Sobre a evolução do socialismo

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Em 1789, principiado na Revolução Francesa e perpetrado durante o Reino de Terror, os jacobinos e os proto-socialistas em formação ideológica acercavam-se da vida dos outros através da guilhotina. Factura: aproximadamente 100 mil execuções.

Em 1917, na Revolução de Outubro, os bolcheviques recorreram às execuções por carabina para dizimar a família real, os tsaristas, aristocratas e contra-revolucionários, um termo da dialética marxista que servia bem o propósito de açambarcar todo e qualquer opositor à evolução socialista. Factura: 9 milhões de baixas devido à guerra civil.

Entre 1932 e 33, a União Soviética encontrava uma forma simples e eficaz de dizimar milhões de kulaks e, especialmente, de ucranianos. A fome. Factura: 3 milhões de pessoas, segundo os registos soviéticos.

Entre todo o período de governação estalinista, de 1922 a 1953, a União Soviética complementava a morte à fome, por falha do sistema colectivista de produção agrária, com a construção do canal do Mar Branco, com os gulags e com as execuções sumárias da troika e do NKVD. Factura: aproximadamente 20 milhões de pessoas, de todas as raças, cores, credos e religiões.

Entre 1944 e 1954, Hoxha mandou executar mais de 25 mil albaneses.

Em 1956, no início da Revolução Cubana com o alto apoio do Santo Ernesto, termo carinhoso para apelidar Che Guevara, foram executadas, a mando do próprio, mais de 2000 pessoas, e muitas mais morreram na guerra civil.

Entre 1960 e 63, Mao, observando o enorme sucesso da reforma agrária e da colectivização, decide fazer o mesmo e sentencia milhões de chineses, que morrem à fome. Factura: 45 milhões de chineses.

Entre 1975 e 1978, durante o reinado de Pol Pot no Cambodja, estimam-se que 1.6 milhões de pessoas terão morrido, das quais uma significativa parte foi resultado dos campos de morte e de trabalho colectivo e outra parte devido à repressão política.

2013. Os paleomarxistas sugerem a morte por AVC a todos aqueles que deles discordem. Registe-se a evolução tecnológica no processo de execução dos dissidentes.

78 pensamentos sobre “Sobre a evolução do socialismo

  1. NCM

    Mas os dissidentes são eles meu senhor, vocês é que são a cara do sistema, para quê tanta hipocrisia?

    Já agora, a vossa santa mãe igreja dá cabazada e essa malta toda que junta que referiu. Entre vocês e os socialistas, venha o diabo e escolha. A única diferença é que são os senhores que legitimam que se deixem morrer pessoas em nome do livre-mercado. How motherfucker is that?

  2. Ricardio

    Essa dos medicamentos Varfine/Artane faz lembrar o que se passa com certos bens no país de um certo senhor de fato-de-treino.

  3. Aliás, o argumento serve para tudo, para além do Varfine/Artane. Como é possível que Pingo Doce ou Continente vendam os seus alimentos a preços tão elevados visto que existe fome no mundo? Deviam, com toda a naturalidade que deriva da ausência de conhecimentos de economia de um marxista, oferecê-los.

  4. Pois É!

    Não é nem novidade, nem exclusivo da Esquerda… Vejamos… Com a discrição pormenorizada do lado “Esquerdista” do ultimo seculo com certeza, isto foi um LAPSO TEMPORAL… Ou será mesmo “MEMORIA SELECTIVA” ou desconhecimento ACADEMICO?! Fico-me pelos “Diplomas comprados na farinha amparo”…

