Quando Não Ter Rumo É Chamado De Novo Rumo

ajsO Tó Zé Inseguro assina esta peça: Um novo rumo para Portugal, que compete em vazio de ideias, ausência de conteúdo e quantidade de baboseiras com o texto do Carlos Zorrinho País improvável. Governo incapaz. Não fazendo uma análise tão detalhada como a que o João Miguel Tavares fez ao texto do Carlos Zorrinho, destaco aqui algumas partes:

  • O Tó Zé afirma que “Portugal deve seguir o caminho da Irlanda e regressar aos mercados de forma limpa” sem propor nenhuma medida para alcançar este objectivo. Na mesma linha, o Tó Zé bem que poderia ter escrito que o líder do PS deveria ganhar a maratona nos jogos olímpicos de 2016 e depois ficar no sofá a ver televisão.
  • O mesmo Tó Zé escreve “Ora, uma das lições das crises que atravessamos é a de que não é possível viver segundo as mesmas regras que causaram estas crises“. E que regras são essas? O Tó Zé não aponta nenhuma no texto, mas é importante referir que o Tó Zé assinou o “Documento de Coimbra” que defende a tese de que o pedido de ajuda internacional se deve ao chumbo do PEC IV; e que se recusou a increver a regra de ouro na constituição.
  • O Tó Zé refere que “O primeiro dever de um político responsável é propor soluções para eliminar problemas, em vez de protestar por protestar.” E que soluções é que o Tó Zé propõe?  A proposta de solução do Tó Zé é “Trabalhar para apresentarmos as bases do programa do próximo Governo de Portugal.” Fico muito mais esclarecido e sossegado.
  • O Tó Zé insiste na tese do sozinhos não vamos lá: “Não há nenhuma solução séria para Portugal que não passe, também, por uma solução europeia.“; e vai mais longe: “porque chegou a hora de dizer bem alto que não há “mais deveres, sem direitos”. Ser membro da Zona Euro exige deveres, mas também implica direitos. A disciplina orçamental é um dever; o benefício à nossa quota-parte do desenvolvimento económico é um direito.” (destaque meu). Isto é, pelo facto do estado não gastar muito mais em despesa do que recebe em receitas, a Europa deve conceder uma parte de desenvolvimento económico a Portugal? Presumo que o Tó Zé queira dizer que quer mais dinheiro…
  • Para terminar o texto, o Tó Zé escreve uma frase do calibre do Carlos Zorrinho, daquelas muito pomposas, que soam bem mas que não significam nada: “Só determinados e com convicções fortes derrotaremos as incertezas que nos rodeiam e edificaremos um novo país.”. Ah bom, como é que nunca ninguém se tinha lembrado disto antes?

4 pensamentos sobre “Quando Não Ter Rumo É Chamado De Novo Rumo

  1. HO

    “A Zona Euro está incompleta e provoca desequilíbrios económicos e injustiças sociais. Faz falta um Banco Central Europeu completo que, a par do controlo da inflação, apoie a economia produtiva. Precisamos de um BCE que empreste dinheiro aos Estados-membros (por via do Mecanismo Europeu de Estabilidade, ao qual seria atribuída uma licença bancária) e não por intermédio dos bancos, aumentando estes os seus lucros à custa do défice público.”

    Assustador. Eu não sou suficientemente inteligente para perceber exactamente o que isto quer dizer – ou, lá por isso, a maioria do texto – mas soa bizarro.

    Uma crítica ao BCE por não implementar uma política mais acomodatícia, falhando persistentemente o target, faz, a meu ver, todo o sentido. Ou até sugerir um target que torne a política mais monetária mais efectiva a amaciar o business cycle. O que o homem sugere, parece-me que por ignorância absoluta do mecanismo monetário, é que o BCE seja um banco de fomento que monetize dívida soberana.

    A incapacidade de políticos como este em criticarem a política monetária do ECB com argumentos sérios e não papagueando devaneios analfabetos torna estas críticas contraproducentes. Mais valia que estivesse calado.

  2. JP

    Para mim o Tó-Zero é uma de três coisas:
    -Uma pessoa com problemas cognitivos profundíssimos
    -Um excelente actor
    -Um demagogo incapaz

    Um sujeito que projecta as suas possíveis responsabilidades futuras acreditando ser capaz de produzir qualquer alteração de monta na Europa, a partir de um país minúsculo e desprezado como o nosso, de rastos, ajoelhado a mendigar para pagar salários à FP e aos reformados, é de alguém que, não sendo demagogo nem actor, tem necessariamente de ter um défice cognitivo só encaixável algures no extremo esquerdo da curva de distribuição do QI. Ou então é apenas um politico descarado, destes que ora apontam o dedo à Merkel e logo a seguir dizem que ela (não diz que é ela, mas sim a Europa, o que também é sintomático) tem a obrigação solidária de nos apoiar e sustentar, o que já entra por outros campos de análise.

    Quanto às peças de teatro que produz, faz-me lembrar aquelas pessoas que guiam os automóveis fazendo grandes percursos em primeira e segunda velocidade, provocando muito aquecimento, fumo, barulho, e quase nenhum deslocamento, além do ridículo.

    E o que vem a seguir a ele pouco mudará.

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