Cuidado com o que desejam.
Reparem, com a queda do governo e a completa incapacidade de Tó-Zero para combater o défice, as bancarrotas parciais acabariam numa bancarrota completa do Estado Português. A esta bancarrota seguir-se-ia certamente uma Ditadura.
Se essa ditadura fosse de Esquerda, seria provisória. Como diria Thatcher, o Socialismo só dura enquanto há dinheiro dos outros. O Estado já não tem e quem o tem já o colocou fora, por isso rapidamente uma série de convulsões e a ausência de uma clientela (no money, no money-suckers) derrubariam essa ditadura.
A ditadura seria então de direita. Liderada por um ministro das Finanças forte.
A vantagem de ser Português, é que a nossa história é já longa e com exemplos de um pouco de tudo. Neste caso, o exemplo histórico é óbvio. Alguém emergeria desse caos para ser um Salazar light, que ignorasse a parte social (hoje os valores da igreja têm muito menos força social…) e que tivesse a confiança do próximo presidente para liderar as finanças e, através destas, a economia do país.
Convençam-se que é melhor alguém que equilibre as contas neste quadro institucional do que ir atrás de miragens e acabar com um novo ditador. Muito cuidado com aquilo que desejam. Pode ser que seja que o que vocês queiram seja o 1º passo para algo muito pior. E não falo de algo Liberal, mas sim de uma ditadura como são as ditaduras (com intervenção estatal, muitas vezes punitiva…).
Uma sociedade que não vota em quem fala verdade, está condenada a ser liderada por
ditadores ou mentirosos
Não perderiamos mais tempo à espera das eleições autárquicas, e o PSD ainda teria legitimidade para escolher um novo primeiro ministro.
Assim, tal como antevia neste meu post: http://marques-mendes.blogspot.pt/2012/11/a-irracionalidade-suicida-do-psd.html
estaremos condenados a pelo menos mais um legislatura com o PS.
Por estranho que pareça apenas uma revolta interna no PSD que corra com o PPC e seus jotinhas poderia resolver a crise política em Portugal. Mas isso devia acontecer antes da previsivel derrota eleitoral nas autárquicas.
Resolver a crise política em Portugal
Ahaha. A crise política em Portugal é para durar até 2020 pelo menos. Digo isto só para por um fim, porque não vejo fim. Espere para ver o que acontece quando a demografia começar a doer a sério.
Dizer que o clientelismo é uma característica apenas da esquerda também é mentir. Como vê, a mentira e a demagogia também existem à direita.
Eu nunca disse que não havia clientelismo na direita.
Nem isso é o que está aqui em causa.
Pronto, fica só a demagogia de que se cair este Governo, vem aí uma ditadura.
Aquela fila está cheia de pessoal do insurgente – a reassuring lie é a de que este governo NÃO é liberal.
Depois parece-me que uma ditadura em Portugal não é possível enquanto houver a ordem Constitucional actual – sim essa de que vocês não gostam e que gostariam de ir além. A vossa lógica, aliás avançada ontem claramente pelo Coelho, é a suspender a ordem constitucional para garantir a ordem constitucional no futuro…conversa de quem quer uma ditadurazinha para garantir o estilo de vida a que está habituado.
“A ditadura seria então de direita. Liderada por um ministro das Finanças forte.”
O “wet dream” d’O Insurgente lusitano…
Comunista,
Todos sabemos como as pessoas em Cuba vivem melhor do que nos Estados Unidos, ou como as pessoas da Coreia do Norte são umas privilegiadas em relação às suas contrapartes sulistas. Sabemos como a Europa Ocidental era sustentada e resgatada por aqueles ricos do Pacto de Varsóvia e como aqui no Ocidente nunca gozámos de direitos políticos como os que eram garantidos pelas sovietíssimas e socialíssimas constituições. Eles, os privilegiados socialistas, venceram a corrida à Lua, ganharam a guerra fria com a famosa «produtividade socialista» que um tal Lenine disse que iria ser superior à do Ocidente e o seu fim.
Meu caro, o que o Comunista considera soluções nunca foram senão problemas. Mesmo sendo hedionda a ditadura de Salazar, havia menos mortos aqui e menos prisões políticas do que nos seus países de eleição. Estamos a falar entre 39 e 64 mortos no Tarrafal (o número mais baixo, que nem me é crível, até vem do Fernando Rosas), contra pelo menos 1.150.000 mortos nos campos da hedionda Gulag, segundo estatísticas da própria GULAG. A menos que o Comunista seja um execrável chauvinista e considere que a vida de um português vale mais que a vida de dez mil russos, terá de concordar comigo que a União Soviética era uma besta que pecou por morrer tarde.
Agora, sobre Pedro Passos Coelho e o seu governo, acha-os liberais? Privatizaram ou extinguiram a RTP? Privatizaram ou autonomizaram as escolas? (por mim as escolas poderiam ser geridas por cooperativas com fins lucrativos de professores, autonomamente, quando estes o quisessem fazer; e privatizadas se não houvesse acordo). Privatizaram-se porventura os portos, os comboios, as redes municipais de água? Ou protegeram-se monopólios, acertaram-se amiguismos, conservaram-se roubos ao contribuinte? A única vantagem de Passos Coelho é ser do mal o menor: todos os outros o são em maiores mal.
E antes que comece a perorar sobre as virtudes do comunismo, veja quantos russos querem voltar à besta. Se quiser, posso-lhe mandar alguns artigos em russo do Pravda, que pessoalmente leio, e mostra-se como o comunismo é querido por lá. Os chineses também não parecem querê-lo e, pelo comportamento da Coreia Boreal, parece, meu caro, que o regime do playboy-educado-na-suiça está a tentar segurar-se no último fôlego.
Quem tiver coração alegra-se com o fim da União Soviética; e quem tiver cabeça, não a quererá de volta.
Como é possível, nesta altura do campeonato, haver homens inteligentes a discutir se uma ditadura faz ou não sentido? Ou a defender que uma é menos gravosa do que outra?
Por muito que vos custe a decisão do Tribunal Constitucional, por muito que discordemos, é muito melhor isto do que um Governo que faz o que lhe apetece contra as leis votadas por deputados mandatados por eleições. Uma ditadura é uma ditadura sempre, mesmo quando faz aquilo que tem de ser feito. Não sejam os palermas armados em inteligentes que acham que os meios justificam todos os fins, sim?
Eu não estou a defender nada.
Só estou a dizer “cuidado com o que desejam, pois pode vir a acontecer e a ser o 1º passo para algo muito pior que o que actualmente temos”.