O dia que haveria de chegar

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Dificilmente existirá outro cronista tão distinto quanto Alberto Gonçalves. Opositor voraz ao gang do politicamente correcto, lúcido e eloquente nas palavras, os seus textos reportam escritos, contrastante com as banalidades, frequentemente alarvidades, oferecidas por aí. Mas porque todos somos diferentes, a concordância e o consenso, posicionamento do qual Alberto Gonçalves terá tantas dúvidas quanto eu, creio, é somente possível na extensão das pequenas semelhanças que num universo de desigualdades nos unem.

E como essas semelhanças são espúrias, contrariamente ao que os igualitários possam sonhar ou desejar, não será de estranhar que um dia surja um, ou mais, pontos de discórdia. Este artigo suscitou-o.

Recordemos, em resposta ao artigo em epígrafe, que o povo que outrora habitara a Foz do Douro, o Porto, o Norte de Portugal, os callaecos — conjectura-se que fossem helénicos os primeiros a visitar a região — deram nome a Gallaecia, assim lhe chamaram os romanos, onde mais tarde haveria de nascer, separado pelo Douro, as cidades de Portus e Cale. Daqui surgiu o galaico-português, fortemente influenciado por um substrato celta. Daqui deriva a troca dos ‘v’s pelos ‘b’s. Ou melhor, daqui se trocaram os ‘b’s pelos ‘v’s, servindo isso para remoque e desdém de alguns emproados em Lisboa. Basta ter o infortúnio de passar por determinados programas televisivos para se perceber o provincial arcaísmo com que se descaracteriza toda uma região que deu nome, origem, pátria, língua e lição a Portugal.

Foi a Norte, entre Braga e Guimarães, que D. Afonso Henriques decidira ir a Sul resgatar Lisboa dos mouros. Ou os mouros de Lisboa. Quase sete séculos mais tarde, foi no Porto, terra de burgueses onde nunca assentaram muitos fidalgos, que os Ingleses fizeram comércio. De Valongo saíra ouro e do Douro uvas não menos preciosas. Foi no Porto que Portugal se tornou um país de comércio, de importação e de exportação.

Não é preciso recuar oito séculos para fazer jus ao Porto e ao Norte. Basta avançar seis para perceber o declínio que começa a ser delineado por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. A política do centralismo, que se reflecte no controlo estatal sobre o comércio do vinho do Porto através da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (mais tarde a Real Companhia ou Companhia Velha) é a demonstração da suspeita. O declínio do Norte e a ascenção de Lisboa não foi fruto da circunstância, foi resultado de um projecto político que pretendia centralizar para daí controlar. Salazar, que de Viseu (quiçá D. Afonso Henriques tenha lá nascido) deveria saber melhor, perpetuou e sedimentou esta extrema dependência de Lisboa.

Como portuense, como Nortenho, como confesso e orgulhoso bairrista, não posso senão repudiar a acusação de que o declínio do Norte fosse não menos do que obra, ou falta dela, das gentes do Norte. Que fosse a sua afectuosidade para com o futebol ou o gosto pelo ócio. Não. Em terras do Norte trabalha-se como sempre se trabalhou, de alvorada à aurora, da aurora à alvorada, o tempo que for preciso, com garra e convicção. Porque não fomos a Lisboa por acaso. E, se o fizemos, pedimos somente respeito. Respeito e, se possível, que o Estado centralista saia da frente. Não é preciso mais do que isso para que o equilíbrio seja reposto e o Norte volte a ser, como aliás sempre foi, o motor de Portugal.

Créditos: foto retirada da página do Facebook “Norte de Portugal“.

47 pensamentos sobre “O dia que haveria de chegar

  1. Nuno Cardoso da Silva

    Tenho família do Porto e no Porto. Nunca percebi este incómodo do Porto relativamente a Lisboa nem a necessidade quase patológica de um nortenho se afirmar como tal. Mas quem é que vos ameaça? Por vezes parece que o crime de Lisboa é dificultar a afirmação dos complexos de superioridade (ou será de inferioridade?…) do Porto.

  2. k.

    Portugal é um pais imbecilmente centralizado – isso não é mau apenas para as zonas fora de Lisboa, desprovidas de reais investimentos e apoio, e alvos primários sempre que se quer “desinvestir”; Também foi um pesadelo para os próprios Lisboetas. Cresci em Sintra, uma zona que em tempos foi bela. Agora, entre Queluz e Mem Mem Martins, há uma verdadeira brutalidade urbanistica, descaracterizada, feia, fria. Tudo amontoado.

    Podemos especular sobre as causas do centralismo; Creio que ninguém o terá planeado por mal, simplesmente foi uma consequencia económica de mau planeamento – Sai mais barato centralizar coisas, portanto coloca-se tudo no mesmo sitio (Lisboa).

    Ora não vale a pena chorar sobre leite derramado – creio que a questão é sempre, como mudar o enquadramento institucional de modo a combater este centralismo – Municipalização sempre foi uma palavra cara para mim. É da minha opinião que Portugal teria a ganhar no longo prazo se tivesse menos Municipios, mas Municipios maiores e mais fortes (nomeadamente, em questões de financiamento e fiscalidade). Afinal quem sabe onde se gasta melhor o dinheiro, é quem vive nos sitios..