    Eisenhower’s Holocaust – His
    Slaughter Of 1.7 Million Germans

    http://www.rense.com/general46/germ.htm

  5. Pingback: A História é o que a malta quiser – Aventar

  6. Comunista

    “If, as Roy Medvedev and others have written, the Khrushchev-era rehabilitations included the vast majority of those arrested in the Thirties, then we now have something resembling solid numbers on Stalinist repression. It is not clear whether the 612,500 rehabilitations include those arrested in the Forties and Fifties, or pertain only to the period of the Great Purges of the Thirties. In either event, if these figures are accurate, we might presume that the total number of arrests in the Great Purges was well under a million and the total number of executions was near 31,000. Readers might be interested to know that Mr Conquest in his classic The Great Terror estimated, in a series of curious extrapolations from literary sources, some seven to eight million arrests and roughly one million executions. Conquest’s arrest estimates would appear to be high by about elevenfold; his execution guess by a factor of nearly 32. Even if some of the 612,000 arrested were subsequently shot – and we know this sometimes happened – it is clear that Conquest’s estimates are, as we Americans say, not even in the ball park, while those of the revisionists are closer to the mark. Once again, archival evidence has contradicted rumours and stories. Of course 31,000 executions are in no way ‘better’ than a million and the lower numbers must not diminish the moral revulsion we feel at this criminality. Lives were taken and ruined on a massive scale. At the same time, it seems important to be accurate and careful in our scholarship and to avoid inflating the truth for polemical purposes.”

    J. Arch Getty
    Riverside, California

    http://www.lrb.co.uk/v09/n02/j-arch-getty/starving-the-ukraine

    http://en.wikipedia.org/wiki/J._Arch_Getty

  7. Pimba

    Curioso como ilustram tal artigo com uma foto dos Massacres de Bodo League, perpetrado contra uns 200.000 esquerdistas…
    “Os Massacres de Bodo League (Hangul: 보도 연맹 사건; Hanja: 保导联盟事件) foi uma sequência de massacres e crimes de guerra contra os suspeitos de serem comunistas e simpatizantes de esquerda que ocorreram no verão de 1950, durante a Guerra da Coreia. As estimativas do número de mortos variam. Segundo Kim Dong-Choon, Alto-Comissário da Comissão da Verdade e Reconciliação, pelo menos 100.000 pessoas foram executadas por suspeita de apoiar o comunismo; outras fontes estimam 200.000 mortes. O massacre foi erroneamente atribuído aos comunistas por décadas.” mas ninguém avisou os insurgentes ainda!
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacres_de_Bodo_League

  8. o tário

    esta é a resposta do mário? que fraquinho…
    no mundo da informática seria o equivalente a um… deixe lá ver, windows95!

  9. otário, achei curioso que João José Cardoso usasse o termo “informático” num tom pejorativo, como se tivesse algo de inferior ou insultuoso. Não tem, até porque foram os informáticos que lhe permitiram palrar a bojarda de disparates com que nos contempla no seu blog, embora não tenham conseguido prevenir que as estenda aos pobres dos seus alunos que, coitados, devem sonhar com o cheque-ensino para dali se pirarem. Pouco coerente com a defunta ideologia que apregoa, essa acusação de classes, já agora. Em segundo lugar, denota também a sua (e a dele) falta de astúcia. É que para além de engenheiro informático, também sou economista.

    Pimba, correcto, a imagem é do massacre de comunistas. A foto ainda constava de um site com as vítimas do comunismo e, tal como refere, estava lá por engano.

  10. Informação gratuita: na minha cidade o cheque-ensino, modalidade falsos contratos de associação, vigora há 20 anos. Só anda na escola pública quem quer, ou não foi corrido de uma privada gratuita.
    E não me refiro a informáticos com desprezo, muito pelo contrário, há bons profissionais que conhecem o google images e há quem faça copypaste de sites tão mentirosos que transformam a foto de um massacre de comunistas coreanos num massacre cambodjano (sendo que Pol Pot começou por limpar o sebo aos comunistas pró-soviéticos, é o que sobra ali de realidade). Mas lá está, falsificar a História às vezes dá jeito. Até chamar proto-socialista a liberais, se for preciso.

  11. Miguel Noronha

    Em que cidade é que isso acontece? É que na minha cidade que quer colocar os filhos em escolas privadas para além do que já desconta em impostos tem de pagar também as mensalidades. Mudo-me já.

