Mitos e falácias sobre os professores

É recorrente cada vez que se publica artigos sobre a educação em Portugal ler e ouvir reacções violentas a qualquer comentário que insatisfaça as pretensões dos professores. Ficam aqui alguns dos principais comentários lidos nos jornais e na blogosfera e o cruzamento com os factos:

1. “É mentira que haja professores a mais”

Falso. Portugal está abaixo da média da OCDE em todos os níveis do ensino obrigatório no número de alunos por professor (apenas acima no ensino pré-primário). De notar que o número de crianças está a baixar pelo que, na ausência de cortes no número de professores, este rácio ainda baixaria mais.

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2. “Portugal tem mais professores do que outros países, porque os professores em Portugal cumprem mais funções para além de ensinar”

Falso. Portugal é um dos países onde os professores passam uma maior parte do seu tempo a ensinar.

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3. “Os professores ganham mal” ou “Os professores ganham mal para as qualificações que têm”

Falso e Falso. Os professores portugueses ganham o mesmo que a média da OCDE (grupo de países ricos) e mais do que na Noruega, França ou Itália. Em relação a outros profissionais com as mesmas qualificações, os professores são ainda mais beneficiados: Portugal é um dos 4 países da OCDE em que os professores ganham mais do que alguém com as mesmas qualificações.

salario

4. “Os professores andam há uma década a perder poder de compra”

Falso. Portugal é também dos países em que os salários dos professores mais aumentaram entre 2000 e 2011. O que só demonstra a necessidade da correcção que os sindicatos tanto lutaram por evitar.

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5. “O sindicato dos professores não tem assim tanto peso na política de educação.” ou “Os professores estão em luta pela qualidade da educação”

Falso. Mais de 90% dos custos com educação vai para o pagamento de salários (maioritariamente a professores). Portugal é o segundo país da OCDE em que a percentagem de gastos da educação dedicados a salários é maior. As lutas sindicais não são (foram) para benefício da educação. Têm sido, com sucesso, pela manutenção dos benefícios dos professores.

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Nota final: todos os dados estão disponíveis na publicação “Education at a glance, 2013” da OCDE. Os dados referem-se a 2011 (os últimos disponíveis). Em 2012 e 2013 existiu uma correcção no número de professores e salários. É improvável que essa correcção altere dramaticamente a posição relativa de Portugal nos diversos gráficos, embora tenha provavelmente ido na direcção certa. Assumindo que tal tenha acontecido é preciso relembrar que em 2011 a posição dos sindicatos de professores era exactamente a mesma que hoje.

Agora, a malta do costume pode voltar a protestar, insultar e levantar processos de intenções. Não se esqueçam é que estarão, mais uma vez, a protestar contra números, a insultar factos e a levantar processos de intenções a gráficos.

113 pensamentos sobre “Mitos e falácias sobre os professores

  1. Pingback: Nada é tão mau que não possa ser pior | BLASFÉMIAS

  2. Ah pecado supremo! Não fossem todos avessos ao Inferno e Purgatório, era para aí que iria arder seguramente.

    Dizer que os professores trabalham pouco, ganham muito e que as suas lutas não visam o bem comum? Isso é muito pecado para um post só…ISSO É ULTRAJANTE!!

  3. Anti-gatunagem

    Ah, ah, ah! devem estar aos pulos e aos pinotes!
    Um país em que se argumenta repetida e descaradamente com a mentira, em que as conversas de “indignação” não se suportam na realidade, em que todos sabem disso, mas continuam a berrar cada vez mais alto, por falta de pudor e para não perderem os privilégios e em que a comunicação social é deliberadamente provocadora destes comportamentos, só poderá vir a acabar na bancarrota.
    ‘Pera lá!… já lá acabou. Parece é que para alguns ainda não chega. Não lhe interessa que já se vejam os ossos, se ainda houver alguma carne a eles agarrada e puderem ser eles a roê-la.
    Avante camarade, avante, junta a tua à nossa voz (berro).

  4. A escola pública, os alunos e o futuro de Portugal
    A discussão em torno da educação em Portugal é simultaneamente tanto um imperativo imposto pela necessidade quanto parece ser uma impossibilidade teórica, imposta pela análise prática quando considerado o caótico processo de discussão educacional que teve lugar nos últimos anos. Com efeito, o que se conclui – para além de que quando se fala desta temática, nada se consegue concluir – é que se discute cá fora o que deveria ser discutido internamente duvidando-se, e com fortes razões para isso, se a discussão que deveria ser feita cá fora, é ou não levada a cabo lá dentro. A primeira diz respeito ás carreiras e ao processo avaliativo, o segundo aos currículos, ao cheque-ensino – concorrência – e à disciplina na escola, entre outros.

    Vamos por partes. O mundo mudou e, como de costume, sectores consideráveis da população Portuguesa, nomeadamente as corporações mais bem instaladas e que mais têm a perder com este processo globalizador, continuam, hoje e sempre, irredutíveis à mudança e ao invasor ideário neo-liberal e ao regime capitalista-exploralista que o serve. Com efeito, é exactamente isso que se passa. Não precisamos de mudar nada no nosso sistema, porque tudo vai bem. O oriente não se industrializou e não se tornou o centro produtor do mundo – em bens e serviços -, o leste europeu, mais alfabetizado e instruído e com custos unitários do factor trabalho mais baixos que o nosso, não se liberalizou, a China e a Índia não aderiram à OMC, os tigres asiáticos são uma lenda polulante que graça lá para os lados do sol nascente à qual não devemos ligar, a América do Sul não tem hoje uma voz activa no mundo, a África não procura, ainda que lentamente, o seu lugar ao sol no concerto das nações e o conjunto das economias emergentes não dilaceraram a estrutura produtiva que existia no País, num mundo com cada vez menos barreiras proteccionistas e no qual a competição sectorial é mais intensa que alguma vez foi.

    (…)

    http://pensamentoliberalelibertario.blogspot.pt/2014/07/a-escola-publica-os-alunos-e-o-futuro.html

    ttp://pensamentoliberalelibertario.blogspot.pt

  5. “protestar contra números, a insultar factos e a levantar processos de intenções a gráficos”.

    Os números são mesmo para ser interpretados e discutidos. Porém, não devem selecionados para ser esgrimidos como arma ideológica contra ou a favor dos professores. Alguns reparos à sua leitura dos números que escolheu:

    1) O rácio alunos/professores não pode ser dissociado dos métodos pedagógicos usados e dos resultados pretendidos, tal como o número de pratos servidos/empregado no Tavares não pode ser comparado com o da Cantina Universitária. Aliás, ainda não existe consenso sobre a influência do número de alunos por turma no seu rendimento escolar;

    2) Olhando para os gráficos, Portugal parece estar na média. Mas não sei se a média neste indicador é um valor desejável. Se ordenar os países segundo os resultados dos testes de Pisa talvez já consiga concluir alguma coisa, mas não com a informação que nos dá;

    3) Poderá estar a tomar a parte pelo todo. Ao escolher apenas o “lower secondary education” (penso que será o chamado 1º ciclo), ignora que em alguns países este nível de ensino é ministrado nas escolas primárias pelo que os salários médios aí são necessariamente mais baixos. Seria útil ter os mesmos gráficos para os outros níveis de ensino;

    4) Com os cortes e congelamentos ocorridos depois de 2011, hoje o crescimento salarial já está abaixo da média da OCDE. Não podemos concluir se isso é bom ou mau sem comparar com o crescimento da produtividade nesse mesmo período;

    5) Não sei qual a relação entre a percentagem de gastos salariais e a influência/poder dos sindicatos. A existir qualquer relação ela indicaria que os sindicatos de professores têm pouco poder. O peso salarial na estrutura de custos depende do maior ou menor uso de capital, pelo que nas indústrias capital-intensivas os sindicatos tendem a ter maior poder negocial. Veja-se o caso dos médicos e pilotos em Portugal.

    Nota pessoal: sou professor desde 1974 mas nunca fui sindicalizado, por considerar que os sindicatos de professores foram quem mais fez para desprestigiar a profissão. Enquanto correias de transmissão do PCP e outros partidos políticos apenas se preocuparam em fazer agitação, baixar o grau de exigência no acesso à profissão e manter um exército de nómadas contratados em regime precário para serem facilmente manipulados como manifestantes profissionais.
    No entanto, também me irrita o excesso de debate público sobre a situação dos professores. Porque não debater outras profissões igualmente numerosas como médicos, enfermeiros, bancários, pasteleiros, motoristas, contabilistas, advogados, etc.

