Sobre o P&C de ontem

A idade, não ser parte interessada (só estamos cá para pagar…), os “artistas que passam fome”, a quebra de facturação da industria musical ou estar a soldo da “industria” (não confundir com a anterior). Tudo serviu para desacreditar os (poucos) que ontem faziam a parte dos “contras” no P&C.

A pobreza da argumentação é reveladora. Assim como a incapacidade (ou a falta de vontade) em explicar porque razão uma taxa que supostamente incide sobre a “cópia privada” não é incluida no preço de venda da obra propriamente dita. Antes, incide sobre a compra de dispositivos cuja utilização não pode directamente ligada a qualquer infração e cuja correlação com os tais prejuízos dos autores nunca foi comprovada. Constitui uma verdadeira renda económica à semelhança de outras que, embora também sido criadas com beneplácito político, nos anos mais recentes tornou-se moda combater pelo menos no discurso do governo e oposição. Na verdade, o verdadeiro objecto da lei é a chamada “pirataria”. Mas isso seria instituir uma penalização ex-ante. A simples compra de discos rigidos ou telemóveis faria de nós criminosos em potência pelo que seriamos punidos preventivamente com uma multa.  Não é difícil perceber que isso iria dificultar consideravelmente a aceitação da lei e respectivas taxas.

6 pensamentos sobre “Sobre o P&C de ontem

  1. JP

    Aquela justificação do fulano que tem de pagar duas vezes se for ver um filme ao cinema e depois voltar com a família é daquelas para atrasados mentais.

  2. PG

    Minority Report foi escrito a pensar na Lei da cópia privada…
    Penalize-se antes mesmo do crime acontecer.

    “Cambada de gatunos, cambada de ladrões e uma cambada de chupistas!”

  3. Miguel Cabrita

    Básicamente estamos perante uma industría, ou várias industrias com um modelo de negócio que se está a tornar que se está obsoleto com a revolução tecnológica dos últimos tempos.

    Receosa pelos seus lucros procura protecção do estado, para a manutenção e garantia dos seus proventos e do seu modelo de negócio.

    Não vi o debate mas conhecendo os argumentos habitualmente usados, imagino que todos eles, defensores de um modelo corporativo que os proteja, fugiram de uma conversa séria sobre a necessidade de ser a própria industria a adaptar-se para se ajustar aos tempos, e não serem os clientes a “ajustarem-se” à industria, de forma coerciva aliás.

  4. Cfe

    Pena é esquecerem de incluir os fabricantes das máquinas de escrever e datilógrafos que perderam seus negócios e empregos.

  5. lucklucky

    Espero que isto seja o segundo 25 de Abril.
    A ruptura final entre os “artistas” a “cultura” e o povo português.

    No primeiro os Esquerdistas das diversas cores destruíram a ligação entre o povo Português e o Cinema Português.
    Agora 40 anos depois Direita Socialista destrói a ligação entre o povo Português e a Música e o resto dos artistas.

    Depois desta, para a música nada será igual.

  6. Josand

    Vou Já compor aqui uma música, registar-me na SPA e começar a receber os meus Direitos!

    Que importa que nem eu estivesse disposto a pagar por ela?
    É música, é cultura, é portuguesa… Logo temos de contribuir para ela!

    Quem são os promotores da ideia?

    Rui Nery, presidente da AG da SPA
    apoiante de Costa: http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=4012414

    José Jorge Letria: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Jorge_Letria

    E tantos outros…

    “A propriedade é um Roubo”! Mas só quando é a dos outros…

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