Raquel Varela, no seu estilo inconfundível:
Anda um vídeo a circular na Internet de um jovem [adoro o uso que a Esquerda faz da personalização de colectivo ou de objectos para promover a desresponsabilização de tudo e de todos – ela já nem deve perceber o erro] que defende que é melhor o salário mínimo do que o desemprego [ver uma boa resposta aqui], ou seja, a política do Governo de baixar drasticamente todos os salários [claro, o miúdo só pode ser um infiltrado do Passos – ele nem faz sentido sem essa premissa, imagino]. É o vídeo que defende a reprodução biológica [hein?]– trabalhar exclusivamente para acordar no dia seguinte, comer, e ir trabalhar [o Materialismo desta senhora impede-a de ver que as melhores coisas da vida são gratuitas, a não ser que ela pague por amor e outras coisas simples da vida]. O vídeo está-se a tornar viral, entre outras fontes pela página do José Manuel Fernandes, ex director do Jornal Público, e pela página do micro crédito do Millenum BCP [claro, só por causa desses arrivistas – aliás todos os vídeos da página de micro crédito do Millennium BCP são virais no dia seguinte…]. Estou a ver estes empreendedores todos amarrados ao crédito, a vender t-shirts chinesas e a pagar juros à Banca [lol]. Recebi entretanto algumas mensagens direi desagradáveis [Sério? Mas mais ou menos educadas do que a senhora foi no programa ao interromper o rapaz para o tentar humilhar] e algumas, muitas mais [hein?], de pessoas indignadas com o valor do salário mínimo e esta defesa da miséria que é feita em público e aplaudida [mais uma vez, ninguém quer receber 485€… mas há situações em que essa é a melhor das alternativas. E se retirarmos essa alternativa as pessoas ficam pior, não melhor]. Confesso [confessa? pensei que tinha renegado a isso…] que podia não ter recebido nenhuma que diria ao Martim, e a todos os empreendedores exactamente o mesmo [a sua capacidade de resistência ao senso comum é lendária, disso já deu provas] – o salário mínimo é uma vergonha e quem o defende [eu não o defendo], se sabe o que está a fazer, não tem dignidade moral [quem fala em moral…].
O engraçado depois de ler isto é pensar: qual é a alternativa de Raquel Varela?
Já sabemos que a roupa não pode ser importada.
Já sabemos que os operários fabris – e os restantes – não podem receber 485 Eur.
Logo, todo o processo produtivo deve ser baseado em salários muito superiores.
- Preços vão subir para o Dobro de imediato, para compensar os novos salários
(1.000 Euros serão dignos? Se calhar ela pretendia mais…) - Consumidores vão comprar menos, pois o poder de compra é baixo e não suporta variações como a pretendida
- Preços sobem mais, agora para compensar a descida da procura
- Consumidores consomem menos
- Sistema vai evoluindo com adaptações cada vez mais pequenas até o ponto de equilíbrio
- No processo, muitas empresas fecham (obviamente, uma subida de salários provoca desemprego)
- No fim do processo há muito menos roupa vendida e consumida em Portugal
Não, não vamos andar nus. Mas íamos ter muito menos roupa, andar muito pior vestidos e iam voltar “modas” como costureiras, remendos e materiais hoje menos comuns.
Excepto claro no grupo de mimados a que a Raquel Varela pertence: esses continuariam a vestir de marcas caras.
E depois a dizer que não fazem mais nada senão defender os mais humildes. A latosa…
Haters gonna hate, mas às vezes apetece-me fazer posts deste.
Cá está, é um dos divertimentos que tenho na vida e pelos quais não pago nadinha!
“Não, não vamos andar nus. Mas íamos ter muito menos roupa, andar muito pior vestidos e iam voltar “modas” como costureiras, remendos e materiais hoje menos comuns.”
E qual é o mal de ter menos roupa e levá-la à costureira para remendar?
Sem escolher fileiras, deixa-se uma relação lógica deste processo pelo caminho..
“Sistema dinâmico:
Preços vão subir para o Dobro de imediato, para compensar os novos salários (1.000 Euros serão dignos? Se calhar ela pretendia mais…)
Consumidores vão comprar menos, pois o poder de compra é baixo e não suporta variações como a pretendida
~Porque vão comprar menos, se à partida têm o dobro do salário, e por essa razão o poder de compra mantém-se inalterado?
Preços sobem mais, agora para compensar a descida da procura
~Menos procura com a mesma oferta = subida de preços?
Consumidores consomem menos
Sistema vai evoluindo com adaptações cada vez mais pequenas até o ponto de equilíbrio
No processo, muitas empresas fecham (obviamente, uma subida de salários provoca desemprego)
~no curto prazo também provoca mais poder de compra, o que leva a injecção de dinheiro na economia e que consequentemente permite maiores margens de investimento. Certamente uma mão compensará a outra…
No fim do processo há muito menos roupa vendida e consumida em Portugal”
Fui ao post e gostei particularmente de umas perguntas que foram feitas à Raquel mas que obviamente ficaram sem resposta:
Muito bem Raquel! Aqui fica a pergunta: (i) quanto ganham os trabalhadores da fábrica que fez os brincos que usou no programa? (ii) caso sejam de um mineral (precioso ou não), quanto ganham os trabalhadores da fábrica que procedeu à sua extracção? Em que país foram fabricados? Em que país foi a extracção? Qual o salário mínimo e direitos sociais no país em causa? Repetir o exercício para a echarpe e demais vestuário (elegante, diga-se de passagem).