  12. Coimbra, como foi oportunamente denunciado numa reportagem da TVI. Todos os colégios privados têm contrato ilegal de associação.
    Eu com os meus impostos sustento instituições religiosas, a empresa de um ex-deputado do PS, e outras maravilhas onde para se ser professor um cartão laranja é fundamental.

  13. Miguel Noronha

    Ilegal? Nesse caso faça já uma queixa à PGR.
    Mas não sabia que era a única pessoa que pagava impostos em Coimbra. Provavlemnte os pais que colocam os filhos em instituições religiosas andam a viver à sua conta. Se calhar era melhor cada um pagar a sua conta. Assim já não tinha de pagar a escola dos filhos dos outros.

    Na minha cidade não tenho esse tipo de previlégio. Imagine que tenho de pagar a mensalidade da minha filha mais velha (que anda num colégio religioso) e ainda tenho de pagar pelos filhos dos outros que frequentam a escola pública.

  14. Francisco Colaço

    Chicago ou Nova Iorque. Escola pública e escolas católicas. Mesmos públicos. Mesmos extractos sociais do corpo discente. Mesmo tipo de pais.

    Resultados totalmente diferentes. Umas na metade inferior dos rankings, outras na metade superior.

  15. Francisco Colaço

    Mário,

    Se se deixar o comunismo em roda livre, eles controlam os seus próprios números.

    Temos de nos assegurar que as vítimas do comunismo são comunistas, e retirar os que não o são do escabroso rol. Isso é a coisa difícil, porque do resto, eles purgam-se por si.

  16. João José Cardoso, a imagem foi retirada de um site que, erroneamente, a classificou como vítimas do comunismo (indirectamente, são-no). Reconheço a minha incapacidade de identificar correctamente todos os genocídios. Foram demasiados para a contabilidade de uma só pessoa.

  17. Rinka

    Curiosamente… O Pol Pot foi derrubado pelos Comunistas… Ai esses erros de História Asiática.
    Dizem que a Coreia do Norte é Comunista (o Juche não é sequer referido) esquecem-se deste caso no Camboja, falam do tal massacre como se fosse de Comunistas… Enfim…
    Era bom estudarem primeiro, antes de falarem

  18. Miguel Noronha

    O Pol Pot era comunista e foi derrubado por comunistas vietnamitas num belo exemplo de uma acção unilateral sem apoio da ONU. Por sua vez os comunistas do Vietname já haviem feito as suas purgas embora numa escala incomapravelmente menor à dos cambodjanos. Foram só umas dezenas de milhar.
    Essa da Coreia do Norte não ser comunista é muito boa. A doutrina “Juche” é apenas uma adaptação local para reclamar o “grande líder” entre os “génios” do pensamento a par de Marx, Engels ou Lenine.

  19. Miguel Noronha

    Outra exemplo de comunistas a invadiram comnunistas. A guerra entre a Somália (de Siad Barre) e a Etiópia (governada pelo Derg) no final dos anos 70. Cada qual já com extensa lista de purgas internas. A mudança do apoio dos soviéticos dos primeiros para os segundos foi decisiva.

  20. Rinka

    O Pol Pot era comunista e foi derrubado por comunistas vietnamitas num belo exemplo de uma acção unilateral sem apoio da ONU. Por sua vez os comunistas do Vietname já haviem feito as suas purgas embora numa escala incomapravelmente menor à dos cambodjanos. Foram só umas dezenas de milhar.

