumento da receita em cerca de 2,9% que por sua vez ainda tem de compensar um aumento da despesa de 1,0%.
No gráfico e tabela abaixo, pode-se observar as despesas por sector.
Algumas notas:
- Os quatro sectores: Solidariedade, Emprego e Segurança Social; Saúde; Gestão da Dívida Pública; e Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar representam 71,5% da despesa por sectores.
- Em termos relativos, os maiores aumentos percentuais verificam-se no sector do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (+231,1%); Gestão da Dívida Pública (+5,0%); e Orgãos de Soberania (+3,5%). As maiores reduções verificam-se no sector da Economia (-37,9%); Agricultura e Mar (-15,5%); e Finanças e Administração Pública (-11,4%).
Resumindo, sem os “investimentos” que nos deixaram endividados, tinhamos orçamento não deficitário.
As tais dividas que “não são para pagar” comerem 10% é que é chato …
Euro2cent,
Não se esqueça que o melhor do despesismo PS ainda está para ser pago, e vem aí ano a ano.
que barbaridadade.. usar 10% do orçamento para juros.. puta que pariu… ninguém vai preso?
Fónix! 10% para pagar os delírios de meia dúzia de incompetentes, muitos deles que ainda gozam com o pagode como comentadeiros!
Já tou como o comentador Miguel Alves: puta que os pariu! (um gajo já não consegue ser bem educado)
Tudo isto vai deixar de fazer sentido, quando os senhores da economia mundial perceberem que esta austeridade filosofica obtusa está a destruir a economia mundial. Ai tudo muda. Mas só no iniciodo próximo ano. Até lá muita volatilidade nos mercados. No fim a Alemanha perde esta guerra.
O que são 8 mil milhoes de outras despesas?
.
Rb
Exactamente. E vão voltar ao poder com a maior das facilidades…
Obrigado comunicação social, vulgo “merdia”.
“que barbaridadade.. usar 10% do orçamento para juros.. puta que pariu… ninguém vai preso?”
Teria de prender a maioira dos Portugueses. Todos os partidos concordaram com o défice, aliás só acham que é pouco.
E um obrigado ao autor do post.
Excelente post. Esta é uma bela fotografia a cores da realidade portuguesa. Mas há duas rúbricas que eu gostaria de ver mais em pormenor: “consumos intermédios”, e “outras despesas correntes” que no seu conjunto representam mais de 16 000 milhões. Será possivel?
As maiores reduções verificam-se no sector da Economia (-37,9%) e AGRICULTURA E MAR 15,5 %
Esquecendo a pornografia dos juros, lamento ainda a parte concedida ao investimento e também à defesa e órgãos de soberania, principalmente comparando com a justiça que, para mim, é o setor chave para a recuperação do país. Se houvesse verdadeira e célere justiça muita coisa mudaria…
Tal como o Alexandre são os “consumos intermédios”, e “outras despesas correntes” – que somam bem mais que os juros – que gostaria de ver esmiuçadas. A enormidade das prestações sociais percebo com a demografia, as despesas com pessoal, pela rigidez do sistema… E faz-me espécie a diminuta fatia do mar e da agricultura, inversamente proporcional aos grandiosas intenções anunciadas a propósito da paixão pelo mar e da nossa ZEE… e sendo que são estas áreas que tem mostrado bastante dinâmica recente.
“Esquecendo a pornografia dos juros”
É o resultado de 40 de défices pornográficos
A pornografia de que falo é relativa a a quem, durante esses 40 anos e, especialmente, após 2009, nos obrigou a suportar tal fardo, supostamente no interesse da nação.
Infelizmente parte significativa (espero que não seja a maioria) da população continua a querer o melhor de dois mundos opostos: valorizar as pessoas em detrimento dos números, ou seja, flexibilizar o o cumprimento do défice e, concomitantemente, reduzir a dívida pública. E o mais estranho de tudo isso é que há comentadores “profissionais” que o afirmam e os media não desmascaram essa falácia.
Muito dos “consumos intermédios” serão coisas essenciais como: medicamentos, electricidade, telecomunicações, combustíveis, papel (higiénico também), tinteiros, rendas (imobiliário), aluguer e renovação de equipamentos.
É retirar a parcela dos medicamentos (só nos hospitais são 1000M€), e depois comparar com uma grande empresa a proporção entre esses custos e os custos de pessoal. Provavelmente não será muito diferente.
Era interessante uma comparação gráfica com a ruinosa execução de 2009 ou 2010
Obrigado pelos reparos. Cumprimentos!
FR, o José Manuel Fernandes aflora um pouco essa questão nesta crónica http://observador.pt/opiniao/quatro-anos-depois-quase-mesmo-ponto/
Neste gráfico também onde se insere a aquisição de bancos falidos? Parece que o seguinte é o BCP …
Neste gráfico onde se insere a aquisição de bancos falidos? Parece que o seguinte é o BCP …
Continua a falácia de que atirar dinheiro para os problemas é caminho para a sua resolução. Dinheiro, funcionários e regulamentação.
Com este nível de despesa do Estado deveríamos viver no éden terreal. E não vivemos. Faltará despesa? Funcionários? Mais leis?
1. Ora, quem olha para estes gráficos, percebe à partida uma coisa, estamos reféns dos bancos. E isso não é culpa de nenhum governo em especial, este só não faz dívida porque não tem quem lhe empreste, enquanto não reduzir a que tem. Esta é uma estratégia usada em todo o Mundo, endividar para governar, corrompendo que está no poder, independentemente da cor política, até o partido. comunista e o bloco entravam na onda.
2. Cá em casa há três formas de resolver o défice, gastar menos, ganhar mais ou as duas em conjunto. Claro que a 1ª escolha deve ser GANHAR MAIS, ou seja, investir e produzir mais, ora como o défice é uma percentagem do PIB, a coisa fica equilibrada, podemos até pagar 80% de juros, se produzirmos o suficiente para os pagar. Este é o problema da austeridade, apagamos as luzes e pedimos aos nosso filhos que estudem à luz da vela, consequência? a meio prazo ficam cegos, ou quase, e na melhor da hipóteses, adormecem a vela cai e temos um incêndio.
3. Conclusão 10% de juros não tem significado se o dinheiro que pedimos render 15%, não façam disso um fantasma. o problema é que quem nos empresta o dinheiro também nos diz onde o devemos gastar, e como não nos quer ver livres da dívida, “obriga-nos” a gasta-lo onde mais lhe convém… lembram-se dos submarinos???? Pois é…
Quando a tirania financeira deixar de dar palpites e se limitar a vender e comprar dinheiro talvez a coisa mude, até lá… esqueçam os PS’s ou os PSD’s ou os CDS’s, etc. vão todos para ao mesmo sitio, A CORRUPÇÃO NÃO MATA OPRIME!