Para a discussão, aqui fica a lista de salários mínimos na Europa.
De notar que para aumentar os salários (seja o salário mínimo ou não), os empresários têm que dispor de fundos adicionais que só podem ser gerados por um aumento da produtividade. A opção de aumentar os preços irá reduzir a procura, e se os preços forem aumentados de forma generalizada, os salários irão perder poder de compra pelo que em termos reais os salários ficarão globalmente iguais. E se aumentar os salários (por decreto!) é assim tão bom para a economia, aumente-se o salário mínino para 10.000 euros – afinal de contas trata-se de um valor arbitrário.
Já agora, aqui fica uma lista dos países europeus que não têm salário mínimo. Não me parece que sejam assim tão pobres ou sub-desenvolvidos.
Ainda bem Portugal esta no meio da contagem
Como é que arranjaram aquele valor para Portugal quando na realidade é 485€???
O valor correcto na minha opinião deveria ser 599€ (incluindo a contribuição da segurança social da empresa) que na verdade é uma componente escondida do custo de contratar alguém. Mas não sei como chegaram a 568 nem sei se isso é comparável com os restantes países.
Para poderem comparar países onde se recebem 14 meses de salário com outros onde se recebem 12 meses, multiplicaram o nosso SMN por 14 e dividiram por 12.
565.83333333333333333333333333333 = (485 x 14)/12
O problema é que quem recebe o salário mínimo só pensa na sua carteira. E depois há os interesses corporativos e sindicais, último reduto de oposição à muito liberal e economicamente sustentável concepção “quem tem dinheiro, manda”. Nos países citados que não têm salário mínimo universal, o salário mínimo é estabelecido por sector ou profissão, em negociações com os parceiros sociais interessados, incluindo sindicatos (cruz, credo!). Na prática não têm um salário mínimo, mas vários (ai que horror!). Mas isso são subtilezas.
Animo. Estamos prontos de chegar ao smn …dos rumanos!
os países que indicou não têm um salário mínimo unico e definido, correcto. mas alguns têm algo muito melhor – têm salários mínimos que variam por sector e são negociados com os respectivos sindicatos.
Podendo ou não discordar, entendo quem defende a existência do salário mínimo como forma de dar um mínimo de dignidade ao trabalho remunerado. Já me faz muita confusão a desonestidade intelectual da defesa do aumento do salário mímino como forma de diminuir o desemprego. O raciocínio é qualquer coisa como “A partir do momento em que as pessoas tiverem mais poder de compra, consomem mais, logo as empresas vendem mais e criam mais emprego. Este é o caminho”. Ou ainda “se se verificar uma melhoria da qualidade do trabalho e do poder de compra das pessoas, isto significa que as empresas vão ter mais negócio, vão criar mais emprego e dar mais atenção às questões ambientais e segurança e saúde no trabalho e por outro lado contribuir também para o aumento das receitas fiscais e para a sustentabilidade financeira da segurança social”. Pérolas de Arménio Carlos tiradas daqui: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/cgtp_vai_exigir_que_aumento_do_salario_minimo_volte_a_concertacao_social.html
Um salário de 500 euros não se pode dizer que seja um exagero. No entanto em Portugal, o salário minimo é uma arma de arremesso politico. Os partidos do arco governativo quando estão no poder dizem que não o podem aumentar, e quando estão na oposição falam logo em aumentá-lo, como o PS fez recentemente.
Mas este caso serve também para ilustrar a falta de tacto politico do 1º ministro que nos calhou em sorte: meteu-se numa polémica de que não se consegue livrar, e o que fica da espuma desta “discussão” é a ideia que Passos Coelho só não baixa o SM porque não pode. Há poucos minutos estava na fila duma ATM, e os reformados que lá estavam (hoje é dia de pagamento) não falavam noutra coisa, e todos diziam que ” o Coelho só tira aos mais pobres”!
