“Dias depois de terem sido conhecidos os resultados surpreendentemente favoráveis da execução orçamental de 2013, cujo sucesso se deveu ao enorme crescimento das receitas fiscais, é possível que exista ainda espaço para mais um imposto! Pelo menos é essa a mensagem que se retira da recente proposta do Bundesbank, o poderoso banco central alemão, de introduzir uma tributação pontual (‘one shot’) sobre a riqueza privada de países com dívida excessiva.”, no meu artigo de hoje no Diário Económico.
“(…) o Bundesbank diz que tem de ser uma acção “one-off”, tomada em circunstâncias extremas. Mas quem garante o que são essas condições…e que elas são irrepetíveis? O mais certo é esse imposto despoletar uma monumental fuga de capitais, seja qual for a explicação dadas pelas autoridades. Com consequências imprevisíveis para a estabilidade do sistema financeiro do país e para o investimento estrangeiro.”, no artigo do Camilo Lourenço hoje no Jornal de Negócios.
O bundesbank defende legitimamente os interesses alemães – em nosso detrimento.
Devemos nós defender os nossos interesses, exigindo uma politica expansionária junto do BCE – em detrimento dos alemães
Alternativamente, podemos estabelecer um sistema de transferências, que coloque ambas as posições num ponto intermédio; Nós implementamos o imposto como eles querem, e eles transferem capital para cá.
É claro que o bundesbank procura defender os seus interesses e por isso sugere um imposto sobre a riqueza, que teria no mínimo as consequências descritas no artigo.
A outra opção que Portugal teria, no caso de não conseguir honrar os seus compromissos, é um default na dívida externa (ou um haircut), os custos seriam provavelmente mais baixos do que os de um imposto sobre a riqueza. Obviamente que esta solução não agrada ao Bundesbank, porque directa ou indirectamente seria envolvido. Mas já era hora de quem corre riscos ao emprestar dinheiro deixar de ser sucessivamente bailed-out pelos contribuintes.
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“Devemos nós defender os nossos interesses, exigindo uma politica expansionária”
Pois a política expansionária da ultima década correu tão bem não foi?
É preciso ser cego.
Um “haircut” era mesmo o que vinha a calhar nesta altura de voltar aos mercados buscar dinheiro para pagar as despesas do Estado …