Hong Kong e os aliens imperialistas

ovni

Moscovo revela ao mundo que os EUA estão na base dos protestos que acontecem em Hong-Kong. No entanto, pouco tempo depois o serviço de propaganda ao serviço de Vladimir Putin, faz um update informativo para a audiência de 120 milhões de pessoas no qual dá conta que uma força extra-terrestre é a culpada pelo levantamento popular no antigo território sob administração britânica. A dúvida que permanece por esclarecer é se os protestos de Hong-Kong não resultam de uma acção concertada entre os habituais imperialistas e os et’s.

No início de Julho a polícia de Hong Kong deu ordem de prisão a mais de meio milhar de pessoas que participavam num protesto nocturno pacífico que exigia a aplicação de reformas democráticas. As autoridades chinesas afirmaram em comunicado que os manifestantes foram detidos por reunião ilegal. Dezenas de milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Hong Kong para exigir uma maior participação na eleição do próximo líder da cidade. Tal como agora, os manifestantes ameaçaram ocupar edifícios e o coração financeiro da cidade se os seus protestos não forem escutados.
Há muito que os cidadãos de Hong Kong reclamam por maiores liberdades no território chinês e ex-colónia britânica. Este tipo de marchas têm lugar todos os anos mas a deste ano foi especialmente concorrida em função do referendo não oficial que teve lugar e no qual 97 por cento dos 800 mil votantes manifestaram o desejo de poder decidir quem se candidatará ao cargo de chefe executivo da cidade cuja eleição está prevista para 2017. A China indicara em 1997 que iria permitir que as autoridades do território posssam ser eleitas por sufráugio universal mas reserva-se no direito de escolher os candidatos.
Pelas comemorações do 17º aniversário do regresso da ex-colónia britânica à soberania chinesa, cerca de 500 mil pessoas segundo dados da organização manifestaram-se em Hong Kong para exigir a total liberdade democrática para o território e a redução da intervenção do governo da China nos assuntos locais.  Para já, este conjunto de iniciativas que exigem uma melhor democracia, teve como condão centrar os olhos do mundo no pequeno território chinês que goza de alguma autonomia, causando controvérsia entre os sectores políticos, financeiros e comerciais pelos receios das consequências imprevisíveis que podem acontecer num dos principais centros financeiros e económicos da Ásia.
Também Macau organizou a sua própria consulta popular. A iniciativa que teve lugar entre os dias 24 e 30 de Agosto, pode ser vista como um raro protesto em Macau na qual os promotores, sem o suicesso de Hong Kong, esperaram que milhares de pessoas participassem na consulta. As críticas do governo de Pequim não se fizeram esperar à iniciativa que pretendia através da realização de um referendo não oficial decidir sobre a eleição directa dos seus futuros líderes em 2019. À semelhança do que aconteceu em Hong Kong, a consulta procurava auscultar a opinião dos macaenses sobre se querem eleger o chefe executivo local através de sufráugio directo e universal. De igual modo, as autoridades chinesas no território que fora administrado por Portugal fizeram saber que os responsáveis pela campanha não têm o direito de convocar um referendo.

Os activistas macaenses para fazerem vingar o seu objectivo apontam o caso do actual governo autónomo chefiado por Fernando Chui Sai-on que foi eleito, tal como os seus sucessores, por um comité eleitoral composto por 400 pessoas e que é controlado por grupos de pressão dos sectores económico e político macaenses. Uma iniciativa semelhante realizada em 2012 defraudou as expectativas dos promotores pela participação de apenas 2600 pessoas. Independentemente da aceitação e adesão popular da consulta popular parece claro que China, Macau e Hong Kong, apesar de formarem um único um país e em teoria existirem dois sistemas, em nenhum deles cabe o sentido mais anoréctico e estrito da democracia liberal.

