A intenção de Rand Paul que o deve colocar fora da lista de favoritos dos amantes da paz: “If I were president, I would call a joint session of Congress,” Paul told the AP. “I would lay out the reasoning of why ISIS is a threat to our national security and seek congressional authorization to destroy ISIS militarily.”
E o contexto explicado das declarações do candidato presidencial.
Richard Burt, one of Rand Paul’s foreign-policy advisers, says that the senator’s call to destroy the Islamic State is not merely a matter of political opportunity, but reflects the senator’s broader views about America’s role in the world. When I spoke with Burt, who served as ambassador to West Germany during Ronald Reagan’s second term, he was working with Paul’s team on an op-ed on the Islamic State threat. Paul, Burt says, “understands that the United States is a global power and that there are occasions where the United States has to use military force.” “I think this is all based on an approach to foreign policy that thinks in terms of American interests,” he says. “The thing that makes ISIS a particularly serious challenge is that we do have interests” in the Middle East, Burt says — in a thriving Kurdish minority and a stable, successful Iraqi government that integrates the country’s Sunni minority.
Epá! Isto vai destruir o coração de muito libertários da facção mais radical. Como é que o Rand Paul os pôde trair desta forma.
Há sempre os que ao mínimo jingoism ficam entusiasmados.
Rand Paul tem uma posição equilibrada apesar de tudo.
Sen. Rand Paul (R-KY) argued that democracy may not work in Iraq and that attempting to form American-style democracies in the Middle East tends to lead to “chaos” on Tuesday’s “Sean Hannity Show.”
“A strongman, Hussein, ruled disparate people … and maybe they were ruled because of his absolute, iron-fisted strength, and maybe democracy is not going to be possible in a country that has so many interests that hate each other and have for thousands of years,” he argued.
Paul said there was “no easy solution” to the problems of the Middle East, because U.S. policy “[has] been opposed to jihadists, we have been always in favor of freedom, democracy, and elections, but freedom, democracy, and elections or let’s say the vacuum that comes when an autocrat or a dictator leaves, have really allowed the jihadists to get further entrenched and make more advances. So, really, in the end, we’re stuck with no good solution.”
And that “evil” Middle Eastern dictators such as Bashar al-Assad, Saddam Hussein, and Muammar Qaddafi “used the strength of their might, many times with abuse of human rights, but they used their might, to keep jihadists down. Once you have a vacuum without that, and you say ‘Oh, let’s have American-style democracy,’ then what we get is chaos.”
He also agreed that ISIS is “at war” with the United States, and slammed the Obama administration for downplaying the threat of terrorism. He called on the president to go to Congress and rally the American people to support aggressive action against ISIS.
Follow Ian Hanchett on Twitter @IanHanchett
João, há sempre quem consiga descobrir o lado bom da vida.
Para mim a grande questão é que não se pode ser libertário e intervencionista ao mesmo tempo. Rand Paul ao querer ser presidente do EU tem de começar a estabelecer múltiplos compromissos políticos para chegar ao eleitorado que o pode eleger. Este é o primeiro resultado visível de potenciais contradições em que ele vai incorrer. É a Politica ! PS: A ISIS não se destroi à bomba no Médio Oriente. Eles estão em todo o lado.
Rui,
É verdade, concordo.
Ainda há suficientes notícias do mundo inteiro, rotineiras até, em que podem ver massacres e torturas seguidas de enterros em valas comuns dos cadáveres mutilados e colocados em sacos de plástico. Podem vê-las, e sem vergonha nenhuma, dissertar sobre as vantagens do não intervencionismo e sobre os perigos da real politik.
“What does this mean in practice? If the neocons have their way, the Federal Reserve will “print” more money to finance another massive US intervention in the Middle East. In reality this means further devaluation of the US dollar, which is a tax on all Americans that will hit the poorest hardest.
A new US military incursion will not end ISIS; it will provide them with the recruiting tool they most crave, while draining the US treasury. Just what Osama bin Laden wanted!” Ron Paul
http://ronpaulinstitute.org/archives/featured-articles/2014/august/31/obama-has-no-middle-east-strategy-good!.aspx
Rodrigo, penso nisso com muita frequência. Se no longo-prazo a nossa liberdade estiver a ser ameaçada pelo ISIS, como é óbvio que está (basta ver os califados), então isso não nos dá uma prerrogativa moral para os impedir? O estado puro de não-coerção do libertarianismo só funciona se todos o respeitarem.
Não-intervencionismo não é pacifismo. O não-intervencionismo, pelo menos para mim baseia-se em pressupostos lógicos e da correcta leitura da experiência história, coisa que nem uma coisa nem outra, é feita com a clareza, e vá lá, neutralidade suficiente. Alguns são
– A função menos polémica para um Estado será a defesa territorial e ganha consenso alargado entre a população.