    Infelizmente creio que isso será uma longa batalha – as forças centralizadoras são fortes, e a vontade descentralizadora é fraca, e bate (curiosamente) em interesses locais. Pobre de quem tentar fundir dois municipios neste pais…

  3. Nuno Cardoso da Silva, não sei se será só nessa direcção. Basta recordar a atitude lamentável e lastimável da CML em relação à Redbull Air Race, entre muitos outros infelizes episódios de centralismo.

  4. Manuel Costa Guimarães

    Nuno,

    Essa frase ,”Tenho família do Porto e no Porto”, já diz tudo sobre o que percebe ou deixa de perceber sobre o Norte e/ou Porto: é a descrição que se fazia das colónias. Elas existem mas não sabemos, nem queremos saber, desde que continue a cair o carcanhol.
    Não há uma necessidade de nos afirmarmos como nortenhos. Dizemos que o somos com orgulho.
    O que me incomoda como Nortenho é que esta zona do país cria uma percentagem elevadíssima do PIB nacional e mesmo assim continua a ser uma das mais pobres da europa. Isto acontece por uma única razão: centralismo. Se houvesse regionalização a sério, quanto tempo é que acha que duraria o survedouro chamado Lisboa?

  5. Alexandre Herculano e os Partidos

    “Os partidos sejam quais forem as suas opiniões ou os seus interesses, ganham sempre com a centralização. Se não lhes dá maior número de probabilidades de vencimento nas lutas do poder, concentra-as num ponto, simplifica-as, e, obtido o poder, a centralização é o grande meio de o conservarem. Nunca esperem dos partidos essas tendências de descentralização. Seria o suicídio. Daí vem a sua incompetência, a nenhuma autoridade do seu voto na matéria. É preciso que o país da realidade, o país dos casais, das aldeias, das vilas, das cidades, das províncias acabe com o país nominal, inventado nas secretarias, nos quartéis, nos clubes, nos jornais e constituído pelas diversas camadas do funcionalismo que é, do funcionalismo que quer e que há-de ser.”

    https://www.facebook.com/portocidadeestado

  6. Vivendi

    Participe no projecto Porto Cidade-Estado.

    https://www.facebook.com/portocidadeestado

    O objectivo da página é reconquistar a plena autonomia do Porto, do Norte e da Galiza.

    – no direito natural e na ordem espontânea;
    – na cultura portuense em conformidade com o direito natural e a ordem espontânea;
    – na descentralização tributária, jurídica e administrativa;

    É um projeto contra o centralismo e todo o sistema vigente político-económico mas a favor da preservação de Portugal enquanto ideia de nação.

  7. Vivendi

    A Representação Política

    O Corporativismo tornou-se uma palavra comprometida e desvalorizada pela corrupção do regime corporativo. Da mesma forma aconteceu com a descentralização gremial, alicerçada nas agremiações profissionais ou culturais, como os sindicatos, colégios profissionais, universidades…

    É preciso ressalvar a importância da descentralização de base regional ou local porque esta é a expressão da formação das sociedades políticas, construídas de baixo para cima e não planificadas artificialmente pelo Estado.

    Em oposição ao Estado totalitário temos a comunidade popular e a sociedade estatal construídas com base na descentralização e esta implica o princípio da subsidiariedade e o reconhecimento da actividade extra do Estado junto da sociedade.

    Ninguém tem dúvidas de que o sistema partidocrático sequestra a verdadeira representação social e põe a política ao serviço do capital e dos grupos financeiros.

    O fascismo não passa de uma reacção moderna, dentro das coordenadas ideológicas surgidas da Revolução Francesa. É a última consequência destas, pela sua própria lógica centralizadora, totalitária e uniformizadora. Há que distinguir entre soberania política e soberania popular para se evitarem todas as tiranias e o totalitarismo moderno.

    É essencial distinguirmos POVO que é a sociedade organizada, de MASSAS que não passam de um conjunto inorgânico de indivíduos, pois esta distinção é a base que diferencia a comunidade tradicional do moderno liberalismo.

    Nas democracias liberais o poder é exercido pelos vários grupos de pressão; nas democracias totalitárias o poder está nas mãos dos membros do partido, através de um governo colegial que conhece bem as leis simples de funcionamento deste tipo de regime, ou por um “gang” de tecnocratas comandado por um chefe, cuja autoridade apenas encontra oposição no peso da complexidade da máquina estatal que tem de pôr em movimento.
    Desta maneira começa a decadência das instituições representativas que, por vezes, ainda sobrevivem de modo decorativo. Na sociedade de MASSAS não há representatividade do governo, nem representação da sociedade perante o governo. A autêntica representação só é possível quando o POVO organizado resiste ao rolo compressor da massificação. A modalidade fascista de Estado Corporativo nega a descentralização social, não há representação dos grupos ou corpos sociais autónomos que são organizados de cima para baixo e passam a ser órgãos do Estado; pelo contrário, a genuína representação nasce na sociedade e vai até ao Estado, sendo os corpos intermédios, por ele, devidamente valorizados.

    Concluindo podemos dizer que: a centralização trazida pelo Estado partidário preparou o totalitarismo do Estado de partido único; a democracia representativa individualista jamais conseguirá atingir a verdadeira descentralização social; a descentralização social só pode ser assegurada com a presença activa dos corpos sociais no poder político, resguardando e fazendo valer os seus interesses e imunidades.

