O meu artigo de ontem no jornal i.
Erros passados, desafios futuros
Em 1980, Larry Collins e Dominique Lapierre escreveram “O Quinto Cavaleiro”, no qual estes dois autores (“Oh Jerusalém” e “Esta Noite a Liberdade”) imaginaram um atentado terrorista árabe que destruiria a cidade de Nova Iorque. Em 1980, ainda na administração Carter, o terrorismo fazia das suas, temendo-se a sua escalada para um nível de destruição total. A leitura deste livro, com a descrição da preparação do atentado, levado a cabo por quem já estava na cidade, causa arrepios agora que sabemos do 11 de Setembro: a ficção vira realidade vezes de mais.
Neste ano de 2013, o jornalista e especialista de política internacional francês Éric Laurent escreveu “La Conspiration de Wao Yen” (Flammarion). Aí prevê um golpe mortal da China na hegemonia norte-americana: convencendo a Arábia Saudita a pôr termo à sua aliança com os EUA e a assinar um acordo de fornecimento exclusivo do petróleo à China, Pequim expõe a fraqueza dos EUA, viciados em dívida e totalmente dependentes de terceiros que exploram e não respeitam. O enredo passa-se em Março de 2014 e a impotência da administração Obama para enfrentar este desafio é confrangedora.
Do livro de Éric Laurent não se espera, até porque julgo ainda só existir a edição francesa, a mesma projecção que a das conhecidas obras de Collins e Lapierre. No entanto, a fraqueza dos EUA, deixando de ser o local onde se vivia do trabalho e não do consumo, está a deixar marcas no mundo que se irão agravar.
Os EUA recebem a maior parte do petróleo das Américas não da Arábia Saudita.
Aliás os própios EUA poderão ultrapssar a produção de petróleo da Arábia Saudita nos próximos anos.
Exacto, lucklucky. Que me lembre, o petróleo que vem da Arábia Saudita anda à volta dos 10 por cento. A maioria do petróleo importado pelos EUA vem do Canadá.