Felicidade Ineficiente

Este vídeo, breve e elucidativo, dispensa grandes comentários.

É uma pequena amostra daquilo que pode acontecer a uma sociedade que escolha assentar o seu desenvolvimento desligando-o e desenraizando-o dos factores humanos que lhe deveriam dar fundamento e motivação. Ao descartá-los pela própria cegueira de um progresso que é carimbado pelos famosos “índices de felicidade”. Uma felicidade muito duvidosa que parece querer ignorar a desorganização da vida privada e a debilidade dos laços intergeracionais subalternizados.

Esta é uma realidade que se encontra negligenciada por uma rotina sem tempo e sem espaço para a reflexão, para o lazer, para o sacrifício pessoal e para a entre-ajuda na própria família, dos mais novos aos mais velhos.

*Vídeo partilhado no blog Portugal Contemporâneo (http://portugalcontemporaneo.blogspot.pt/2013/10/em-guerra.html)

20 pensamentos sobre “Felicidade Ineficiente

  1. Jaques Towakí

    O Milton Friedman disse que ninguém gasta o dinheiro de outrem tão cuidadosamente como gasta o seu próprio dinheiro. Eu acrescentaria que ninguém cuidará dos familiares dos outros tão bem como cuidaria dos seus próprios familiares.

    Na citação do Friedman é uma questão de ter “skin in the game”; na minha frase é uma questão de ter “blood in the game”.

  2. Fil

    Arriscaria dizer que este video não deverá causar grande impacto em muitos dos que aqui publicam e comentam. A mim causou. Nas suas cabecinhas ultra liberais e cheia de rácios de eficiência e rentabilidade, é por tudo nas mãos de privados e liquidar o Estado Social. Os idosos que fiquem na rua empilhados para ocupar menos espaço, essa massa não-produtiva e despesista. Tomara nunca vejam o mundo como, estúpida ou ingenuamente, o idealizam, para o bem deles e dos deles.

  3. Francisco Colaço

    Fil,

    O Fil deixaria a sua mãe na rua para ocupar menos espaço?

    Se a resposta é positiva, então percebo porque diz precisar do Estado: para passar as culpas e abandonar os seus progenitores, fisica e emocionalmente.

  4. Lucklucky

    Fil deve achar que os outros são “estupidos ou ingénuos” que não sabem que o que você quer é poder sobre os outros.
    Como por exemplo matar uma criança por motivos económicos é Estado Social com direito a serviço pago no SNS.

  5. Fil

    Francisco e lucklucky, antes de virem a correr tão apressadamente enfiar a carapuça das vossas convicções, convinha ler e interpretar, não?

    Francisco, o que é que deixar a mãe na rua se relaciona com o que eu disse? Mas que disparate é esse? O que eu quero é idosos que pelo facto de serem pobres, assim como os seus dependentes, não sejam privados de serviço de saúde ou condições decentes e dignas. Espero que ao menos tenha entendido a infelizmente sentida ironia da frase “Os idosos que fiquem na rua empilhados para ocupar menos espaço, essa massa não-produtiva e despesista”.

    lucklucky, eu quero poder para quê? e que história é essa de matar uma criança por motivos económicos? A que propósito vem isso. O seu comentário é daqueles que enfim…sem comentários mesmo.

  6. Joaquim Amado Lopes

    Fil,
    Quando vi o vídeo, intuí que diferentes “cabecinhas”, de “ultra liberais” (o que quer que isso signifique) a “ultra outra-coisa-qualquer”, tirariam conclusões completamente diferentes e que alguns não perceberiam minimamente a mensagem do video. O seu comentário demonstra que é um dos últimos.

    Reveja o vídeo e releia os comentários do Jaques Towakí e do Francisco Colaço. Pode ser que alguma coisa entre nessa sua “cabecinha ultra outra-coisa-qualquer”.

  7. Fil

    * mesmo.

    Nota: Tem graça porque o meu comentário adivinhava que alguns não ficassem muito sensibilizados, o que não previa era que nem sequer entendessem. Pelo menos sempre se vão apresentando.

  8. Fil

    E Joaquim, você intui tanto como eu, já agora, e com o mesmo direito, entende pior ou melhor o que vê e lê, dependendo das suas capacidades. Você acha que eu não entendi, eu fiquei convencido que você não entendeu, mas fica à opinião de cada um de nós, vale o mesmo porque nem o conheço. Como não lhe chamei nada directamente, escusa você de me chamar ultra qualquer coisa, porque nem é o caso, acredite. Enfie você a carapuça que melhor lhe servir.

  9. Joaquim Amado Lopes

    Fil,
    O vídeo tem a ver com a desumanização da sociedade actual potenciada pela desvalorização do papel da família, que deriva da orientação para o consumismo (que é sustentado por cada mais mais tempo dedicado ao trabalho e menos à família) e da ideia de que cabe ao Estado cuidar de toda a gente, do berço ao caixão.
    O único aspecto financeiro abordado é precisamente o dinheiro que o Estado retira aos cidadãos para “cumprir (mal) o seu papel” e o facto de isso limitar a capacidade das famílias de cuidarem dos seus.