  6. Carlos Guimarães Pinto

    Há um bom motivo para debater mais os professores do que qualquer outra categoria profissional: os professores são a maior classe profissional em Portugal paga com dinheiro dos contribuintes. O salário dos contabilistas é entre eles e os seus empregadores privados. O salário da maioria dos professores é assunto público.

  7. Luís

    Da minha experiência na escola pública, recordo as faltas de alguns professores. Consequências? Não havia. Uma professora de francês faltou tanto que apenas leccionou um terço das aulas previstas. E uma professora de matemática leccionou apenas metade.

  8. Pingback: ¿Quem é que fornece os dados para as estatísticas do Estado? É o Estado! | perspectivas

  9. lucklucky

    Não se deve chamar de Professor a um conjunto de pessoas que não tem nem quer ter liberdade alguma em como ensinar e que matérias ensinar.
    Funcionários Educativos é mais correcto.

  10. André

    Em primeiro lugar, gostaria de pedir mais um gráfico para este post: o da qualidade de ensino nos países. Será talvez interessante comparar se os países com melhores sistemas de ensino não serão aqueles que têm, por exemplo, o número de alunos por professor abaixo das médias da OCDE. No fundo, países como a Alemanha, a Finlândia, a Estónia, a Noruega…
    Depois, não sabia que havia assim tantos professores por aluno. Veja lá que eu (que terminei o secundário em 2013) estive numa escola onde as turmas tinham sempre cerca de 27-28 alunos e onde me recusaram sistematicamente várias disciplinas (supostamente, presentes nos programas curriculares oferecidos pelo MEC para o ensino secundário) por não haver professores para a disciplina na escola ou (menos frequente, apenas uma vez) porque não havia os vinte alunos necessários para a abertura de uma turma. Já agora, a escola secundária em que andei é na Área Metropolitana de Lisboa, não é numa qualquer terriola de interior sem interesse eleitoral. Adorava ter visto esse excedente de professores no meu percurso escolar, mas tive sempre azar, o que se há de fazer…
    Já agora, nessa do tempo que os professores passam a dar aulas ser muito grande em comparação com outros países, não querendo desconfiar dos relatórios internacionais (talvez apenas das instituições portuguesas que fornecem os dados, mas isso é outra história…), os dados estão corretos? É que eu sempre vi os meus professores mais ocupados em reuniões do Conselho Pedagógico, do Conselho Geral, em milhentos assuntos administrativos e de direções de turma do que propriamente em dar aulas, preparar aulas, corrigir testes e trabalhos. Mas de novo, se calhar fui eu que tive azar em não ter frequentado escolas modelo, o que se há de fazer…

  11. Gomes Nuno

    ^^y^^…contra factos [números] não há argumentos!!! finalmente!!! este texto merece ser publicado, republicado e republicado…!!!^^y^^

  12. Joaquim Santos

    Os trabalhadores dos transportes públicos fazem greve para defender a qualidade do serviço que prestam à comunidade, os professores fazem greve para defender o ensino público, os médicos fazem greve para defender os pacientes, até os

    pilotos fazem greve para defender a segurança dos passageiros. Portugal é uma borrasca de piedosos samaritanos, cheios de vontade de oferecer as suas vidas e o seu trabalho pelo bem da pátria.

  13. Joao

    Comparar com resultados de PISA? depende dos resultados? O meu caso específico não reflecte os números? Deixem de coisas. É óbvio ver que para justificar comparações com resultados não é preciso mais nenhum gráfico pois em nenhum ranking ou comparação de resultados (por exemplo PISA) Portugal aparece sistematicamente no top 4… 5… ou sequer acima da média para justificar qualquer realidade dos números.

    o verdadeiro problema é que não há uma purga dos professores que estão a mais, dos que ganham a mais, dos que trabalham a menos, e dos que ensinam mal. E todos os outros, que existem muitos estão e vão pagar por isso. Até lá, quem paga é quem paga os impostos, e vai pagando mais, assim como os alunos que pagam hoje por uma qualidade abaixo do possível, e vão pagar depois porque o país vai sempre ser um país onde o estado suga a maioria dos recursos para pagar aos grupos protegidos.

    Ou então não, não podemos discutir os gastos do estado que pagamos com impostos, não podemos ver gráficos e tirar conclusões sem ter tudo, tudo, tudo no mesmo gráfico e não podemos acreditar nos números quando não batem com a história que cada um inventou na cabeça para lhe servir o a justificação individual que precisa para acreditar que a culpa é dos “outros”

  14. “Há um bom motivo para debater mais os professores do que qualquer outra categoria profissional”.

    Caro Carlos, tem razão mas não sobre motivo (a questão salarial – quem paga o quê e a quem).

    Os professores (bons e maus) são diferentes dos outros profissionais porque complementam a familia na formação da nossa maneira de ser e postura durante o resto da nossa vida adulta. Enquanto os médicos, padeiros, pilotos, etc. nos asseguram uma vida mais longa não influenciam quem nós somos como pessoas.

  15. Mário Pinto

    Tantos gráficos! Tantos nºs! Parece até que os gráficos ou os nºs não podem ser manipulados, tal como o recente caso BES demonstra. Por um lado escreve-se que os professores e os seus sindicatos não têm força e estão desacreditados (blá, blá, blá…) mas depois assistimos a este vendaval de dados, como se de areia de tratasse e que nos atiram para os olhos. É caso para pensar.

  16. André Leal

    Tentativa de criação de mito sobre o mito 1: Não há professores a mais. Estar ligeiramente acima da média não é mau. É bom. De qualquer forma, tal como é referido no estudo mas não no artigo, o índice mais importante, que decorre deste, mas também de uma série de outros fatores, é o índice de alunos por turma. E aí estamos na média, logo, não há professores a mais. Desfeito então a tentativa de mito sobre o mito 1

    Tentativa de criação de mito sobre o mito 2: Além de esta tentativa contradizer a primeira, ou pelo menos demonstrar que, tal como o estudo diz, o número de alunos por professor (ou teaching stafff, mas nem vou entrar por aí) não está obrigatoriamente relacionado de forma direta com o facto de haver ou não professores a mais, cai por terra logo ao olhar para a barra direita que é a que se refere a afirmação. Ou seja, estando a barra da % de tempo na escola dedicada a aulas nos 65%, 60% e 60% nos 3 gráficos respetivamente, deduz-se obrigatoriamente que os professores passam 35%, 40% e 40% respetivamente do tempo que estão na escola para atividades não letivas confirmando assim a afirmação “Portugal tem mais professores do que outros países, porque os professores em Portugal cumprem mais funções para além de ensinar”. Tentativa de mito sobre o mito 2 cai assim por terra.

    A tentativa de criação de mito sobre o mito 3 é mais difícil de rebater, mas claro que dizer que “Os professores portugueses ganham o mesmo que a média da OCDE (grupo de países ricos) e mais do que na Noruega, França ou Itália” lendo literalmente um gráfico que diz usar PPP ou é má-fé, ou apenas pura ignorância. Gostava que também estivesse colocado um gráfico sobre a média de distância em Km das colocações relativamente à habitação de cada professor. Assim era mais giro comparar e talvez criar um cabaz anual, cheio de bidons de gasóleo. mais adequado ao professor português. Quanto ao facto de ganharem mais que a média dos profissionais com as mesmas qualificações talvez diga muito do valor que se dá ao trabalho qualificado neste país.

    A 4 e a 5 ficam para outras núpcias…

  17. maria

    Isso dos ganhos tem que se lhe diga. Se os dados são equivalentes aos dos médicos cubanos (esclareceram que os vencimentos correspondem à média entre o vencimento de um médico em início de carreira e um outro em final de carreira). Ora toma lá.

  18. Carlos Guimarães Pinto

    André,

    O facto de Portugal ter bastante mais professores que o resto da OCDE (não é ligeiramente acima da média, é bastante acima da média principalmente no ensino secundário como entendido pela OCDE), e mesmo assim as turmas serem de tamanha médio só pode querer dizer uma coisa: os professores dão menos horas de aulas, EM MÈDIA, do que o que deveriam ou a carga horária dos alunos é excessiva.

    Não entendi a sua resposta ao mito 2. Parece-me um problema de raciocínio. É verdade que os professores passam mais de 30% do seu tempo em outras actividades que não a dar aulas, mas noutros países passam ainda mais pelo que isso não justifica nenhuma necessidade adicional de professores em relação aos oturos países.
    Não vejo onde está a má fé de comparar salários a PPP (é o que faz a OCDE). Os números estão lá: a PPP, os professores ganham mais em Portugal do que na Noruega ou, dito de outra forma, os professores em Portugal podem comprar com o seu salário mais do que os noruegueses podem comprar com o seu. A média de distâncias das deslocações é um número que não está disponível. Se souber qual é noutros países, pode partilhar os dados?
    Quanto ao facto de ganharem mais que outros com as mesmas qualificações é isso que quer dizer: ganham mais do que outros com as mesmas qualificações, ou seja, estão longe de ganhar mal, dadas as alternativas no país.

