Os Sacanas dos Bancos

Ricardo Reis no Dinheiro Vivo

Como sempre, a história repete-se. Quando a crise é profunda, as caças às bruxas canalizam o ódio, e os inquisidores são aplaudidos.

Recomendo a leitura integral do artigo.

28 pensamentos sobre “Os Sacanas dos Bancos

  1. castanheira antigo

    Estorias da carochinha para papalvo . É claro que politicos e banqueiros numa coligação tacita conduziram á crise . E que banqueiros são salvos com dinheiro “roubado” ( dos contribuintes) aos cidadãos também é verdade . E que este sistema onde os aristocratas politicos e banqueiros , reais responsaveis pela crise não são penalizados pelos seus erros ou crimes como qualquer mortal , também é verdade .

  2. Comunista

    Finalmente alguém diz a verdade: os bancos e os banqueiros são as vítimas, os coitadinhos. Já faltava um artigo destes. Parabéns ao seu autor.

  3. jo

    Esqueceu-se dos nossos bancos que são campeões nacionais que são como sói dizer-se: seguros sólidos e confiáveis.
    Exemplos:
    BPN – oops, este não
    BPP – o presidente até escreveu um livro a dizer que é bom banqueiro.
    BCP – Jardim Gonçalves acusado de crime, parte da sua administração proibida de exercer atividade bancária.
    CGD – parece impossível prender um antigo administrador porque robalos.
    BES – o bom, que dá borboletas, porque o outro é mau.
    Lá fora tivemos os casos da banca irlandesa, da banca islandesa, do Lemmon Brothers , etc.
    E ainda há quem diga que a culpa é dos bancos.
    Se calhar é dos banqueiros.

  4. Miguel Noronha

    Se me explicar onde é que o problema especifico de cada um destes bancos está na origem dos nosso problemas financeiros e económicos e o que os respectivos accionistas ganharam com a crise eu agradeço-

  5. Miguel Noronha

    “Finalmente alguém diz a verdade: os bancos e os banqueiros são as vítimas…”
    O RR diz isso?

  6. António

    Será que Ricardo Reis e os aludidos conferencistas conhecem como funciona o dinheiro ?? A responsabilidade reparte-se por Governos que permitem aos bancos a criação de dinheiro a partir do nada passando pelos cidadão que elegem esses mesmos governantes. Urge em minha opinião uma reforma monetária global que coloque o dinheiro ao serviço da economia real e dos cidadãos em vez de estar ao serviço dos mercados financeiros.

  7. Miguel Noronha

    “Será que Ricardo Reis e os aludidos conferencistas conhecem como funciona o dinheiro”
    Imagino que não seja novidade para ele.

  8. Duas notas: o Ricardo Reis faz parte de um conselho do Fed de Minneapollis e é painelista do Fed, para além de ser um dos mais novos professores de Economia da Colombia, portanto alguma coisa saberá sobre esta coisa do dinheiro. A segunda nota diz respeito a esta citação: “urge em minha opinião uma reforma monetária global que coloque o dinheiro ao serviço da economia real e dos cidadãos em vez de estar ao serviço dos mercados financeiros.” Não há muito a acrescentar, fala por si mesmo. Mas mostra essencialmente que quem acha que Ricardo Reis não percebe o que é o dinheiro, não percebe o que é o dinheiro.

  9. António

    Mário Amorim Lopes, antes de mais agradeço o seu reparo esclarecido relativamente a Ricardo Reis. Acredite que a minha pergunta não pretendida de todo diminuir Ricardo Reis e o seu eventual mérito académico. Sendo assim teremos que dar por adquirido que Ricardo Reis sabe mesmo o que é o dinheiro. Ele tem a opinião dele e eu tenho a minha que mantenho. A opinião dele fala por ele e a minha fala por mim. Isto sem corporativismos e sem diminuir a honestidade intelectual de ambos.

  10. lucklucky

    Não percebo porque é que o Ricardo Reis não falou do Escudo, das suas quase bancarrotas com intervenção do FMI apesar da impressão alegre de inflação em 30 anos da história recente deste regime.
    Poderia também ir à 1ºRepublica.