    Guilherme Koehler

  8. Vivendi

    Separatismo e Descentralização

    Os sistemas políticos não costumam autorizar o direito de secessão. Ao fazê-lo, deixariam de ser sistemas políticos. Passariam a ser simples associações voluntárias. Como não é essa a natureza do Estado, os agentes do Estado central reprimem com vigor as tendências separatistas que se oponham à sua hegemonia. Forçam os seus subordinados na hierarquia do Estado – chefes políticos municipais e regionais, polícias, guardas, militares, burocratas – a trabalharem sob as suas ordens. Não autorizam nenhum tentáculo local do Estado central a tornar-se independente.

    Convem entender que o direito de secessão não é própriamente um direito das populações governadas, apesar de ter óbviamente consequências sobre estas. O direito de secessão é antes o direito de emancipação de determinadas autoridades políticas locais relativamente ao centro político. São determinadas autoridades políticas locais que decidem ou não emancipar-se. Não é o “povo”. O “povo” não é uma pessoa que tome decisões, é um grupo de pessoas com aspirações diferentes, e na prática com pouco controlo sobre as estruturas humanas que governam a sua terra. O que interessa ao povo, pelo menos ao povo produtivo e pacífico, não é tanto a relação dos vários corpos do Estado entre si, mas antes o conjunto de regras que as autoridades políticas, centrais ou locais, lhe fazem sofrer. Em si, o acto de secessão é irrelevante quanto aos direitos e liberdades da população.

    Porém, por várias razões o liberal pode e deve defender o direito de secessão. A principal é da ordem da ética. As relações das várias pessoas que compõem o Estado entre si devem reger-se pelos mesmos princípios universais que obrigam todas as pessoas. Nomeadamente, pelo respeito da vida, da liberdade e da propriedade. Por isso, se determinados políticos locais não desejam mais submeter-se ao Estado central, deviam poder fazê-lo. Não são escravos dos políticos acima deles. Podem abandonar o seu trabalho livremente, como qualquer trabalhador o faria se quisesse. Além disso, dum ponto de vista prático, o separatismo é amigo da liberdade. É, na verdade, uma das medidas mais radicais e efectivas contra o estatismo. Mesmo que em si não mude inicialmente nada ao conjunto de leis e práticas políticas em vigor, cria incentivos poderosos para a mudança, para melhor, sobre os vários estados em presença. Para perceber quão perigoso é para o Poder, basta ver a ferocidade com que combate separatistas (“traidores!”).

    Em primeiro lugar, o desejo de separação nasce frequentemente do repúdio por parte duma população local qualquer dalguma medida parasítica imposta pelo Estado central (impostos, burocracias, proibições, serviço militar,…). Ou seja, a inspiração inicial para a secessão é liberal, e o resultado da separação é a abolição de determinada lei opressiva. Além disso e sobretudo, o separatismo aumenta o número de entidades políticas independentes existentes em determinado território. Quanto mais entidades políticas diferentes existirem, maior é a competição entre elas. As pessoas passam a ter uma série de sítios diferentes para viver, acabando muito mais facilmente por “votar com os pés” quando não estão satisfeitas. Por esta razão, as várias entidades políticas passam a ter que tratar melhor os seus súbditos. Isto passa entre outras coisas por fornecer melhores serviços em troca do dinheiro cobrado sob a forma de impostos. Mas não só. A concorrência entre estados promove também uma liberalização das políticas aplicadas. Os vários estados, sendo corpos parasitas, necessitam de ovelhas para tosquiar. Não podem viver sem gente produtiva que os sustente. Do ponto de vista do bem-estar dos próprios agentes do Estado, contudo, o parasitismo pousa problema. O problema óbvio que se põe é que o parasitismo desincentiva a produção, e logo seca a fonte de rendimento do Estado. Em tempo normal, desde que não seja excessivamente cleptomaníaco, o Poder consegue manter o seu parasitismo indefinidamente. O problema dos parasitas estatais faz-se sentir quando existe na sua vizinhança corpos políticos mais liberais. Estes tendem a atrair os indivíduos mais produtivos de todas as sociedades vizinhas, visto que lhes proporcionam melhores condições para prosperar e em geral, fazerem o que querem da sua vida. E isso faz perder aos corpos políticos mais opressivos as suas fontes de rendimento, levando a um colapso doloroso da receita e, consequentemente, da despesa. A ironia da competição política é que os parasitas acabam por ter que controlar a sua guloseima, se querem manter um certo nível de vida… Mesmo sem ir até às últimas consequências, o simples facto de um corpo político saber que pode perder o controlo de determinada região numa revolta separatista age como um freio às suas acções. E quanto mais forte e abrangente for a tendência para o separatismo, quanto mais independentes forem os povos “periféricos”, menos forte será o Estado central.

    O sucesso da liberdade depende em grande parte do estado da opinião pública. Depende da insubmissão das pessoas. Ora o que se percebe facilmente é que este espírito de liberdade não se manifesta simultâneamente em todo o lado. Há comunidades em que se faz sentir mais depressa e mais intensamente. Há muitas comunidades periféricas, dominadas pelo Estado central, que se opõem a movimentos separatistas por afeição à ideia de unidade política (um certo tipo de nacionalismo centralizador, portanto). Apesar de não terem nada a ganhar com isso – o que ganharia um campónio transmontano, por exemplo, em impedir um madeirense de se tornar independente?! – muitas pessoas estão presas à ideia de que quebrar a unidade do Estado é a mesma coisa do que querer destruir a nação (quando na prática a nação, o conjunto de pessoas que vivem em determinado território unidas por uma cultura comum e um certo sentido de pertença, difere do Estado, esta minoria de pessoas que domina a tal nação…). Acabam assim por favorecer o esmagar violento de quaisquer movimentos separatistas ou liberais. Ao apoiarem, nem que seja tácitamente, a repressão da liberdade de várias comunidades internas à nação, as pessoas de opinião mais centralizadora estão na realidade a dar um tiro no pé.