  19. André Leal

    Então se chega a essa conclusão porque contraria o que chama de mito 1? Não tem lógica.

    Não percebeu a segunda? Pretendia contradizer a frase “Portugal tem mais professores do que outros países, porque os professores em Portugal cumprem mais funções para além de ensinar” mas, logo no gráfico que escolheu se vê o que eu disse e que confirma a frase anterior: os professores trabalham, na escola, cerca de 40% do seu tempo em atividades não letivas o que confirma a veracidade e factualidade da frase que colocou como mito. Basta relê-la.

    Ao mesmo tempo, conjugando o “mito 1” e “mito 2” deduz-se obviamente que o problema não se reduz ao número de professores por aluno, como erroneamente tenta passar mais uma vez, tal como é sugerido no estudo se se der ao trabalho de o ler. Ou seja: é possível clamar que não há professores a mais, admitindo ao mesmo tempo que há mais que nos outros países, desde que, tal como confirmam o gráfico e os restantes dados do estudo que omite, haja outros fatores como o trabalho não letivo ou o número de horas de ensino necessárias por aluno, que não refere e que despreza.

    A má fé está em dizer que ganham mais quando, estando a França e Itália na zona euro, sabe perfeitamente que, dada a pequena diferença e pelo facto de o gráfico estar em PPP, essa afirmação é simplesmente falsa! Pode referir que, ajustando ao poder de compra, o salário português pode ser considerado maior, mas deixar assim é simplesmente passar uma mentira totalmente contrariada por factos.

    Ao mesmo tempo, já que falamos de salário, podíamos também falar do número de horas de trabalho. Aí poderá constatar ao ler o estudo que em Portugal os professores trabalham mais 100h que a média da OCDE. Ao mesmo tempo não considerar algo que sabemos ser um facto no nosso país, como seja a realidade das deslocalizações de pessoas, muitas vezes casadas e com filhos pequenos, é, mais uma vez, jogar números para cima da mesa sem qualquer critério.

    De qualquer forma, eu, que sou um grande maluco, gostava de poder contar com uma educação pública de qualidade para os meus filhos, quando os tiver, para que, bem artilhados de conhecimento, possam contribuir para que o meu país fique melhor e que eles tenham sucesso individual. Para tal, considero fundamental que tenham bons professores, boas infraestruturas de ensino e bons materiais. Para ter bons professores estes têm que ter bons salários. Não me interessa estar na média, mas sim seguir os que já perceberam que mais têm que investir na educação e que, tendencialmente, são os países que têm melhores resultados económicos. Nomeadamente se falamos em PPP que, como já percebemos, acentua ainda mais a diferença salarial real existente. Quanto às infraestruturas e materiais, também me interessava que tivéssemos um estado que não tivesse desinvestido tanto na educação nos últimos 15 anos tal como demonstra o estudo nos dados que o Carlos preferiu omitir. Assim, deixo alguns de supetão só para criar mais uns mitos:
    – Investimento público na educação em Portugal em 2000/2010: 12,7%/11%
    – Percentagem de contribuição pública na educação em 2000/2010: 98,6%/92,6%
    – Percentagem de contribuição pública no ensino superior 2000/2010: 92,5%/69%
    – Gastos anuais por estudante de
    – Gastos anuais por estudante em USD e usando PPP em 2010:
    a) Ensino pré-escolar Portugal/OCDE/E21: 5977/6762/7085
    b) Ensino básico Portugal/OCDE/E21: 5922/7974/8277
    c) Ensino secundário Portugal/OCDE/E21: 8882/9 014/9471
    d) Ensino superior Portugal/OCDE/E21: 10578/13528/12856
    – Variação de número de horas dedicadas a aulas por professor do ensino público 2000/2010:
    a) Portugal, ensino Primário: 815/880
    b) OCDE, ensino Primário: 780/790
    c) Portugal, ensino Secundário (baixo):595/774
    d) OCDE, ensino Secundário (baixo): 697/709
    e) Portugal, ensino Secundário (alto):515/774
    f) OCDE, ensino Secundário (alto): 628/664

  20. André Teodoro

    Aqui está uma tabela (link) que deixa bem claro que os professores em portugal ganham pela média ou mais que blá blá blá, isto é pura falácia e má fé. Não confirmei a veracidade da mesma mas com certeza terá mais validade que todas as parvoíces, gráficos, ignorância que este senhor aqui demonstrou. Um bem haja a todos e que estas publicações tenham o destino que merecem, desprezo e lixo!
    http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=160&doc=11851