    Errado: O Pol Pot era um nacionalista Khmer que não tinha qualquer ideal comunista. A tal ponto que o Vietname até o atacou (como disse) de uma forma preventiva, porque o Pol Pot queria derrubar o Comunismo Vietnamita e instalar um governo Khmer.
    Essa da Coreia do Norte não ser comunista é muito boa. A doutrina “Juche” é apenas uma adaptação local para reclamar o “grande líder” entre os “génios” do pensamento a par de Marx, Engels ou Lenine.
    Não é uma doutrina qualquer. É uma singularidade local que os afasta do Comunismo

  21. O fanatismo é uma delícia, sobretudo naquela parte em que temos sempre razão, mesmo que para isso se pense sobre os impostos o mesmo que um João V, lá está, o velho absolutismo pré-capitalista e ferozmente anti-liberal.
    Guerras e genocídios é coisa de comunas, só pode. As duas guerras mundiais, para não ir mais longe, foram eles, foram eles, foram eles.
    Já agora: o Pol Pot a determinada altura encostou-se à China, que gostava pouco dos Vietcongs, e daí ser associado a um comunismo que nunca lhe passou pela cabeça.. A mesma China que hoje vai comprando EDP’s, que o regime não mudou desde a década de 40.

  22. Miguel Noronha

    “O Pol Pot era um nacionalista Khmer que não tinha qualquer ideal comunista”
    Experimente ao menos ler algo sobre o Pol Pot. Ele e outros altos quadros do Partido Comunista do Kampuchea foram inclusivamente membros do Partido Comunista Francês (que na altura era a potência colonial).

  23. Miguel Noronha

    “Não é uma doutrina qualquer. É uma singularidade local que os afasta do Comunismo”
    Mais uma vez leia algo sobre a doutrina. E a hereditariedade não é um exclusivo da Coreia do Norte.

  24. Miguel Noronha

    ” A mesma China que hoje vai comprando EDP’s, que o regime não mudou desde a década de 40.”
    Acho sempre piada a estes assomos nacionalistas.

  25. Rinka

    Experimente ao menos ler algo sobre o Pol Pot. Ele e outros altos quadros do Partido Comunista do Kampuchea foram inclusivamente membros do Partido Comunista Francês (que na altura era a potência colonial).

    Foram membros, não significa que fossem comunistas. Até lutaram contra os vietcongs.

    Mais uma vez leia algo sobre a doutrina. E a hereditariedade não é um exclusivo da Coreia do Norte.

    A Hereditariedade apenas mostra que são uma República Dinástica, isso ironicamente até os afasta do ideal Comunista da escolha do líder pelo Politburo

  26. Miguel Noronha

    “Foram membros, não significa que fossem comunistas. Até lutaram contra os vietcongs”
    Claro que não. Ele apenas militou várias anos e fundou um partido comunista por distração. Se conhece algo sobre a história do comunismo provavelmente também deverá saber sobre as dissenções e guerras internas. Já lhe dei um exemplo mais atrás mas se precisar dou-lhe outros.

    “A Hereditariedade apenas mostra que são uma República Dinástica, isso ironicamente até os afasta do ideal Comunista da escolha do líder pelo Politburo”
    Claro. A escolha do Raul Castro é algo completamente diferente.

  27. Aos comentadores revisionistas cá do burgo, uma questão: presumo também que o estalinismo não seja comunismo, o maoismo não seja comunismo, o castrismo não seja comunismo and so on and so forth, é isso? Basicamente, comunismo é o que vocês decretarem.

  28. k.

    O post original tenta apenas dar uma visão ideológica da longa história dos genocidios humanos “são de esquerda, logo são uns maus”.

    O problema, é que da esquerda à direita, por cima e por baixo, massacres foram feitos – a única coisa que os liga é a capacidade que temos de nos desumanizar. Mas é claro, culpar esses “socialistas” dá mais jeito que a verdade.

    http://en.wikipedia.org/wiki/Genocides_in_history

  29. lucklucky

    Khmer “ROUGE”….hmm o que será que vermelho quer dizer? decoração natalícia?

    http://en.wikipedia.org/wiki/Communist_Party_of_Kampuchea

    Não tarda o PCP também não é Comunista.
    Não seria de admirar, só no Comunismo se muda de defensor do povo para inimigo do povo e um pelotão de fuzilamento sem nada mudar…

    “O fanatismo é uma delícia”

    Nota-se facilmente na Esquerda que quer os outros mortos, com balas ou avc’s

  30. k.