    É nas comunidades em que a consciência da ilegitimidade e do carácter nefasto do Poder é mais forte que se vão fazer sentir mais depressa tendências separatistas. As consciências amadurecem separadamente… O separatismo permite a estas comunidades mais rebeldes dissociar-se da carneirice ou da imoralidade das comunidades menos independentes e menos morais. Evita às regiões separatistas sofrer as loucuras do Estado central – guerras, imposto, burocracias. Há que tomar consciência de que a Corte – o complexo dos políticos, activistas, interesses e intelectuais que formam a cúpula do Poder – é completamente intocável pelo argumento, por sentimentos de humanidade, e pelo bom senso. É um mundo à parte, uma bolha distanciada da realidade em que vive a maioria das pessoas. É um mundo com os seus próprios princípios, com os seus próprios códigos. É um mundo que atrai principalmente pessoas com predisposição para mandar nos outros. Não se consegue mudar este mundo do exterior, tem que ser uma pressão externa a fazê-lo. E para isso, o direito de secessão é do mais eficaz que existe.

    A descentralização política evita um problema frequente nas sociedades políticas centralizadas: a recorrência de ciclos de liberalização/opressão. É possível, mesmo sem tendências separatistas, que ocorra alguma liberalização da política interior dum Estado qualquer. O problema é que esta liberalização, se não houver fortes travões à tendência natural do Estado em crescer, será passageira. Pode-se pensar, por exemplo, nas liberalizações económicas do século XIX, na Europa, que acabaram por ser seguidas de experiências socialistas/comunistas um pouco por todo o lado. A descentralização política evita em grande parte esses problemas. Dificulta a tomada de controlo de sociedades extensas por parte de movimentos intervencionistas, visto que deixam de existir centros políticos poderosos. Os intervencionistas não têm “por onde pegar”, não há um Estado centralizado e forte do qual se possam apoderar. Mesmo que consigam influenciar a política de algum corpo político, só conseguem fazer o mal numa pequena dimensão local. Se os movimentos revolucionários que destruíram as monarquias absolutistas do Antigo Regime tivessem, ao longo do século XIX, lutado por desintegrar os vários Estados europeus, por dentro, partindo-os em mil cacos, não teriam acontecido os horrores do século XX (etno-nacionalismos, guerras totais, campos de concentração, comunismos, colonialismo,…). Pequenos estados em concorrência entre si não teriam tido ao seu dispôr os meios humanos, institucionais e financeiros necessários para aplicar crimes em grande escala como o foram os do século XX.

    Há que promover movimentos separatistas. Os diversos Estados nacionais europeus deviam saír da Europa (um monstro burocrático que crescerá implacávelmente enquanto nada for feito para combatê-lo). As colónias da Madeira e dos Açores, assim como as câmaras municipais de todo o país, deviam sair de baixo da autoridade de Lisboa (esta cidade, quanto a ela, reverteria para o estatuto de modesta cidade-Estado, como o Vaticano). E ao nível local, as freguesias deviam emancipar-se da tutela das câmaras municipais. Quanto mais perto do indivíduo ou da associação de bairro estiver a capacidade de decisão, melhor. Micro-Estados como o Mónaco, o Liechtenstein, o Bahreïn, Andorra, San Marino, Malta ou o Vaticano mostram que estas ideias não são de todo fantasistas. Também não há que ter medo de “separatismos dentro de separatismos”. Se por exemplo, por alguma razão, o governo regional dos Açores não estiver disposto a emancipar-se, as ilhas que o compõem não deviam hesitar em tornar-se independentes por si (Terceira, Pico, etc…): o espírito de liberdade não desabrocha ao mesmo tempo em todo o sítio. Outro caso a considerar é o separatismo local sem secessão nacional. Pode-se imaginar que alguma freguesia se emancipe da câmara sob a autoridade da qual vive, passando a formar ela própria uma câmara municipal sob a autoridade do Estado português. Isto, sem ser o ideal, permite combater autarcas locais abusivos. Finalmente, há que não ter medo de pedir descentralizações de competências para o nível local (inclusivamente competências coercivas, como o imposto ou as burocracias, para fomentar a concorrência entre localidades).

    Tudo isto favoreceria radicalmente a liberdade.

    (excerto de post publicado em O Porco Capitalista)

  9. Vivendi

    Portugal é GALLAECIA!

    1 ) PORQUE O TERMO “NORTE” É SÓ UM PONTO CARDINAL, E O VERDADEIRO NOME DO NORTE É GALLAECIA DO SUL (GALLAECIA NOM É SÓ UMHA AUTONOMIA DO ESTADO ESPANHOL, DO MESMO JEITO QUE HÁ TAMBÉM OUTRA BASKONIA E OUTRA CATALUNYA NO ESTADO FRANCÊS)

    2 ) PORQUE O VERDADEIRO PORTUGAL PORTUCALENSE, É APENAS O NORTE. ETIMOLOGICAMENTE “PORTUCALE”, É PORTO DE CALECIA OU DOS GALAICOS.

