“Taxa de desemprego e os empregados fantasma do IEFP” de Pedro Romano (Desvio Colossal)
O Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) publica mensalmente estatísticas relativamente ao desempregados envolvidos em programas ocupacionais. Apesar de tecnicamente não terem emprego, estes ocupados não são considerados como fazendo parte da taxa de desemprego (…). Será que é o IEFP que está a baixar artificialmente o desemprego?(…)
O que fiz em baixo é simples. Primeiro, calculei a taxa de desemprego trimestral do INE (oficial). De seguida, utilizei os dados do IEFP para apurar o número trimestral de ‘ocupados’ (média dos três meses relevantes) e fi-los transitar do ‘emprego’ para o ‘desemprego’. O resultado final é uma taxa de desemprego ajustada ao factor ‘ocupados’ do IEFP (nota: por lapso, a taxa ajustada é erronamente apontada como ‘INE’. Obviamente, a taxa ajustada é a que aparece a cor vermelha).
Como é óbvio, a inclusão dos ‘ocupados’ no volume de desemprego altera substancialmente o nível da taxa de desemprego. Mas o comportamento da taxa permanece inalterado: subida acentuada ao longo de mais de um ano e descida abrupta no segundo e terceiro trimestres de 2013. De facto, eliminar o ‘factor ocupados’ apenas faz com que a redução da taxa de desemprego nos dois últimos trimestres passe de 2,1 para 1,7 pontos percentuais.