No International Herald Tribune de 10/11 de Agosto, Anand Giridharadas escreveu um artigo sobre a mudança de identidade de Nova Iorque. Este jornalista chama a atenção que a melhoria da qualidade de vida naquela cidade, que se tem sentido desde meados da década de 80, podem fazê-la perder a identidade de um local aberto a todos, principalmente aos que queriam mudar de vida e que, para isso, se esforçando, aceitavam condições de vida que não seriam as ideais, mas as necessárias para alcançarem os seus objectivos.
Uma cidade perfeita, ou a caminho de isso, é demasiado cara para quem apenas esteja de passagem. Nova Iorque está a tornar-se apetecível aos que, estando bem instalados na vida, procuram sossego. Isto na cidade que nunca dorma. Ou dormia. A NY pronta para receber tudos e todos, onde qualquer um encontrava o seu buraco (e emprego) é hoje o sítio seguto e confortável para quem chegou ao topo. Enquanto os preços das casas sobem e o município regulamenta a vida na cidade para a fazer mais apetecível, o espaço para os que estão no princípio da caminhada terá de ser encontrado noutro lugar.
Nenhum sítio é eterno.
O Insurgente 
Nenhum sitio é eterno. É verdade. Ainda me lembro de visitar a minha tia de pequeno, na sua casita na Amadora, e poder andar por lá à vontade, sem receio de ser assaltado. Felizmente a mudança em NY foi para melhor..
O fomento da miséria por razoes estéticas: o novo escalão da demência liberal.
jhb,
Lamentar* que a melhoria consistente da qualidade de vida numa determinada cidade ao longo de 3 décadas leve a que quem tem menor capacidade financeira não possa ir para lá viver parece-me mais próximo de demência socialista do que de demência liberal.
* é esse o tom que transparece do artigo do AAA; não li o do Anand Giridharadas