O que não se vê

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O que se vê

Aumentou o salário mínimo nacional (SMN) em 20€. 400 mil pessoas que auferem o SMN vêm o seu rendimento aumentado em 20€.

O que não se vê

1. Quando o preço de um bem aumenta, neste caso o da mão de obra no mercado do trabalho, a procura por esse bem tende a diminuir. Por outras palavras, gera-se desemprego, especialmente da população menos qualificada e mais jovem, jovens que agora terão mais dificuldade em entrar no mercado de trabalho. Este efeito ocorre geralmente da seguinte forma: empresas que noutras circunstâncias iriam contratar pessoal adicional para compensar picos de encomendas, irão agora preferir pagar horas extra aos que já estão empregados. Isto é especialmente verdade em mercados de trabalho muito rígidos, como é o caso do português.

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2. Prejudica essencialmente micro e pequenas empresas, retirando-lhes competitividade comparativamente a grandes empresas com capacidade para absorver os aumentos e que já pagam acima do SMN. Não é de estranhar, portanto, que a Confederação Empresarial de Portugal apoie esta medida, dado que o seu músculo são grandes empresas.

3. Não é um método eficaz para reduzir a pobreza, porque os verdadeiramente pobres não são os que estão empregados, são os que nem sequer conseguem entrar no mercado de trabalho.

Como aumentar o rendimento sem ser através do SMN

Menos evasivo do que aumentar o SMN seria reduzir os encargos fiscais para quem recebe o SMN, compensando a diferença com o corte numa outra qualquer rúbrica de despesa. Mas a manter o SMN, a teoria e a evidência empírica são contundentes em referir que o SMN, a ser, deverá ser abaixo dos 50% do salário mediano. Ora, no caso português é 58% do salário mediano, 8 pp acima.

Referências

[1] – David Neumark and William Wascher, “Minimum Wages and Employment: A Review of Evidence from the New Minimum Wage Research,” National Bureau of Economic Research, Working Paper no. 12663, November 2006.

[2] – Llewellyn H. Rockwell Jr. (October 28, 2005). “Wal-Mart Warms to the State – Mises Institute”. Mises.org. Retrieved October 5, 2011.

[3] – A blunt instrument, The Economist, 2006.

93 pensamentos sobre “O que não se vê

  1. JoaoMiranda

    “”empresas que noutras circunstâncias iriam contratar pessoal adicional para compensar picos de encomendas, irão agora preferir pagar horas extra aos que já estão empregados. “”

    O mais provável é que aumentem o horário de trabalho sem pagar nada.

  2. hustler

    Bem, existem muitos outros efeitos que não se vêm, o ripley effect, a substituição labor-labor, o aumento do poder de compra num primeiro momento e a perda do mesmo após a inflação de médio termo ter aumentado preços, o repasse dos novos “custos” para o consumidor final, etc…
    No entanto, o facto de desaparecerem umas quantas micro empresas em detrimento de umas quantas médias e grandes não é propriamente mau, não há economias pujantes que estejam sustentadas em micro empresas ou negócios de sobrevivência! A passagem de uma economia “familiar” para uma de maior escala é importante no contexto da competição nacional e sobretudo, internacional.

  3. hustler

    Quanto aos créditos fiscais, existem evidências que funcionam melhor como complemento de um salário convencionado, seja mínimo ou outro, abaixo do percentil 40 do salário mediano!

  4. hustler

    Cário Mário, claro que sim, mas falamos de start ups com alto valor tecnológico ou da mercearia da esquina? Veja aí no Porto as centenas de micro empresas a definhar por não conseguirem competir com empresas que funcionam com economias de escala….

  5. Idealmente, todas as empresas seriam de tecnologia de ponta, altamente diferenciadas e qualificadas. Na prática, não o são, e isso demora dezenas de anos. Até lá, temos de viver com o que temos, que são empresas não tão qualificadas e onde este tipo de políticas eleitoralistas tem um impacto (negativo).

  6. hustler,

    A baixa tecnologia tembém tem os seus atractivos. Por exemplo, toda a gente gosta de comer esparguete cozido com manteiga com molho de tomate e carne picada. E há quem tenha de criar as vacas de baixa tecnologia, tirar o leite de aixa tecnologia, fazer a manteiga num processo que existe há mais de cinco milénios e que apenas difere do original na quantidade de aço inoxidável dos instrumentos. É necessário fazer alfaias, um dos bens que Portugal exporta, cultival trigo, fazer máquinas de transformação alimentar, uma das novas exportações portuguesas, transportar mercadorias e (moseravelmente) pagar ao Estado um pecúnio exagerado para sustentar um monte de lorpas nos três escalões de rendimento (máximo, médio e mínimo).

    Hustler, primeiro sejamos suficientes nas quatro vertentes fundamentais para o Ocidente, com mais ou menos tecnologia: paparoca, energia elétrica, combustíveis e redes de comnuicação. Depois podemos ir buscar outras coisas. Estamos lá quase na paparoca, distraímo-nos na energia e não temos satélites de comunicação próprios. Quando as fronteiras se fecharem estaremos bem arranjados.

  7. hustler

    “Na prática, não o são, e isso demora dezenas de anos.” ao que parece a receita é outra:

    “Consider the southern periphery of the euro area. Countries such as Greece, Italy and Portugal have lots of small firms which, thanks to cumbersome regulations, have failed lamentably to grow (see article). Firms with at least 250 workers account for less than half the share of manufacturing jobs in these countries than they do in Germany, the euro zone’s strongest economy. A shortfall of big firms is linked to the sluggish productivity and loss of competitiveness that is the deeper cause of the euro-zone crisis. For all the boosterism around small business, it is economies with lots of biggish companies that have been able to sustain the highest living standards”

  8. Moderno

    Grandes sábios!!!!
    Calcule-se o que diriam se o aumento, em vez de 20, fosse 100.
    Outros andam por ai a dizer que quem lucra com tudo isto é o Governo!!!
    Calcule-se
    Já dou razão ao arménio.
    No tempo da outra senhora dizia-se:
    – Preso por ter cão, preso por não ter.
    Igualzinho aos sábios actuais.
    A diferença está nas carraças: outrora era pretas, agora são vermelhas

  9. Carlos Duarte

    Caro MAL,

    Não sei até que ponto o maior impacto será nas micro e mini empresas. Parece-me – e isto “a olho” – que o maior impacto será nas médias empresas de trabalho intensivo.Nas mini- e micro- a variação é muito pequena em relação ao lucro anual previsto (é preciso notar que, e isto para empresas não cotadas em Bolsa – a grande maioria – o que interessa é retirar um lucro aceitável ao final do ano, independentemente do tamanho da empresa – ora a percepção desse valor tende a atingir tectos e não é linear com a facturação), enquanto nas grandes (muitas delas em sectores protegidos) o salário mínimo é uma fracção da massa salarial total. Nas médias empresas é que o problema se põe, porque o impacto é significativo e “impacta” acima de tudo nas expectativas de rendimento dos donos/accionistas. E chega a um ponto em que pura e simplesmente não estão para trabalhar para aquecer e vão dedicar-se a outra coisa.

    Quanto a horas extraordinárias e afins, já tenho mais dúvidas sobre qual será o impacto. Numa empresa que trabalhe por turnos, não existem propriamente “horas extraordinárias” (Vc. não pode trabalhar na máquina do turno seguinte), o que existem são Sábados e Domingos. O mais natural será exigir um aumento de produtividade (tem de fazer mais com o mesmo) e, acima de tudo, o prolongamento (não pago) dos fins de turno e adiantamento de inícios de turno.

    De qualquer maneira é uma má solução. Não sou contra o conceito de SMN, mas mexidas no mesmos deveriam estar indexadas ao desemprego (a partir de “x”% de desemprego não se podia mexer) e à ponta de curva (o SMN não deveria ser superior ao valor correspondente ao 5-10% mais baixo da curva de distribuição de rendimentos – i.e. só pode ser subido quando (admitamos 10% de limite) quando MENOS de 10% dos trabalhadores o recebam).

