“To me, consensus seems to be the process of abandoning all beliefs, principles, values and policies. So it is something in which no one believes and to which no one objects.” – Margaret Thatcher
Não sendo o consenso social ou político uma possibilidade prática, e não sendo a democracia ela prória dada a consensos (essencialmente as maiorias têm poder sobre as minorias) parece-me que a única solução é tirar tanto poder quanto possível aos políticos e governantes de modo a que o consenso e o dissenso entre eles passe a ser irrelevante para o cidadão comum.
Podemos começar por proibir os défices orçamentais e as emissões de dívida pública (que representam impostos futuros) assim como por estabelecer um limite à carga fiscal que deverá tender para zero.
Outra coisa que e’ importante perceber sobre a democracia. Se analizarmos bem a coisa, a democracia nem sequer e’ “a vontade da maioria”, ja de si uma coisa completamente contrario a liberdade. Na realidade, em democracia, a maioria (dos votantes, note-se bem) vota nos nomes de meia duzia de politicos e, esses sim, fazem o que lhes da na real gana durante os 4 ou 5 anos que estao no poleiro.
A democracia e’ mesmo a tirania duma minoria (politicos) sobre os restantes cidadaos. Nao entendo como e’ que a populaca ainda jura a pes juntos que “e’ o povo que manda”. Se e’ o povo que manda e eu tambem sou “o povo”, entao nao quero que ninguem manda na minha vida nem nos frutos do meu trabalho.
Democracia e liberdade sao como azeite e agua. Nao se misturam!
Por acaso a nossa Constituição é explicita relativamente ao deficit: deve ser zero.
Mas parece-me que nenhum partido político alguma vez enviou um orçamento para o TC por causa de prever um deficit…
Tal como no post original, há várias contradições no que escreve.
superavits constantes levam necessariamente a deflação (o governo está a retirar dinheiro da economia aos poucos), o que não é particularmente recomendável
Migspalexpl,
«superavits constantes levam necessariamente a deflação (o governo está a retirar dinheiro da economia aos poucos), o que não é particularmente recomendável»
Na mesma ordem de razão, quando eu consigo poupar algo e o deixo no banco, estou a tirar dinheiro na economia. As palavras súcias dos socialistas são de atração oposta ao valor intelectual da mensagem subjacente.
Diga-me lá, tirou o curso com o Relvas ou foi no ISCTE com o Loucão?
“superavits constantes levam necessariamente a deflação ”
Mmm… E quando isso acontece pode-se sempre baixar os impostos. Não é?
Para além disso, como refere o Francisco Colaço a poupança obtida pode ser usada para evitar o endividamento futuro. O pessoal anda tão viciado em dívida que já não consegue pensar de outra forma.
5: meter dinheiro no banco é diferente de queimá-lo na lareira. o banco usa esse dinheiro em investimentos e empréstimos (volta a entrar na “economia”)
6: sim, se o dinheiro poupado for usado em investimentos futuros a minha objecção desaparece: mas neste caso os superavits presentes são usados para financiar os défices futuros e pode existir uma situação de equilibrio a longo prazo (onde a divida se mantém constante) ou até onde a dívida cresce (se os défices futuros forem superiores aos superavits futuros). A situação de equilibrio a longo prazo é a desejável no meu ponto de vista, visto ser a que evita inflação, deflação e problemas de financiamento (mas posso estar a falhar algo).
Vamos chamar as coisas pelos nomes, certo? Eu falei em financiamento de défices futuros. Não necessariamente investimento. E também se podem usar os superavits para operações de amortização antecipada de dívida pública.
Se a dívida descer, deixa-se de sangrar a economia através de juros. Juro.
Dinheiro significa horas de trabalho (lá vem o marxista profundo em mim). Quando pagarmos 8% do PIB em juros (um valor excessivo, mas conveniente para o exemplo), significa que o país (o que ainda trabalha) estará a trabalhar Janeiro inteiro sem comer, beber ou gastar apenas para enviar para o estrangeiro.
Quando tomamos dívida, estamos a tomar horas de trabalho de trabalhadores chineses ou alemães, os quais esperam ser recompensados depois com a restituição dessas horas de trabalho, mais umas outras pela inconveniência de terem de abdicar delas por umas décadas. Às primeiras chamamos amortização, e às segundas juros. É incrível como economistas, imbuídos em fórmulas exponenciais e em teorizações efabulásticas, esquece o básico e a raiz de cada um dos pequenos actos económicos.