  21. Pingback: Quem percebe de Educação? Os gestores, claro! (3) – Aventar

  22. Maria

    Caro insurgente, permita-me a minha humilde opinião: parece-me lamentável alguém emitir juízos destes em tempos destes.
    Primeiro, porque revela que conhece mal o ambiente que se vive nas escolas. Depois, porque dá a impressão, leia-se bem, dá a impressão, de que é alguém que está a tentar descarregar a sua frustração, atingindo os outros, mesmo sem conhecimento de causa.
    Meus senhores, antes de mais, deixo um pedido de desculpas por qualquer gralha, devido à pressita com que vou escrever…incluindo a falta de organização, que vai mesmo ao fluir do pensamento, pelo mesmo motivo…
    Depois outro pedido de desculpas se ofender alguém, o que não é de todo o meu intuito. Simplesmente, ouvi falar de tal texto e vim espreitar, fiquei tão ofendida, que decidi tentar elucidar um pouquito algumas ideias…
    Ora cá vão as ideias que pretendo aqui deixar para o SR Insurgente ir pesquisar no terreno.
    Em primeiro lugar, veja-se que cabe efetivamente e lastimavelmente aos professores substituir, em muitos muitos casos, a tarefa dos pais: educar, dar atenção, dar afeto, educar para os afetos, para o respeito pelos outros, pela sociedade em geral a título mundial, incluindo várias culturas, religiões… pela natureza, preservando o ambiente essencial á sobrevivência da espécie humana. a este título, também é lamentável que os hábitos sociais prevaleçam
    na formação dos jovens quase sempre; visto que os profs são vistos como os cotas desusados e que estão sempre no contra. Muitos chegam a dizer “Ó stora, é pior que o meu pai” isto ainda revela que aquele ainda tem um pai que o chama à atenção! Porque a maioria responde simplesmente “Ó stora, cale-se lá com isso! em mim nem o meu velho manda!!”. e de facto, lá vêm uns quantos ( os que ainda vêm à escola) dizer “Ó senhor professor! Eu não tenho mão nele!! Não o quero castigar!! Quero dar-lhe tudo!!!” . Porque, caro senhor, há sempre aqueles que se ouvem na rua “O meu filho qua aprenda na escola! Educação é lá! Eu pago é para eles o educarem! chego a casa cansado e não quero saber de ****** ! ele que faça o que quiser desde que não me chateie os ******! ”
    Acontece, caro senhor, que a escola não tem de ser um local de educação forçada, nem um local onde se ensina primordialmente a diferença entre o bem e o mal. Isso cabe aos pais, é da sua responsabilidade! Mas temos todo o gosto em colaborar com essa tarefa, desde que tenhamos as condições necessárias para realmente fazer aquilo para o que fomos destacados: ensinar.
    Neste âmbito, não sei se ouviu falar, mas existem programas, nem muito consensuais, para cada disciplina. e existem mil e uma regras e normas e leis que têm de ser cumpridas antes de começar a transmitir e a estimular os alunos: há que ser correto e elaborar planos para se poderem cumprir os programas dentro do prazo previsto, mais atividades que permitam aos alunos desenvolver as competências e apreender os saberes previstos. e o pior: como conseguir isso, fazendo com que muitos alunos consigam aprender o que já deviam saber , por vezes, há dez anos, como ler e escrever e contar!!! e depois há metas e objetivos específicos das escolas.. Outras complicações surgem, como ordens de relatórios e análises e estatísticas…tudo muito útil na sua essência, mas que, na prática leva á formulação de um desdobrar de papelada!!! e enquanto se analisa e se reflete, não se põe mãos á tarefa direta de estar com os alunos e de os ajudar a crescer nos saberes e nas capacidades…
    Bem, finalmente, vêm as aulas… Há que analisar os manuais, completá-los, porque as matérias têm de ser estudadas.. Lavamos começar pelo diagnóstico.
    Suponhamos que um prof tem 100 alunos. Por vezes tem mais, por vezes tem menos. há agora aí umas turmas de 35… se um prof tiver 6 turmas dessas, conte!!
    Bem, se tiver 100 alunos, tem de corrigir 100 testes. A uma média de 30 minutos cada um, conte!!!
    Mas tem de estar na escola 28 horas por semana a dar aulas, a marcar faltas ,receber e contactar pais, fazer reuniões, atas… elaborar e promover atividades… mesmo enquanto corrige os testes. e tem de chegar a casa e preparar as aulas do dia seguinte, preparação que nunca é inferior a duas horas diárias…
    Mas o prof não é ma máquina: tem de comer, fazer a comida, tomar o seu banho, cuidar da sua roupa, lá ver das suas contas e do seu carro, ver se o filho chegou a casa, ou ir busca-lo se for pequenito… se for bebé, trocar a fralda, sorrir, dar o biberão… estimular (porque tenta não ser um pai relapso!) e finalmente pôr a dormir! só depois vai então o serão de volta dos papéis para o dia seguinte 8as tais duas horas, no mínimo de preparação , fazer pesquisas, fichas, apresentações motivantes, uns recortes para um jogo que não seja seca, mas que permita aprender o que se quer…e quando vai a ver só corrige um teste por dia. Bem!!! Bem mal!!! tem de entregar dentro de 15 dias, a100 testes, como pode ir um por dia??? tem de se sentar todo o fim de semana!! Se o cônjuge tiver outra profissão, já sabe que é a ele que cabe ficar com as crianças e levá-las à missa, se for o caso, ao parque , às avós, orientar os trabalhos de casa… porque o professor está de recolhimento forçado!
    Ok…acabaram as correções do teste… vem a estatística… e já estão sobre a mesa rimas de trabalhos que se recolheram para verificar a evolução… e já temos no ecrã do computador mais trabalhos para reparar as falhas que os alunos cometeram no diagnóstico, mais o relatório respetivo. e mais uns dias, chegam os testes a sério!!
    E mais: parece que não é permitido ao professor errar sob circunstância nenhuma!! UF!! mesmo no meio d e tanto sono e tantas tarefas…
    E têm de ser feitas visitas de estudo, atividades lúdico-pedagógicas,que promovam a escola, o ensino, a disciplina que cada um representa: planificações, contactos, divulgação, organização, realização, relatório final…
    Mais um fator: o professor tem de percorrer todos os dias os quilómetros que o mandarem… mesmo os que já têm 20 ou mais anos de serviço, por vezes mesmo efetivos…
    ah, a este respeito, só mais um reparo: “efetivo”, nos dias de hoje, para quem não sabe, é poder ser dispensado a qualquer momento… Se tiver uma doença grave, não, não pode reformar-se, mas se tiver crianças para criar,bem pode calhar ser convidado a reformar-se…
    E isto da distância vêm muitos dizer “oh, que compre casa na localidade da escola e se mude!” Claro que sim: está-se mesmo a ver: vamos comprar uma casa no local x, no ano seguinte, no local z… e lá vão os filhos em mudanças, o cônjuge que se despeça e vá de acompanhante ou crie todos os anos uma empresa de qualquer coisa em cada local par aonde se mudem… tipo etnia cigana… ??? Há cada uma!!!
    E com isto tudo, ainda há quem pergunte que andamos a fazer????
    E quando páram as aulas, ainda é pior: as reuniões prolongam-se por vezes pela noite dentro… Num desenrolar de papelada incalculável, muitas vezes, que ninguém vai ler, o que ainda é mais ingrato… No final do ano são os exames…. ás centenas, também… requerem mais de hora e meia de correção cada um… em simultâneo,claro com as outras coisas…
    No ano passado pediram-me que respondesse a uma estatística. fiz as contas só ao tempo: de 6 a 10 horas por semana para tirar faltas, fazer telefonemas aos encarregados de educação (faltas, tpc, ocorrências..), fazer relatórios da direção de turma, enviar recados e verificar recados nas cadernetas, contactar prof da turma, receber encarregados de educação…, + 4 aulas de apoio,+ 2h de reuniões, mais 22 aulas consideradas letivas… em casa duas horas por dia para preparação = 10 h. mais os testes quando vinham a 2 horas por dia, todos os dias da semana (14h.) quer contas, aí tem: que sejam 35 as de direção de turma mais as com os alunos e reuniões, (que já dava o horário oficial) conte mais as 24: 59!!!!!!!! fiz uma média, porque há semanas em que aproveito coisas já feitas de outros anos para o mesmo nível,sem ser preciso adaptar aos NEE (espero que saiba o que é!) …
    Agora, deixe perguntar-lhe: suportaria depois de 3 cortes salariais, de desprestígio social, de congelamento, de progressiva ameaça de despedimento, de em média 150km por dia, mais ter de cuidar da casa, comida, roupa e família??? e da saúde, claro!!
    Sei também que há exceções! todos temos conhecimento de maus profissionais em todo o lado! Mas, quando nos pronunciamos, tem de ser pela média… E isto é o que tenho visto…
    só para finalizar: se um prof,desgastado por tudo isto, acusar uma doença física ou psicológica que tenha sido causada ou intensificada pelas condições de trabalho… esqueça!! Ou se tive rum acidente a caminho da escola por ir com sono!! compre outro carro ou vá á boleia se puder!!
    Seria mais justo apontar o dedo a quem tem regimes de exceção nos cortes, aos que não têm dinheiro nas contas, mas que auferiram milhões por ano quando não por m~es(magia?), e que em simultâneo têm motorista, almoço pago ou cuja fatura se pode apresentar a IRS, viagens a trabalho, totalmente pagas em tudo incluído, que duram mais que o trabalho a fazer…
    a mim,podem tirar-me todo o vencimento, se também me derem essas condições: casa com tudo incluído ao lado da escola, carro com motorista, empregada doméstica a tempo inteiro, almoço pago, férias a trabalho eheheeh

  23. Pingback: A pobreza de raciocínio em causa própria | O Insurgente

  24. Carlos Guimarães Pinto

    Caro João José Cardoso, não precisa de se aborrecer com estas coisas. Garanto-lhe que nenhum pingback será jamais eliminado dos meus posts. Pode demorar algum tempo a entrar porque têm que ser aprovados manualmente e, apesar dos financiamentos obscuros que recebemos, ainda não temos orçamento para ter aqui um indiano a gerir isto a tempo inteiro. Obrigado pela delicadeza de colocar o link manualmente de qualquer forma.

  25. Caro CGP: ouvi dizer que escreveu isto: “A partir dos 40 anos, os professores veem o número de horas semanais de aulas reduzido em duas horas a cada cinco anos.” É verdade? É que não acredito que alguém publica tamanha aldrabice, seja num blogue, seja num livro… Eu tenho 47 anos, 23 anos de serviço como professor, e tenho ZERO horas de redução por idade…

  26. Olha, eu tb tive azar……. se calhar o sr Carlos só encontrou professores com sorte………. O meu horário é de 40 horas semanais. Este ano tive 8 turmas, aulas de apoio extra,sala de línguas e uma Direcção de Turma. Se calhar é pouco.

  27. Carlos Guimarães Pinto

    Não, é muito. Alguém anda a comer dois bifes para você não comer nenhum. Em média continuam a comer um.

  28. Pingback: Falácios, Entendam-se! | A Educação do meu Umbigo

  29. maria

    Não Carlos Guimarães, o que mostra é que não se informou. Nem posso crer que escreve um livreco e não utiliza dados actualizados. Já viu que a maioria dos profs andam a comer um bife e meio frango há já 7 anos e o Carlos não deu por nada?

  30. Carlos Guimarães Pinto

    Não, professora Maria, o que demonstra é que os professores que hoje ensinam não estão lá todos há menos de 7 anos.

  31. maria

    E isso é argumento para utilizar dados desactuatizados? Já viu que a maioria não tem redução ou tem apenas redução de 2 tempos? E que esses 2 tempos são contabilizados para apoios e outras tarefas com os alunos? Tem conhecimento real do trabalho que se faz nas escolas? Como é possível falar dio que não sabe e utilizar dados errados?

  32. Caro CGP: “O senhor teve azar.” Azar teve o senhor, que, perante a caducidade da Lei, me vem dizer que não mentiu e eu tive azar – eu e mais dezenas de milhares de professores. Cite a Lei atual, não vá ao tempo da Maria Cachucha Rodrigues para encontar exemplos que já não se aplicam – e seja um homenzinho: assuma o erro…

  33. Não sabe nada de Escolas, usa dados desatualizados só SETE anos, apaga comentários, diz que tenho azar por ter 47 anos (se tivesse 48 era uma sorte – tinha duas horas de redução, para fazer mais trabalho na Escola…). Você não se enxerga, rapaz…?!?

