Humor inconsciente

Pedro Bráz Teixeira sobre a proposta de reestruturação de Francisco Louçã et al.

Imagine-se também que o governo português apresentava esta proposta aos credores fixando um prazo, ainda assim curto, de 30 dias para chegar a acordo. Durante esse período, teríamos subidas vertiginosas das taxas de juro da dívida portuguesa, o colapso da bolsa, a começar pelas acções dos bancos, fuga generalizada de depósitos para o exterior ou para debaixo do colchão, levantamento em massa de certificados de aforro. A partir de dada altura, os bancos e o próprio Estado deixariam de poder fazer pagamentos. No meio deste caos, os autores do documento ainda conseguem a maior piada do texto (p. 69): “O país pode reestruturar a banca nacional sem necessitar da ajuda do BCE.”

18 pensamentos sobre “Humor inconsciente

  1. Luís Lavoura

    Conclusão final: um default é inexequível. Isto apesar de já ter havido dezenas de defaults ao longo da História…

  2. Nuno Cardoso da Silva

    Quem tem alma de servo sujeita-se à servidão. Quem não tem procura libertar-se. A proposta do Louçã entra por áreas que eu não entraria, mas contém dois pontos fundamentais: o alongamento dos prazos de pagamento e a redução dos juros. Duas coisas que os credores preferirão sempre a não serem pagos. Quem critica percebe pouco do que fala. E deve estar suficientemente bem na vida para se estar nas tintas para quem é pobre.

  3. Miguel Noronha

    “Conclusão final: um default é inexequível”
    A sério. Leia os artigos. A partir de agora não lhe tolero mais comentários desconexos.

  4. Miguel Noronha

    “A proposta do Louçã entra por áreas que eu não entraria, mas contém dois pontos fundamentais: o alongamento dos prazos de pagamento e a redução
    dos juros”
    Algo que tem sido feito pelo IGTCP calmamente. O que Louçã et al propoem é irrealista e inexequível.

  5. Nuno Cardoso da Silva

    Louçã propõe a redução dos juros para 1%. Demasiado rígido. Eu proporia uma taxa de juros igual à menor taxa de juros praticada nos mercados, para garantir que se trata de uma remuneração aceitável pelos próprios mercados. Uma espécie de cláusula da nação mais favorecida mas a nível dos juros. E isso já os credores teriam de aceitar, sobretudo se a alternativa fosse não receberem…

  6. Miguel Noronha

    “Uma espécie de cláusula da nação mais favorecida mas a nível dos juros. E isso já os credores teriam de aceitar, sobretudo se a alternativa fosse não receberem”

    Como vários já explicaram não é garantido que aceitem e o caso argentino demonstra que não podemos obrigá-los . Isto para além dos falências bancárias, fuga de capitais, etc. Isto implicaria um novo resgate ao estado e sistema bancário provavelmente ainda maior que o primeiro. E ainda mais austeridade.

  7. Luís Lavoura

    Não deixa de ser irónico ver Brás Teixeira, um defensor da saída de Portugal do euro, e dizer que o default seria problemático. É que a saída do euro defendida por Teixeira não o seria menos…

  8. Miguel Noronha

    O default feito daquela forma implicaria a saída do euro. Algo que os “reestruturadores” não abordam. Até o Louçã defende a continuação de Portugal no Euro.

    Quanto à posição de PBT, nada melhor que ler o que o próprio escreve em vez de inventar:
    “Saliento que não defendo a saída do euro, apenas prevejo que isso venha a acontecer, devido às fragilidades da moeda única e da impossibilidade de se gerarem condições políticas para construir uma solução estrutural.”
    http://pbteixeira.blogspot.pt/2014/04/prefacio-2-edicao.html

  9. rrocha

    bom dia
    Agardecia uma ajuda para simplificar este problema da divida publica de uma forma “contas de merceeiro”
    Esta divida e possibel de pagar ou gerir de uma forma que gradualmente vai diminuir?
    Este ano vai ter um deficie de 4% logo a divida vai aumentar?
    E verdade que nos este ano vamos pagar 7.000.000.000 € de juros (cada um de nos paga 700 €)?
    Qual o valor da reduçao da despesa do estado e crescimento da economia para começarmos a reduzir a divida(valores realisticos nao 10%!!! ou 5%)?
    so assim e que nos podemos dicidir sobre o nosso futuro e ter uma opiniao formada.

  10. Luís Lavoura

    Miguel Noronha
    O default feito daquela forma implicaria a saída do euro.
    Não vejo como. Os países são livres de utilizar a moeda que quiserem (embora isso possa trazer inconvenientes e dissabores). Por exemplo, o Equador utiliza o dólar norte-americano como moeda e, durante alguns anos, a Letónia manteve a sua moeda própria mas indexou-a ao euro. A própria Suíça, embora tenha moeda própria, impede-a de subir de valor em relação ao euro. Ninguém pode proibir Portugal de utilizar o euro.

  11. Luís Lavoura

    Miguel Noronha,
    a posição de Pedro Braz Teixeira
    “Saliento que não defendo a saída do euro, apenas prevejo que isso venha a acontecer”
    também poderia ser escrita em relação ao default de Portugal. Pedro Braz Teixeira deveria reconhecer que, mesmo não defendendo o default, ele virá a acontecer.

  12. Miguel Noronha

    Acho que não vale a pensa explicar-lhe que está a fazer confusão entre pertecer à zona euro com a adopção de moedas estangeiras em regime competitivo.

  13. Miguel Noronha

    “Miguel Noronha, a posição de Pedro Braz Teixeira”
    Sim. Vai tudo dar no mesmo. Num Universo estranho e longinquo. É tudo a mesma coisa. Certamente que sim.

  14. Luís Lavoura

    está a fazer confusão entre pertecer à zona euro com a adopção de moedas estangeiras em regime competitivo

    Não se trata de adotar moedas estrangeiras, mas sim de adotar uma única moeda estrangeira, no nosso caso o euro.

    Não pertencer à Zona Euro não tem mal nenhum. O que interessa é que a moeda que circula no país seja forte (não desvalorize) e que não exija muitos câmbios às empresas importadoras e exportadoras. O euro satisfaz esses requisitos. E, como eu disse, ninguém pode proibir Portugal de ter o euro como moeda oficial, mesmo não pertencendo à Zona Euro.

  15. Miguel Noronha

    A sério. Agradeço a atenção que me dispensa mas sugiro que vá comentar noutro lado.

  16. rrocha

    Sr Miguel Noronha agardeço o sua informaçao assim como o link segundo o autor a divida e sustentavel entao o porque desta discuçao sobre a restruturaçao ?

  17. Joaquim Amado Lopes

    Luís Lavoura,
    “Não se trata de adotar moedas estrangeiras, mas sim de adotar uma única moeda estrangeira, no nosso caso o euro.”
    Explique lá que consequência isso teria, p.e., nos salários.

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