  10. Comunista

    Convenção de idiotas com a mania que sabem de economia só porque atiram com jargão à cara uns dos outros. Nunca vi um post no insurgente que implicasse que os idiotas de que se compõe passassem a perder rendimento. Por alguma razão que me escapa – mas deve haver algum jargão idiota que o explique – são sempre outros que devem ver o seu rendimento diminuído.

  11. hustler

    Nunca vi um post no insurgente que implicasse que os idiotas de que se compõe passassem a perder rendimento. , você é um tipo com nível! Com uma argumentação e elevação destas ,com o seu ponto de vista contundente, você arrasa qualquer trabalho académico na área

  12. HO

    “O truque parece ser impotos, venture capital, ímpeto exportador, Regulação/desregulação”

    No caso português (no que se refere ao firm size distribution e à baixa produtividade e erros de alocação de capital decorrentes), o factor singular mais importante é a legislação laboral:

    “We argue that Portugal’s uniquely strong protections for regular workers have played an important role. Drawing upon an emerging literature that that attributes much of the productivity gap between advanced nations and developing nations to the misallocation of resources across firms in developing countries, we develop a theoretical model that shows how Portugal’s labor market institutions could prevent more productive firms from reaching their optimal size, thereby constraining GDP per capita. Calibration exercises based on this model quantify the degree of labor market distortion consistent with recent shifts in the Portuguese firm size distribution. These calibration exercises suggest quite substantial growth effects could arise if the distortions were lessened or abolished altogether.”

    http://www.nber.org/papers/w17265

  13. Comunista

    O meu nível está mais que bom para si e para os idiotas aqui do insurgente.

    É um nível mais do que adequado para quem acha que um aumento do salário mínimo para 505,00 brutos é mau para os pobres. Como se ganhar 505,00 por mês por 40 horas semanais de trabalho – ao preço a que estão as rendas, electricidade, água, transportes e COMIDA – não fosse um salário para uma vida de pobreza e muita dificuldade.

  14. Carlos Duarte

    Mau para os pobres? Mas alguém diz que 505 euros por mês é mau para quem recebe? O que se diz é que alguma ou muita gente vai “passar” dos 485 não para 505, mas para zero. E que outros que podiam ganhar 485 vão ganhar zero. E que para esses, o salário mínimo ter subido é um grande consolo…

  15. Comunista, volta a usar termos insultuosos e os seus comentários serão permanentemente moderados, assim como todos que provenham do seu IP. Isto é propriedade privada, com regras simples. Quer insultar terceiros, arranje o seu playground.

    Por fim, ninguém disse que o aumento do SMN é mau para quem o recebe. O primeiro parágrafo diz precisamente o contrário, que é bom para quem o recebe. Isso é o que se vê.

  16. Comunista,

    Deve pensar que ninguém aqui quer o mal dos pobres. Somos todos bem intencionados (digo-o sem sarcasmo). Queremos aquilo que julgamos ser melhor para o país. Especialmente para os pobres.

    Seguimos caminhos diferentes, é certo. Nos países de economia livre, cada um faz o que pode e o que quer fazer para sair da pobreza, com variados graus de sucesso. Nos países comunistas e socialistas fazem guerra a partir de cima à riqueza e à opulência e, salta à vista, são muito bem sucedidos!

  17. Hugo

    Este post é absurdo.

    Como o comunista bem disse quem é que acredita que um indivíduo a ganhar 505€/mês aspira a criar uma família e ter filhos?

    É mais que óbvio que esse indivíduo terá de depender do apoio estatal numa ou noutras situações. O que acontece com estes níveis salariais ridículos é que os patrões estão a socializar os custos com a sua mão-de-obra.

    É insustentável ser-se insurgente demagogo. Façam um favor a vos próprios e olhem para os benefícios de aumentar o ordenado mínimo e observem o consumo interno subir e com isso as pequenas e médias empresas a florescerem.

  18. Infelizmente, por muito que custe, às carraças laranjas e outras cores que não as vermelhas, acabarão todos por morrer sem levarem com eles o vil metal.
    Sendo clara a nobreza de sentimentos e valores que norteiam tantos prezados neoliberais deste blogue e forum, é manifesta e evidente as soluções para tão fundamentados diagnósticos. Resumem-se a duas frases: mão de obra voluntária, subsidiada a batatas uma que a canalha tem de comer, e empresas isentas de encargos e impostos. Claro que o Estado, proprietário do dinheiro, poderá coletar o consumo, e reduzindo a sua intervenção, poderia subsidiar as empresas com parte deste imposto.
    Penso que assim, nos podemos ver livres de tantas infindáveis lamentações…contra a coisa má, trabalho renumerado e empresas com muitos encargos, impostos, etc. Será que me esqueci de alguma coisa? Há, claro que estas empresas viverão daqueles que não vivem exclusivamente de batatas.

  19. hustler

    “É mais que óbvio que esse indivíduo terá de depender do apoio estatal numa ou noutras situações.” e já depende, são as ditas transferências sociais em espécie, habitação social, bolsas de estudo, SNS, etc…
    “O que acontece com estes níveis salariais ridículos é que os patrões estão a socializar os custos com a sua mão-de-obra.

    Isso aconteceria se não houvesse qualquer salário de referência, neste caso falamos da existência do SMN, mas uma coisa é a exploração do trabalhador pelo patrão, outra é a imposição de um valor descricionário às empresas que não tem em linha de conta os preços de mercado! Como é o mercado que estabelece os preços de equilíbrio, ao se impor um valor ao trabalho, este adquire rigidez e faz com que haja um desiquílibrio, nuns casos são alguns trabalhadores que ganham, noutros são alguns trabalhadores que perdem (tudo) e em última instância perde a economia, menos empresas, menos riqueza, menos impostos, menos postos de trabalho…..

  20. hustler

    “Façam um favor a vos próprios e olhem para os benefícios de aumentar o ordenado mínimo e observem o consumo interno subir e com isso as pequenas e médias empresas a florescerem.” isso só acontece num primeiro momento, posteriormente a inflação “come” o poder de compra e volta tudo ao poder de compra inicial, com uma ressalva, no segundo momento há mais desempregados.

  21. hustler

    “505€/mês aspira a criar uma família e ter filhos? “, já agora, como é que se aspira ter uma família e ter filhos com 0 euros de rendimento? Na mesma linha de pensamento, como aspiram as nações mais pobres que nós, a ter família e ter filhos?

  22. Bruno Rodrigues

    Granda Mário. Agora até eu tive que comentar, eh eh eh. Aumenta-se o salário destas pessoas, logo o poder de compra delas aumenta, logo a venda de produtos aumenta 😉 é tudo uma questão de perspectiva. Aqui a questão é que nenhuma das economias verdadeiramente fortes tem salários mínimos iguais aos nossos e não é por causa disso que deixam de ser competitivas. E nem todas elas têm só empresas com tecnologia de ponta. Gostei do exemplo dado em cimo da manteiga e da vaca 🙂

  23. António

    Os economistas continuam a utilizar ferramentas de análise obsoletas acreditando de certo modo num determinismo histórico económico. Esquecem-se que a economia está muito ligada ao comportamento das pessoas pelo que este post e os comentários técnicos do Hustler não passam de uma mera tentativa para adivinhar com auxilio de uma bola de cristal qual será a verdadeira repercussão sobre a economia do aumento do salário mínimo. Os economistas e as suas obsoletas ferramentas estão a ajudar a deixar a sociedade num estado lastimável.

