Em 2008, os americanos elegeram para POTUS uma pessoa que havia sido senador durante dois anos, tendo pelo menos três quartos do tempo sido passado tratando da candidatura à presidência; antes disso, fora senador estadual e, antes ainda, um ‘ativista’ em Chicago. Era inegavelmente inteligente e de retórica apurada, de ego excessivamente insuflado – a melhor descrição de Obama veio da infame Palin: ‘já escreveu duas autobiografias e nem uma peça de legislação’ -, capaz de literalmente vender os seus princípios (recordemos como abandonou a opção pelo financiamento público da campanha quando percebeu a sua inesgotável capacidade de angariação de fundos), e, sobretudo, com um enorme desprezo por todos os que não concordavam com as suas visões progressistas.
Uma vez presidente, Obama fez jus à sua inexperiência, particularmente perigosa quanto à política externa. Fez um abjeto discurso no Cairo onde tacitamente sancionava a recusa dos direitos humanos mais básicos às mulheres dos países islâmicos (desde logo a liberdade de expressão, que também se concretiza na liberdade de se vestir como apetece). Enviou uma patética mensagem ao Irão no ano novo e, em 2009, quando os iranianos recusaram os resultados das eleições presidenciais, Obama andou visivelmente zangado com os insurgentes por estragarem os seus planos de namoro com os ayatollahs. A ‘primavera árabe’ deixou-o como uma barata tonta, talvez porque sempre tendeu a rodear-se de conselheiros que viam Israel como a fonte das incompreensões entre ocidente e mundo islâmico. Muitos episódios depois da eleição de 2008, Obama não sabe nem nunca soube o que fazer para lidar com, ou pelo menos minorar, a catástrofe síria. De resto, o que se esperaria de alguém que em 2008 era ainda um patinho feio no que toca a experiência política e que se adivinhava demasiado arrogante para ter noção de que necessitava aprender muito.
Mas não faz mal: não são as filhas de Obama as vítimas da guerra civil na Síria.
Mesmo que tudo isso seja verdade, pretende exatamente demonstrar o quê? Que Obama é pior que outros anteriores presidentes americanos ou outros anteriores candidatos a sê-lo?
Ou trata-se apenas de um simples desabafo ou manifesto?!…
Lá vem o Peso de Damasco, em Isaías 17. 😀
Maria João, um burro que se julga alazão pode ser visto como um dromedário que quer chegar a camelo: está sempre a uma bossa de distância.
Veja o que um ex-presidente democrata disse sobre o actual presidente no meu blogue. Isto de ter alguns amigos no partido democrata é bem elucidativo: pode crer que se não fosse pelo facto de irem perder as eleições com qualquer outro candidato, a maior parte dos democratas daria de bom grado ao Obama o tratamento dado pelos Restauradores ao Miguel de Vasconcelos.
Francisco, o mesmo pode ser dito do que o CDS fez com o Paulo Portas, depois da trapalhada do “irrevogável”. Não é por aí.
Jónatas,
O Paulo Portas é um palhaço. O CDS um partido de palhaços. Deve haver alguma coisa no código civil contra o que acabo de dizer, mas tenho de o reiterar. O que foi feito na irrevogabilidade revogada foi uma palhaçada com todas as letras. Quem faz palhaçadas é por direito próprio um palhaço.
António José Seguro é um outro palhaço, um palhaço pobre que se acha rico. Jerónimo é um palhaço pobre que acha que todos devem ser pobres e presos. Os dois neurónios singulares do Bloco, o duo Catarina & Semedo, são dois palhaços ricos que acham que os pobres lhe devem alguma coisa.
Quanto ao Pedro passos Coelho, ele não é exactamente um palhaço. É a cantora, que todos nós temos de aturar no circo sem querer e a ver o tempo passar devagar enquanto esperamos por mais palhaçadas.
E Jónatas,
Vá eu ou não por aí, o que interessa é que o Clinton disse o que disse sobre quem disse.
E desta o Clinton tem inteira razão. O Obama tem, na pior das hipóteses, a cabeça de uma grandecíssima besta por cima do seu pescoço.
Não quero demonstrar nada além de que Obama é muito mau na política externa. Provavelmente tanto Hillary Clinton como McCain teriam sido menos patos do que Obama, mas nunca se sabe.