– A partir do momento que se deixa o estrito papel da defesa territorial, problemas vários começam. O consenso deixa de ser alargado, a função é captada por interesses de todo o género incluíndo os ideológicos
– Outro é que os conflitos dos outros têm sempre complexidades históricas subjacentes, a procurar de causas absolutamente justas não existem, ou quase nunca existem, por isso o que fica é mesmo preferências ideológicas, não a “justiça”, porque as disputas territoriais não têm critérios absolutos de justica, em especial, quando há uma história complexza e existem misturas étcnicas-nacionalitstas..
– Outro ainda são as unintended consequences mesmo partido das melhores intenções, coisa que a direita hoje, imbutida de um certo iluminismo jacobino puritano-moralista-a-social-democriaca-é-o-fim-da-história, se esquece com frequência.
– Outro problema é o perigo para a própria soberania de longo prazo em ser arrastado para confitlos que o acabam a transcender e correndo o risco de desaparecer nos ventos da história.
E etc….
No caso do Médio Oriente quase tudo que é suposto não fazer-se tem sido feito e a correr mal o pior que podemos imaginar. No caso da ISIS, os primeiros interessados em combater devem ser os próprios iraquianos (as suas diferentes nacionalidades…), as monarquias locais, Assada etc. O Ocidente pode ter acções pontuais, ajudar refugiados, o que seja, mas é necessário forçar que apareçam soluções locais que se tornem auto-sustentáveis na sua própria dinâmica. No limite, a europa teve uma guerra da reforna e de formação de Estados terrítvel e teve de passar por ela. OU a guerra dita civil americana, com 600 000 mortes.
É funny. O não-intervencionismo é uma patente exclusiva do chamado Ocidente. E num passe de mágica mística enterram-se as acções da Arábia Saudita, do Qatar, dos Emirados e claro, do Irão.
Mário,
Eu também tenho pensado bastante nisto tudo….Como defines ameaça a nossa liberdade no longo-prazo ? Objectivamente isso quer dizer o quê ? Edward Snowden é uma ameaça à nossa liberdade no longo prazo ? Não estarás a colocar nas mãos dos Governos e das indústrias pro-war a capacidade de decidir quando e onde devem intervir ? para quê ? para “criar países cheios de democracia” ? Existem princípios que não se podem abandonar; se vires a minha mensagem anterior, o que impede Rand Paul de pedir ao Congresso para se “fazerem mais umas notas de dolar na máquina” para financiar a destruição do ISIS esses criminosos que atentam as nossas liberdades ? Não terá ele todas as condições para aumentar o controle a todos os cidadãos americanos que um dia tenham viajado pela Europa por mais de 2 semanas ? Temo que Rand Paul se comece a não distinguir de outros candidatos republicanos e ai será so mais um. Obgd
“we’re all neocons now”
Rodrigo, o Snowden é um herói, não existam dúvidas sobre isso. A ameaça à nossa liberdade é simples: o ISIS tem um plano de invasão de território por forma a implantar a mais extrema das interpretações do Islão, que é em si mesmo um ataque em amplo espectro à liberdade. Dado que o plano deves é a infiltração e não a guerra tradicional, se nada for feito poderá ser tarde demais. Não me parece que haja margem para pacifismo com um grupo terrorista cujo único objectivo é esmagar parte do Ocidente. E das nossas liberdades. Não existe liberdade sem vida, e a vida poderá estar aqui em causa.
Carlos, armar os países vizinhos parece-me interessante. Mas a coisa pode correr mal. Foram os EUA que armaram o Iraque no conflito com o Irão…
Há, no meu ver, uma enorme diferença entre Paul e os “neocons”:
“If I were president, I would call a joint session of Congress,” Paul told the AP. “I would lay out the reasoning of why ISIS is a threat to our national security and seek congressional authorization to destroy ISIS militarily.”
Isto é o que manda fazer a Constituição. Que eu saiba há longa data que nenhum Presidente pede autorização ao Congresso, preferindo utilizar “executive powers”. Daquilo que sei o Rand Paul defende um regresso à Constitucionalidade o que estará em linha com a frase supracitada.
Cabe também relembrar que os libertários não são pacifistas. Amamos a paz, cultivamos a paz, esperamos a paz…mas por vezes há que lutar para nos defendermos, defender a nossa propriedade e defender a liberdade. Pode haver muita paz e bom ambiente numa prisão ou num campo de escravatura, mas não é, de todo, com isso que um libertário sonha!
Rothbard explica tudo isto de forma mais eloquente que eu!
http://www.frontpagemag.com/2014/dgreenfield/rand-paul-was-against-america-being-irans-air-force-before-he-was-for-it/
Jaques Towaki
Garantidamente os Libertários não são pacifistas. São não-intervencionistas / anti-war. Se não são isto então são outra coisa qualquer.
“Johnsson: What about anti-war? Are there no wars libertarians can support?