  24. hustler

    “Os economistas e as suas obsoletas ferramentas estão a ajudar a deixar a sociedade num estado lastimável.” antigamente é que era, na altura do planeamento central, onde não havia economistas e outras mariquicices técnicas, aí é que se ganhava bem e éramos todos ricos! Tal como é Cuba, Venezuela e Coreia do Norte! Já pelo contrário, Alemanha, EUA e Reino Unido, cheios de floreados técnicos e laureados Nobel, esses é que passam fome!!!!

  25. António

    Hustler, não politize a questão, pouco me importa de países comunistas, socialistas, ditaduras ou capitalistas. Os economistas pura e simplesmente têm falhado em toda a linha quanto mais não seja por branquearem a denúncia que lhes caberia fazer relativamente ao rumo da economia mundial. Não deveriam os economistas denunciar a necessidade de uma reforma monetária mundial profunda ?? Ou será melhor continuar a permitir aos bancos criarem dinheiro a partir do nada ?? Quem deveria denunciar isto senão os economistas ?? Outro exemplo de uma classe que que também tem falhado em toda a linha é aquela que gravita à volta do primado do direito. Não afirmo que os economistas não são uma classe útil e necessária, apenas digo que é uma classe que não se tem portado bem e isso deixou a sociedade actual em estado lastimável. Quanto aos países que deu como exemplo pelo bem e pelo mal isso nem parece conversa de um economista. As nações não são ricas ou falhadas pelos técnicos ou laureados Nobel que possuem mas sim e por entre outras coisas pela sua capacidade de criarem instituições inclusivas. Pergunto-lhe se no caso da Venezuela que citou não terá sido a porcaria da colonização Espanhola a verdadeira génese da porcaria de sociedade hoje existente ?? Vá com calma, argumente com as suas teorias económicas mas não politize por defeito, nem toda a gente que por aqui anda vem na base da transumância.

  26. Rui Esteves

    Um aumento de 20 euros mensais corresponde a 1 euro por dia.
    Aqui, na Bulgária Ocidental, província da Albânia Lusitana, temos uns empresários de faz de conta – 1 euro por dia e esses “empresários” já pensam em despedir pessoal!
    Francamente!

  27. Desculpem lá me intrometer mas, poderia pensar em equiparar o país a Israel, Belgica, Holanda, Espanha, Itália… Isso são meras divagações. Equiparar ou até suplantar só esses países só para os administradores de empresas publicas e grupos privados, bancos, etc.
    Pela minha parte a solução passa por trabalho em voluntariado, desde já dispenso o salário, logo o SMN é questão arrumada; segundo, julgo necessário apoiar definitivamente as PME, alicerce da economia, alicerce das exportações e da criação de valor acrescentado. Sendo certo que ao eliminarmos o custo do trabalho, esses apoios do Estado, resultarão essencialmente do IVA, mas pouco importa. Claro que se as empresas já estiverem livres de impostos e encargos, será desnecessário, promover pacotes com benefícios e isenções, a saber, custos de representação, viagens, hotéis, viaturas, etc., mas será bastante uns subsídios em dinheiro. Dará muito jeito, certamente.

  28. FigoNSAlves,

    Crie uma empresa bem sucedida. Pague o que achar justo aos SEUS funcionários, com o dinheiro que a SUA empresa ganhar. Seja parte da solução e não do irritante problema.

    Não pode? Não sabe como? Não quer? Prefere falar dos outros? Lidere por exemplo, homem, tenha estômago!

    Depois de um ano terá mudada a sua opinião, isso lhe garanto.

  29. Francisco Miguel Colaço,
    Pode crer que sim, pauto-me por ser justo, ou pelo menos, tento.
    O registo deste país, Portugal, é desmotivante, quando comparado com esses que referi antes. Holanda será o exemplo mais querido e aquele que melhor conheço. Aí as pessoas cumprem, não se tolera a economia paralela e é muito mais fácil de vingar, pois existe poder de compra, ainda que opte por setor terciário. Assim, num país que tolera a concorrência desleal, que tolera a economia paralela, num país onde o cidadão não tem qualquer poder de compra, num país onde o estado de direito é caro, um labirinto de garantias para o incumpridor, e mortalmente lenta, num país estrangulado pela banca conservadora e feudal, e sobre-carregado de impostos e taxas, o futuro está na carreira política e em vir cá fazer férias. Você acredita neste país? Fico feliz por si.

  30. fjgonsalves,

    Está completamente errado: o futuro está em deixar de resolver os problemas do socialismo, com mais socialismo. O futuro está em exigir mais liberdade, numa maior valorização do individuo, em mais autonomia para as nossas escolhas pessoais, no fundo em menos Estado.

    Mas nada disto se conseguirá sem deixarmos para trás esta mania de que somos uns coitadinhos, uns desgracadinhos, de acharmos que este país é uma merda, pois este não é o país que temos, é o país que somos! É que liberdade rima com responsabilidade, e esta ultima é coisa que os portugueses não gostam lá muito…

  31. Bom, opiniões todos temos, sendo nós não exceção. Por mim, acredito que um país é tanto melhor ou pior na proporção em que pode fazer pela sua população. Claro que, com socialismo ou sem socialismo, o nosso percurso histórico já nos trouxe muitos modelos de sociedade, contudo nenhum deles foi melhor que o socialista, e a Europa nunca foi melhor antes do modelo de estado social atual. Mas como disse, noutras ocasiões, só vê quem quer.

  32. Carlos Duarte

    fjgonsalves, ao contrário dos senhores membros deste blog e grande parte dos comentadores eu não tenho problemas com o conceito de salário mínimo ou mesmo de rendimento mínimo. Considero que (dentro de certos limites) existe um dever por parte da Sociedade de asseguar padrões de vida com dignidade a todos os cidadãos. Mas sou e serei SEMPRE contra a função assistencial da Sociedade ser feita por imposição legal a terceiros. Se o Estado acha que o salário mínimo é baixo e tendo em conta a situação de desemprego e a distribuição de salários na população activa, tem uma excelente solução: assegura ele directamente os 20 euros de aumento, sob a forma de (por exemplo) crédito fiscal (que seria reembolsável com a entrega do IRS por parte do trabalhador). Ou cria – como acho que aliás foi proposto – um complemento salarial a pessoas com salários baixos. E distribui o custo socialmente por todos. Agora obrigar as empresas dependentes de trabalho intensivo a suportar os tais 20 euros (ou, numa situação análoga, obrigar os senhorios a dar casa aos inquilinos) é iníquo.

  33. Jorge Gaspar

    “tem uma excelente solução: assegura ele directamente os 20 euros de aumento, sob a forma de (por exemplo) crédito fiscal (que seria reembolsável com a entrega do IRS por parte do trabalhador)”

    Dá com uma mão e tira com a outra?

    “Mas sou e serei SEMPRE contra a função assistencial da Sociedade ser feita por imposição legal a terceiros”

    Mas logo a seguir defendes isso

  34. joao camarada

    liberalismo a meu ver passaria por não estado, mercado livre, livre de impostos e obrigações fiscais. isso sim. e hoje em dia não dâ para competir com paises emergentes.
    e sim existe comunismo de sucesso, ex: china e rússia atuais

  35. Poderia pensar em equiparar o país a Israel, Belgica, Holanda, Espanha, Itália… Isso são meras divagações. Equiparar ou até suplantar só esses países só para os administradores de empresas publicas e grupos privados, bancos, etc.
    Pela minha parte a solução passa por trabalho em voluntariado, desde já dispenso o salário, logo o SMN é questão arrumada; segundo, julgo necessário apoiar definitivamente as PME, alicerce da economia, alicerce das exportações e da criação de valor acrescentado. Sendo certo que ao eliminarmos o custo do trabalho, esses apoios do Estado, resultarão essencialmente do IVA, mas pouco importa. Claro que se as empresas já estiverem livres de impostos e encargos, será desnecessário, promover pacotes com benefícios e isenções, a saber, custos de representação, viagens, hotéis, viaturas, etc., mas será bastante uns subsídios em dinheiro. Dará muito jeito, certamente.