Com tantos assessores, não há quem explique ao 1º ministro como é que ele deve, ou não, abordar determinados assuntos? A falta de jeito do 1º ministro para comunicar começa a ser confrangedora.
para a comparação ser mais perfeita devia incluir o valor da TSU que a empresa paga.
E talvez o valor necessário pagar quando uma empresa precisa de despedir alguém.
e mais interessante se tornava se o salário minimo assim obtido fosse mostrado como uma % PIB per capita do pais.
então não era suposto seguirmos o exemplo da Irlanda? Não são eles que estão no bom caminho?
“não era suposto seguirmos o exemplo da Irlanda”
Pois. Mas convém observar outros factores quando se faz esse tipo de comparações. Não temos a mesma estrutura produtiva, o mesmo valor acréscentado nem a mesma produtividade que a Irlanda. Logicamente o salários também serão substaâncialmente diferentes. E isto não se muda por decreto.
Na Irlanda o SM representa cerca de 53% do salário médio. Em Portugal são 66%. Isto significa que o peso do SM é bem menor no primeiro país e (previsivelmente) menor o impacto no desemprego. Para igualarmos a Irlanda o SM teria de decer para cerca de 452 euros
Muito bem, para uma certa classe que por aqui comenta na linha do Borges, um aumento do salário mínimo está fora de questão.
Mas gostava de saber a opinião desta gente, se fosse tomada uma medida que limita-se o salário máximo a cinco salários mínimos?
Isso sim era uma medida justa, e quem não estivesse de acordo sempre poderia emigrar.
Justa porquê?
Se a empresa for sua, o problema é seu. De resto…
bem, para o jojo entender, os clubes portugueses de futebol ficavam piores que os de Malta, o Porto e o Benfica ficavam +/- ao nível dos atuais clubes da 3 divisão, vá lá, talvez da 2ª B.
perdiamos imediatamente os melhores médicos (adeus faculdades de medicina), a maior parte dos professores universitários, os melhores engenheiros, etc…
isso funcionava na antiga europa comunista, em que essas pessoas eram proibidas de sair do país.
«Na Irlanda o SM representa cerca de 53% do salário médio. Em Portugal são 66%. Isto significa que o peso do SM é bem menor no primeiro país e (previsivelmente) menor o impacto no desemprego. Para igualarmos a Irlanda o SM teria de decer para cerca de 452 euros» Noronha
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Este é um indicador importante para avaliar a justeza do SMN. A OCDE estudou o assunto e concluiu que um SMN até 60% do SM não prejudica o emprego.
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No entanto, não entra em linha de conta com o factor -sustentabilidade do poder de compra, ou sobrevivencia, do SMN – que em Portugal é muito importante, já que o SMN é muito baixo atendendo ao custo de vida.
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Ricciardi (Rb)
Ou seja, dos que têm salário mínimo no Euro somos o mais baixo! E dos que não têm, os salários são muito mais altos que cá!
E o nosso problema de competitividade é o salário mínimo?????Quando o nosso salário médio é mais baixo que vários salários mínimos na Europa??
Então como é que nos países que têm salários muito mais altos são tão mais competitivos?
dependendo do custo da habitação… para o custo da alimentação, posso mostrar que uma pessoa se pode alimentar bem com 55 € por mês.
até menos, mas aí já é preciso um pouco de habilidade.
“que só podem ser gerados por um aumento de produtividade”
Errado, isso é pressupondo que não os vão buscar a outro lado, tipo a dividendos distribuídos e prémios absurdos a administradores. Que, já agora, também influenciam a medida da produtividade, ou não?
#9 Francisco. Aumento de SMN “… e do poder de compra das pessoas, isto significa que as empresas vão ter mais negócio,…”. Exactamente. Esse é um dado importante.
Mas…
O problema é o que as prateleiras das lojas, sim, por enquanto, estão cheias de produtos … importados, que não correspondem a empregos em Portugal, na àrea da produção.
Fortunas, e exitos empresariais, em Portugal, não são na área da produção de bens com elevada incorporação (e emprego bem remunerado) nacional.