9 pensamentos sobre “Hong Kong e os aliens imperialistas

  1. João de Brito

    Cheira-me que se está a cozinhar uma situação semelhante à da Ucrânia.
    Os ditos ocidentais perderam a noção das realidades e estão a meter-se por caminhos suicidas.
    Uma coisa é certa: não é a verdadeira democracia que os move…

  2. ruicarmo

    Tal e qual como na Ucrânia, onde foram avistados milhares de homens verdes e militares russos em turismo com problemas no gps. A diferença é que em Hong Kong foram avistados os ovnis como a imagem demonstra. Para os mais cépticos também há em vídeo.

  3. Euro2cent

    > o serviço de propaganda ao serviço de Vladimir Putin

    Ah, pois, é um bocado primitivo.

    Os americanos fazem muito melhor.

    Aliás, vê-se.

  4. lucklucky

    Como era de esperar dos amigos do Kremlim como o João de Brito tivemos o esperado “Enquadramento do Debate”

    Note-se como Enquadram o Debate,,. apagando da discussão os que protestam.
    Os Estónios, Lituanios, Letões., Polacos, Ucrânianos etc , os povos que estiveram sobre subjugação Comunista.

    Transformando o debate em Rússia vs EUA/UE.
    São as táticas Imperialistas dos amigos do Kremlin.

  5. Lucklucky,

    Pois o partido pró-russo deve ganhar as eleições lituanas.

    Como a malta não sabe ler russo, li eu. A REN-TV apenas refere que o sítio http://ufosightingsdaily.com, à primeira vista minha um sítio de doidos varridos, afirma que um OVNI estava em cima da dita manifestação e que *os senhores desse sítio* acreditam que os Éh-Tê (clones do Jorge Sampaio) andam a orquestrar aquilo. A REN-TV relata, não conclui.

    Espero que sirva de informação.

  6. Buiça

    Correndo o risco de passar por perigoso anti-liberal é de assinalar que o site com que a tv russa goza é americano e que “referendos informais” com mais de 90% a favor de seja o que for, nomeadamente a independência, também os há em Veneza, Sardenha, Flandres, Córsega, Abhkázia, Curdistão e Ucrânia, entre tantos outros sítios.
    É dificil a Europa ou o “Ocidente” dar lições na matéria quando perante um referendo Escocês tratou de garantir que nunca seriam da UE, não teriam moeda e todas as empresas fugiriam, perante referendos na Crimeia e leste da Ucrânia não reconheceu nenhum, enquanto que na ex-Jugoslávia reconheceu várias independências sem sequer ser preciso referendo algum.
    Já na Catalunha e País Basco os referendos são proibidos e pronto. Fácil.
    Finalmente, durante 150 anos de colonização de Hong-Kong os locais não terem qualquer voto na matéria quanto a quem os governava também nunca foi problema.
    Enfim, fica o mínimo contraditório dessa ideia “levezinha” de que em geopolítica alguma coisa é simples.

  7. lucklucky

    Parece que não sabe que a maioiria dos liberais são a favor da secessão e da secessão da secessão se as pessoas quiserem.

    Mas como era de esperar temos a “geopolitica”

  8. Lucklucky,

    À pala das secessões e das liberdades dos povos, até já se secessionaram órgãos políticos intra-individuais, como por exemplo, a cabeça do resto do corpo.

    Tenho puro medo dos socialistas e receio dos libertários extremistas. A anarquia nunca foi solução. É preciso um mínimo de autoridade comummente aceite que limite e faça limitar as acções individuais, e que julgue e arbitre os desacordos individuais. Onde esta autoridade não existe reina a suprema injustiça. Não é preciso é este Estado de mau estado, pervasivo e panóptico, que nos agrilheta enquanto loa e canta à dita justiça social.

  9. Buiça

    Lucky,
    Que raio será isso da “maioria dos liberais” ou do que as “pessoas quiserem”…? é sempre mais recomendável falar só por si e de resto até hoje nunca ouvi nenhum “liberal” defender a Dilma que “as pessoas querem” no Brasil ou o Chavez na venezuela…

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