    “Nota-se facilmente na Esquerda que quer os outros mortos, com balas ou avc’s”

    Two can play that game:
    A direita também gosta das balas “em nome da nação”, mas se isso dá muito trabalho, usa a câmara de gás

  31. k., faz bem em recordar o nazismo, partido nacional-socialista. Eram grandes adeptos do intervencionismo estatal.

    Mas numa coisa tem razão, esquerda e direita gostam do Estado e da intervenção estatal. Daí que sejamos liberais. Do centro radical.

  32. k.

    “Mas numa coisa tem razão, esquerda e direita gostam do Estado e da intervenção estatal. Daí que sejamos liberais. Do centro radical.”

    Portanto fãs do genocidio descentralizado, como no ruanda ou na somália.

  33. k.

    “Lembrei-me que os genocídios no capitalismo são chamados de acidentes industriais.”

    Sendo acidentes, podem ser crimes por negligencia ou desobediencia de leis, mas dificilmente entram na definição de genocidio

  34. jhb, nem mais. Até porque na USSR não aconteciam acidentes industriais, não era? Aliás, na construção do canal do Mar Branco, o brinquedo de Stalin, nem morreram quase 1 milhão de pessoas…

  35. k.

    “Mário Amorim Lopes em Dezembro 16, 2013 às 16:16 disse:
    jhb, nem mais. Até porque na USSR não aconteciam acidentes industriais, não era? Aliás, na construção do canal do Mar Branco, o brinquedo de Stalin, nem morreram quase 1 milhão de pessoas…”

    Fonte?

  36. lucklucky

    “A direita também gosta das balas “em nome da nação”, mas se isso dá muito trabalho, usa a câmara de gás.”

    E tivemos a mentira habitual …espero que seja devido a ignorância e não devido às lições de propaganda.

    NAZI: Nacional Soci@lista. Soci@lista.

    São os teus competidores no desejo de controlar a vida dos outros e atacar os diferentes, por isso se odeiam como clubes rivais do mesmo campeonato.

    Controlar os outros nos mais diversos aspectos da vida deles. É que Comunistas, Nazis, Fascistas, Fanáticos Religiosos de diversas cores querem, a que agora se deve juntar a Democracia Totalitária.

    E quanto mais diferentes forem os outros mais risco colocam à “igualdade” desejada.

  37. k.

    lucklucky em Dezembro 16, 2013 às 16:27 disse:
    E tivemos a mentira habitual …espero que seja devido a ignorância e não devido às lições de propaganda.

    Você ainda tem de comer muita cerelac..

    Explique-me em que ano a BMW que construia motores de avião foi nacionalizada?
    Ou a bayer que fornecia zyclon para as camaras de gás, em que ano os nazis a nacionalizaram?
    Ou a Krupp que fazia tanques? Em que ano a nacionalizaram?

  38. Quem evocou a morte por acidente industrial não fui eu. São acidentes que acontecem e que não são imputáveis ao mercado livre ou ao Estado. Acontecem frequentemente quando o grau de desenvolvimento do país, das suas empresas e das suas instituições, é muito atrasado. Dar o exemplo do canal do Mar Branco foi só para refutar o pobre argumento do jhb: “Lembrei-me que os genocídios no capitalismo são chamados de acidentes industriais.”

  39. k., não diga disparates. As empresas estavam todas sob a tutela do Reich, não tinham autonomia de produção. O Zimmerman, um dos planeadores económicos dos Nazis, orientou toda a economia para a produção militar, naquilo que ficou intitulado de Keynesianismo militar. Mais. Zimmerman era manifestamente contra o capitalismo. Sob um pseudónimo (Ferdinand Fried) ele escreveu o livro Das Ende des Kapitalismus (O fim do capitalismo).