São na Distribuição de produtos importados nomeadamente combustíveis e até bens alimentares, além das elementares chinezises!.
A balança de pagamentos ao estrangeiro demonstra o resultado de governos, de abalizados políticos, que optaram por destruir o aparelho produtivo nacional … a favor de “serviços” (redundantes, nomeadamente nas actividades públicas), que ninguém precisa, e, senão mesmo, prejudiciais.
Quem tem medo de uma reforma a sério !!!?.
O salário minimo só é elevado, porque a estrutura produtiva, ou o valor acrecentado é pouco.
Resumindo, a produção portuguesa é de produtos que competem com chineses.
Só com fomento da qualificação da mão de obra, é se se pode mudar este cenário de pobreza.
Queremmos produzir sapatos baratos, e ganhar como os alemães que produzem BMW e Mercedes, e submarinos. e IT e …..
O salário minimo se estivesssemos num país que investisse menos em estradas, não seria questão.
Mesmo a Função pública poderia ser uma falsa questão se acrescentasse valor aos investimentos.
Mas não há esperança, este povinho do que se lixe. não tem salvação.
Os romenos podem ser trapaceiros, mas nós somos pioreres.
Queremos que o outro pague para naõ trabalharmos
queremos saude, mas não queremos pagar.
Tenho pena que o comunismo não vtivesse vencido no 25 de Novembro. tinha havido outra guerra outro golpe, e hoje ninguém teria sequer a ousadia de o propor.
Só por curiosidade. Porque é que o SMN da Eslovenia é superior ao Espanhol?
“posso mostrar que uma pessoa se pode alimentar bem com 55 € por mês.
até menos, mas aí já é preciso um pouco de habilidade.”
Gastar apenas 90 centimos por refeição? Claro, é simples, até se consegue por menos. Um dia pede emprestada uma lata de salsichas á vizinha, no outro dia vai jantar a casa de uns amigos, depois é a tia que faz anos…
Ou então, emigra para a Nigeria, lá as refeições devem andar por esses preços.
jojoratazana (15),
“Mas gostava de saber a opinião desta gente, se fosse tomada uma medida que limita-se o salário máximo a cinco salários mínimos?
Isso sim era uma medida justa, e quem não estivesse de acordo sempre poderia emigrar.”
Qual é a justiça em impedir um trabalhador de pedir mais dinheiro em troca do seu trabalho e uma empresa de compensá-lo na medida do valor que atribui ao seu trabalho?
E, já agora, por que não acabar com o salário mínimo e quem não estivesse de acordo sempre poderia emigrar?
Só com esse comentário sobre a lata de salsichas mostrou que nada percebe de nutrição. Se percebesse nunca comia uma.
aliás o que fica caro numa alimentação saudável são os legumes e a fruta, não a carne. De carne um adulto deve comer entre 100 a 150 gramas por dia, atenção por dia, não por refeição, de preferência branca, ou seja de aves… frango, galinha… 120 gramas de frango custam quanto? 200 gramas de arroz custam quanto?
As pessoas gastam muito mais porque comem alimentos processados industrialmente…
“não era suposto seguirmos o exemplo da Irlanda”
“Pois. Mas convém observar outros factores quando se faz esse tipo de comparações. Não temos a mesma estrutura produtiva, o mesmo valor acréscentado nem a mesma produtividade que a Irlanda. Logicamente o salários também serão substaâncialmente diferentes. E isto não se muda por decreto.”
Miguel será que o problema da competitividade não passa mais pelo nosso regime fiscal do que pelo salário mínimo? A Irlanda é extremamente competitiva a nível fiscal conseguindo capturar muita receita fiscal europeia. Tenho muita dificuldade em acreditar na sua competitividade “industrial” dada a sua localização insular, basta ver o exemplo nacional da madeira e dos açores…
“Na Irlanda o SM representa cerca de 53% do salário médio. Em Portugal são 66%. Isto significa que o peso do SM é bem menor no primeiro país e (previsivelmente) menor o impacto no desemprego. Para igualarmos a Irlanda o SM teria de decer para cerca de 452 euros”
Boa observação.
quanto à alimentação penso que se tem de ter em conta não só o que se gasta a comprar os ingredientes mas também o sítio em que estes estão disponíveis e o tempo que leva à sua preparação.