“Que Obama é pior que outros anteriores presidentes americanos…”
Sim. Mas o pior é que Obama é um presidente racista.
Ganhar uma, ou duas vezes, eleições para Presidente -cá ou lá- é só isso: “ganhar eleições para Presidente”.
Exercer com mérito o mandato é -cá ou lá- uma questão completamente diferente.
Maria Joao Marques: “……veio da infame Palin……” Porque usar a palavra “infame”?
Maria João, o problema dos discursos de política externa de todos os Presidentes modernos têm como receptores o eleitorado norte-americano. Quando um Presidente fala para os iranianos, está a falar para os norte-americanos, e por aí fora. Não se pode ler muita coisa daí a não ser política interna. É um dos grandes problemas de toda a política externa dos Estados Unidos, não é só problema deste ou daquele Presidente.
Se calhar, agora que está um Democrata na Casa Branca, é que você está mais atenta porque discordante. Para mim, isto é uma das principais causas da crescente perda de legitimidade dos EUA no panorama internacional mas, lá está, eles são Presidentes dos Estados Unidos e fazem o que interessa aos Estados Unidos, não estando tão preocupados com o resto. Deviam, que é o Mundo que compra Made in USA, mas não estão.
E tome isto na brincadeira, Maria João, mas eu, se fosse a si, nunca usaria a Palin para justificar seja que argumento for. Que, ao menos, o Obama sabe escrever e a Sarah não fazia a menor ideia que havia duas Coreias ou que era o Primeiro Ministro inglês que tomava as decisões, e não a Raínha. Livrámo-nos de boa com a derrota do McCain, que a infame Palin estava “one hearbeat away from being President”, como dizem por lá.
Francisco, não consigo aceder ao blog por isso não sei em que altura é que o Clinton disse isso. Se ele disse isso durante a campanha das Primárias, não me espantava que criticasse o Obama. Afinal de contas, a Hillary também corria. Depois disso, já é outra coisa.
Placas “teutónicas”, nº de estados dos EUA ou seja próprio país, na Áustria fala-se austríaco, o Hawai é na Ásia, Mitt Romney chama-se George, ” i want to see us export more jobs”, “three proud words: made in the USA”, “Polish dead camps”.
Muito pior é o resto. Uso de provocação racial, aproveitamento de violência transformando-a em questão racial etc etc
Jónatas,
Foi em Maio de 2013. A ligação ao meu blogue, que tem o artigo original, é esta.
que obama é um hipócrita e típico politico sem escrúpulos já se sabia, pelo menos quem acompanha mais de perto a realidade americana. Mas sejamos sinceros em relação à Siria : o que devem os EUA fazer : apoiar os rebeldes islamitas ( como fez n o Egipto com a irmandade ) ? apoiar o presidente sirio como fez com o irão nas eleições de 2009 ? enviar armas ( com,o na libia ) ? ou invadir a síria e ter todo o mundo contra ?…como disse alguém recentemente o islão que cuide de si ( países que durante décadas apoiaram e financiaram o terrorismo internacional, também têm de provar o veneno amargo que tanto gostavam de distribuir
O McCain com menos patos que o Obama na política externa? Duvido muito. Arrisco dizer que seria ainda mais intervencionista. Afinal é neocon.
Jónatas,
Se for verdade o que diz e que os Presidentes dos EUA só vão para a guerra por motivos eleitoralistas internos, esperemos que o Obama não vá para a Síria. Não tem essa “desculpa”: http://mobilebeta.reuters.com/as-syria-war-escalates-americans-cool-to-us
Jorge,
O Islão não cuida de si (do Islão). Hoje cuida dos cristãos coptas e siríacos. E um dia quer cuidar de si (do Jorge, na Europa).
Custa-me dizer isto, mas se e apenas se comparado com a Al-Qaeda o regime do Assad é um estado de direito. Ajudar os rebeldes é a pior coisa que se pode fazer, um pouco pior do que tomar partido pelo Assad. Mas tenha em atenção de que os cristãos siríacos e coptas estão a pagar o peço da política externa do Obama.
Podem haver quatro cavaleiros no Apocalipse. Na Casa Branca há um burro.