Durante meses andaram a clamar (justamente) contra o brutal aumento da carga fiscal. Que o ajustamento devia ser feito pelo lado da despesa. Quando finalmente surge uma proposta estruturada de redução permanente da despesa pública é ver a reação das corporações e partidos e campeões dos contribuintes. Imagino que queiram mais alguns anos para debater e criar consensos à espera que algum milagre aconteça.
Aposto que hoje vai uma grande bebedeira para os lados do Largo do Rato. Beber para esquecer…
Mas já cortaram alguma coisa onde podiam cortar? Por exremplo nesses gabintes loucos cheios de miudos e iudas a ganharem do bom e do melhor? E nos ordenados dos politicos, já cortaram alguma coisa?E nos orçamentos da AR e da PR, já cortaram alguma coisa? Este ano até o orçamento da AR leva um aumento de quase 50% por causa das eleições autarquicas. Mas se houver legislativas antecipadas, e isso pode acontecer, quanto é que vai aumentar mais? Dinheiro para os bancos nunca falta, mas falta para o resto todo. Mas sobre a educação alguma vez a ESCOLA pode funcionar com menos 50.000 professores? A não ser que queiram a escola só para os escolhidos, como era no tempo do botas, visto que esse até acabou com as escolas do magistério. Lembram-se?
era bem melhor há quinze dias quando existiam relatórios da ONU!! esses eram bons. agora, os relatórios do FMI são questionáveis e os pressupostos blá blá blá
Com junkies drogados no crédito é impossível esperar que percebam de aritmética.
Será que a senhora do FMI sabe que houve uns artistas, que estão à solta, que fizeram deaparecer mais de 9 MIL MILHÕES do BPN? Esse dinheiro é que está a fazer falta? Será que ela sabe que houve uns senhores, a começar pelo cavaco, qua andaram a fazer PPP com os amigos e agora estamos a pagar-lhes taxas superiores ao triplo que o mercado cobre? São amigos, mais nada. E não se pode fazer nada. São amigos de alguém.
Para os mais distraídos, ou esquecidos, e para demonstrar a existência de subjectividade em decisões do TC e alguma “flexibilidade de critério” na interpretação da lei, fica aqui uma referência ao acórdão do TC em 2010 aquando dos cortes nos rendimentos e novos escalões de IRS previstos nos (famosos) PEC de Sócrates. Nessa altura – e recorde-se que nem estavamos sob resgate financeiro – o mesmo TC considerou serem esses cortes constitucionais em função do ”contexto de emergência financeira”…
http://jornalismoassim.blogspot.pt/2013/01/constitucionalidade-e-quando-um-homum.html
Custa é que tenha de ser alguém de fora a impor seja o que for. Faça-se o corte mas sejamos nós a fazê-lo. Não anda farto que mandem na sua casa?
A decisão final continua a ser nossa. Não podemos é contar eternamente com o dinheiro deles.
O debate é fundamental, por isso não deve ser interminável nem deixado só aos representantes dos nossos credores.
Aqui podem ler a minha primeira reacção às propostas de cortes do FMI: http://marques-mendes.blogspot.pt/2013/01/a-cobardia-de-passos-coelho-e-miopia-do.html