  36. Carlos Duarte

    Caro Jorge Gaspar,

    ““tem uma excelente solução: assegura ele directamente os 20 euros de aumento, sob a forma de (por exemplo) crédito fiscal (que seria reembolsável com a entrega do IRS por parte do trabalhador)”

    Dá com uma mão e tira com a outra?”

    Não, deixo de imputar um custo directamente ao empregador e distribuo pelo universo dos contribuintes.

    ““Mas sou e serei SEMPRE contra a função assistencial da Sociedade ser feita por imposição legal a terceiros”

    Mas logo a seguir defendes isso”

    Novamente, não. Uma coisa é utilizar dinheiro de impostos (que é um direito que está intimamente ligado ao conceito de Estado) para prosseguir uma qualquer política (social neste caso). Outra coisa é por via legal, obrigar a tal política a ser executada directamente por um grupo selectivo de cidadãos. Outro exemplo: uma coisa é o Estado criar albergues para sem-abrigo, outra coisa é obrigá-lo a si a ter um sem-abrigo em casa porque tem uma cama livre. Coisas MUITO diferentes.

  37. Rui Esteves

    Discussão miserável. Defender a manutenção do SMN ou até a sua redução mostra bem como pensam algumas figuras menores da constelação neoliberal.
    Transformar o país num imenso deserto – porque quem pode foge daqui – é a vossa solução?

  38. Fernando S

    Bruno Rodrigues em Setembro 25, 2014 às 19:39 disse:
    “… nenhuma das economias verdadeiramente fortes tem salários mínimos iguais aos nossos e não é por causa disso que deixam de ser competitivas.”

    Não será porque teem produtividades do trabalho bastante mais elevadas ??!!…

  39. HL, está aqui o paper original [1]. Essa imagem em particular foi obtida a partir de um artigo do NYTimes [2], e o objectivo era mostrar que existe uma literatura empírica que mostra efeitos negativos, “corroborando” a teoria. Isto porque os proponentes do SMN geralmente apontam para literatura empírica que tenta mostrar o contrário.

    [1] – http://www.deakin.edu.au/buslaw/aef/workingpapers/papers/2008_14eco.pdf
    [2] – http://economix.blogs.nytimes.com/2014/02/18/the-impact-of-a-minimum-wage-increase/?_php=true&_type=blogs&_php=true&_type=blogs&_r=1

  40. Fernando S

    Rui Esteves em Setembro 26, 2014 às 08:54 disse:
    “Defender a manutenção do SMN ou até a sua redução mostra bem como pensam algumas figuras menores da constelação neoliberal. Transformar o país num imenso deserto …”

    Como é obvio ninguém quer “transformar o pais num deserto”.
    Pretende-se apenas combater o desemprego que resulta do facto de muitas empresas e empregadores individuais desistirem de empregar pessoas para funções e serviços pouco qualificados por considerarem que o custo é demasiado elevado para as as possibilidades que teem.

  41. Nunca paguei a ninguém o salário mínimo Português, pois considero-me uma pessoa decente. Entendo perfeitamente que desconheça o significado das minhas palavras.

  42. Duas notas. 1) as ciências económicas podem não ser infalíveis, mas são a melhor ferramenta que temos ao nosso dispor para tentar analisar custos e benefícios de intervenções governamentais. Que sugerem como alternativa, conversa de café? 2) ninguém acha que 505€ ou 485€ ou até 800€ é um salário que permita viver condignamente. Aliás, estaremos todos de acordo que o ideal era todos recebermos 5000€/mês. Dado que isso não é possível pois não produzimos para isso, há que ser realista e perceber que o aumento do SMN para uns pode implicar a redução para ZERO do salário de outros. Ora, que compaixão humanista e socialista é essa que só se preocupa com os que estão empregados?

  43. F J Gonsalves, (adopto a sua grafia para o seu sobrenome)

    Deixe-se de circumlóquios, rogo-lhe. Deve conceder e perceber que aqui ninguém é formado na Lusófona com equivalências.

    Responda com sinceridade:

    1) Tem ou não uma empresa de sua propriedade?

    Se não tem, aprecio as evasivas, mas garanto-lhe que leio através delas. Se tem:

    2) Qual é o valor mínimo horário que paga na sua empresa, em SALÁRIO BASE?

    3) Quantos trabalhadores tem em part time ou como falsos recibos verdes? [Pessoalmente não me chateio com um e outro, mas quem fala como o Gonsalves deveria ter horror a isto.]

    4) Quantas pessoas teve de despedir no último ano?

    E, sumamente preciosa para perceber a pertinência das outras.

    5) Tem a sede fiscal em Portugal?

  44. Carlos Duarte,

    «uma coisa é o Estado criar albergues para sem-abrigo, outra coisa é obrigá-lo a si a ter um sem-abrigo em casa porque tem uma cama livre. Coisas MUITO diferentes.»

    Num caso vai ao meu dinheiro para fazer uma sociedade onde figuram trinta administradores em Lisboa e seis empregados no Albergue do Santo Estado Paternal, algures no país real (assumo que Lisboa é irrealista). Noutro caso vai ao meu dinheiro (provavelmente muito menos, já que não tem trinta administradores) e à minha propriedade física.

    A sociedade de quase trinta administradores e seis ou sete (não me lembro) empregados existe. É uma PPP (Paga o Povo, Palerma) entre a Câmara Municipal da Figueira da Foz e uma empresa de «serviços» espanhola.

    A experiência humana mostra que, quando se cria riqueza, os homens usam essa riqueza para melhorar as condições alheias. Chama-se a isso filantropia, e faz-se com objectivos vários, desde os mais nobres até a obtenção de publicidade descarada por quem a faz.

    É dos meios de fazer face à pobreza o mais barato, particularmente para quem passa um dia atrás do outro agradecendo que tenha um tecto e algo para comer no frigorífico, os membros da chamada classe média. Estranhamente é também o mais eficaz dos meios, porque os pobres, por alguma razão, não se acomodam à situação e põem-se a trabalhar tão cedo quanto podem, assaz melhorando a sua situação.

  45. Carlos Duarte

    Caro Francisco Colaço,

    Eu não estou a discutir eficiência dos processos. Por opção pessoal, acredito no princípio da subsidiariedade (i.e. o Estado deve, primariamente, apoiar organizações privatas ou incentivar a sua criação, apenas se substituíndo a estas quando estas não existem), mas considero legítimo que o dinheiro recolhido fiscalmente por um Governo democraticamente eleito seja utilizado para esses fins. Já a outra situação não a é.

    Quanto à filantropia, sou a favor mas não posso aceitar que alguém fique dependente da boa vontade de terceiros. O seu direito a uma vida condigna é função da sociedade como um todo e, por conseguinte, do Estado. O que este não pode é arrogar-se de um “direito” de ser o único providenciador de assistência.

  46. Carlos Duarte,

    Quando tem um direito do Estado de ter uma boa vida, esquece-se de que tem o dever de fazer por isso.

    Quantas pessoas terminaram o Rendimento Social de Inserção por sua iniciativa? 19% dos que deixaram de receber (http://www.ionline.pt/artigos/portugal/quase-20-mil-beneficiarios-perderam-rsi-alteracao-rendimentos/pag/-1). MAS 6.500 em quase 230.000, ou 2,8% dos que recebem (pelos períodos, creio que os 33.913 dos quais fazem parte os 6.500 já haviam sido subtraídos aos 230.000, pelo que a percentagem ainda é menor).

    Uma em trinta e tal famílias livrou-de da pobreza por meios próprios, requisitando o fim do RSI. A Casa do Gaiato, por comparação, é muito mais eficaz em levar as pessoas à autossuficiência. E eu, que isto refiro, sou até frontalmente contra instituições desse tipo — prefiro mil vezes a existência e promoção de famílias de acolhimento, pois nada substitui uma família regular.

