O declínio das empresas de midia tradicionais está directamente relacionado com os novos meios de comunicação, nomeadamente a internet. Ninguém discute esta afirmação. Alem da internet ser um meio muito mais eficiente e eficaz de partilhar a informação tradicional permite o enriquecimento desta com todas as informações relacionadas. Também aqui nada de novo.
Estamos a falar do meio de comunicação. Com um meio melhor não teria sido natural que as empresas de midia tradicionais fossem as melhor colocadas para extrairem de aí valor?
A História está a mostrar que a indústria como um todo está a ter muita dificuldade em adaptar-se a este novo meio, exactamente porque este novo meio reduziu o valor de um dos activos mais importantes que uma empresa de midia tinha. O acesso à informação crua e a subsequente selecção e edição. Um jornal ou televisão acedia à informação crua e servia como filtro para os seus clientes. Um filtro que era difícil de validar, especialmente porque por detrás de cada um dos meios de comunicação finais estavam agencias noticiosas globais que eram fonte única dos dados mais importantes.
A internet veio facilitar imensamente o acesso à informação base. Ao dia de hoje quem quer saber alguma coisa sobre um tema em particular vai à procura não nas versões online dos jornais de referência mas sim atrás das mesmas fontes que mais dia menos dia serão usadas por esses jornais. A isto soma-se que as novas fontes de informação estão tipicamente sujeitas a muito mais censura e contraditório do que os meios tradicionais, tornando-se, paradoxalmente, muito mais fiáveis do que os meios tradicionais, que embora tenham profissionais na selecção e edição de conteúdos não são corrigidos em tempo real por milhares de leitores.
É esta barreira de exigência que os meios de informação tradicionais têm de conseguir superar para se justificarem, se é que isto é possível. Quanto mais pessoas estão ligadas à rede maiores os recursos online e menos peso terão os os jornais e as agências como fonte de notícias certificadas.
Este último caso de Artur Batista da Silva é apenas mais uma cruz na credibilidade dos media tradicionais para conseguirem trazer novidades para o público. Sem esta credibilidade ficarão resumidos a panfletos ou ao tipo de conteúdos que aqueles que não têm acesso à informação online diariamente preferirem consumir.
“«Assim que os mercados incorporem a informação de que o PSD vai respeitar as metas do défice, e fará tudo o que for necessário para que se cumpram essas metas até porque foi o PSD que sempre anda atrás do Governo para cortar, essas agências voltarão a dar credibilidade a Portugal», assegura.
«Com as reformas que o PSD vai implementar, eu digo-lhe que ainda vão subir o rating, não sei se nos próximos 6 meses, se nos próximos 12 meses, ainda não se sabe quando haverá um novo Governo», acrescentou.
Carlos “Artur Baptista” Moedas.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/psd-carlos-moedas-rating-defice-agencia-financeira/1241972-1730.html
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