O melhor investimento público que se pode fazer hoje é pagar dívida. O melhor investimento privado que se pode fazer hoje ou se situa em negócios de margem (vs. volume) ou em votar com os pés.
não sendo a democracia ela prória dada a consensos
A prática de inúmeras democracias europeias (e dos EUA) demonstra o oposto. É frequente haver coligações governamentais, é frequente deputados de diversos partidos unirem-se em torno de uma lei.
8: estou-me a referir à hipotética situação de superavits constantes ao longo do tempo, que foi defendida pelo autor deste post (“podemos começar por proibir os défices orçamentais..”). apenas quero mostrar que tal situação leva necessariamente a deflação.
é que se tal acontecer, não é preciso usar os superavits de agora para financiar os deficits futuros (eles não existem!) (esta situação é igual a mandar dinheiro para a lareira)
Epá. Nesse caso é melhor proibir a poupança. Tenha lá cuidade com isso.
se estou a poupar para esse dinheiro nunca ser usado, de que me serve tê-lo?
mas um aparte importante: a situação que descrevi só é válida no caso da balança comercial externa estar equilibrada. se exportamos mais que importamos, há um fluxo positivo de dinheiro a entrar que pode contrabalançar o dinheiro “queimado” pelo estado superavitario.
“se estou a poupar para esse dinheiro nunca ser usado, de que me serve tê-lo?”
Quem diz que nunca será usado? E em caso de superavits sucessivos (pois…) as melhores opções serão a) reduzir a carga fiscal ou b) antecipar a amortização de dívida pública
mas isto é uma tautologia: se o estado tem sempre superavits, a quantidade de moeda que detêm aumenta monotonicamente. se esse dinheiro for usado num futuro (nem que seja daqui a 1000 anos, isto é outra questao), a minha objecçao desaparece. se não for, significa que o pais fica mais pobre (porque é a mesma coisa que não ter esse dinheiro).
…pois é , por isto é que o “bébé siamês” (ora amputado) não cresceu !…Desculpa-se com tudo … com a crise internacional …com a herança o PS (a dele será maior ?…) , …ainda com o Tribunal Constitucional …
Só não se desculpa nem com a sua incompetência que foi aos bolsos dos reformados (e pôs a restauração de “pantanas”…) nem (com o devido respeito…) com aquela que o pariu …
Que pena o pai (com o devido respeito…) não ser fã do onanismo ….
P.S.
Quer voltar aos mercados ! Mais do mesmo ? Qual é já a sua média mensal de contrair divida publica ?
Mais do mesmo , não . Pior do que o mesmo ….
é que usar esse dinheiro (ou mais precisamente fazer com que a quantidade de dinheiro detido pelo estado diminua) significa ter um déficit num ano futuro. algo que devia ser proibido pelo autor deste post.
correcção: “segundo o autor deste post”
Continuo sem percebr o seu problema existêncial.
Mas explique-me lá como é que o país fica mais pobre?
migspalexpl,
O dinheiro não é queimado. A capacidade de mover carne (afinal, esse é o grande valor das reservas monetárias) continuará a ser utilizado por outros, a menos que o Estado guarde o dinheiro debaixo do colchão. Lá no ISCTE podem-lhe ensinar diferentemente. O que lhe ensinam é (como politicamente correcto é dizer-se) uma inverdade.
Mais: o Estado pode pagar dívida, sendo que por cada euro que paga, cinco cêntimos adicionais deixarão de ser pagos posteriormente. Em três anos deixa de pagar quinze cêntimos. Se o Estado oprtar por baixar impostos, menos receio haverá nos investidores. E, se não houver nenhuma catástrofe neo-socratina (acabo de cunhar o termo!), o verdadeiro investimento reprodutivo e não rendeiro virá.
Finalmente, se o Estado resolver ficar com o dinheiro no banco e nada mais fazer, o banco pode emprestar essa capacidade de mover carne à economia. Ainda por cima recebe alguma capacidade adicional, cerca de três cêntimos anuais por cada euro que deixar no banco. Inferior no entanto à quantia que deixaria de pagar em juros se antecipasse o pagamento da dívida.
O falar dos socialistas lembra-me uma anedota soviética:
A teoria da batata
Um comissário político do partido vai a um Kholkhoz. Pergunta ao responsável:
— Como foi a colheita este ano?
— Camarada Comissário, — responde com orgulho — planeámos uma colheita de tal forma boa que se empilhássemos todas as batatas, elas tocariam a planta do pé de Deus.
O Comissário indigna-se:
— Camarada, aqui estamos na União Soviética. Aqui não há Deus!
Responde o agricultor:
— Calha mesmo bem, porque também não temos batatas.