  40. k.

    “k., não diga disparates. As empresas estavam todas sob a tutela do Reich, não tinham autonomia de produção”

    O mesmo sucedeu no UK e nos EUA – paises insuspeitos de ser socialistas. Bem, pelo menos o UK. Os EUA tinham o roosevelt, esse bandido keynesiano.

  41. k.

    “Uma vez mais, a insinuação de que os autores do genocídio eram empresas capitalistas foi vosso. Quando não foi. Foram Estados.”

    Exacto, estados cuja organização utiliza instrumentos capitalistas.

    E o meu comentário original advem do facto de pelos vistos por este blog, tudo o que é mau é necessáriamente “socialista”. Uma teoria do género, se não estás comigo, estás contra mim – uma realidade utilizada por radicais.. que também eles criaram muitas mortes pelo seu radicalismo.

    Mas não espero que isto lhe cause espécie, afinal:


    Mário Amorim Lopes em Dezembro 16, 2013 às 15:51 disse:
    Do centro radical.”

  42. jhb

    “Até porque na USSR não aconteciam acidentes industriais, não era?”

    Capitalismo de estado, caro Mário, capitalismo de estado.

  43. joao

    o PCP tem tanto orgulho na sua história e do internacionalismo comunista que quando vai a votos esconde as siglas PCP e a foice e o martelo. Ate´os comunas têm vergonha de o ser.

  44. Pingback: History DIY – Aventar

  45. lucklucky

    “Explique-me em que ano a BMW que construia motores de avião foi nacionalizada?
    Ou a bayer que fornecia zyclon para as camaras de gás, em que ano os nazis a nacionalizaram?
    Ou a Krupp que fazia tanques? Em que ano a nacionalizaram?”

    Quando foram impedidas pela força do Estado nacional Soci@lista de dizer Não.
    Descubra o que aconteceu à Junkers por exemplo.
    Em muitas como a Krupp e a IG Farben simplesmente os seus proprietários eram ou tornaram-se apoiantes Nazis. Não é aliás de admirar que as políticas Keynesianas de Hitler agradassem a boa parte dos industriais.

    Se soubesse mais poderia ter dito que contrário ao programa NAZI http://en.wikipedia.org/wiki/National_Socialist_Program , os Nazis “privatizaram” de facto várias empresas e bancos para obtenção de receitas para o rearmamento em operações direccionadas para a clique Nazi, e várias organizações estatais e privadas foram simplesmente entregues ao Partido que tomou conta de várias funções do estado.
    Isso não aumentou a liberdade na economia Alemã, pelo contrário , pois mais e mais metas de produção, e preços de produtos passaram a ser definidas pelo governo.
    Sem esquecer a sempre presente cartelização que já vinha de antes de Hitler.

    A questão é sempre o controlo que determinadas pessoas julgam que têm direito sobre os outros e a extensão deste controlo.

  46. Pergunta para a ala liberal: John D. Rockafeller também conta como socialista ou nazi?

    É que, as far as I know, esse ícone liberal tinha uma parceria de longa com essa mesma IG Farben, parceria essa que se prolongou durante a 2GM e que ajudava, entre outras coisas, a manter as câmaras de gás a funcionar.

    Usando da “generalização”, tão insistentemente usada e abusada durante essa discussão, posso partir do exemplo “isolado” para concluir que todos os liberais são iguais e que, como tal, se tratam de colaboradores de assassinos de extrema-direita nacional-socialista? Parece-me igualmente legítimo metê-los todos no mesmo saco como aqui alguns tentam meter tudo o que é esquerda no mesmo.