  47. Hugo

    Fartos de politizar as questões entre socialistas e liberais… Inferem sobre o futuro que vão aumentar os despedimentos, usam das vossas previsões, e das bolas de cristal, para amaldiçoarem o aumento do SMN. Enfim…

    Ganhem maturidade.

    Quanto mais dinheiro houver a circular internamente mais negócio será criado e por consequência, mais emprego será gerado. A inflação não se abaterá sobre nós porque estamos num sistema maior que o nosso cantinho na ponta da UE. Os que não aguentarem um aumento de 1000€/ano/empregado terão de repensar os seus negócios. Agora discutirem por causa de 240€/ano (mais impostos)? Uma pechincha!

    Se precisamos de alguma coisa em Portugal é de renovar a nossa pirâmide etaria, e os maiores contribuidores – as classes mais baixas, não estão a conseguir suportar esses encargos com os actuais níveis salariais e de apoios estatais. Não pode custar muito mais a uma família da classe A ter dois filhos que a outra da classe C. Repensem as vossas estratégias.

  48. Fernando S

    Hugo em Setembro 26, 2014 às 19:28 disse:
    “Quanto mais dinheiro houver a circular internamente mais negócio será criado e por consequência, mais emprego será gerado.”

    Não haverá mais dinheiro a circular…
    As empresas que suportarem os aumentos vão ajustar em parte aumentando preços de venda, a serem pagos pelos consumidores e em prejuizo da competitividade, e em parte reduzindo investimentos, em prejuizo da criação de emprego e de ganhos de produtividade.
    As empresas que não estiverem em condições de ajustar por estas vias vão pura e simplesmente ajustar reduzindo mão-de-obra, nalguns casos mesmo fechando.
    Os potenciais novos empreendedores e empregadores vão hesitar ainda mais antes de se lançarem em novos projectos e investimentos e alguns acabarão por desistir.
    Para muitas empresas, já em situação dificil, com estruturas de custo pesadas e margens esmagadas, 240€/ano/trabalhador (mas é mais porque o custo para a empresa não se resume à remuneração paga ao trabalhador e porque o aumento do salario minimo implica normalmente um ajuste na grelha de salarios e fornecimentos de terceiros mais caros), é suficiente para fazer o copo transbordar.
    No final o emprego é afectado, menos riqueza real é criada, menos rendimentos são distribuidos.
    Haverá menos dinheiro a circular !!

  49. Fernando S

    Hugo em Setembro 26, 2014 às 19:28 disse:
    “Se precisamos de alguma coisa em Portugal é de renovar a nossa pirâmide etaria, e os maiores contribuidores – as classes mais baixas, não estão a conseguir suportar esses encargos com os actuais níveis salariais e de apoios estatais.”

    Admitamos que sim …
    Mas, seja como for, não são as empresas que devem suportar os custos de uma eventual politica nacional com objectivos demograficos.
    Esta orientação pode mesmo ter consequencias preversas na medida em que o agravamento das condições de actividade das empresas prejudica o emprego e a criação de riqueza, por sua vez factores benéficos para qualquer politica natalista.

  50. hustler

    “Quanto mais dinheiro houver a circular internamente mais negócio será criado e por consequência, mais emprego será gerado. A inflação não se abaterá sobre nós porque estamos num sistema maior que o nosso cantinho na ponta da UE. “, , para que não restem dúvidas, quando se aumentam os custos do trabalho, uma das consequências, entre várias, é o aumento dos preços e o fenómeno inflacionista! O aumento do SMN em 2009 nos EUA, fez baixar o poder de compra dos beneficiados ( em vez de o subir) assim que a inflação “comeu” os aumentos.

    Adjusted for inflation, the federal minimum wage peaked in 1968 at $8.56 (in 2012 dollars). Since it was last raised in 2009, to the current $7.25/hour, the federal minimum has lost about 5.8% of its purchasing power to inflation.
    http://www.pewresearch.org/fact-tank/2013/12/04/5-facts-about-the-minimum-wage/

    “Quanto mais dinheiro houver a circular internamente mais negócio será criado e por consequência, mais emprego será gerado.”
    o aumento dos salários não tem qualquer efeito na procura interna:
    + 1€ Salários
    -> + 0.3€ Rendimento das famílias e – 0.3€ Rendimento das empresas
    -> + 0.3€ procura interna das família e -0.3€ procura interna das empresas
    -> efeito nulo na procura interna
    O aumento do salário não altera a procura interna.
    Considerando todas as parcelas, os salários e os lucros, as famílias e as empresas, conclui-se facilmente que o aumento (ou diminuição) dos salários não tem qualquer impacto na procura interna. O problema é que, ao reduzir os lucros das empresas, o aumento dos salários tem um efeito negativo nos investimentos que são lucrativos o que faz diminuir o emprego.
    e não existe um ciclo vicioso tipo,
    A diminuição dos salários -> reduz o rendimento -> reduz o consumo -> reduz a procura agregada -> reduz a actividade das empresas – > aumenta o desemprego -> —
    Mas esta ligação está errada porque a redução do rendimento dos trabalhadores é mais que compensado pelo aumento do rendimento dos desempregados que passam a estar empregados.

    Por fim, não é o consumo que estimula a economia, é a oferta é que estimula o consumo (lei de Say)
    Granted, the ultimate function of business activity and entrepreneurship is to fulfill the needs of consumers, and the most successful firms are those that satisfy their customers. But more important, who discovers the new, improved products that consumers desire? Who is the catalyst that determines the quantity, quality, and variety of goods and services? Did the consumer come up with the idea of personal computers, SUVs, fax machines, cell phones, the Internet, and the iPhone? No, these technological breakthroughs came from the genius of creative entrepreneurs and the savers/capitalists who funded their inventions.

    http://www.mskousen.com/2010/05/consumer-spending-doesn%E2%80%99t-drive-the-economy-investment-does/

    http://www.forbes.com/sites/louiswoodhill/2013/03/13/sorry-paul-krugman-but-we-still-need-says-law/

    “Os que não aguentarem um aumento de 1000€/ano/empregado terão de repensar os seus negócios.” e terão que repensar o seu número de funcionários.

    “Não pode custar muito mais a uma família da classe A ter dois filhos que a outra da classe C. ” uma coisa é aquilo que desejávamos, outra coisa é aquilo que a economia e o estado pode oferecer. Portugal não é nenhum país do primeiro mundo -ou pelo menos do pelotão da frente- por isso, querer ser igual à Alemanha, Reino Unido, EUA, é apenas viver uma fantasia.

  51. hustler

    Este é um artigo muito interessante que analisa uma proposta de aumento do salário mínimo americano para 15 dólares (uma proposta que vai de encontro às pretensões do Comunista, Hugo e fjgoncalves), cerca de 90% da mediana salarial daquele país; o aumento para aquele valor faria aumentar marginalmente o emprego (em certos sectores) -pela maior quantidade de dinheiro a circular e consumo da classe mais pobre- e simultaneamente diminuir o emprego pelo aumento dos custos do trabalho que subtraem competitividade e investimento por parte de muitas empresas. O resultado líquido é negativo no que diz respeito ao emprego e ao aumento do poder de compra:

    “….. $450 billion moved around the economy, that’s certainly true. But Hanauer’s forgotten his Keynes here. The movement of money from rich to poor (or from company profits to poor workers, whichever) might be a good idea, might be a bad one. But the effect of it does not depend upon the gross amount of money being moved. It depends, rather, on the different propensities to save and spend of the different groups of people. Say that the rich save 10% of their incomes and spend the other 90%. The poor spend 100% of their incomes. The extra demand in the economy is thus that 10%, not the 100% of the money that is moving. The 10% is not an accurate number, it’s simply for illustration. But the movement of $450 billion from rich to poor will not lead to an increase in demand in the economy of $450 billion. It will be that $450 times the marginal propensity to save of the rich or wherever else the money is being taken from. In my example, more like $45 billion…”
    As conclusões estão no resto do artigo

    http://www.forbes.com/sites/timworstall/2013/06/21/nick-hanauers-near-insane-15-an-hour-minimum-wage-proposal/