  34. Carlos Guimarães Pinto

    Como o senhor admite neste comentário, quem tem 48 anos tem duas horas de redução lectiva. Quem é mais velho, mais anos de redução. E isto não é desactualizado: é algo que se manteve. O facto de ter havido um interregno de 7 anos, não implica que aqueles que já tinham a redução, não a tivessem mantido.

  35. João Pereira

    O senhor Carlos Guimarães Pinto, no que diz respeito à redução da componente lectiva, vai buscar uma tabela que não é aquela que é utilizada nas escolas. A tabela que anexa, do site do SPRC, era desejada pelos sindicatos e deveria ser aplicada à luz do artigo 79 do ECD, mas foi liminarmente recusada pelo Ministério e pelas direcções regionais de educação. Vá ler o artigo 79 e verá que é algo muito diferente.
    O senhor Carlos Guimarães Pinto não conhece a realidade, limita-se a apresentar gráficos desactualizados e a tirar conclusões forçadas. Ora, o senhor Carlos Guimarães Pinto deveria fazer um tirocínio (uma semana chegava) numa escola básica ou secundária dos subúrbios de Lisboa (recomendo-lhe a Amadora), com um trabalho de um professor normal e depois queríamos vê-lo a analisar gráficos e a opinar sobre o trabalho dos docentes.
    Estar bem sentado a olhar para uma curvas num papel é uma coisa, estar com a realidade nua e crua ali bem à frente é algo substancialmente diferente.
    Saberá o senhor Carlos Guimarães Pinto que há professores que têm quase 300 alunos? Já sei, vai falar, outra vez, dos bifes… Para quem acusa os outros de falta de argumentos, recorrer sempre a bifes mostra a dimensão do seu carácter e a qualidade do seu julgamento.
    Tenho 49 anos, duas horas de redução (compensadas na direcção de turma e nos apoios pedagógicos), já dei aulas a bem mais de 1000 alunos (reais, com problemas reais e, não números numa qualquer tabela), já fui director de turma (quase todos os anos), coordenador pedagógico, membro de assembleia de escola, conselho pedagógico, conselho geral transitório e conselho geral, além de muitos outros cargos. Conheço a realidade escolar porque faço parte dela e não aceito que venha denegrir a imagem de uma classe profissional porque se pôs a interpretar gráficos de 2011 e a tirar conclusões sem contextualizar nada (há muitas maneiras de cozinhar bifes…).
    Ah… e, com 21 anos de serviço, ganho como se tivesse apenas 7 (encontro-me no 3.º escalão, ultracongelado) e bem menos do que ganhava em 2000.
    Haja paciência!

  36. Carlos Guimarães Pinto

    João Pereira, a questão dos “bifes” é muito importante porque se não se comprovar que os dados médios estão errados, então o facto de haver professores com demasiados alunos quer efectivamente dizer que existem professores com muito poucos alunos. E isso é um problema que deveria preocupar os professores.
    Esta não é uma crítica a todos os professores, ou à classe profissional como um todo. Como em todas as profissões, há bons e maus, há uns que ganham demasiado para o que valem e outros que ganham pouco para o que trabalham.
    Os números médios, são isso mesmo, médias. Não são ataques pessoais, não são ataques a grupos, são indicadores de gestão e a gestão do ministério da educação tem sido má nas últimas décadas.

  37. Pingback: Da Desonestidade Ignorante – 4 | A Educação do meu Umbigo

  38. MJoão

    Falácias… e, já agora, apenas um pormenor um professor em França no início de carreira aufere 1600 € e , convém não esquecer, nem paga impostos. Ou seja ganha quase o mesmo que um professor português no final da carreira, actualmente.

  39. Maurício Brito

    E que tal um pouquinho de honestidade intelectual e fazer um novo post a dizer que, afinal, todas as suas conclusões estavam erradas?

    Eu ajudo:

    1. “É mentira que haja professores a mais”

    e

    2. “Portugal tem mais professores do que outros países, porque os professores em Portugal cumprem mais funções para além de ensinar”

    – Verdadeiro, pois a carga lectiva em Portugal é superior ao da maioria dos países em estudo, o que obriga a um maior número de professores em funções e em explica, em parte, a questão dos rácios.

    3. “Os professores ganham mal” ou “Os professores ganham mal para as qualificações que têm”.

    – Verdadeiro e verdadeiro, pois sem emtermos relativos estão na pouco acima da média, em termos absolutos ganham menos pois trabalham mais horas.

    4. “Os professores andam há uma década a perder poder de compra”.

    – Verdadeiro, pois com excepção ao ano de 2009, há mais de uma década que os professores não têm ganhos salariais correspondentes à evolução da inflação, foram congelados nas progressões e Portugal foi um dos poucos países onde as perdas salariais dos docentes ultrapassaram (e bem!) os 5% anuais desde 2010.

    5. “O sindicato dos professores não tem assim tanto peso na política de educação.” ou “Os professores estão em luta pela qualidade da educação”

    – Verdadeiro, pois temos assistido a uma perda significativa de direitos ao longo dos anos, com um aumento da componente lectiva, da idade da reforma, das reduções por tempo de serviço, do vergonhoso novo escalonamento da carreira e do aumento de anos necessários para chegar ao topo da mesma.

    – E sim, verdadeiro, pois os resultados obtidos pelos alunos em todos os testes internacionais realizados nas últimas décadas deixam clara uma evolução quase única em países da OCDE, o que prova a enorme luta pela qualidade da educação por parte dos professores, apesar dos sucessivos desgovernos deste país.

    Vamos lá, iluminado-insurgente, é só fazeres copy-paste…

  40. Carlos Guimarães Pinto

    Maurício, já respondi ao seu amigo lá no outro blog. Você e o seu amigo aceitam que haja professores a mais e até apontam a razão: a elevada carga horária dos alunos. Segundo, também admite que os professores ganham mais do que a média da europa e aponta a razão: trabalham mais horas. Terceiro, os professores continuam a ganhar mais do que pessoas com as mesmas qualificações em Portugal e isso não pode ser atribuido ao número de horas porque em Portugal trabalham todos 40 horas por semana, ou 35. Em relação aos aumentos salariais, os números da OCDE continuam lá. E não, não se desmentem número relativos a 2000-2011 com dados de 2009-2014. Desde 2011 houve uma correcção, que era devida e que foi bastante contestada. Eu nunca disse que salários tinham subido entre 2009 e 2014 que é o que foi desmentido.
    Em relação à força dos sindicatos, as perdas de direitos são recentes e apenas inverteram ganhos substanciais anteriores, bem acima do que o país podia suportar. O interessante na evolução positiva dos resultados do ensino em Portugal é que muita desta evolução ocorreu já neste século, precisamente a altura em que os sindicatos afirmam que perderam direitos.

  41. Maurício Brito

    Já fiz um copy deste seu último comentário, não vá você amanhã arrepender-se do que aqui assumiu.

    Temos que ser sérios se queremos uma discussão séria: não é correcto fazer as afirmações que fez baseando-se em gráficos mas sem dominar minimamente as matérias em causa.

    – Você não pode dizer que “há professores a mais” e que “os professores são bem remunerados comparativamente com os de outros países”, a seguir assumir que entende que existe uma justificação para isso (maior carga lectiva, logo, necessidade de mais professores, de mais trabalho e, consequentemente, mais remuneração), mas continuar a dizer que não está errado nas suas leituras.

    – Você entendeu perfeitamente que, em termos absolutos, os professores ganham menos, trabalham mais e que não há um número excessivo de professores, mas não assume isso.

    E isso não é ser honesto.

    Por isso, junte-se lá com o blasfemo vitinhodascunhas, tirem um curso de “interpretação de gráficos para totós” e veja se aprende alguma coisa.

  42. Carlos Guimarães Pinto

    Não precisa de guardar o comentário. Eu assumo aquilo que digo. Vai-me desculpar a sinceridade, mas vocês se, em vez de reagirem de forma agressiva a qualquer discordância, tentassem discutir seriamente, já teríamos chegado a esta conclusão há mais tempo. Portugal tem muitos professores e os rácios provam-no. Uma das razões para isso é o excesso de horas de aulas dos alunos. Se essas horas fossem reduzidas para os níveis médios da Europa seriam precisos menos professores. Isto para não falar dos professores não colocados que se entrassem no sistema desequilibrariam ainda mais as comparações.
    Quanto ao número de horas, a questão amntém-se: os professores ganham mais, em média, do que profissionais com as mesmas qualificações em Portugal. Profissionais com as mesmas qualificações trabalham o mesmo número de horas. Mesmo que, e essas contas não estão disponíveis, ganhem menos por hora do que no resto da Europa continuam a ganhar mais do que profissionais em Portugal com o mesmo nível de qualificações.

