No Fio da Navalha

O meu artigo de hoje no i. O estado social precisa de excedentes orçamentais e um socialista devia fazer disso uma prioridade política. Por esta razão, embora não vá passar de mera conversa, é provável que ouçamos falar deste tema em 2014.

Excedentes orçamentais

O défice das contas públicas terá ficado nos 5,4%, o que  foi considerado positivo. No entanto, e se o resultado é bom tendo em conta o que se passou no passado recente, está muito longe de ser suficiente. Um défice, independentemente de ser alto ou baixo, significa que se gasta mais do que se recebe. No caso do Estado, quer dizer que este se continua a endividar, quando o montante que deve, já por si, não lhe permite continuar durante muito mais tempo a cumprir as funções que a Constituição consagra.

Tendo em conta este facto tão elementar, é de todo o interesse, para qualquer defensor de um Estado activo e presente, que as contas públicas passem, o quanto antes, a ser excedentárias. Que no fim do ano sobre algum dinheiro para pagar a dívida contraída no passado. No entanto, o que ouvimos é precisamente ao contrário: enquanto os defensores do equilíbrio das contas públicas são catalogados de neoliberais (que ninguém sabe o que quer dizer), já os apologistas de um Estado interventivo não perdem tempo com as minudências do dinheiro.

Não surpreende pois que a credibilidade dos políticos esteja nas ruas da amargura. Se ter contas públicas equilibradas é natural, soa a falso que quem defenda um Estado activo na economia não se preocupe com tal. Soa a oportunismo. Cheira mal. É por este motivo que, apesar de ninguém o ir levar muito a sério, e de ser altamente prejudicial para a classe política, vamos ouvir falar muito de excedentes orçamentais em 2014.

Um pensamento sobre “No Fio da Navalha

  1. k.

    Discutir o eusebio ou o socrates é claramente mais interessante neste blog que discutir politica.

    Enfim.

    Não me parece que alguém à esquerda tenha defendido endividamento ad eternum; De qualquer forma, a realidade irá prevalecer sobre questões politicas.
    Há no entanto, algo que não entendo:

    “por este motivo que, apesar de ninguém o ir levar muito a sério, e de ser altamente prejudicial para a classe política, vamos ouvir falar muito de excedentes orçamentais em 2014.”

    E porque é que é mau falar de excedentes orçamentais? Porque é que isso é prejudicial para a classe politica? Aliás, seria uma mudança de discurso bastante positiva.

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