Confesso que não consigo compreender este tipo de reacções ao cheque-ensino por parte da esquerda. Todos compreenderão que não existe ensino gratuito, uma vez que a construção e manutenção das escolas, o trabalho dos professores, auxiliares e todo o pessoal do ministério da educação custa dinheiro que é pago pelos contribuintes. Não creio que também seja alvo de crítica a liberdade de escolha das famílias que devem poder escolher o que acham melhor para a educação dos seus filhos – aliás, mesmo dentro do ensino público isto já acontece, existindo até famílias que alteram as moradas de residência para os filhos poderem estudar em escolas que acham melhores.
Quais parecem ser os problemas da esquerda então? São 1) a “transferência de dinheiros públicos para empresas privadas” e 2) o “acentuar das desigualdades”.
Em relação ao primeiro ponto, do ponto de vista do Estado, os custos são iguais. Do ponto de vista das famílias, estas só preferirão as escolas privadas, tendo inclusivé em alguns casos que suportar encargos adicionais, se acharem que são melhores do que as públicas. Mesmo entre as escolas privadas, existirá concorrência e as famílias escolherão sempre aquela dentro das suas disponibilidades represente a melhor relação valor – custo. Portanto, se as famílias escolherem escolhas privadas que acham que ofereçam melhor valor, e os custos são os mesmos para o estado, o que há para criticar da parte da esquerda, de melhor valor ao mesmo custo?
Uma pequena nota já agora: onde é que pensam que a maior parte do dinheiro dispendido pelo estado na escola pública vai? Para empresas privadas! Quer directamente na contratação de serviços: construção civil, energia, limpeza, catering… quer indirectamente com os salários dos funcionários do ministério da educação que o gastarão na Sonae, Jerónimo Martins, Zara, Galp, Brisa, PT, …
Em relação ao segundo ponto das desigualdades, elas já existem hoje. Quem tem mais possibilidades (e que até paga bem mais impostos) pode colocar os filhos nas escolas privadas e quem não tem apenas pode colocar nas escolas públicas. O que o cheque-ensino permite é que uma fatia maior da população, se assim o desejar, consiga colocar os seus filhos em escolas privadas que consideram melhores uma vez que em vez de terem de suportar os custos todos, apenas têm de suportar o diferencial entre o custo final e o valor do cheque-ensino. Isto por si só, reduzirá as desigualdades ao mesmo tempo que aumenta o nível de qualidade global. Em simultâneo, haverá um estímulo para a escola pública melhorar o seu nível de qualidade para poder competir com o ensino privado – actualmente, a escola pública detem na prática um monopólio sem qualquer incentivo para ser mais eficiente. Daí que só posso concluir que a esquerda só ficará satisfeita abolindo o ensino privado e nivelando a educação para todos por baixo.
A este propósito recordo-me de José Sócrates acusar Passos Coelho de “não querer escolas públicas boas” e de ao mesmo tempo ter os seus filhos em escolas privadas.
Pois, não percebe.
Só pessoas que nunca entraram numa escola de bairro social podem continuar a defender um regime de escola pública sem escolha. A Fenprof e a esquerda em geral é que não têm nenhuma vergonha na cara, querendo manter um tacho à custa da educação das nossas crianças.
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O problema da Esquerda é sempre o Poder sobre os outros.
Quais os instrumentos de Poder que facilitam o controlo da multidão ou o dificultam.
Se uniformizam então são bem vindos porque facilitam o controlo. se por outro lado atomizam então é combater com todas as forças.
Nada mais que isso interessa à Esquerda. Tribalismo disfarçado com vestes intelectuais
Escolas privadas dificultam o controlo porque há muitos mais agentes.
Mais agentes mais possibilidades de alguém se recusar a seguir a ordem superior.
O controlo quebra-se.
A esquerda não gosta de lidar com pessoas, com individuos. Podem dizer não.
É Fascista.
A Brigada das Colheres grita logo que pressente um tremer do tacho público. Os porques são pormenores que não contam muito para a griatria.
É tudo uma maravilha, a ver pelo post.
Lembro de outra maravilha, muito popular entre nós. Só não crê e apoia quem é burro uma vez que com um argumentário como o que se segue não há alternativa senão o sucesso:
Historicamente, as Parcerias Público-Privadas existem há muito tempo. Essa forma de gestão é para minimizar os efeitos que os órgãos públicos não conseguem realizar, é para solucionar de forma explícita e eficaz a relação investimento privado e infra-estrutura pública em campos de grande valor social.
Entender o que é Parceria Público-Privada, como a própria sigla diz: ”é uma parceria entre a Administração Pública e a iniciativa privada, com o objetivo de fornecer serviços de qualidade à população, por um longo período de tempo”.(PINTO, on-line, 2008).
Uma PPP é uma parceria onde o setor privado projeta, financia, executa e opera uma determinada obra ou serviço, objetivando o mais perfeito atendimento de uma determinada demanda social. Como contraprestação, o setor público paga ou contribui financeiramente, no decorrer do contrato, com os serviços já prestados a população, dentro do melhor padrão de qualidade aferido pelo poder concedente.
A partir desta nova amostra de gestão, a sociedade poderá contar com melhores serviços públicos em áreas como, saúde, habitação, transporte coletivo, tecnologia, saneamento e educação, entre outros que poderão passar a existir no transcorrer no incremento das parcerias. Isto poderá ser elemento da participação do capital privado em harmonia as necessidades da população e a Administração Pública.
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