  11. jo

    Os problemas específicos de cada um dos bancos agravaram o estado económico do país. E não foi pouco. E com a história do banco das borboletas ainda a procissão vai no adro.
    Foi o desejo dos gestores dos bancos por mais bónus e por mais lucros a todo o custo que levou ao excesso de crédito. Os bancos não foram obrigados pelo público a emprestar muito mais dinheiro do que aquele que tinham e a fazer empréstimos sem garantias. Não estão inocentes no processo.
    Também parece ter sido completamente abandonada pelos bancos a noção de usura.
    Alguns accionistas não ganharam com estes casos, as administrações e os boys colocados pelos governos nessas administrações ganharam, e muito.
    Quem lhe contou que os accionistas é que mandam nos bancos tem andado a enganá-lo. As administrações, que são colocadas por 20 a 30% (quando não é menos) do capital, é que decidem, os outros accionistas têm um papel muito passivo (menos os que beneficiam de inside trading – normalmente os que estão ligados aos accionistas).
    Uma grande empresa por acções é a coisa mais parecida que existe com uma empresa pública mas sem o controlo indirecto dado pelas eleições.

  12. Gil

    “É a economia, estúpido”. Aquela coisinha com que se produz riqueza e que está de rastos. Do seu ponto de vista ( das empresas), os bancos são meios para a dinamizar. Do ponto de vista dos bancos, as empresas são meios para reproduzir capital. Perspectivas que podem ter pontos de encontro, mas que têm muitos em que divergem. Sobretudo, numa crise como a que atravessamos.

  13. Miguel Noronha

    Continuo à espera que me explica como é que uma coisa levou à outra.
    Se é assim tão óbvio não deve ser difícil explicarem com exemplos concretos.

  14. lucklucky

    “Foi o desejo dos gestores dos bancos por mais bónus e por mais lucros a todo o custo que levou ao excesso de crédito.”

    Típico, só dizer a parte mais pequena da verdade.
    Esqueceu-se dos Bancos Centrais com juros ultra baixos para estimularem o crédito, seja do endividamento do próprio Estado como do endividamento dos Bancos.
    Foi uma escolha política. Era preciso dinheiro a rolar.

    De maravilhas socialistas nos EUA – bem maiores do que na Europa – como a Fannie Mae e Freddie Mac veiculos do Governo para segurarem o crédito e assim o favorecerem.
    Do forte bias em todos os países, escolha política, dos benefícos fiscais a quem pedia crédito .

    Da necessidade a todo o custo de enormes valores de crédito para um Governo dizer que a economia está crescer.
    Das criticas Políticas e Mediáticas por os bancos não emprestarem.

  15. Comunista

    “Se me explicar onde é que o problema especifico de cada um destes bancos está na origem dos nosso problemas financeiros e económicos e o que os respectivos accionistas ganharam com a crise eu agradeço-”

    1) Todos esses bancos tiveram perdas brutais em seus negócios específicos – financeiros -, cujos não tem nada a ver com o desenvolvimento económico mas com a reprodução de dinheiro sem sair do sistema bancário/financeiro.

    2)todos esses bancos, agora resgatados, querem voltar às mesmas práticas – as de diversão de grande parte do investimento disponível para a referida reprodução de dinheiro sem sair do sistema bancário/financeiro.

    Os investidores económicos, pequenos e médios empresários, que esqueçam alguma perspectiva de clima propício à criação de empresas – a não ser que as pequenas e médias empresas sejam empresas financeiras, digamos, pequenos e médios parasitas. A banca privada não quer mais nada com a economia a não ser que sejam já grandes empresas, portanto o processo é de proletarização da classe média.

    – Proletários de todos os países uní-vos!

  16. Miguel Noronha

    Continua sem explicar nada acerca da ligação dos problemas dos bancos à crise financeira. Recordo que muitas das perdas até se registataram após a crise.

  17. Daniel Carrapa

    “a ideia de que imprimindo dinheiro se podem resolver problemas fiscais é rebatida há séculos por todos os pensadores económicos”
    Já o facto dos bancos criarem dinheiro electronicamente, do nada, sobre a forma de crédito, em valor muitas vezes superior às suas obrigações de solvabilidade, é algo que não parece merecer preocupação de todos esses “pensadores económicos”.

  18. É sempre assim:
    – num passado muito distante (6a feira 13 de 1307) queimaram os Templários porque eram credores (banqueiros) de um país falido (França) – alegadamente eram adoradores do Diabo;
    – num passado distante (1506, Lisboa) queimaram-se os judeus porque eram os banqueiros da época (os católicos estavam proibidos de emprestar dinheiro a juros) – alegadamente eram causadores da Peste;
    – num passado menos distante (1939-44) queimaram-se os judeus porque eram os banqueiros do país (a principal banca alemã era controlada por famílias judias) – alegadamente eram comunistas;
    – no passado recente (1975) nacionalizaram-se os bancos, porque queriam apanhar-lhes o dinheiro e emprestar aos amigos – alegadamente os donos dos bancos eram fascistas;

    Hoje é mais civilizado, apenas se ataca a imagem de quem levou um banco à falência (mesmo que não culposa), ignorando que levou empresas de construção e afins à falência, gerando mais de 50% do desemprego que temos.