    3 ) PORQUE O PORTUGAL DO MINHO AO ALGARVE, É UM ESTADO NA ACTUALIDADE, MAS NOM UMHA NAÇOM ( ETNIA)

    4 ) PORQUE FIZEMOS PARTE DA GALLAECIA PRE-ROMANA, DA ROMANA, DO REINO SUEVO, E DO REINO GALAICO MEDIEVAL ATÉ O GOLPE SEPARATISTA DE 1128

    5 ) PORQUE A ORIGEM ETIMOLÓGICA DO TERMO “GALLAECIA” FOI A ANTIGA TRIBO KALLAIKOI DA ACTUAL ZONA DO PORTO E GAIA, E POR SUA VEZ, VEM DA DEUSA CÉLTICA CAILLEACH

    6 ) PORQUE UMHA DAS CAPITAIS HISTÓRICA DA GALLAECIA É BRAGA

    7 ) PORQUE NO MOSTEIRO DE LORVAO (SÉCULO XI), EM COIMBRA, ESTÁ ESCRITO: “IN FINIBUS GALLAECIAE”

    8 ) PORQUE O TERRITÓRIO ENTRE O DOURO E O MONDEGO (AVEIRO, ESPINHO, FIGUEIRA DA FOZ, COIMBRA…) FOI REPOVOADO COM GALAICOS

    9 ) PORQUE AFONSO HENRIQUES FOI UM IMPOSTOR, O VERDADEIRO INFANTE AFONSO FOI UM MENINO DOENTE, ASSASINADO POR EGAS MONIZ (PORQUÊ CREDES QUE NOM FIZEROM UMHA ANÁLISE DE ADN AOS RESTOS DO “FUNDADOR DE PORTUGAL”??)

    10 ) PORQUE FOMOS NÓS QUEM CONQUISTAMOS AOS MOUROS, NOM AO AVESSO, E PARA ELES, RECÉM CONQUISTADOS, ESTA LÍNGUA NOSSA FOI ESTRANGEIRA

    11 ) PORQUE O “PORTUGUÊS” É SÓ UM NOME POLÍTICO (OU SEJA, FALSO) PARA O GALAICO DENTRO DO ESTADO PORTUGUÊS, A LÍNGUA É A MESMA E O SOTAQUE DAS DUAS GALLAECIAS (ESPECIALMENTE DOS MAIS IDOSOS) MUITO SEMELHANTE, FRONTE AO LINGUAJAR ESQUISITO DOS ARABIÇADOS LUSITANOS

    12 ) PORQUE A NORMATIVA GALEGA REINTEGRACIONISTA (AGAL) É MÁIS AJUSTADA ÀS FALAS PORTUCALENSES QUE O PADROM OFICIAL

    13 ) PORQUE A TOPONÍMIA DAS DUAS GALLAECIAS SOM IDÊNTICAS

    14 ) PORQUE AS DUAS GALLAECIAS PARTILHAM MUITOS “ARCAÍSMOS” (É DIZER, PALAVRAS PATRIMONIAIS), ENQUANTO QUE O DIALECTO DE LISBOA “MODERNIZOU” A LÍNGUA COM O SOTAQUE “MOURO” E ALGUNS CASTELANISMOS

    15 ) PORQUE NAS DUAS GALLAECIAS SOMOS CELTAS (COM APORTAÇONS GERMANO-ROMANAS) E ANTIGAMENTE FALÁVAMOS GAÉLICO EM TODA A GALLAECIA

    16 ) PORQUE PARTILHAMOS UM PATRIMÓNIO CASTREJO ÚNICO (DE CASTROS GALAICOS, QUE NOM LUSITANOS NEM GALAICO-LUSITANOS COMO INVENTA O ESTADO PORTUGUÊS)

    17 ) PORQUE AS DUAS GALLAECIAS É O ÚNICO TERRITÓRIO DA PENÍNSULA ONDE AS TOURADAS NOM SOM POPULARES E VISTAS COMO UM COSTUME IMPOSTO

    18 ) PORQUE NO NORTE CADA VEZ INVESTEM MENOS ENQUANTO EM LISBOA CADA VEZ AUTO-INVESTEM MAIS E MAIS COM OS NOSSOS IMPOSTOS, ESTAM-NOS ASSIM A DIZER (COM RAZÓM) QUE NOM SOMOS DOS SEUS

    19 ) PORQUE A RAIA ACTUAL É DE 1864, E ANTES DISSO EXISTIU UMHA “PEQUENA ANDORRA” FORMADA POR VÁRIAS ALDEIAS ENTRE OURENSE E TRÁS-OS-MONTES, QUE FOROM REPARTIDAS; ESTES VILANS, CONVERTEROM-SE EM MUTUAMENTE ESTRANGEIROS APÓS ESSA DATA?

    20 ) PORQUE OS CELEIROS DE PEDRA DAS DUAS GALLAECIAS (“HÓRREOS” NO NORTE E “ESPIGUEIROS” NO SUL) SOM IDÊNTICOS

    21 ) PORQUE PARTILHAMOS UMHA BRILHANTE LITERATURA MEDIEVAL TROVADORESCA

    22 ) PORQUE O FOLCLORE, OS COSTUMES E A CULTURA MATERIAL SOM PRÂTICAMENTE IDÊNTICOS NAS DUAS GALLAECIAS

    23 ) PORQUE TENHEM QUE RECURRIR AO “PERIGO DO ESTADO ESPANHOL” PARA FAZER SENTIR SOLIDÁRIOS AOS DO SUL COM OS ARABIÇADOS LUSITANOS E FAZER ODIAR, NOM SÓ AOS CASTELANS, MAS TAMBÉM AOS NOSSOS IRMANS DO NORTE

    24 ) PORQUE NESTA SUPOSTA DEMOCRACIA PORTUGUESA É PROIBIDO QUALQUER PARTIDO DE ÀMBITO REGIONALISTA, AUTONOMISTA OU NACIONALISTA NOM PORTUGUÊS (POR ALGO É)

    QUE NOM VOS ENGANEM!