Na maioria dos países da zona euro em média os salários mais elevados são oito vezes o ordenado mínimo.
Em Portugal é de 20.
Estes números não convém revelar.
Para o xyz o futebol é que é importante.
Nota: os países ricos não são competitivos porque têm salários altos, os países ricos têm salários altos porque são competitivos. Got it? Funciona num só sentido e é no sentido em que primeiro se cria riqueza e só depois é que se distribui salários. Para além de que os salários têm sempre de ser normalizados pela PPP, porque pagar 12€ por uma cerveja num bar algures na Noruega faz alguma diferença…
“120 gramas de frango custam quanto? 200 gramas de arroz custam quanto?”
xyz, consegui fazer uma refeição de frango com arroz por 45 centimos.
Isto assumindo que o frango mais barato (frango inteiro a 2€ /Kg) tem ossos comestiveis, que não há nada dessas mariquices de sal; pimenta; azeite/oleo/margarina, e que a refeição será cozinhada ao sol, sem recurso a gaz ou electricidade. Mesmo assim, uma alfacezinha para finalizar o equilibrio nutricional teria dado cabo do meu orçamento.
PS: se tivesse optado por feijão em vez de arroz, o preço teria disparado.
E depois o senhor António Borges vem para as notícias dizer que o salário mínimo deve baixar…
Palhaços…
por acaso o frango + barato seriam moelas de frango a 1,80€ o kio, se procurar encontra… e não têm ossos.
75 gramas chegam se atendermos a que não devemos passar as 150 gramas por dia, mais sobrecarrega os rins.
0,075*1,80=13 centimos… mas se for frango inteiro lá irá até os 18 centimos,
juntemos 80 gramas de arroz… 0,080*0,75=6 centimos
feijão… devemos então tirar algum arroz… fica ao dobro do preço do arroz… sobe então o custo para ~8 centimos
junte um pouco de repolho(<0,80/kg), cenoura (<0,45/kg), cebola (<0,45/kg)… 150 a 200 gramas custariam ~10 – 12 centimos
óleo… 7 gramas… 1 centimo se for azeite sobe para 2 a 4 centimos… sei, é pouco óleo/azeite, as pessoas estão habituadas a consumir demasiada gordura, não admira a taxa de obesos que o país tem
uma maça… 10/15 centimos… se a comprar no hiper fica mais cara
sal é baratissimo… por refeição nem 0,1 centimos deve custar… pimenta é de evitar…
somando tudo… 40 a 57 centimos
falta o gás ou eletricidade… gás fica + barato… 5 centimos chegam e sobram se cozinhas corretamente as coisas.
tempo… eu, habituado a cozinhar não demoro, mais de 15 minutos a preparar uma refeição destas
A pobreza é, no fundo, uma dieta…
a pobreza é uma coisa, a miséria outra,
os preços estão muito internacionalizados. Experimente ir a páginas de cadeias de super/hiper estrangeiros e verá isso com alguns produtos básicos.
As pessoas conseguem viver saudavelmente na romenia mas não conseguem aqui com o mesmo dinheiro… certo é que alguns preços, como a habitação variam muito, a alimentação pouco varia… mas quem é pobre, quem sempre foi pobre tem habitos alimentares (e não só) que lhe permitem viver com os recursos que tem… por isso é que em paises como o brasil, na romenia ou na ucrania não morrem milhões à fome apesar de ganharem valores várias vezes abaixo do salario minimo portugues.
sim, quem não sabe alimentar-se devidamente pode gastar muito mais que o necessario…
http://www.brasilsupermercados.com.br/ofertas
so mesmo os paises emergentes da antiga urss estao por debaixo de portugal,e ja nao tardam em por-se a nosso lado…uma vergonha