    Pobres judeus, vítimas da criminalidade liberal neo-nazi da Standard Oil…

    http://web.mit.edu/thistle/www/v13/3/oil.html
    http://forum.prisonplanet.com/index.php?topic=238633.0
    http://theamericanchronicle.blogspot.pt/2012/02/treason-of-standard-oil-exxon-during.html

  47. lg, devemos andar a ler coisas diferentes. Desse site:

    A compelling citation dated 1947 was found by the exceptional researcher Stephen Goranson. Here a version of the quote is attributed to Stalin and some details of the setting are specified [STL1][STL2]:

    In the days when Stalin was Commissar of Munitions, a meeting was held of the highest ranking Commissars, and the principal matter for discussion was the famine then prevalent in the Ukraine. One official arose and made a speech about this tragedy — the tragedy of having millions of people dying of hunger. He began to enumerate death figures … Stalin interrupted him to say: “If only one man dies of hunger, that is a tragedy. If millions die, that’s only statistics.”

  48. Dúvidas. Refere bem. O que o artigo diz é que, ao contrário do que aqui é apregoado, não é certo que a frase não pertença a Stalin. O artigo desmente, portanto, isto:

    “Frase mal atribuída a Estaline.”

    Porque se aquela citação é verdade, a frase está bem atribuída a Estaline. Por muito que lhe doa.

  49. lg

    Parabéns pelo spin. Se até nesse site que deu, apenas uma única fonte suporta essa citação, bem atribuída não me parece… mas outros terão outros standards.

    A mim não me doí nada. Porque haveria? Ah, deve ter assumido que defendo o homem. Mais honestidade na argumentação. 😀

    Não preciso de recorrer a frases cinematográficas para resumir as atrocidades de Estaline.

  50. Da página que referiu:

    But Note: “When one man dies it is a tragedy, when thousands die it’s statistics.” This is the exact quote from the McCullough biography of Truman, books.google.de According to the citation in that book, McCullough got it from page 278 of the book “The Time of Stalin: Portrait of Tyranny”, by Anton Antonov-Ovseyenko. McCullough quotes Stalin as having said this to Churchill at Teheran. “Churchill had been arguing that a premature opening of a second front in France would result in an unjustified loss of tens of thousands of Allied soldiers. Stalin responded that ‘when one man dies it is a tragedy, when thousands die it’s statistics'”.

    Em suma, não há sustentação suficiente para que vossa vir dizer, com a certeza que disse, que a frase foi mal atribuída a Stalin. Está em aberto.

  51. Convém ler sempre os comentários, sobretudo quando o autor do post os aplaude, e nem se torna necessário ler alemão:

    The saying may draw on a writing of Kurt Tucholsky from 1925 (and in at least three later printings), Französischer Witz. A French diplomat is represented as saying, “Der Krieg? Ich kann das nicht so schrecklich finden! Der Tod eines Menschen: das ist eine Katastrophe. Hunderttausend Tote: das ist eine Statistik!” (Tucholsky, Gesamtausgabe, Band 7, Text 136, page 375).

    e depois o plágio:

    The passage in Erich Maria Remarque’s novel The Black Obelisk (1957) goes:
    “It’s strange, I think, all of us have seen so many dead in the war and we know that over two million of us fell uselessly–why, then, are we so excited about a single man, when we have practically forgotten the two million already? But probably the reason is that one dead man is death–and two million are only a statistic.”
    (page 107 in the 1958 Crest paperback reprint)

  52. Francisco Colaço

    k.,

    Você usa uma pistola para matar uma mulher. A pistola, manipulada por si, e sem qualquer vontade própria, dispara uma bala que não pediu para ser disparada. Esta impacta na mulher a alta velocidade, penetra na sua pele, disrompe os órgãos vitais. A morre após a penetração da bala e sem dúvida por causa dessa penetração.

    A culpa é da bala?

  53. Francisco Colaço

    João José Cardoso,

    O Estaline até não pode ter sido o autor da frase. Mas pelo que parece utilizou-a em anuência clara. O homem do lápis azul não era flor que se cheirasse e lá teria as suas leituras nas noites longas do inverno russo.

    Saber quem é o autor da frase é coisa menor.