  52. É divertido observar como estão mesmo preocupados com o país, digo, as empresas; mas desgostaram das soluções pornográficas por mim apresentadas. Demasiado frontal, certo. Afinal, se uma solução for demasiado evidente onde fica o espaço para nós inventarmos a roda? Sim, porque, se tentarmos, vamos reinventar a roda. Não têm pão, comam brioches, lol

  53. hustler

    “Pela minha parte a solução passa por trabalho em voluntariado, desde já dispenso o salário, logo o SMN é questão arrumada; segundo, julgo necessário apoiar definitivamente as PME, alicerce da economia, alicerce das exportações e da criação de valor acrescentado. Sendo certo que ao eliminarmos o custo do trabalho, esses apoios do Estado, resultarão essencialmente do IVA, mas pouco importa. Claro que se as empresas já estiverem livres de impostos e encargos, será desnecessário, promover pacotes com benefícios e isenções, a saber, custos de representação, viagens, hotéis, viaturas, etc., mas será bastante uns subsídios em dinheiro. Dará muito jeito, certamente.” que soluções? não se percebe nada do que escreveu….

  54. Primeira medida – Custo do trabalho, diminuído de forma drástica, pelo trabalho em regime de voluntariado, basta dar à escumalha umas batatas, eles que as cozam;
    Segunda medida – Isentar as empresas e taxas e impostos, complementando o Estado estas com um cheque subsídio.
    Julgo que seja agora compreensível.

  55. Como a saída para as crises mundiais foi sempre através da guerra, um ótimo negócio, mas “infelizmente” investimento sempre Estatal, podemos sempre ajustar a teoria do Keynes, começando umas guerras de iniciativa empresarial. “Exército vende-se a preços de saldo”;

  56. Carlos Duarte,

    Já ouviu certamente falar de Manaus, no Brasil. Já alguma vez viu o Grande Teatro de Manaus? Uma obra imponente. Muitas óperas por lá passavam no Sec. XX, quase tantas como em São paulo, no Rio ou mesmo em Nova Iorque.

    Sabe quanto dinheiro do Estado Brasileiro lá foi posto? Zero.

    Deixe-se aos ricos tratar da cultura e dos pobres e não fatará cultura nem assistência para ninguém. Se o Estado quer ajudar, considere que os rendimentos assim aplicados são deduzidos a 100% à matéria colectável. A Fundação Gulbenkian faz mais pela cultura e pela ciência do que a cinema-treta (sim, grafia intencional!) e a Aundação Magalhães. Todos podemos dizê-lo com convicção. Pois, quais delas pedem do meu dinheiro, concorde eu ou não com os objectivos e métodos e escolhas desses acéfalos compinchalistas? Não é a Gulbenkian que faz mais com zero dinheiros públicos?

    A minha escolha é acabar com a intervenção do Estado na assistência social que não assiste senão aqueles que nela fingem trabalhar ou na cultura que não cultiva ninguém. O Estado não deve nem ter fundações nem esfodações para coisa nenhuma. Estas esfolam os dinheiros públicos, para resultados variáveis mas invariavelmente maus.

    E, a cereja em cima do bolo, a classe média não se verá espoliada pelos bonzinhos do costume.

  57. Fernando S

    fjgonsalves em Setembro 27, 2014 às 16:38 disse:
    “Custo do trabalho, diminuído de forma drástica …”

    O custo do trabalho não tem de ser necessariamente diminuido. Não pode é ser superior ao valor da respectiva produtividade. Sob pena de comprometer as condições basicas de viabilidade e sustentabilidade em qualquer economia. Não apenas numa economia de mercado, capitalista. Vale para todas, incluindo as “socialistas” ou “comunistas”. De resto, nas experiencias historicas concretas destas ultimas, a diferença entre a produção e a remuneração do trabalho foi de longe muito maior, nunca a diminuição do custo do trabalho foi levada tão longe como nestas sociedades “anti-capitalistas”.
    O que se recomenda não é nenhuma “diminuição” da remuneração trabalho mas tão só uma maior liberdade para que em cada situação os interessados possam negociar e decidir qual é o nivel da remuneração que convém às duas partes. Se um investidor ou empresario considera que não pode pagar acima de um determinado valor e se um trabalhador considera que mais vale um trabalho por esse valor do que trabalho nenhum e por isso nenhum salario, então há uma oportunidade para os dois chegarem a acordo, para o investimento ser feito, para ser criado um emprego, para haver produção de mais riqueza. Mas nada é definitivo. O mais provável é até que depois, se as condições melhorarem, se a produtividade aumentar, a remuneração do trabalhador possa ser renegociada e aumentada. No final, da liberdade no mercado de trabalho (e nos outros mercados) deve resultar não uma diminuição mas sim um aumento da remuneração do trabalho. Significa isto que afinal o aumento da remuneração corresponde sempre a um aumento do custo do trabalho ? Não, porque o que conta não é um qualquer custo absoluto mas sim a relação entre o custo do trabalho e o valor da produção. As remunerações podem aumentar e o custo relativo do trabalho pode até baixar.

  58. É ainda mais simples, do que eu pensava. Afinal sempre vou acreditar no Pai Natal. Claro que, também tenho de acreditar em salários de fome, também tenho de acreditar na estagnação da economia e também vou acreditar em acordos baseados em pessoas de boa fé.
    Acho que o custo do trabalho a batatas é menos cínico.

  59. Francisco Colaço,
    Está evidente que lhe falta investir muito…em si, na sua educação sobretudo.
    Como deve ser produto da geração dos anos 70, ainda vai a tempo de ir falar com os seus pais.
    Eu escuso-me a substitui-los, como há de compreender.
    Tenha uma boa vida…

  60. Hugo

    Hustler esse artigo, escrito em 2013 pelo guru da Amazon, veio ao encontro dos recentes aumentos para 15$/hora que já vários estados americanos acomodaram e que as empresas de fast-food estão a ser obrigadas a aceitar.

    Actualize-se…

  61. Fernando S

    fjgonsalves em Setembro 27, 2014 às 22:18 disse:
    “… acordos baseados em pessoas de boa fé.”
    “salários de fome”

    Não é uma questão de “boa fé” mas sim de interesse reciproco.
    Um investidor apenas tem interesse em empregar mão-de-obra se o respectivo custo não ultrapassar as expectativas de receitas. Se for obrigado a pagar mais vai acabar por ajustar de algum modo, ou despedindo ou prescindindo de investimentos produtivos que, se fossem feitos, poderiam garantir a viabilidade da empresa e permitir empregar mais pessoas, produzir mais riqueza, distribuir mais e melhores rendimentos.
    O interesse bem compreendido de um desempregado, actual ou potencial, pode ser o de aceitar uma determinada remuneração que lhe é oferecida quando a alternativa é continuar ou ir para o desemprego com a perspectiva de uma remuneração nula ou, na melhor das hipoteses, de um subsidio inferior e limitado no tempo.

    Os “salarios de fome” são antes o resultado da existencia de mercados rigidos e com salarios minimos legais demasiado elevados relativamente às possibilidades da economia. É o caso de Portugal que até há bem pouco tempo tinha um dos mercados laborais mais rigidos … do mundo. Ainda hoje, o salario minimo português representa uma proporção do salario mediano nacional bem superior à da maioria dos paises europeus. Os paises com melhores salarios em absoluto são normalmente aqueles onde o salario minimo legal representa uma proporção mais baixa. A Alemanha nem sequer tinha salario minimo legal até há pouco tempo (e se o introduziu foi por razões estritamente politicas).

  62. hustler

    “Hustler esse artigo, escrito em 2013 pelo guru da Amazon, veio ao encontro dos recentes aumentos para 15$/hora que já vários estados americanos acomodaram e que as empresas de fast-food estão a ser obrigadas a aceitar.