    O NORTE (PORTUCALE, O VERDADEIRO PORTUGAL) É GALLAECIA!

    MRA_Bracarense

  10. JP

    “E, se o fizemos, pedimos somente respeito. Respeito e, se possível, que o Estado centralista saia da frente.”

    Spillover (simples caso de “gamanço”)
    Red Bull Air Race (“gamanço” e destruição)

  11. Nuno Cardoso da Silva

    Manuel Costa Guimarães, apenas para meu sossego, qual é a percentagem do PIB português que é gerada no Norte? Onde se podem encontrar as respectivas estatísticas?

    Quanto à família do Porto, esqueci-me de dizer que não são lisboetas transplantados. São desde sempre do Porto, de Barcelos, de Azevedo, etc. Adoram o Porto e o Norte, queixam-se do centralismo, mas fazem-no sem exageros.

  12. jcapitao

    “como confesso e orgulhoso bairrista”….cuidado meu caro, que o orgulho é um pecado. Dá sempre mau resultado tanto orgulho.

  13. JP

    “Tenho família do Porto e no Porto. Nunca percebi este incómodo do Porto relativamente a Lisboa nem a necessidade quase patológica de um nortenho se afirmar como tal. Mas quem é que vos ameaça? Por vezes parece que o crime de Lisboa é dificultar a afirmação dos complexos de superioridade (ou será de inferioridade?…) do Porto.”

    Como diria a nossa Presidente da AR, o problema é exatamente esse:
    a falta de “percebimento” 🙂

  14. José Maia

    Também não acredito na igualdade plena. Sempre receio os igualitaristas extremos, mas também aqueles que andam constantemente munidos do credo da desigualdade. Cheira-me sempre que, das duas, uma: ou dela beneficiam, ou aquieta-lhes o espírito em face de misérias várias a que vão assistindo. Uma coisa é certa, se não houvesse o Norte não existiriam tampouco aquelas pérolas ímpares (ou desiguais) que animam os edificantes serões da Teresa Guilherme.

  15. José Maia, é precisamente contra esse ridículo tipo de sobranceria sulista que escrevi este artigo. Essas “pérolas ímpares” que a Teresa Guilherme vai buscar existem em qualquer lugar do país, de Norte a Sul. Mas há quem goste, o Lisboeta com especial incidência, de criar, esse sim, o ridículo estereótipo que são somente as gentes do Norte que brotam tais personagens. Não o são, e basta um breve passeio por Lisboa para o perceber.

  16. Manuel Costa Guimarães

    Caro Nuno,

    “Manuel Costa Guimarães, apenas para meu sossego, qual é a percentagem do PIB português que é gerada no Norte? Onde se podem encontrar as respectivas estatísticas?”

    Se lhe disser 50%, acharia estranho? E 60%, provocaria choque?
    Vou tentar descobrir os números actuais, mas não devem fugir muito disto.

    “Quanto à família do Porto, esqueci-me de dizer que não são lisboetas transplantados. São desde sempre do Porto, de Barcelos, de Azevedo, etc. Adoram o Porto e o Norte, queixam-se do centralismo, mas fazem-no sem exageros.”

    Eu não comentei a sua família mas sim a sua frase! Eu tenho família em Lisboa e de Lisboa mas não percebo nada sobre os problemas ou agruras da cidade, nem tento explicar que percebo só porque tenho lá família. Volto a repetir: isso é frase de ex-colónias e muitas pessoas em Lisboa habituaram-se a tratar o resto do país como se fosse uma qualquer propriedade agrícola que alguém há-de tratar, desde que caia o dinheiro na conta da Casa-Mãe. Quando o dinheiro não chega, nada como um spillover para resolver o assunto.

  17. EMS

    Mas só agora vi que este post sobre “Galaicos” vs Mouros, infame colonização lisboeta, medições de pilas e gritinhos do ipiranga vêm a proposito de um artigo sobre bola.

  18. lg

    “Se lhe disser 50%, acharia estranho? E 60%, provocaria choque?
    Vou tentar descobrir os números actuais, mas não devem fugir muito disto.”

    Ah! Não sabe mas atira para o ar. Acho que vai apanhar uma surpresa desagradável.

  19. Nuno Cardoso da Silva

    Pois eu fui ver e, em 2009, o VAB (PIB) da zona Norte era de 30% do total, e de Lisboa e Vale do Tejo era de 38,8%. Per capita (milhares de euros) foi de 12,8 no Norte e 21,8 em Lisboa. Parece que ficamos esclarecidos quanto ao contributo relativo do Norte para a riqueza nacional.

    Ver aqui: http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.ine.pt%2Fngt_server%2Fattachfileu.jsp%3Flook_parentBoui%3D107036099%26att_display%3Dn%26att_download%3Dy&ei=XTgCU4H0MMP_ygPPyYGoDQ&usg=AFQjCNHBpFsJgd9NKUbecA0qpjh9L8cTuA&sig2=Kk53nEzO2U97xFcc0kaqEQ&bvm=bv.61535280,d.bGQ

  20. Nuno Cardoso da Silva, os dados actuais são irrelevantes. O que interessa é perceber porque isso aconteceu. Esquecendo todas as empresas públicas cujas sedes eram sempre em Lisboa (EDP, REN, TAP, RTP, CGD, BdP e tantas outras), basta olhar como bancos fundados no Porto (BCP, BPI, etc.) acabaram por migrar os seus centros de decisão para onde está o poder político: Lisboa.