(Lee) Rockwell: We can support any defense of person and property. But war as we understand the term in modern times is a government program like any other, meaning that it over-utilizes resources, causes destruction of property and life, and fails to achieve its stated aims. On the last point, war often leads to the opposite of its stated aims. Iraq is a good example. But it is important for us to realize that in this respect, it is like any other government program. – >Western history had this idea of “just war” that was supposed to prevent war from starting and prevent them from becoming total. But who is left to decide what is just and what is not? The finally authority here is the state. Of course it sees itself as just. That’s why we need not just rules but institutional change.<-
http://archive.lewrockwell.com/rockwell/liberal-post-interview.html
Rodrigo,
MUITO obrigado pelo link! Tenho dado o slogan de Rockwell muitas vezes a amigos e conhecidos: anti-war, anti-state, pro-market!
“If you hold that view, you are anti-state. So in some ways, to say anti-war, anti-state, and pro-market is to propose redundancies of the same idea.”
YES!
Bom debate que aqui se estáa desenrolar sobre Liberalismo x pacifismo x intervencionismo x terrorismo…
Não há mesmo respostas fácéis. Aliás, respostas faceis só mesmo se formos sectarios radicais, fanáticos etc…
Rui Carmo: Nos ultimos 5 séculos ( e nos ultimos 50 anos) quem é mais intervencionista e expansionista é o “ocidente”, e em particular os EUA.
Efectivamente este não é um tema fácil para qualquer libertário tomar uma posição definitiva.
Por um lado, o tipo de argumentos que pode ser utilizado para defender um ataque ao ISIS pode também ser deturpado por quem defenda políticas intervencionistas. É verdade que o ISIS comete crimes hediondos e repugnantes, mas há atrocidades cometidas por regimes de todo o mundo.
Mas é um facto que é assustador o potencial terrorista que está a ser criado com o ISIS. O fanatismo extremo, junto com os recursos e o número de jihadistas de países ocidentais, é uma ameaça séria para a Europa e América do Norte. Neste sentido, não me parece descabido justificar uma intervenção militar como uma acção de defesa do próprio território. Talvez isto evite um novo 11 Setembro ou algo a uma escala ainda maior. E talvez esta intervenção seja mais fácil agora do que daqui a algum tempo, quando o ISIS estiver ainda mais organizado.
“Foram os EUA que armaram o Iraque no conflito com o Irão…”
As asneiras grosseiras continuam.
Quem armou o Iraque foi a URSS, a França, a China, o Brasil.
——————————–
“Isto é o que manda fazer a Constituição. Que eu saiba há longa data que nenhum Presidente pede autorização ao Congresso, preferindo utilizar “executive powers”. Daquilo que sei o Rand Paul defende um regresso à Constitucionalidade o que estará em linha com a frase supracitada.”
http://en.wikipedia.org/wiki/Iraq_Resolution
“Foram os EUA que armaram o Iraque no conflito com o Irão…”
Há mentiras que ainda que tão repetidas nunca se tornarão verdade.
Os tanques eram russos (T-72, T-55), os aviões eram russos (Mig), os mísseis eram russos (quem não se lembra dos mísseis Scud na 1ª guerra do golfo), as armas de combate eram russas (AK-47)…
….mas foram os americanos que armaram o iraque, como é fácil de constatar!!!
“Nonintervention does not mean that nothing happens. It means that something else happens.”
Christopher Hitchens
E esse “something else” muitas vezes é uma carnificina.
Unintended consequences também acontecem sem fazer nada. Coisas que os libertários tipo Ron Paul, CN são incapazes de perceber.
Como escrevi Hitler é um exemplo.
É só ler a história de Hitler Vs Alto Comando do Exército Alemão. Cada vez que os Aliados deixavam Hitler fazer o que queria o Alto Comando perdia reputação.
http://en.wikipedia.org/wiki/Franz_Halder para o edificante exemplo das unitended consequences de não fazer nada.
Bin Laden e Al Qaeda outro exemplo. Se em vez dos EUA praticamente abandonarem a Aliança do Norte dos mujahidin de Massoud a história poderia ter sido outra.
——————
Numa nota sobre a Islamic State não percebo porque é que tipos como Cameron & co. e genéricamente a Esquerda moderada estão tão preocupados com a Islamic State a ponto de quererem intervir. Não é nada normal.
Como a tentativa civilizada de G.W.Bush foi destruída pela esquerda Europeia e Americana só restam expedições punitivas.
Ninguém se aliará aos EUA e à Europa. Ou melhor aos políticos e jornalistas Europeus e Americanos.
Já há muito sabem que a coisa pior que ser amigo da América é ser seu Aliado.
Pingback: Rand Paul, o novo falcão II | O Insurgente
Pingback: Rand Paul, o novo falcão III | O Insurgente
Pingback: Rand Paul, o novo falcão IV | O Insurgente