    Actualize-se…”

    cá vai a actualização então:

    “On March 26, 2014, Connecticut passed legislation to raise the minimum wage from $8.70 to $10.10 by 2017, the first state to address President Obama’s call for an increase on minimum wage.
    On January 1, 2014, the minimum wage increased to $9.32 per hour.[90] The minimum wage in the city of Seattle is scheduled to increase to $15.00/h beginning in 2017 for large businesses and 2021 for all businesses.[91]”, ”
    http://en.wikipedia.org/wiki/Minimum_wage_in_the_United_States

    segundo estes dados, e à presente data, nenhum estado americano tem o SMN de 15 dolares/h, Washington aplicá-lo-á faseadamente em 2017 e ao longo de 7 anos, começando pelas grandes empresas e finalizando pelas mais pequenas.
    Até ao fim de 2021 a inflação já deverá ter “absorvido” parte desse aumento!
    Curiosamente, Portugal aparece num gráfico deste link, verifique lá se o SMN português não está muito bem comparativamente a outros países desenvolvidos (sendo que Portugal não o é)!

  63. Josand

    Recorde-se que após o 25 de Abril foi instituído o SMN por um valor de 3.300 escudos.

    “Antes do 25 de Abril, o PCP lançou nos meios metalúrgicos a ideia de que o salário mínimo nacional deveria ser da ordem dos 6000$00.
    Depois da Revolução e ainda antes do PREC , naturalmente, lembraram-lhe tal coisa. E que disse então Cunhal na entrevista à Vida Mundial de 14 de Junho de 1974? Achava tal montante “incomportável para a economia nacional”…”
    http://portadaloja.blogspot.pt/2014/09/o-pcp-e-verdade-um-problema-com-barbas.html

  64. Gonsalves,

    Com os circunlóquios, a arte de não dizer nada com muitas palavras, afirma tudo o que se tem de ouvir. Poderia começar por dizer que não tem nenhuma empresa sua, e que se limita a dizer aos outros como devem gerir as deles. Acontece a muitos nesta praça.

    Nem a outros chegou a dizer quanto era o rdenado mínimo na sua incorpórea empresa.

    Apesar de eu achar que os ordenados em Portugal são pequenos, e poderiam subir, exactamente por haver um referencial inferior, suspeitosamente conveniente, não me arremedo a dizer as outros como devem gerir as suas empresas.

    Quem nem a sua cozinha sabe governar acha que pode governar o universo, a cabana e a vinha dos outros.

  65. Josand,

    Acrescente a isso que a União Soviética acabou de joelhos, a pedir ao Kohl que lhe adiantasse 4 mil milhoes de dólares para salários em três dias. O Kohl apenas conseguiu adiantar dois.

    O socialismo acaba-se quando o dinheiro dos outros se finda. A história confirma-o.

  66. Hugo

    em 2017 a inflação já comeu o aumento, quase o dobro, para 15$/hora??? LOLADA! Acredita naquilo que escreve?

    É precisamente às grandes empresas que não se pode admitir que socializem os custos com a sua mão-de-obra. Obviamente que uma obrigação desta grandeza não pode ter efeitos imediatos pelo que 2 anos e meio é um tempo que me parece justo para que estes colossos económicos se adaptem para os novos salários. Por sua vez, os trabalhadores que beneficiarão destes aumentos terão maior poder de compra o que vai promover o mercado interno, que (não se perca) controlado por salários diferenciados irá obrigar os tais colossos a manter os preços concorrenciais.
    É precisamente o que Nick defende, e que eu tenho o prazer de conhecer e defender também.

    Quanto a Portugal… é muito diferente comparar médias, medianas e modas.

    66% da população ganha até 6.200€/ano.
    A média dos ganhos de todos os portugueses é 15.600€/ano.

    Eu tenho 2 frangos, tu não tens nenhum!
    A nossa média é 1 frango por pessoa.

  67. hustler

    “em 2017 a inflação já comeu o aumento, quase o dobro, para 15$/hora??? LOLADA! Acredita naquilo que escreve?”, acho que não leu bem o link, diz assim: é para começar em 2017 e chegar aos 15 dolares em 2021, ou seja, não se vai começar com 15 dol/h em 2017 e acabar em 2021 com 15 dol/hora, caso contrário não se chamaria FASEADO.
    Começando o aumento em 2017 (faseado, suponhamos 1 dolar/ ano), mas até 2017 já houve avanço da inflação, e de 2017 a 2021 um novo avanço! Quando chegar a 2021, uma parte dos ganhos já foi absorvido e o poder de compra perdido.

    “controlado por salários diferenciados irá obrigar os tais colossos a manter os preços concorrenciais.”, os preços irão sempre ser concorrenciais, independentemente do custo do trabalho, no entanto esse custo irá ser incorporado no valor do produto final! No fim, e após tal aumento, em vez de serem 1000 consumidores a comerem um BigMac, serão apenas 700!
    Essa conclusão de que os consumidores irão consumir mais porque têm mais dinheiro é uma fantasia da esquerda, uma coisa é comer hambuguer a 5 dolares, outra é comer o mesmo menu a 10 dolares!

    “Just to point out again the US median wage is $16.71 an hour. Hanauer is proposing a minimum wage of 90% of median wages. This would have, from everything we know, large effects on unemployment. Certainly far larger than the one time creation of 180,000 jobs coming from the effect on the rise in disposable income. So much so that it’s very difficult indeed to see that there will in fact be a rise in disposable income. My bet is that there would be more than 180,000 job losses and thus disposable income, on net, would actually fall.”, pois o Nick defende isso, a verdade é que nenhum outro país do mundo tem um salário mínimo perto dos 90% da mediana! E as conclusões do comentador a esta proposta é de que irão ser criados 180 000 novos empregos, mas muito mais irão ser destruídos.
    Mas como nunca nenhum país tentou fazer isto antes, então é colocar Washington como tubo de ensaio e depois veremos o saldo.

    “Quanto a Portugal… é muito diferente comparar médias, medianas e modas.”, portanto, deixe lá ver, nos EUA podem-se usar médias e medianas e o NIck pode usá-las para elaborar a sua proposta, mas em Portugal é muito diferente!!!!! Este pensamento dava um trabalho académico, “em Portugal os salários devem ser determinados ao calhas”

    “66% da população ganha até 6.200€/ano.
    A média dos ganhos de todos os portugueses é 15.600€/ano.”, portanto, não se devem utilizar medidas estatísticas, mas no parágrafo abaixo já usa as médias, é o que se chama consistência de raciocínio!

    “Eu tenho 2 frangos, tu não tens nenhum!
    A nossa média é 1 frango por pessoa.”, o exemplo em si é ridículo, mas mesmo admitindo o absurdo, o “nenhum” frango corresponderia a 0 zero euros! Quando se fala em distribuição salarial, considera-se do salário mínimo para cima!
    Portanto, se quiser usar esse exemplo, faça antes “Eu tenho 3 frangos, tu tens 1 frango, logo a nossa média é 2 frangos por pessoa”, nunca é nenhum frango! E isto usando apenas o exemplo absurdo de dois valores de amostragem!

  68. Hugo

    Escreve muito e diz muito pouco.

    Em 2017 as grandes empresas de terão de assumir os 15$/h. A parte faseada até 2021 vem no sentido decrescente de tamanho económico.

    Assume que vão haver despedimentos. Acredita piamente nisso… Porém não é facto. É apenas a sua esperança para que se prove ter razão. Lamento…

    A sua esgrima verbalizaria com que tenta me atacar não muda a realidade e a atenção continua a ser: a média dos ganhos dos tugas é de 15.600€, porém 66% dos tugas só ganham até 6.200€. O que demonstra o grande desvio social e o exagerado desfazamento entre as pessoas da nossa sociedade.