    É bom viver no século XXI, agora apenas se queimam as imagens públicas.

  19. k.

    2007-2008
    Lehman Brothers Implode, causando ondas de choque no sector financeiro mundial
    Estados Soberanos são chamados a “salvar bancos”. Risco sistémico e Incerteza
    Crise Financeira

    2009 -2011
    A Grécia revela que manipulou as suas contas.
    A noção que os Estados do Euro não conseguem imprimir dinheiro para salvar os seus bancos (e muito menos a si proprios)instala-se
    Downgrades sucessivos e perda de confiança afastam os paises da periferia do mercado financeiro
    Crise Dividas Soberanas – Euro

    2013
    Whatever it takes do Draghi
    Taxas de juro da divida soberana caem para niveis pré crise, mesmo apesar dos estados afectados terem dividas maiores, e defices explosivos
    Com vários anos de atraso, finalmente começa a entrar nas cabeças europeias, qu nas condições actuais, austeridade não funciona.
    Ainda temos de safar bancos, mas agora isso não dá grande mossa

    Portanto, sim – a crise foi causada pelos bancos, a nível mundial.
    Na Europa temos uma agravante estrutural extra – mas se esta não existisse, teriamos tido uma crise à mesma, simplesmente já não estavamos a falar muito nela (assim como já não se fala muito nos EUA e no UK – fala-se em diminuir ou não austeridade).

  20. Miguel Noronha

    Pensava eu que a Lehman tinha sido vítima da crise. Já existiram outras falências bancárias no passado sem que tivessem acontecido crises idênticas. A crise grega não começa quando é descoberta a manipulação mas quando deixa de se conseguir financiar. Tal como Portugal. Se o problema de base fosse a impossibilidade de imprimir moeda não se percebe como a crise não foi logo estancada nos EUA onde as impressoras não param de funcionar. Aliás, nos final dos anos 70 e no início dos anos 80 do século passado tivesmos duas crises graves sem que tivesse existido crise bancária (que aliás estavam todos nacionalizados) e com a possibilidade de imprimir moeda própria. Coisa que faziamos bastante. Basta ver as taxas de inflação que tinhamos na altura.
    Essa cronologia está cheia “buracos”.

  21. k.

    “Miguel Noronha em Outubro 16, 2014 às 11:47 disse: ”

    Fico feliz por o poder elucidar. Lehman (e outros elementos do shadow banking, que andaram a brincar com CDS, e os seus amigos que lhes deram ratings de TripleA) não são vitimas. São responsáveis. Podiam ter escolhido outra acção. Podiam ter escolhido transparência, ou uma gestão mais conservadora de riscos, ou senso comum. Não escolheram.
    Tudo bem, pagamos nós o preço.

    Relativamente a imprimir dinheiro:
    Aplicar a mesma “receita” a circunstancias diferentes não resulta. Imprimir dinheiro quando há um choque real negativo na economia (petroleo mais caro, por exemplo), ou quando temos uma armadilha de liquidez.
    Ei, de-me uma set de circunstancias diferente, e de bom grado me torno num arauto da inflação. Mas nas circunstancias actuais, isso parece-me tolo, até por observação empirica.

  22. Miguel Noronha

    Convém saber que a procura dos CDS e a sua aplicação nas carteiras de títulos resulta da necessidade de oferecer melhores rentabilidades aos clientes. As taxas directores estavam historicamente baixas por acção dos bancos centrais. A manipulação das variáveis de política monetária dá sempre mau resultado. Convém também investigar os benefícios fiscais oferecidos na compra de imobiliário incentivaram e muito o endividamento e ajudaram a criar a “bolha”.

    Neste momento com as necessidades de recapitalização da banca e a aversão ao risco existe um travão à expansão dos agregados monetários e logo à inflação. Mas se continua a insistit vão ter o que querem. E muito mais.

  23. lucklucky

    Pelos vistos estamos na fase em que a Esquerda dá outra pirueta e o que era verdade ontem hoje é mentira, veja-se Jo e k. a bradarem contra o excessivo crédito.

    Um tipo lê isto e parece que caiu num mundo paralelo.

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.