Obrigado
jhb, se quer ter menos roupa, menos comida, pior habitação, isso é lá consigo. Agora os seus ditames e preferências em nada têm a ver comigo ou com os de outros, portanto desista lá da ideia de impor a sua pérfida ideologia nos que a não a querem. Estes socialistas…
A Raquel é o jhb são livres de criarem uma Comuna. Já os outros não são livres para viverem no seu País sem os soci@lismo da Raquel Varela e do jhb.
Correcção: A Raquel e o jhb são livres de criarem uma Comuna.
“os outros não são livres para viverem no seu País sem os soci@lismo da Raquel Varela e do jhb.”
Não são porquê? Basta encontrar uma maioria de gente que pense de igual modo em tempo de eleições mas, para isso, talvez ajudasse não ter uma taxa de desemprego de 20% e metade da população na miséria, ao lado de flagrantes desigualdades e situações de desprezo pela lei fiscal e outras… Mas isto digo eu, claro.
“jhb, se quer ter menos roupa, menos comida, pior habitação, isso é lá consigo.”
Eu alguma vez falei em pior habitação?!…. E em menos comida? Pare lá de por palavras na minha boca…
“Não são porquê? Basta encontrar uma maioria de gente que pense de igual modo em tempo de eleições mas, para isso, talvez ajudasse não ter uma taxa de desemprego de 20% e metade da população na miséria, ao lado de flagrantes desigualdades e situações de desprezo pela lei fiscal e outras… Mas isto digo eu, claro.”
Might is right.
Tudo no Estado, nada fora do Estado.
“Não são porquê? Basta encontrar uma maioria de gente que pense de igual modo em tempo de eleições mas, para isso, talvez ajudasse não ter uma taxa de desemprego de 20% e metade da população na miséria, ao lado de flagrantes desigualdades e situações de desprezo pela lei fiscal e outras… Mas isto digo eu, claro.”
Não basta, na Democracia Totalitária a minoria perde sempre em relação à maior minoria que se arroga todo o poder de impor a sua vontade aos outros pela força.
Parece que nem consciência do que defende. Metade da população na miséria é a consequência do que defende. Da corrupção social que defende.
Espectacular é a pérola “desprezo pela lei fiscal” quando critica a pobreza. É espantoso.
Mas o super sumo de tudo é falar das desigualdades, ora bem um totalitário como você obviamente que abomina a diferença, mas quando tudo, da educação publica, aos media nas mãos da esquerda foi feito foi para destruir a diferença parece que acabou com ainda mais desiguldades….
apesar de dizer que metade do país está na pobreza… mas quem sou eu para contradizer alguém que faz da contradição modo de pensar?
Pingback: No Brasil, a versão mais bolchevique da Raquel Varela, que não tarda a lá chegar | O Insurgente
Portanto, se um totalitário é aquele que entrega o poder na mãos da maior maioria, será isso o que se passa na Coreia do Norte ou em outros regimes idênticos aos quais chamamos “totalitários”?! Pegando nas suas palavras, isto parece-me algo “contraditório”…
(Existem hoje mais desigualdades) porque “tudo foi feito para destruir a diferença” mas o que se viu nos últimos 40 anos neste país foi uma sociedade tendencialmente mais liberal, mais livre, mais integrada nos “mercados económicos desenvolvidos” (extinção do concelho da revolução, múltiplas revisões constitucionais, privatizações, progressiva desregulamentação de alguns setores, etc) que simplesmente não nos conduziu (nem irá conduzir) ao prometido ElDorado. E esse é que é o drama.
Fazendo jus ao nome de Lucklucky você dispara sobre tudo o que move sem afinar a pontaria:
Ao contrário do que você e outros aqui possam pensar, eu sei o que custam os excessos das utopias, tal como a que este país viveu no PREC e que, por ex., ameaçou o meu pai de ser saneado, acabando por destitui-lo de funções e pô-lo 3 anos com vencimento congelado…
E é por ter noção do que é estar contra um extremismo fanático que agora me aparecem náuseas de ver extremismos de sinal contrário… É apenas isso.
Excelente Ricardo
Errata – “Conselho” 😉
dervich, o Conselho de Revolução não acabou. Foi transformado no que hoje é conhecido como Tribunal Constitucional. E durante quase 20 anos eram só mesmos do PCP que o parasitavam.
Tanto comentário… Gostaria de saber aqui quantos têm 2 filhos e ganham 2 salários mínimos… Em Portugal somos dos países com maiores desigualdades sociais da Europa. Quem ganha o ordenado mínimo em Portugal (QUEM TRABALHA, leia-se) é pobre. O problema é que associado a estes baixos salários estão empresas com lucros elevadíssimos. Quem não é cá de cima que venha cá ver como vive a maioria dos empresários texteis e perceberá porque o empregado ganha tão pouco. Quem é empresário, porque assume riscos claro que tem de ser muito melhor remunedado, mas a forma Portuguesa do fazer é em tudo igual à africana – ver o máximo que posso lucrar à custa dos outros.
Essa Srª Doutora sofre do mesmo mal de muitos académicos e teóricos, falta de experiência de vida, falta de contacto com a realidade e filosofia a mais. É certo que o salário é baixo mas que culpa tem o jovem disso? Ele não é político nem tem poder para modificar essa situação, se comprasse na China seria pior, porque daria menos trabalho a pessoas do nosso país e mesmo assim tinha esse direito já que a União Europeia abriu as portas a esse comércio. Afinal qual é a sua culpa? Ser mais inteligente que a média dos jovens acomodados? Querer ser independente dos pais? Isso é de estimular e não de criticar, continuamos a ter um bando de gente para a qual “És preso por ter cão ou por não ter…”
Exactamente Dina.
Seja qual for a nossa opção, seremos sempre alvo de críticas como a Raquel Varela, que se acham moralmente superiores e portanto em posição para tais dislates.