A solução proposta pelo Presidente da República apenas introduziu ruído numa situação já de si bastante confusa e precária. Com o PS entrincheirado na retórica das “eleições antecipadas”, e com o PSD/CDS descredibilizados na sequência da crise política da semana passada, o que Cavaco pediu às actuais lideranças daqueles três partidos é impossível….com Passos, Portas e Seguro.
De uma só vassourada, Cavaco “matou” a liderança de Passos, “censurou” a habilidade de Portas, e “desafiou” a rigidez de Seguro. Agora, Passos e Portas estão diminuídos na sua capacidade e credibilidade governativas, e Seguro assim também ficará se, apoiando um governo de “salvação nacional” sem antes ir a eleições, der o dito por não dito.
Em suma, esta solução de Cavaco agudizará a crise política, e provavelmente acabará por resultar nas tais eleições antecipadas (mais ou menos) imediatas que o Presidente da República tanto disse querer evitar. Entre as três (más) alternativas disponíveis (1. Manutenção da coligação PSD/CDS, minada pelas avarias de Portas; 2. Eleições antecipadas imediatas, ou; 3. Nenhuma das anteriores), Cavaco optou pela pior.
passos e portas estão diminuidos? ainda mais, é possivel? quem nos governa e muitos eleitos só aceitam este “governo” porque precisam de alguem que assine em Junho ou estão dentro de casa e não há ordem de sair.Cavaco está tentar manter os garotos em jogo e complicar o aparecimento dum D.Sebastiao. O que se lermos bem votaçoes avulsas não acontece por inercia;porque ganhava!
“O que havia de ser decidido num dia, em segredo, vai sê-lo num mês, quase na praça pública. Esta demora não é boa para a democracia, para a economia, nem para os mercados
Concordo.
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