  43. maria

    Já reparou que continua a provocar os professores. As horas de trabalho individual e de reuniões não estão contabilizadas nas horas que se trabalha com os alunos.O seu desconhecimento e impreparação desequilibra-me os neurónios.

  44. “Portugal tem muitos professores e os rácios provam-no.” É para rir ou para chorar? Na minha Escola, em dois anos, o nº de professores baixou de 77 para 58, com 28 ou 29 turmas (metade dos professores são Diretores de Turma, como que isso acarreta…). Porque será que muitas recisões não vão ser aceites, se há professores a mais. Decida-se, porra!

  45. E se usasse dados de este ano, em vez de usar dados do tempo da Milu ou afins? É que um atraso de pouco dias, ainda vá (na aulas de Educação para a Saúde e Sexualidade as minhas alunas colocam-me muitas vezes esta questão…) agora um rapaz novo a assumir sete anos de atraso e a justificar-se com link (errado) da FENPROF, parece-me mal…

  46. Perdemos, em dois anos, todos os contratados a tempo inteiro (temos umas horitas para poucos contratados) e, com o mesmo nº de alunos muito menos professores. A taxa de professores a tomar anti-depressivos e afins deve estar acima dos 65% dos docentes e 50% dos funcionários (que estão no limite e já não conseguimos motivar mais – e alguns recebem abaixo do salário mínimo nacional…). Apesar disto tudo, temos conseguido manter a Escola em pé e a melhorar, com o esforço de quem perdeu cerca de 20% do salário real em relação hà 14 anos e com a ajuda dos pais e da comunidade…

  47. Carlos Guimarães Pinto

    Muito bem. Isso dá uma média de 8,3 alunos por professor. A média da OCDE para esses níveis de ensino anda entre os 12 e os 14 alunos. Como acha que se explica o facto de uma escola num país médio da OCDE com esse número de alunos conseguir funcionar com 45 professores e a sua escola sofrer para o fazer com 66?

  48. Como explica que a minha Escola tenha mais alunos necessidades educativas especiais (NEEP’s) do que TODAS as escolas privadas da região Centro? Como explica que a CERCI de Leiria se tenha mudado para a minha Escola sem funcionários? Como explica que um professor que tem meio horário ou menos (e receba menos do salário mínimo) conte como um professor com um horário completo? Como explica que algumas funções na área das deficiências sejam feitas por professores, se noutros países são feitos por especialistas? Como explica que, mesmo assim, a minha escola tenha todos os anos, nos exames, alunos com nota máxima, sem as batotas dos GPS’s, em que em salas inteiras há a mesma resposta à mesma questão? Como explica que os professores colocados nas burocracias do ME contem ainda como docentes? Se quiser tentar responder a qualquer uma destas questões, está há vontade…

  49. Maurício Brito

    Fernando, esse tipo anda a tentar dar baile.

    E não entendi: um rácio de 8,3? Como está a obter esse resultado?

    Pior mesmo é fingir que não entendeu o que foi tão claramente explicado: mais carga lectiva leva a mais professores, logo, menor o rácio. Fora as outras questões que o Fernando enumera acima.

    – Pretende o iluminado dizer que, por (absurdo) exemplo, se uma empresa de consultadoria portuguesa necessita, em média, de 15 consultores para um determinado trabalho numa escola portuguesa e que se nos países da OCDE a média é de 10 consultores para o mesmo trabalho nas respectivas escolas dos seus países, que os consultores portugueses estão em excesso, que são muitos ou, sei lá, que são mais burros?

    – Ou não poderá ser uma hipótese a de que as CARACTERÍSTICAS das escolas portuguesas obrigam a um maior número de consultores? Ou outra, como realizarem outras tarefas que os seus homólogos não realizam?

    Enfim, o iluminado-consultor faz-me lembrar o Pinócrates a explicar a evolução da dívida portuguesa. Um must…

  50. Carlos Guimarães Pinto

    8,3 é o resultado da divisão de 550 alunos por 66 professores fornecido pelo Professor Oliveira Martins. (já agora, e face ao seu desafio anterior, está encontrada uma escola com menos de 10 alunos por professor. É a sua vez de encontrar 10 escolas com um rácio suprior a 10)

    É precisamente as “características das escolas portuguesas” que estão em causa. Entender o que faz com que as escolas portuguesas precisem de mais professores por aluno do que as dos restantes países da OCDE.

  51. Carlos Guimarães Pinto

    “Como explica que os professores colocados nas burocracias do ME contem ainda como docentes?” e “Como explica que algumas funções na área das deficiências sejam feitas por professores, se noutros países são feitos por especialistas?”

    Começamos a chegar a algum lado na discussão. Acha que deveria haver menos professores dedicados às burocracias do ME e especialistas em educação especial? Se fosse esse o caso, acredita que a sua escola precisaria de menos 10-15 professores?

  52. Não são 550 alunos, esse número refere-se apenas ao 2º e 3º ciclos. O que lá está escrito é 750 alunos só na escola sede, para cerca de 66 professores. Quer isto dizer que se são 66 professores para 750 alunos, mais os das escolas agrupadas do 1º ciclo, em regime de monodocência, coisa que aumenta os o racio e muito, temos então um racio que será sempre superior a 11,4 alunos por professor. A menos que o meu pc tenha o processador avariado.

  53. Carlos Guimarães Pinto

    Não foi isso que entendi do que disse o Professor Fernando Oliveira Martins e ele não desmentiu o rácio até agora. Mas, mesmo assumindo os 11,4, continua abaixo da média da OCDE. No primeiro ciclo a média é ainda superior: 15,4 alunos por professor.

    Claro que falar de escolas específicas é pouco importante para a questão. O sistema como um todo tem entre 7 a 8 alunos por professor no ensino secundário contra 13 no resto da OCDE. Em vez de se ofender com isto, talvez fosse mais construtivo tentar entender porquê. Já foram dadas algumas pistas aqui.

  54. dervich

    Consta que há (dezenas de milhares de) professores “em excesso”, porém, mais de 3000 candidataram-se à rescisão mas o estado não deixou sair nem 2000, alegadamente porque faltam professores…

    De igual modo, surgem agora notas de que uma das razões para o completo insucesso do PRACE é de que cada serviço não deixa ninguém sair porque…tem falta de funcionários!

    Resta saber se, mesmo admitindo que não existem professores a mais, o país teria capacidade para manter o numero de professores que estaria de acordo com a média da OCDE, e parece que não é assim…
    Parece pois que, a este nível, teremos de nos comparar com países que estão abaixo da média da OCDE, ou mesmo fora dela, mas enfim…isso foi o que sucedeu durante décadas, não foi?!…

    Alguém disse uma vez que “se a Educação tem demasiados custos, experimente-se a Ignorância”… e isso é o que Portugal tem sempre experimentado, desde tempos ancestrais…

  55. Posso entender a confusão, porque os números estão em dois comentários, diferentes embora seguidos, mas são bem claros: 550 refere-se a 2º e 3º ciclo e obviamente 66 professores inclui o 1º (se também os das escolas agrupadas, é que não está claro). Faltam aí os 200 do 1º ciclo, na escola sede.
    Quanto às médias da OCDE, há muitas. Por exemplo, a um professor interessa o ratio, por razões óbvias, e sabe que a comparar se faça com a UE,13,1 para o 1º ciclo e 12 para os restantes sempre é mais baixo e evita meter o México ou o Japão e a sua disciplina feudal ao barulho. E um professor percebe porquê, desde que o colocaram no papel de guardador de meninos enquanto os progenitores trabalham.
    Já um economista ocupado em comparações internacionais e defensor da tese “o Mário Nogueira é que manda nas escolas” se calhar não lhe faria mal passar por outras contas da mesma OCDE, que pesam no orçamento, e devem ser a coroa de glória do sindicalista.
    Refiro-me ao custo por aluno, com ou sem variável PIB per capita, onde andamos abaixo ou na média. Estranho, não é? Temos mais professores e gastamos menos. A Fenprof manda mesmo nos governos.

  56. Maurício Brito

    João José Cardoso, o processador (mental) do iluminado é que está avariado.

    É este homem consultor?!?

