No Fio da Navalha

O meu artigo de hoje no i, sobre o longo caminho do PS em direcção à austeridade.

O alvo fácil

O PS, por via do vice-presidente da sua bancada parlamentar José Junqueiro, veio dizer que, caso seja governo em 2015, não reporá de um dia para o outro os salários cortados nos últimos anos. Esta afirmação é muito interessante. Porquê? Porque com ela dá-se o primeiro passo para que a classe política reconheça que, não estando interessada em fazer uma reforma do Estado que permita uma redução substancial da despesa pública, os salários não só não serão repostos como poderão ser novamente cortados.

O mesmo se diga dos impostos. Enquanto este, ou qualquer outro governo, não reformar o Estado, reduzindo substancialmente a despesa pública, os impostos terão de ser aumentados. O problema hoje já não é, como há dez anos, não haver espaço para a redução dos impostos. No ponto em que estamos, e porque se adiou o indispensável, só há espaço para que os impostos sejam aumentados.

O leitor dirá que não pode ser, que a economia não aguenta mais. É verdade, não aguenta. O que não quer dizer que não se siga por essa via. Veja-se bem o seguinte: já há muito tempo que a economia, as empresas e as pessoas não aguentam a carga fiscal e, apesar disso, esta tem aumentado. Porquê? Porque foi sendo a decisão mais fácil. É verdade que já muitos saíram do país, fugindo do estado que nos consome. No entanto, há sempre alguém que se esforça e consegue dar a volta. Alguém que se sacrifica e arranja umas economias. As pessoas tornaram-se o alvo fácil do socialismo.

2 pensamentos sobre “No Fio da Navalha

  1. k.

    Tantas palavras, tantas palavras, ao jesus que o socialismo nos come a nós e às criancinhas.

    Isso já sabemos, é claro!
    Mas, e palavras sobre a reforma do estado que este governo não fez?
    Mas você quer imposto mais alto que a ineficiência judicial em Portugal?
    Quer imposto mais alto que a burocracia? A falta de transparência? A atitude arrogante da administração fiscal?

    Garanto-lhe, que sendo um desses que “fugiu”, que esses impostos são muito mais gravosos que propriamente as taxas de IRC ou IRS (que não são assim tão altas versus os congéneres Europeus).

  2. Gosto quando alguem consegue encontrar conforto na ideia de que, pelo menos, os impostos em Portugal nao sao tao altos, ou sao coincidentes com os congeners europeus. E’ como ter duas vizinhas a comparar a porrada que levam dos maridos; uma fica contente porque, pelo menos, nao esta tao negrinha como a outra. Isso deve ser uma coisa boa…

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