    Isto não foi mérito de nada nem de ninguém. Foi puro centralismo.

  21. Manuel Costa Guimarães

    Caros Nuno e lg,

    “Algo de bom se passa a Norte
    Região está a conseguir o milagre do superavit O que faz o Governo?
    …” Vale a pena olhar para os números espantosos da região mais pobre e simultaneamente mais dinâmica do país: o Norte. Segundo o “Jornal de Notícias”, a região tem uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 129%, contra a média nacional de 74%; apesar de ter apenas 23% do território e 35% da população, produz 40% do valor acrescentado bruto do país; tem 50% do emprego industrial; a taxa de desemprego começou a descer a Norte. Infelizmente a região tem apenas 80% do rendimento médio nacional (e é quase 50% inferior ao de Lisboa, que está muito acima da média do país). …
    Daniel Deusdado”

    lg,

    Os dados eram esses à menos de 10 anos. Duvido que tenham mudado muito.
    Só o simples facto da maior parte da indústria estar na região do Norte, já deveria ser indicador suficiente. De qualquer forma, há-de haver aqui neste blog pessoas muito mais capazes do que eu para lhe dar dados concretos, que não os básicos do aicep.

    Nuno,

    Só você é que fica esclarecido com esses números. Até acho esses números baixos.
    O problema é que as sedes das empresas mudaram para o centro de decisão, o que alterou a balança por completo. Lisboa é, naturalmente, uma cidade de serviços e, naturalmente, não produz nada, comparativamente ao resto do país mas, se acha o contrário, aceite a regionalização e veremos quanto tempo dura a festa no Marquês.

  22. Nuno Cardoso da Silva

    Manuel Costa Guimarães, o seu argumento quanto às sedes das empresas é pertinente e deve ajudar a compreender as diferenças. Oxalá houvesse maneira de determinar o VAB relativo ao local de produção e não ao local de contabilização. Mas acho que esta discussão Norte v. Sul já deu o que tinha a dar e que nós temos problemas mais graves a resolver.

    Abraço

  23. José Silva vaz

    Nunca mais acaba esta porcaria da conversa do norte e dos Mouros! Cá por mim podiam ficar lá por cima com os famosíssimos personagens do norte , Luis filipe Meneses, Pinto da Costa , e tantos outros ilustres bimbos defensores da nação Norte poupando-nos a todos ao festival de imbecilidades que este tema recorrentemente suscita,

  24. Manuel Costa Guimarães

    Caro Nuno,

    Sem dúvida alguma que temos problemas mais graves a resolver, mas acho que é nestas alturas que devemos confrontar este género de situações, que considero conjunturais. Não falo da guerrinha Norte vs Sul, mas das desigualdades absurdas do país, além da falta de autonomia das regiões, cidades, municípios, etc face ao poder central.
    Sei bem que o Porto é visto pelo resto do Norte da mesma forma que o grosso do país vê Lisboa: suadouro.
    Acredito que se fosse dada autonomia fiscal às regiões, o país mudaria incrivelmente para melhor.
    Digo-lhe com toda a sinceridade: acho o assunto do spillover, das coisas mais vis e loucas deste país. É roubo puro e é uma artimanha utilizada desde que recebemos dinheiro da Europa.

  25. José Silva vaz, obrigado por demonstrar com esse comentário a mentalidade que evoco no artigo, a que olha com desdém para o Norte. É um excelente contributo para este artigo. Até porque em Lisboa não existem ilustres e compulsivos gastadores, nem corruptos. Em Lisboa não existem azeiteiros (bimbo é o pão!) e de facto Lisboa não é uma nação, porque nunca o foi. Já o Condado Portucalense..

  26. lg

    HÁ menos de 10 anos.

    O PIB não se cria só via indústria. Se há problemas da centralização, isso é outra história. Agora não me venha afirmar percentagens de PIBs que não existem e talvez nunca tenham existido.

    Como habitante do norte com origens sulistas, já também ouvi “elogios” de como no sul não se trabalha tanto como no norte. Aquelas ideias sem fundamento mas tão vincadas em bairrismos extremos.

  27. lg

    O Condado Portucalense era um condado. E era bem mais que a cidade do Porto.

    Ganhou independência e virou a nação que todos nós conhecemos. Nação do Porto realmente não existe.

  28. Manuel Costa Guimarães

    José Silva vaz,

    Num par de frases conseguiu demonstrar a mentalidade aristocrata/colonizadora de Lisboa e o porquê dessa guerra de que fala.
    P.S.: Bimbo é uma marca de pão.

  29. O Condado Portucalense era o Norte, altura em que por Lisboa circulavam os Mouros. Depois de ler alguns comentários que aqui estão, fico sempre com a sensação que D. Afonso Henriques deveria ter ido para Norte em vez de ir para Sul.

  30. Manuel Costa Guimarães

    Caro lg,

    “Agora não me venha afirmar percentagens de PIBs que não existem”. Não afirmei.