    Santa Maria…

  57. Porra que és burro: “Não foi isso que entendi do que disse o Professor Fernando Oliveira Martins e ele não desmentiu o rácio até agora.” Desminto – estava só há espera que te enterrasses nos números, que não entendes, para te desmentir. Não, não há profesores a mais nas Escolas – os professores do Ensino Especial têm um horário de 25 horas mas, por falta dos outros especialistam, chegam a fazer mais de 40 horas por semana na Escola, inclindo lavar as crianças, mudar as fraldas, dar banho, fazer terapias, dar de comer, cozinhar, angariar fundos para as Unidades de Multideficiência, etc. Não, não podemos comparar estes números entre países, porque o Ministério insiste em colocar como docentes os burocratas e os cappos políticos no Ministério e outros centros de decisão nestes números, bem como conta como professor qualquer pessoa que tenha pelo menos 1 hora de aulas na Escola (se fosse por horários completos de 22 horas, a minha Escola de 2º e 3º Ciclo tinha cerca de 46 a 48 horários). Não percebe nada disto e continua a enterrar-se? Deixe-se de tretas – não quer que eu dê uma palavrinha a um dos Relações Públicas do Grupo GPS (que entretanto vai mudar de nome – talvez Colégio Bom…) para fazer lá uns trabalhinhos…?!?

  58. maria

    Mesmo havendo dois comentários, é rápido e fácil perceber quantos são os alunos e professores. Deve ser do excesso de trabalho.

  59. Carlos Guimarães Pinto

    Fernando, antes de mais, mantenha a elevação, por favor.
    Primeiro diz que não há professores a mais. Depois afirma que há professores no ministério a fazer trabalho inútil (não estarão esses professores a mais?). Depois afirma que há professores a mudar fraldas (não deveriam esses trabalhos ser feitos por profissionais que não professores?). Em relação aos professores com horário parcial, isso é corrigido nos números da OCDE.
    Seja como for, os vossos comentários fazem cada vez menos sentido. Primeiro protestam com o argumento de que não há professores a mais. Depois passam o resto do comentário a descrever as explicações para existirem professores a mais (burocratas, funções que não ensinar, etc). Têm que se decidir. E, de preferência, evitar insultos que só demonstram falta de discernimento.

  60. Carlos Guimarães Pinto

    Quanto ao resto, meus caros, já dei o que tinha a dar para essa discussão. Um bom ano lectivo para todos.

  61. maria

    Um Carlos inteligente já teria retirado o “trabalho” inútil que andou a fazer.
    Não é difícil perceber que há professores bibliotecários, directores, subdirectores, adjuntos (…), de educação especial … que têm um número de alunos muito inferior à média. A maioria dos professores têm um número de alunos muito elevado, que não tem nada a haver com o rácio apresentado nos dados da OCDE. Enfim, são as estatísticas e este senhor teima em arranjar argumentos para as apoiar.

  62. Maurício Brito

    Eu acho bem que termines com esta discussão. O que acho melhor (ainda) é que não escrevas mais alarvices sobre Educação.

    – Você apenas demonstrou que é mais um dos que não entende nada sobre estes assuntos mas que do alto de uma sobranceria própria dos “iluminados-liberais-críticos-de-tudo-o-que-diga-respeito-ao-estado-e-suas-pretensas-despesas”, julgam poder tirar conclusões inquestionáveis e indiscutíveis sem dominar minimamente as matérias em causa, tentando convencer os ignorantes através da sua própria ignorância.

    Foram muitos os “aplausos” da plateia no início do post, mas mesmo os “vitordascunhas” deste país acabaram por sair de fininho quando se aperceberam dos seus enterranços.

    Por isso tudo, agradeço que tenha feito este post.

    E que tenha a coragem de o manter, como prova da ridícula figura que faz quando escreve sobre Educação.

    E sim: estou realmente óptimo hoje…

  63. António Fernando Nabais

    “A man may well bring a horse to the water, but he can not make him drink without he will.” Assim o Carlos quisesse beber a água que inundou esta caixa de comentários, mas tem tanta vontade de aprender como Nuno Crato.

  64. Carlos Guimarães Pinto

    Não, caro António, é mesmo cansaço de tentar explicar o mesmo 100 vezes a 100 clones do Guinote e do Mário Nogueira. Pior, explicar 100 vezes aquilo que já entenderam, mas por reserva mental se recusam a admitir.

  65. Carlos Guimarães Pinto

    Maurício, isso queriam vocês. Se há coisa que este episódio demonstra é que há muitas mais falácias para desmontar e que não se pode deixar a discussão sobre a educação nas mãos de sindicalistas fanáticos (uma minoria ruidosa entre os professores). E não serão os insultos e bullying de clones do Mário Nogueira que me irão impedir. Até à próxima.

  66. Maurício Brito

    Você é intelectualmente desonesto. Foi desmontada TODA a sua argumentação e, por não ter a humildade para reconhecer que errou, continua a tentar enganar os que, sem dominar estas matérias, pensam como você.

    – Nem um rácio consegue calcular, não tendo a humildade de assumir que falhou nas contas (acima) e que logo no primeiro exemplo que lhe aparece à frente o rácio prova o que lhe é dito e repetido: que os valores de 7 e 8 apresentados nos estudos que referiu estão descontextualizados e claramente incompletos, que serão mesmo excepções, que não estamos tão abaixo da média como é dito, mas você, por desonestidade, não o assume.

    – Continua a tentar passar a ideia de que existem professores a mais no sistema comparativamente com outros países, mas já entendeu que isso é falso.

    Vou dar um exemplo simples para que todos entendam o que diz: a média nos países da OCDE para que consultores montados às cavalitas uns dos outros atinjam 100 metros de altura é de 52 consultores. Já em Portugal, são necessários 59. Logo, pela sua lógica da batata, há consultores a mais no “sistema de encavalitanço de consultores” em Portugal. O que não diz – porque é desonesto – é que a média da altura de consultores nos países da OCDE é de 1,90m e que em Portugal os consultores são mais baixos e, por medirem em média 1,70, são OBRIGATORIAMENTE necessários mais consultores encavalitados para chegarem aos tais 100 metros.

    Enfim, ter que estar a explicar as coisas para um consultor-iluminado como se estivesse a falar com um aluno do 5′ ano é dose…

  67. maria

    Será que os sindicalistas também andam por aqui?
    http://www.canal-e.pt/apostar-na-educacao-para-reinventar-portugal-entrevista-a-antonio-novoa/

    “Está a falar da natureza ideológica das medidas?

    Exatamente. A atual política para a Educação faz parte da matriz ideológica deste governo, que nada tem a ver com a crise, e que podemos ilustrar com quatro ‘E’: Escolha, Excelência, Empregabilidade e Empreendedorismo.

    Comecemos pelo primeiro. É a famosa ideia da ‘liberdade de escolha’ que, no fundo, é um eufemismo para falar não da liberdade, que é o combate da minha vida, mas da privatização da Escola. No Guião da Reforma do Estado, há pelo menos sete medidas que têm a ver com a privatização do ensino, e que este governo vai buscar às políticas da era de George W. Bush, nos EUA. Não é para poupar dinheiro. O que está em causa é um ataque à escola pública tal como foi construída depois do 25 de Abril. Depois segundo ‘E’, de Excelência, que tem subjacente ideia de um ensino seletivo.”

  68. ” É a famosa ideia da ‘liberdade de escolha’ que, no fundo, é um eufemismo para falar não da liberdade, que é o combate da minha vida, mas da privatização da Escola.”

    Isso quer dizer que se os alunos puderem escolher entre uma escola pública e uma privada ao mesmo custo, escolherão a privada? Isso pode querer significar alguma coisa.

  69. Maria

    olhe, sr, insurgente… não entendi de facto a sua resposta para “maria”..~
    Mas deixe que lhe explique uma coisa: uma turma pode ter 20 ou 35 alunos. Se tiver 10 disciplinas, cada professor continua a ter os mesmos 20 ou 35 alunos!! Não são divididos por disciplina!!
    Ou é assim tão difícil de entender???
    Claro que um professor pode ter 10 turmas de 20, ou mais, consoante a carga horária da sua disciplina.
    como faria o senhor , que parece ser tão inteligente, para fazer testes diferenciados, materiais diferenciados para os diferentes anos e níveis, e turmas, e para corrigir os testes de 100 a 200 alunos, enquanto dava aulas e preparava outras, fazia a sua comida, tratava a sua roupa, fazia as suas viagens e ia ás reuniões??
    Explique lá como se organizava. Pode ser que me convença: faça aí um plano de trabalho semanal (para duas semans, a ver se consegue o domingo livre!! ehehe) para alguém que lecione por exemplo, port (7º e 8º), franc (7º e 9º), OC, e ainda tenha DT (com 25 alunos , 5 dos quais com infrações diárias, + 3 com infrações semanais e 10 com faltas de material e tpc – tudo obrigatório a comunicar aos Enc de educação! , e 4 aulas de apoio de 4 níveis diferentes….
    Imagine ainda que perde cerca de1h30 em caminho (já estou a facilitar).
    Ah,e que frequenta uma açãode formação à noite 2h por semna a 20 km de casa, na direção oposta daescola. Não esqueça de indicar o tempo que dedica ao seu filho em casa para verificar tpc, caderneta, e de que modo colabora com as tarefas da casa com a esposa que tem um trabalho similar ao seu. Não esqueça ainda de dizer o tempo que sobra para reabastecer o v«carro, ir à oficina, às compras, ir ver os seus pais doentes…
    Vá, mostre que sabe e mostre o que vale!