  54. Francisco Colaço

    João José Cardoso,

    As suas duas últimas frases são disconexas e ininteligiveis, e terá de as pontuar melhor. Reconheço que estava num esforço de reflexão e que escreveu à velocidade do pensamento, e isso pelo menos uma vez na vida dá caca para cada um de nós.

    Posso inferir pelo texto que considera que o Estaline era homem de parca inteligência?

  55. Se as acha desconexas (exactamente como se escreve em português, parafraseando Pessoa em situação similar) e ininteligíveis, e ainda por cima mal pontuadas, resta-me um conselho e uma constatação: há prontuários ortográficos baratuchos no mercado, as gramáticas andam mais caras, e verifico que com Estaline mantém uma não pouco parca confluência.
    Resta-vos a consolação de o Hitler, sendo ainda menos inteligente, também não ter entendido como a foz que cruza a imbecilidade com a vocação para a artimanha engrossa o caudal de um rio que desagua sempre no mesmo mar.
    Tudo uma questão de tempo, e de marés.

  56. Rúben Lopes

    http://aventar.eu/2013/12/15/a-historia-e-o-que-a-malta-quiser/

    Resposta engraçada. É verdade que os jacobinos não eram “proto-socialistas” e que as medidas tomadas (a “regulação dos preços; a paranoia e o Terror) surgiram devido à inevitabilidade de destruir um sistema completamente contrário aos que os revolucionários queriam e devido ao estado de guerra em que o país se encontrava (tanto no exterior, como no interior da França). Mas o mais “giro” da resposta foi isto: «…os ditos neoliberais portugueses de hoje no séc. XIX fariam felatios ao Miguel usurpador da coroa, e século fora estariam ao lado da velha aristocracia que resistia à chegada do capitalismo.»

    OOOHHHHHHHHH! ELE DISSE FELATIO! QUE HORROR! Mas pondo as piadinhas de lado, podemos visualizar vemos que o conhecimento da história das ideias políticas do senhor Cardoso é limitada aquela dos manuais do 11º ano da escola “pública”. Eu que não sou “neo-liberal” (visto que o termo foi criado por Alexander Rustow para denominar o liberalismo de Estado do século XX, contrário ao liberalismo radical, “manchesterita” e anarquizante de certos pensadores não muito famosos do século XIX – que hoje é defendido apenas por um pequeno bando de lunáticos como eu -; pensadores esses que não viam nada de “liberal” nas economias do século XIX), digo-lhe que aquilo que se chama de liberalismo não surgiu na Revolução Francesa. Já ouviu falar de John Lock? Da Revolução Americana? Das diferenças entre os vários liberalismos?

    Aliás, não nos esqueçamos de famosos liberais portugueses, grandes defensores do proteccionismo, como por exemplo Oliveira Marreca e José Estevão, e da famosa facção da “esquerda liberal” dos Setembristas, fortes críticos da “anglofilia” e também ferrenhos defensores do proteccionismo industrial. Sim, porque ao contrário da pseudo-história que você acredita, não havia “livre-câmbismo” no século XIX português. E estes liberais nada têm a haver com os liberais do Insurgente. Os artigos da Análise Social do ICS (disponíveis online) clarificam mais esta questão. Veja isto: http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223032382B5tXL6eg2Iw05ZL2.pdf

    e isto: http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223027312I0xPD7et0Mj74GB6.pdf

    e isto: http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223994594T9tAE0rw5Ub64KJ8.pdf

    e isto: http://pedrolains.typepad.com/pedrolains/files/lains_1986.pdf

    E ainda melhor, veja isto, que pode ser algo também chocante para muitos membros dos 2 lados:

    http://libertarianismoedarwinismo.wordpress.com/2013/09/04/o-mito-do-estado-liberal-do-seculo-xix-liberalismo-classico-como-oposicao-e-esquerda/

  57. Rúben Lopes

    “Quem comenta uma publicação em local alheio não merece resposta.”

    Pois ainda bem. Dá-nos mais alegria perder-mos tempo na casa de banho.

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