    E o uso da expressão “cabecinhas ultra liberais” (na realidade, todo o seu primeiro comentário) demonstra que o Fil é, de facto, uma “cabecinha outra-coisa-qualquer”.

  10. Carlos

    Acho que algo profundo ficou evidente no vídeo: “se não for bem atendido pelo serviço público de saúde, que opção tenho, já que eles me levam praticamente todo o dinheiro?”. Só os liberais perceberão a questão, infelizmente.

  11. Francisco Colaço

    FIL,

    «Francisco, o que é que deixar a mãe na rua se relaciona com o que eu disse? »

    Tem tudo a ver.

    Se a sua mãe lê o que o FIL escreveu, terá de ir para a cama sem jantar.

  12. Fil

    Joaquim, se quer à força encaixar no papel de cabecinha ultra liberal, pois seja feita a sua vontade, não fui eu que lhe chamei isso, que fique claro, mas se insiste à força em tomar-lhe as dores no meu comentário, é porque está convicto e assume-o. Parabéns. Nada a apontar nesse particular.

    A sua interpretação do video é, de resto uma espécie uma projecção dessa ideia, sendo que quando fala no “único aspecto financeiro abordado” já entra no campo ficcional. Você não interpreta mal, sabe? você sobre-interpreta e inventa à maneira.que lhe convém, o que é mais grave.

  13. Fil

    Francisco, se você tiver problemas de interpretação, ainda vai a tempo de aprender, já outros problemas é mais complicado. Tomara o Estado o possa ajudar, em ambos os casos. Os meus e os seus impostos também servem para isso sabia?

    O que é que não entendeu em “O que eu quero é idosos que pelo facto de serem pobres, assim como os seus dependentes, não sejam privados de serviço de saúde ou condições decentes e dignas”?

    Não quer que eu chame a sua mãe a esta conversa pois não? Pois mais vale deixá-lo a falar sozinho, que já deve estar habituado.

  14. Francisco Colaço

    Continuo a dizer, FIL, que nenhum conservador que conheço deixaria os seus pais na rua ou despejados num lar. Isso é coisa de socialistas, que acham que podem transferir o problema e o fardo para o Estado.

  15. Fil

    Faço-lhe a vontade Francisco, você não tem problemas de interpretação, é outra coisa mais grave, procure ajuda.

  16. Francisco Colaço

    Insisto, FIL: não há outra interpretação para o que disse. Disse que deve no fundo ser o Estado a tomar em mãos a sorte dos idosos. Pode dourar a pílula ou retratar-se quanto quiser. Contudo, o que disse é: o Estado deve responsabilizar-se pelos idosos.

    Nem lhe disse que não sou contra a assistência aos idosos, grupo incapaz de provier a si próprio. O que lhe digo é que o dever familiar deve estar primeiro. Para um libertário conservador (ou qualquer síntese que se possa fazer aqui) como eu, a responsabilidade primeira dos idosos é das suas famílias. Não do Estado. Para um socialista, o direito de lavar as mãos e de prosseguir a sua vida aliviado da canga sobressai a qualquer laço familiar.

    Mais, tendo uma esposa que trabalha como directora técnica num lar e centro de dia, penso poder dizer bastante bem o que é um lar. Em duas palavras, é um caixote desresponsabilizador. Onde grande parte das famílias deixam os idosos e vão buscar as pensões de reforma dos mesmos para usufruto próprio.

    Nunca me verá contra os centros de dia. Ou contra o apoio domiciliário. Mas sou cada vez mais frontalmente contra lares estatais e, afora casos de profunda dependência, lares de idosos.

    Logo, “O que eu quero é idosos que pelo facto de serem pobres, assim como os seus dependentes, não sejam privados de serviço de saúde ou condições decentes e dignas” quer dizer em boas palavras “Lavo as minhas mãos e não tenho responsabilidades individuais. Alguém lá no éter trata daquilo que deveria ser eu a tratar.”

  17. Joaquim Amado Lopes

    Fil,
    O seu último comentário, vindo de quem escreveu o seu primeiro comentário, é elogio. Muito obrigado.

  18. Ricardo G. Francisco

    Caro Fil,

    Se ouviu o vídeo lembre-se do que o autor do documentário diz: O Estado já me leva 60% do meu rendimento. E está a esquecer-se de todos os outros impostos. O Estado social usurpou o papel que era reservado À família. Não estamos a falar da rede social para quem não tem nada, incluindo capacidade para trabalhar, nem ninguém.

    É claro que pode sempre interpretar que o problema é dos Ultra-neo-liberais. Porque não..

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