  70. “Este “professor Fernando” é mal educado à brava.” Este professor ‘professor Fernando’, que provavelmente é correligionário (pelo apelido e origem) tem vergonha da censura que vocês praticam aqui – nem o Abrantes da CC faz tanto por tão pouco. Quando tento responder usando o meu nome e foto, censuram… Não têm vergonha?!?

  71. Carlos Guimarães Pinto

    Nenhum dos seus comentários foi censurado, como qualquer pessoa que leia esta série perceberá. Nem sequer estão sujeitos a pré-aprovação. São publicados assim que os coloca.

  72. Comunista

    Maria,

    O insurgentista faz o que fazem todos os pais de direita – entregam o trabalho da educação dos filhos deles às escolas e professores e dizem mal dos professores na blogosfera e nos jornais. Não chega ao professor todo o trabalho que dá lidar com turmas de crianças e/ou adolescentes, ainda têm que ser enxovalhados pelos idiotas dos pais que como não querem passar a vida a cuidar dos filhos – têm melhores coisas para fazer – mas gostam muito de falar nos valores da família, compensam malhando nos professores. Os professores pagam a diferença entre o que o direitista diz sobre os valores da família e o que ele faz.

  73. Carlos Guimarães Pinto

    Os seus comentários com a conta wordpress estavam a ir directamente para spam devido ao filtro automático. Foram aprovados manualmente. Ninguém aqui está a mentir.

  74. «Portugal é uma borrasca de piedosos samaritanos, cheios de vontade de oferecer as suas vidas e o seu trabalho pelo bem da pátria.»

    Se dessem as vidas, o problema resolvia-se.

    Se gostam tanto do socialismo, porque é que não vão para um país socialista? Ouvi dizer que a Coreia do Norte, Cuba, a Venezuela e o Equador estão tão florescentes que as mulheres por lá dispensam perfumes caros.

  75. E continua a mentir – ou aprova os meus comentários ou não diz “Os seus comentários com a conta wordpress estavam a ir directamente para spam devido ao filtro automático. Foram aprovados manualmente.” É que ainda não foram publicados, mesmo depois de “aprovados manualmente”…

  76. “Os seus comentários com a conta wordpress estavam a ir directamente para spam devido ao filtro automático.” Bonita forma de dizer: “Os seus comentários com a conta wordpress foram todos censurados devido ao filtro automático que usámos para os seus comentários”… Quando se tem conta WordPress pode censurar-se os comentários de uma ID WordPress – mas não se usa eufemismos – é censura – seja em Cuba, seja na Bielorússia, seja em Portugal.

  77. Carlos Guimarães Pinto

    Que mania da perseguição. Se quisessemos censurar os seus comentários censuraríamos também os que faz com a sua conta do Facebook, e já agora os comentários que faz a queixar-se da censura. Nós temos centenas de comentários a ir directamente para o spam por um motivo ou outro. Basta colocar demasiados links num comentário para passar a ser interpretado como spammer pelo sistema. Eu libertei os dois últimos que foram os que consegui apanhar. Não tenho qualquer interesse em censurar os seus comentários, mesmo aqueles com os quais discordo. Mas se lhe conforta acusar aqueles com que discorda de censura, esteja à vontade para se vitimizar.

  78. Censurou pelo menos quatro ou cinco – mas continue, que o blog é seu… e não libertou vários ainda que poderia… E sim, eu sei trabalhar com o WordPress e sei o que faz e como faz – tente antes tapar o sol com uma peneira.

  79. António

    Caro Carlos,
    como sabe perfeitamente, o que diz, em parte, são balelas.
    A expressão insurgente: «O seu comentário está sujeito a moderação» é um eufemismo para a censura prévia que aqui fazem com aqueles que têm um pensamente não concordante com o vosso. Como já aqui anteriormente disse, «O insurgente» valoriza a bajulação e raramente gosta do contraditório.
    Em abono da verdade, no que a mim diz respeito, digo, que o Carlos, esquecendo-se de um ou outro valida – sim os meus comentário estão sujeitos a – a maioria. Vamos ver o destino deste! Já outros insurgentes fazem-se esquecidos (onde está o meu segundo comentário? https://oinsurgente.org/2014/08/26/esquizofrenia/#comment-244167). Contudo, nada se compara com o mestre da censura

    Caro Fernando, se quiser neste espaço continuar a comentar alguma coisa, permita-me a sugestão: mude de identidade e não faça muitas ondas, ou então habitue-se, como eu, à censura prévia. Sendo professor, saberá perfeitamente, que antes do 25 de Abril, os professores, em especial os primários em zona rural, eram muito condescendentes com os meninos, filhos de pais ricos. É assim que aqui a maioria d’«Os insurgentes» gostam de ser tratados!

    Sobre o assunto em epígrafe, não subscrevo a totalidade das conclusões do CGP mas entendo algumas das preocupações:
    Já fui professor, nos anos lectivos 1996/1997 e 1997/1998, o primeiro numa escola pública o segundo num colégio privado, desde aí estou completamente afastado de toda esta problemática, a não ser como pai de dois alunos a estudar, sempre, em escola pública e, obviamente, como cidadão.
    Nesse período, lembro-me, de concorrer aos miniconcurso (desconheço o sucedâneo) e ouvir, nas filas, pessoas responderem à pergunta sobre o que tinham feito no ano transacto: Nada, dei aulas! !?!?!?
    Ouvi, igualmente, sugestões para se concorrer a professor de educação física só pelo facto de terem praticado um desporto federado!
    Lembro-me igualmente de, no ano em que leccionei no colégio privado, ter um horário lectivo incompleto (20 horas), quando havia outros professores do meu grupo com horas extraordinárias, alguns dos quais só com habilitações próprias, ao contrário de mim titular de uma licenciatura com ramo formação educacional.
    Nesse período, já o Mário Nogueira era o presidente do sindicato onde me inscrevi! Nisto estou de acordo com CGP (obviamente por razões diversas) – a profissionalização do exercício sindical dos professores, destrói, em meu entender, a dignidade que esta profissão deve ter, expondo-os ao ridículo, e, consequentemente, da escola pública!

  80. “Basta colocar demasiados links num comentário para passar a ser interpretado como spammer pelo sistema.” Curioso – NUNCA coloquei NENHUM link nos meus comentários… Porque não assume o que faz – colocou o meu ID WordPress nos “moderados” e depois espera algum tempo para apagar os meus comentários – e sim, se os “abrantes” da Câmara Corporativa o faziam e era censura, aqui é apenas spam (o dos Monty Python, claro).

  81. Carlos Guimarães Pinto

    Fernando, esta é a minha última mensagem. Você publicou aqui comentários em que discorda de mim, chama-me burro e mentiroso e até me acusa de censura. Poderia tê-los apagado e estaria no meu direito porque este espaço é meu, mas não apaguei e estão todos à mostra. Não sei que comentários especiais foram esses que eu “censurei” nem o que lá estava escrito, mas se quiser publique-os novamente com a sua conta do Facebook e pare de se vitimizar. Fica mal num homem adulto tanto choradinho.

  82. Pois fica, ainda por cima num homem com barba como eu (farto-me de chorar…) – é isso e mentir… Acha que tenho tempo para escrever outra vez tudo o que escrevi? Continue o seu serviço e censure o que quiser, continue a usar dados errados e ultrapassados, continue a citar legislação que já não existe e números errados e ultrapassados, pois faz um lindo serviço…

  83. 40000 Dolares por ano !!!??? Desde quando ???? O termo de comparação devia ser com base no Salario do professor do escalão mais comum 167 que ganha 1500 Euros ILIQUIDOS , logo 18000 Iliquidos….o que nos coloca no fim da tabela ao nivel da Argentina e Polónia !!!

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