    “O Condado Portucalense era um condado. E era bem mais que a cidade do Porto.” Ninguém está a falar do Porto. Aqui fala-se do Norte.
    A partir do momento em que declara a sua independência, passa a ser nação. Acho eu…

  31. lg

    “O Condado Portucalense era o Norte, altura em que por Lisboa circulavam os Mouros. Depois de ler alguns comentários que aqui estão, fico sempre com a sensação que D. Afonso Henriques deveria ter ido para Norte em vez de ir para Sul.”

    “Mário,

    Infelizmente, D. Afonso Henriques queria praia…”

    Com estes comentários não têm muita moral para falar da arrogância centralista. Há quem defenda e bem a região nortenha, há quem responda a prepotência lisboeta com prepotência portuense.

    As nações constroem-se durante séculos e gerações. Nesta altura do campeonato, Porto é tão Portugal quanto Vila Real de Santo António.

    Sobre o PIB, relembro-lhe que atirou uma estimativa na ordem dos 50%, 60%.

  32. Manuel Costa Guimarães

    lg,

    “Infelizmente, D. Afonso Henriques queria praia…”
    O humor não chegou aí, foi?

    “Com estes comentários não têm muita moral para falar da arrogância centralista.”
    Não é a arrogância centralista que incomoda, é o roubo. Por mim, podem ser arrogantes 365 dias por ano, desde que não nos fiquem com o dinheiro.

    Atirei, não afirmei. Aliás, pus esses números em dúvida.

  33. Bruno Gomes

    Eu sou de um vila dos arredores do Porto e este post esta cheio de disparates… Esta mania da guerra Norte-Sul é o que dá! Apreendi que Lisboa foi resgatada como um donzela e não conquistada pelos cruzados estrangeiros! Que foi apenas no Porto do séc XVIII que Portugal passou a ser um importante agente comercial a nível mundial! Antes disso não houve Sefarditas ou muçulmanos que tinham trocas comerciais com o Norte de África, nem descobrimentos que fizeram de Lisboa um dos portos mais importantes do Mundo! Outro tópico importante é o vinho do Porto… Este produto é um símbolo que mostra a hipocrisia da burguesia da cidade do Porto… Um produto produzido pelas gentes do alto Douro e Beirões mas que são sempre esquecidos nestas discussões porque o trabalho “a sério” foi todo feito na cidade invicta! Porque todos nós aprendemos desde pequenos que só no Porto (Braga à Aveiro) é que se trabalha! Os Alentejanos são estúpidos e lentos… os Algarvios? (quem são esses? mouros?) Lisboetas são o inimigo… E os Beirões é quem vive no deserto que tenho de atravessar para chegar a Lisboa… Madeira e Açores nem se fala… Esta malta que valoriza esta guerrinha está sempre a querer mostrar-se como símbolo da descentralização, mas esta constantemente a insultar as outras regiões e a colocar-se num patamar moral superior…
    Comentários: Portugal é um pais com uma historia de séculos e não pode ser analisado apenas pela população original do Condado… Onde ficam os habitantes das ilhas neste contexto? A Galiza é uma região que podia ter-se juntado ao movimento do condado (como o Afonso Henriques tentou) mas nunca o quis! Sempre preferiram ficar onde estavam, por isso não os tragam para esta conversa!

  34. EMS

    Só uma perguntinha. Porque é que a regiâo norte é a que tem o PIB per capita mais baixo de entre todas as regiões?

  35. Manuel Costa Guimarães

    Caro Bruno Gomes,

    Depois desse testamento à diversidade e à paz, depreendo que por si está tudo bem, certo?

  36. Não foi só o Norte que o centralismo de Lisboa secou ao longo dos séculos, mas o Sul também. Vejo que a malta aqui não lê história, pois já os romanos faziam vinho no Alentejo e trocas comerciais com os árabes muito antes de aparecer um Afonso Henriques ou um Marquês de Pombal.
    Lisboa seca tudo à sua volta, seja a Norte ou a Sul.

  37. António

    Caro Mário,
    segui com bastante interesse a hilariante discussão Norte Sul, que ultrapasse qualquer discussão Esquerda – Direita, se bem que o referendo, recusado, sobre a regionalização tenha sido apresentado por um governo de esquerda. Diga-se, que nesse referendo, votei a favor da regionalização e contra o mapa proposto. E faz falta a regionalização, não para criar mais tachos para, mas para a harmonia territorial. Mas isso é outro assunto…
    Vamos ao assunto agora em discussão, a hilariante história Norte Sul e forma provocativa afirmo que o Norte (leia-se região do Porto) e o Sul (leia-se região de Lisboa) são as pontas dos cornos com que se marra no resto do país. Peço desculpa pela linguagem!
    Isto para dizer que estas duas regiões, estão-se nas tintas para o resto do país, à excepção do Algarve no Verão!

  38. Acha um piadao quando certas pessoas dizem “Não há uma necessidade de nos afirmarmos como nortenhos. Dizemos que o somos com orgulho.”
    Ter orgulho de “ser portugues” ou “ser nortenho” ou “ser de Lisboa” ou “ser Alentejano” nao faz sentido absolutamente nenhum. Muitos que o afirmam auto-intitulam-se tal porque nasceram nessas regioes e apenas por isso.
    Ora o modo como eu encaro orgulho e’ por coisas que eu consegui obter ou ser pelos meus proprios meritos.Ter orgulho dos resultados escolares, ter orgulho do trabalho que faco, ter orgulho das escolhas que fiz.
    Nao tenho orgulho em ser portugues porque nao fiz absolutamente nada para o ser. Apenas aconteceu ter nascido filho de pais portugueses.

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