  69. hustler

    “Em 2017 as grandes empresas de terão de assumir os 15$/h. A parte faseada até 2021 vem no sentido decrescente de tamanho económico.”,

    funciona assim:

    -Em 2017, para empresas com mais de 500 funcionários, existem duas modalidades, exclusivamente salário -15 dol/hora,
    salário+plano de saúde- 13,5 dol/hora;
    em 2019 será de 15,73 dol/hora (já ajustado ao Indexante de preços ao consumidor anual)

    -Em 2019, para empresas com menos de 500 funcionários, existirão também duas modalidades,
    exclusivamente salário 15 dol/hora,
    salário+ benefícios e gorjetas – 12 dol/hora;
    só em 2021 será de 16,49 dol/hora para os primeiros e 15 dol/hora para os segundos.

    Fui fazer uma investigação para saber de onde tinha vindo o número mágico dos 15 dol/hora, mais uma vez, e lamento desiludi-lo, lá apareceram as medidas estatísticas -para seu desagrado- que fizessem algum sentido, no que diz respeito à experiência internacional e interna dos EUA acerca dos limites do SMN:

    “The national minimum wage peaked in real value in 1968, when it was $1.60 an hour
    …..
    A $15 minimum also is about 60 percent of the median full-time wage for workers in the Greater Seattle area, a level that’s close to both the current European standard and the U.S. norm in the late ’60s. Today, Washington’s $9.32 minimum is 37 percent of the local median.”

    http://www.upworthy.com/every-time-i-compare-the-us-minimum-wage-to-other-countries-people-get-angry-so-here-i-go-again,

    agora veja este gráfico (que é com rectângulos a cores e tudo), veja os três primeiros do pódio, o SMN da França ( 61% da mediana), da Nova Zelândia (60% da mediana) e Portugal (59% da mediana).
    Portanto, o que em Seattle querem fazer é colocar o SMN ao nível do de Portugal, salário esse que acha muito baixo! O que dizer então dos trabalhadores de Washington que vivem do SMN desse estado, com 40% de compra abaixo dos seus congéneres em Portugal?

  70. hustler

    Rectificação: não é poder de compra, é sim 23% de salário abaixo da mediana daquele estado!

    Outra nota:
    France: Consumer prices including rent are 15.3% higher than the United States

  71. Fernando S

    “Imagine-se uma empresa onde trabalham 100 pessoas que recebem o salário mínimo. Um aumento do salário mínimo de apenas 20 euros traduz-se num aumento dos custos de 34 650 euros anuais. Do ponto de vista desta empresa, a situação é equivalente a um aumento de impostos de quase 35 mil euros. Ao se aumentar o salário mínimo penalizam-se empresas que exercem uma acção social muito importante que é a de empregar trabalhadores pouco qualificados, muitas vezes envelhecidos e sem hipóteses de requalificação profissional. Negar esta evidência é negar a realidade do nosso país.”
    http://destrezadasduvidas.blogspot.pt/2013/11/sobre-o-aumento-do-salario-minimo.html

  72. Fernando S

    “No seu livro sobre o mercado de trabalho, Mário Centeno aponta como resultado de estudos anteriores em Portugal que “para os trabalhadores que recebem o salário mínimo, em aumento de 5% desse salário reduz em 3 pontos percentuais a probabilidade de se manter empregado”(1).
    Nota (1): Mário Centeno, O Trabalho, uma visão de mercado, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2013.”
    http://momentoseconomicos.wordpress.com/2014/04/10/salario-minimo-vs-o-minimo-dos-salarios/

  73. Hugo

    Não se trata de desagrado hustler, eu estou na conversa pública à procura de soluções. Já aqui tive um comentário muito analisado, no insurgente, que desafiei à procura de soluções – à direita, que promovessem uma maior equidade na distribuição de recursos.

    É que, em 68 nos EUA a média salarial do CEO para a média salarial dos seus empregados era de 20xs aprox. Hoje em dia é de mais de 100xs.

    Em resposta à sua questão sobre as diferenças entre o valor dos salários nesses 3 países de exemplo, respondo com ideias tuas: que ao subir o SMN os ordenados médios irão subir também. Esta subida de 20€ peça por defeito. Deveria ser mais!

  74. Fernando S

    Hugo em Outubro 1, 2014 às 14:44 disse:
    “… soluções – à direita, que promovessem uma maior equidade na distribuição de recursos.”

    “Equidade na distribuição de recursos” é cada um receber em função da sua contribuição produtiva para a criação de mais valor, mais riqueza. Como esta contribuição é geralmente diferenciada, “equidade” não significa “igualdade”. Em certas circunstancias pode até exigir um aumento da desigualdade.
    Quem é que decide qual é o justo valor da contribuição de cada um ? Ninguém. Ou melhor, uma multitude de avaliadores. É o mercado. São os diferentes mercados, de produtos, de factores, de recursos.
    O facto de um chefe de empresa ganhar hoje ainda mais do que a média dos seus empregados relativamente ao que acontecia antes não significa que os empregados de hoje estão pior do que os empregados de ontém. Normalmente é até um sintoma do contrario. O rendimento médio actual dos américanos é hoje muito superior ao que era em 1968. Porque a economia americana produz hoje muito mais riqueza do que em 1968, é muito mais produtiva. Em particular, porque as empresas americanas teem hoje uma organização e uma gestão de recursos muito mais eficientes. Criam muito mais valor. Nesta organização e gestão, que é hoje muito mais sofisticada e exigente, o papel de certos quadros de direcção, a começar pelo CEO, é ainda mais determinante. Os accionistas sabem-no bem estando muitas vezes dispostos a aceitar pagar muito bem estes quadros. Os quadros superiores ganham assim muito mais. Mas os restantes empregados, geralmente mais qualificados e produtivos do que os seus antecessores, também eles ganham muito mais. Mais riqueza criada que é distribuida por todos, sendo que, naturalmente, individualmente ganham mais aqueles que teem um papel e uma contribuição mais determinantes.
    As “soluções à direita”, seja o que esta for, serão disposições que permitem que os mercados funcionem com o maior grau de liberdade possivel. Foi esta liberdade que favoreceu uma afectação dos recursos disponiveis a usos e fins mais adequada, mais eficiente, mais produtiva, mais criadora de valor, de riqueza. A distribuição desta riqueza que dela resulta não é obviamente igualitaria mas é a mais equitativa. Mas não sendo igualitaria, para além de ser a mais justa e eficiente, esta distribuição pelo mercado acaba também por reduzir as grandes desigualdades sociais, aquelas que dizem respeito às categorias mais importantes e numerosas, e por ir mais longe na redução da pobreza absoluta e na assistencia aos mais desmunidos. Não é por acaso que os paises com maior nivel de liberdade economica são também aqueles que teem menores desigualdades sociais e que mais recursos, privados e publicos, destinam à assistencia social e à ajuda humanitaria, dentro e fora de portas.

  75. hustler

    Caro Hugo,
    “É que, em 68 nos EUA a média salarial do CEO para a média salarial dos seus empregados era de 20xs aprox. Hoje em dia é de mais de 100xs.”, se é para analisar com seriedade as coisas, primeiro há que ir à raíz do problema e à procura das causas que levaram a esta dispersão de rendimentos, só aí é que pode tirar conclusões e apontar soluções.
    Tudo o que escreve são evidências, não as consegue justificar!
    O Fernando já deu algumas (boas) pistas, mas não nos devemos ficar apenas por aqui!

  76. hustler

    “Em resposta à sua questão sobre as diferenças entre o valor dos salários nesses 3 países de exemplo, respondo com ideias tuas: que ao subir o SMN os ordenados médios irão subir também. Esta subida de 20€ peça por defeito. Deveria ser mais!”, para além dessa conclusão, que outras é que também pode tirar? Se conseguir descortinar as outras, ponha-as na balança e analise os prós e contras!

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